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O frio da noite foi de rasgar.. Acordamos cedo, 7h, para tomar o café às 7.30 e sair às 8:00.

 

O café foi o mesmo da noite anterior. Arrumamos nossas coisas, descemos e ligamos os carros. Sempre aquela pequena dificuldade na partida.. mas na segunda já tava virando o motor. O termômetro da band marcava -4º.

 

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Deixamos os carros esquentarem um pouco e saímos. Eu estava nervoso.. afinal, era algo arriscado o que estávamos fazendo..

 

Seguimos novamente pra aduana chilena, saímos 8:00, com muita neblina e o carro muito gelado por dentro. Tinha até aquele cheiro do ar que sai do freezer kkkkk

 

Seguimos pela ruta e vimos muitos lagos congelados. A vegetação bem branquinha. O frio tava doendo mesmo!

 

Pouco mais de 40 min, chegamos novamente na aduana. Fomos recebidos pelo mesmo oficial, que mais uma vez, perguntou se era realmente nossa vontade atravessar.. Conversamos rapidamente, e em pouco tempo fomos liberados pra seguir.

 

Combinamos entre nós que se não tivesse condição de atravessar, voltaríamos e íamos seguir pro Paso Roballos.

 

Descemos e começamos a procurar o início daquela trilha que encontramos no dia anterior, porém demos algumas voltas e nosso GPS indicava um local alagado. Algo não estava certo! Tínhamos saído em um solo pedregoso ontem!

 

Andamos, fomos e voltamos.. e não tinha jeito, o GPS indicava ali dentro do alagado. Pois bem, Engels ficou atrás caso eu atolasse e eu fui na frente. Andei um pouco dentro da água e encontrei as primeiras marcas de pneus que deixamos no dia anterior. Engels veio em seguida.

 

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Vejam só: de um dia pro outro, com a subida e descida do nível dos rios, a disposição dos braços dos rios mudaram! Isso é algo para se ter atenção! Mostra o quanto o nível varia durante um dia inteiro!

 

Vejam abaixo a localização do início da trilha:

 

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Seguimos pela trilha que estava praticamente toda congelada da noite. Sem muita dificuldade, chegamos novamente no ponto do Rio Carrera.

 

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Infelizmente e novamente, não era possível passar naquele ponto.. O rio continua muito forte.. Descemos margeando novamente o rio procurando um ponto de travessia. Encontramos um ponto bem largo, com pouca correnteza, que tinha boas chances de estar numa altura razoável. Porém era tão largo, que não conseguíamos ter muita ideia da profundidade da parte mais distante..

 

Aquela era nossa única chance! Eram 10:30 e se não fizéssemos ali, teríamos que voltar a tempo de pegar a balsa das 15:00 na carretera austral... Ficamos em dúvidas, pensamos uns minutos.. E então Jean atacou de super-zequinha! Vestiu um macacão de neoprene que havia trazido, amarrou uma corda na cintura e atravessou o rio a pé, para vermos a profundidade.

 

Lá foi ele naquela água que devia estar próximo de 5, 6 graus.. a água passou do meio da barriga! Era tudo ou nada!!

 

Muitos podem pensar: mas água acima da barriga é 1 metro.. 1 metro não é tanto pra um jipe, uma caminhoneta alta.. concordo!

 

Se na minha rua tiver 1 metro e 80 de água e eu precisar passar, eu passo! Se em uma trilha aqui próximo da cidade tiver um alagado de 1 metro e meio de água, eu passo! Sei que se der algum problema, eu estou perto de casa, alguém busca o jipe, eu guincho, empurro na mão, conserto-o!

 

Agora se imaginem na nossa situação! Estávamos entre duas fronteiras, em um local totalmente isolado, sem qualquer tipo de auxílio disponível, sem chances de um resgate do carro, não dava pra simplesmente afundar a bandeirante na água! E as roupas? A comida? Pode parecer brincadeira.. mas era um ato arriscado.. tudo tinha que ser bem pensado.

 

Atravessar um rio não é como passar numa poça d'água.. existe uma força deslocando seu veículo, atenção dobrada!

 

Tínhamos que tomar uma decisão rápida, afinal de contas, Jean estava do outro lado todo molhado com um frio de 4º!

 

Decidimos ir, arriscamos!

 

Fui na frente por conta do snorkel. Nossa 'trilha imaginária' dentro do rio envolvia entrar a favor do rio para aproveitar um trecho mais raso e depois, com cuidado, fazer uma pequena curva até a outra margem. Isso pode ser constatado até no tracklog! Ficou perfeita a captação do sinal!

 

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Entrei no rio, segunda reduzida, mãos suando e coração disparado, fui seguindo pela parte mais rasa, curvei e a band foi abaixando na água.. chegou na altura do capô.. parecia mais longe a outra borda quando estava dentro do rio. Dava pra ouvir a água ali passando ao redor do carro. Mais alguns segundos de tensão e ela começou a imbicar pra cima, saindo do rio.

 

Alívio.. muito alívio. Parei do outro lado, vi que havia água dentro do carro, mas não muita. Agora faltava o Engels.

 

Acho que foi tão angustiante passar como vê-lo. No caso dele a água subiu um pouco por cima do capô.. mas graças ao bom Deus, também chegou do nosso lado.

 

Comemoramos o feito! Demos uma rápida verificada nos carros pra ver se não havia galhos agarrados ou algo danificado e então seguimos. Mais uma vez apenas com noção de direção, tínhamos que seguir próximo de Leste. Ainda faltavam mais 2,5km até o início do caminho que meu GPS sabia.

 

Seguimos por mais uma dezena de braços de rios. Muitos galhos e troncos de árvores, pedras grandes, buracos..

 

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Em um desses braços, acabei pegando um buraco grande e a band quase virou. Deu pra engolir seco hehehe

 

 

Andamos e começamos a encontrar os rastros do Unimog argentino. Fomos seguindo e ele nos levou justamente ao início do caminho fora do rio, justamente onde meu GPS indicava.

 

Ali foram mais uns 6km dentro de uma floresta até encontrarmos a última cerca e a placa do regimento militar El Bello, responsável pelo patrulhamento e a aduana.

 

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Paramos os carros, saímos e ali terminava o grande desafio.

 

Vídeo de toda a travessia:

 

 

Logo apareceram os policiais, porém, com roupas comuns, não estavam fardados.. acho que o movimento é tão ridículo ali, que nem se preocupam em estar de farda. Usavam calças adidas, moletons.. era engraçado kkk

 

Ficaram meio desconfiados de como chegamos ali de carro. Conversamos e nos disseram que não conheciam relatos de carros que tenham atravessado por ali. E pra complicar, nos perguntaram por que demos baixa no dia 09 do chile e só chegamos no dia 11 ali. Dissemos que havíamos dormido na beira do rio.. esperando o dia amanhecer para tentar passar.. até o avistamento do Unimog foi confrontado. Nos perguntaram que horas nos tínhamos visto ele..

 

Dúvidas sanadas, fomos fazer os trâmites. Cada carro separado. Achei estranho, fiquei até receoso de chamarem dois de cada vez. Porém nada demais, nenhum problema. Um dos guardas até ligou o celular e tocou música brasileira de 3 anos atrás, dizendo que era sucesso ali agora kkkk

 

Guardamos as cintas, limpei os tapetes, dei uma ajeitada no carro. Tiramos a foto da vitória.

 

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Ali então foi também o momento da despedida. Engels ia seguir rumo norte, pela ruta 40 para Bariloche. Nós íamos sentido sul, ruta 40 para El Chaltén.

 

Havia mais 100km até chegarmos na ruta 40, porém era só rípio e a poeira levantada era insuportável. Então decidimos sair com um tempo depois do outro. Engels foi primeiro, fui depois de uns 5 min.

 

Deixo aqui meu muito obrigado ao Engels, pelo companheirismo nesses dias juntos. Um grande amigo, sem tempo ruim e com muita disposição pra fazer as coisas.

 

Então fomos, pegamos a estrada, rípio batido, sem carros e plana em sua maioria.

 

Dirigia e via pelo retrovisor todas aquelas montanhas que nos guiaram, ficando para trás. Já tava batendo uma saudade ali da carretera.. lugar incrível.. sem palavras..

 

Poucos km depois, o cenário já era outro. Deserto. Aquela imensidão de tons vermelhos, cinzas.. nenhum sinal de vida.

 

Atravessamos uma grande planície em uma estrada de rípio bem batido, dava pra andar a 80km/h.

 

Chegamos na ruta 40 às 15h. Ali ela é um tapete. Asfalto novo. A band nem acreditou eu acho hehe.

 

Fomos seguindo e tomamos um desvio pela RP 25 até Gobernador Gregores. Esse trecho é todo asfalto e mesmo sendo mais longo, evitaria um trecho de rípio da ruta 40. Além disso, lá abasteceríamos, uma vez que em El Chaltén costuma faltar combustível.

 

Paramos em um YPF, abastecemos 42,010 litros, 549,49 pesos, 13,08 pesos por litro e o odômetro marcava 11446,4km.

 

Comemos um lanche e aproveitamos o wifi do posto pra comunicarmos com nossas casas.

 

Seguimos viagem, ainda faltava um bom trecho até El Chaltén.. e sabíamos que um pedaço era rípio.

 

Quando encontramos a ruta 40 de novo, pegamos cerca de 70km de rípio, que em um trecho era bom e outro ruim. Já estava de noite quando voltamos pro asfalto.

 

Tomamos a entrada da ruta 23 que nos levaria até El Chaltén. Queria muito poder pegar essa estrada com sol, pois rende belas fotos com a cordilheira ao fundo.. mas.. não deu..

 

Chegamos na cidade e procuramos um camping.. encontramos apenas um aberto naquela hora da noite, não era bom. Banheiros apertados, cozinha muito suja, área de camping com carros pequena.. mas era o que tinha.. foi barato pelo menos, 70 pesos. Coordenadas -49.325124, -72.890499

 

Banho tomado, um miojo quente, barraca armada e sono! Dia exaustivo!

 

Tracklog adicionado! De Villa O'Higgins até El Chaltén!

2ª tentativa travessia do Paso Rio Mayer - COM SUCESSO!.rar

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Acabamos acordando tarde. O dia anterior foi exaustivo e o relógio não conseguiu despertar.

 

 

Levantamos com certa calma, fizemos um café na cozinha do camping(que por sinal estava muito suja) e demos uma ajeitada nas coisas da band.. sabem como é viagem de carro.. vai tirando e depois só jogando pra dentro.

 

 

Conhecemos um colombiano que estava há 2 anos viajando pela américa.. de carona, ônibus, a pé.. rodou até pelo Brasil e ficou encantado com o chorinho e as mulheres brasileiras.. ah vá... kkkkk

 

 

Em El Chaltén, tínhamos 2 trilhas para fazer: Laguna de Los Tres e Laguna Torre. As duas são igualmente desgastantes, porém a primeira é a pior. São 10km pra ir e 10km pra voltar, sendo que o último, é um aclive acentuadíssimo.

 

 

Como o dia estava lindo, sem nenhuma nuvem no céu, decidi por ir na Laguna de Los Tres, que é a mais procurada pela presença do monte Fitz Roy. El Chaltén não tem sempre esses dias claros e quentes. Tínhamos que aproveitar.

 

 

Essa trilha tem dois pontos de início: o mais conhecido nas coordenadas -49.320973, -72.894617, e o outro que começa na Hosteria El Pilar, coordenadas -49.230860, -72.928594.

 

 

Por conta de pesquisas na internet, vi que a segunda opção era melhor, pois era plana em sua maior parte, o que nos pouparia bastante. O início fica em um portão de madeira, na ruta 23, 13km de distância da cidade. Existe uma cerca ali, porém é só entrar pelos cantos e seguir a estrada até encontrar a Hosteria e aos fundos o Rio Electrico. Existem algumas placas ali, mas é bom ter uma certa noção de orientação.

 

 

São cerca de 9km planos, dentro de uma linda floresta com muitos pássaros, até o começo da longa subida até a Laguna. O último km é feito em cerca de 1h.. é pesado, vá devagar.

 

 

Cerca de 2h depois do início da trilha, nos deparamos com uma bela surpresa: a vista pro Glaciar Piedras Blancas. Um plus que não é visto na outra trilha.

 

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Conforme você anda, adquire novos ângulos para fotografar!

 

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É um bom lugar para comer alguma coisa e dar uma relaxada.

 

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A patagônia fica muito bonita com o outono. As folhas ganham esse tom amarelo avermelhado e contrastam com o branco do gelo e o negro das rochas. Cenário perfeito para quem gosta de fotografias e natureza!

 

 

Seguindo a trilha, passa-se pelo Camping Poincenot, que é utilizado para quem quer fotografar o amanhecer ou a noite no Fitz Roy. Infelizmente dessa vez não foi possível tirar um dia pra fazer essa proeza. Na próxima quem sabe...

 

 

Depois de passar pelo Camping, começa a subida.. é 1km em 1 hora. Zig zag na trilha, subindo e subindo. Cansativo. Ainda mais pra quem leva equipamento fotográfico.

 

Depois de chegar lá em cima, a vista é recompensadora. Visual de tirar o fôlego.

 

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Encontrei até uma raposa bem domesticada, já acostumada com os petiscos do pessoal.

 

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Ao lado da Laguna de Los Tres, existe outra, às vezes até passa despercebida pois fica mais baixa e meio encoberta pela sombra dos cerros. É a Laguna Sucia.

 

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Vídeo do local:

 

 

Um bom tempo ali e começamos o retorno. Saímos próximo de 16h. A descida também é dolorosa pros joelhos. Aqui valeu cada centavo dos bastões de caminhada que comprei.. auxiliam muito tanto descer quanto subir.

 

Voltamos com o cair da tarde e o frio aumentava. Voltando pela mesma trilha pegamos novamente o mirador do Piedras Blancas com as cores do pôr do sol.

 

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Chegamos na band já por volta das 19:30, no escurecer.

 

Voltamos pra El Chaltén e encontramos um hostel muito bom com um super preço. Era o Lo de Trivi, coordenadas -49.324694, -72.891807.

 

Ele estava com o mesmo preço do outro hostel que encontramos, o Rancho Grande, que fica praticamente na frente dele. Porém, o Rancho Grande é muito movimentado.. então pra descanso, preferimos o Lo de Trivi. Até por conta do wifi também estar com menos usuários.

 

Pagamos 400 pesos por 2 noites, equivalente a 50 reais por noite. Os quartos são em conteineres com um aquecedor a gás muito forte! Dá pra sentir calor de noite! Eram 2 beliches por cointener, porém só tínhamos nós dois nesse. O Hostel em si é muito organizado, banheiros super limpos, água quente, wifi excelente, cozinha com tudo que pensar e até uma grande churrasqueira de chão para fazer aquela parrilla..

 

Deixamos as coisas no hostel e fomos comer no Rancho Grande, que além de hostel é restaurante/bar.

 

Pedi um bife ancho com papas fritas e uma bela Quilmes de 1 litros, saiu tudo por 190 pesos. Achei um preço justo.

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Eu falei do aquecedor né? Pois é, chegou fazer tanto calor de noite, que precisei reduzir a chama... Enquanto lá fora estava dando temperaturas negativas..

 

Mais uma prova de que esse hostel é muito bom. Recomendo mesmo.

 

Acordamos e era mais um daqueles dias lindos. Era incrível a sorte que estávamos tendo com o tempo. O dia seria para a trilha da Laguna Torre.

 

Tomamos café com calma.. misto quente, nescau, maçãs.. a cozinha era muito boa.. esse foi um dos melhores hostels que já fiquei.

 

O dia prometia ser de calor novamente. Dessa vez levei apenas a mochila de hidratação, barrinhas de cereal, câmera e duas lentes. Aliviar o peso do último dia que foi puxado. Todavia, recomendo sempre levar pelo menos uma jaqueta corta-vento.. mesmo com sol, o vento faz cair muito a sensação térmica.

 

Deixamos o carro na frente do hostel, uma vez que a trilha começava duas ruas pra frente do hostel. Essa é uma das vantagens de El Chaltén: trilhas autoguiadas e fáceis de encontrar.

 

Começamos a trilha por um ponto não tão comum, foi em -49.323064, -72.896114, porém existem outros pontos de início pela cidade. Existe uma subida cadenciada e depois fica plano com algumas descidas.

 

Mais ou menos 2,5km depois, nós encontramos a 'trilha principal', mais utilizada para chegar na Laguna. Dali só temos esse caminho disponível. Seguimos e o caminho é bem light, segue dentro do vale. Parte rochosa, parte terra batida.

 

Acredito que mais uns 2km, chega-se no mirador. Visão incrível.

 

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Dali caminha-se mais uns 3km até encontrar um solo bem pedroso, onde se forma uma 'barragem' natural. Ali está a Laguna Torre. Anda mais um tempinho até encontrá-la.

 

Sua cor não é tão bela como a Laguna de Los Tres, porém o cenário é tão bonito quanto!

 

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Nessa laguna existem muitos témpanos, icebergs. Até a borda na Laguna estava congelada.. O vento também era mais forte e mais frio.

 

Existe a possibilidade de seguir pela 'crista' da represa, pela direita, até um ponto mais de frente com o glaciar que existe ali. Porém já estava satisfeito demais com toda aquela vista.

 

Vejam o vídeo:

 

Ali descansei as pernas, comi o que tinha, pra enganar o estômago, e tirei as fotos.

 

Gastamos cerca de 3h pra esse percurso.

 

Na volta, fizemos a trilha original, que termina no ponto -49.331268, -72.895004.

 

No mesmo mirador da ida, pegamos mais uma vez, um belo entardecer. Essas montanhas tem uma linda coloração quando está amanhecendo ou escurecendo.. o sol baixo trás cores lindas.

 

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A volta foi o mesmo tempo. Porém achei esse trecho que não tínhamos feito na ida, um pouco mais íngreme. Acredito que da forma como fizemos, ficou melhor. Foi questão de sorte.

 

Chegamos em El Chaltén umas 7h. Cedo.

 

Essa noite decidimos cozinhar algo melhor. Então compramos bifes, queijo, presunto e arroz.

 

Não conhecia meus dotes culinários e acabei preparando um puta bife a parmegiana... bom demais!!!

 

A janta foi bife parmegiana, arroz e purê de batatas, acompanhado de duas Quilmes.

 

A janta custou metade do que gastaríamos comendo em um restaurante, cerca de 200 pesos pra cada. Foi uma ótima opção.

  • 2 semanas depois...
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Voltei! Desculpem a demora!

 

Tava até relendo aqui os últimos porque estava meio perdido na história hehehe

 

Bem, depois dos 2 dias de trilha em El Chaltén, a próxima atividade seria realizar trekking em algum Glaciar. Havia pesquisado e encontrei 3 possibilidades:

 

Ice trekking no Glaciar Viedma, que fica alguns km de El Chaltén;

Ice trekking no Glaciar Perito Moreno, em El Calafate, onde já íamos passar de qualquer forma; ou

Ice trekking no Glaciar Grey, em Torres del Paine, no Chile.

 

Lendo opiniões e relatos, disparadamente, o Perito Moreno era o mais recomendado.. até porque, era o de acesso mais fácil, mais turístico.. mais 'gourmet'. Depois vinha o Viedma com observações sobre a grande quantidade de 'sujeira'(terra) sobre o gelo, e por último, o Grey, menos conhecido por conta da localização..

 

Coincidentemente, os preços dos 3 também estavam nessa ordem: o mais barato era o Perito Moreno por cerca de 350 reais, depois Viedma por cerca de 450 reais e o Grey por 550 reais.

 

Como já íamos passar em El Calafate para poder ver o Perito Moreno das passarelas que ficam na frente dele, resolvemos arriscar o baixo preço e os comentários positivos.

 

Começamos a arrumar a band no hostel de El Chaltén e pela primeira vez tínhamos uma previsão de tempo ruim.. todos os próximos destinos estavam com previsão de chuva/neve..

 

Saímos umas 10:45 da manhã. O tempo mais ao sul estava encoberto e ventava frio.

 

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São pouco mais de 200 km de asfalto entre as duas cidades. Chegamos perto das 14h.

 

El Calafate é uma cidade bem completa! Muita infra estrutura! Belas lojas na avenida principal, muitos restaurantes, hotéis, comércio variado e bancos. É uma das portas de entrada pra patagônia por contar com um aeroporto internacional.

 

Antes de ir até o glaciar, precisávamos comprar o passeio, que eu já sabia, iria ficar pro outro dia por conta do horário. Nos dirigimos pra loja do único concessionário do Parque, a Hielo y Aventura. As agências de turismo vendem pacotes também de trekking, mas todas acabando utilizando os serviços da Hielo.. portanto, a mais barata é a Hielo.

 

São duas lojas logo na entrada da avenida principal, após a praça, uma em cada sentido da pista. -50.337864, -72.262134

 

Fomos muito bem recebidos, fechamos o passeio pelo valor de 1200 pesos e como estávamos de carro, íamos até o local por conta própria, mas também há opção de translado por mais 300 pesos. Importante: existe o valor de entrada no Parque Nacional de 250 pesos, que deve ser pago no ato da entrada do Parque.

 

Como o dinheiro já estava findando, e Calafate era uma das poucas cidades que teriam caixas fáceis, resolvemos sacar dinheiro. Nem cogite trocar real em Calafate, a cotação é ridícula.. 3.. 3,20.. nem o dólar estava bom, girando em torno de 14, 15 pesos.

 

Tentei sacar em 4 bancos diferentes e em nenhum consegui.. Então fomos procurar um lugar pra comer. Achamos uma lanchonete que servia PF. Comi bifes de carneiro com batatas fritas e refri, saiu em torno de 200 pesos. Dali fomos então procurar uma loja que fazia recarga de celular. Encontramos uma revenda e fiz uma de 50 pesos.. mas como Jean não tinha o papel com o número do celular dele, acabou não fazendo na hora.

 

Mais uma pendência era encontrar roupas de frio pro Jean. O que ele tinha levado não tava dando conta.. e como no outro dia iríamos pro Glaciar, onde a chance de chuva/neve era grande, precisava de algo mais garantido.

 

Acabamos voltando por onde comemos e do lado havia uma loja que alugava roupas. -50.337678, -72.264959

 

Jean provou alguns casacos mas não conseguiu levar porque estava sem documento na hora. Então reservou pra buscar depois, quando voltasse pra fazer a recarga do celular.

 

Outra coisa pra fazer era trocar o óleo da band.. já havia completado com 1 litro que tinha comprado a mais no Brasil, porém acabara. Não havia nenhum posto pra troca de óleo, se me lembro bem, só existiam 2 na cidade, um YPF e um BR.

 

Fui até um Lubricentro, um local que além de óleo, vende outros itens pra carros, mas a band não cabia na rampa.. complicado. Além disso, o litro de óleo tava custando quase 50 reais..

 

Acabei deixando pra pensar melhor no outro dia...

 

A última faina do dia era consertar o escape da band que tinha quebrado.. tava quase caindo, até amarrei ele por precaução kkk

 

Depois de muitas voltas pela cidade, encontrei um Taller Mecanico que fazia Soldadura. A oficina era especializada em escapamentos, e era incrivelmente organizada e limpa! -50.348300, -72.270819

 

Pedi pro rapaz soldar e se ficamos lá cerca de 1 hora, foi 1 hora dele falando dos super motores v8 americanos.. kkkkkkk

 

Qualquer coisa que eu dizia ele respondia algo e colocava o bendito v8 no meio da resposta.. era engraçado kkkk

 

O rapaz me cobrou 300 pesos, achei um preço justo. Ainda me deu garantia da solda! Disse que a solda não ia quebrar, o que podia quebrar era o meu silencioso kkkk

 

Depois voltamos ao posto para abastecer no YPF. Foram 750 pesos, 57,33 litros, 13,08 pesos por litro e o odômetro marcava 12040,3km.

 

Por último, encontramos um hostel poucas ruas acima da principal, nas coordenadas -50.340717, -72.264394.

 

Era pequeno, mas bem organizado, banheiros limpos e havia cozinha, além de wifi. Se não me engano saiu por 240 pesos com café da manhã.. ali no hostel conseguimos a informação de outro banco, que ficava a poucas quadras dali, um Santander. Fomos até lá e nesse eu consegui sacar dinheiro! A cotação saiu por 3,78.. um valor até bom. Lembrando que nesse mês foi aquela queda violenta do dólar, o que contribuiu pras conversões de saque. O banco está aqui -50.339833, -72.267088.

 

O desespero veio quando o banco debitou dois saques na minha conta, sendo que tinha feito só um! Logo mandei email pra gerente no Brasil.. o que só se resolveu quase 1 semana depois..

 

Ainda passamos no mercado, compramos algumas coisas pra fazer um lanche de noite.

 

Depois de colocar as coisas no hostel, eu fui fazer alguns apertos na band, algumas coisas frouxas por conta da trepidação das estradas.. enquanto isso Jean foi buscar a jaqueta na loja.

 

*A opção do hostel foi por conta da previsão de neve.. e o camping que havia na cidade estava custando 100 pesos, fica ao lado do YPF da cidade*

 

Depois de tudo feito na band, banho tomado, fui procurar o queijo e presunto que havíamos comprado no mercado.. mas alguém tinha pegado... coisas de hostel né? Acabei indo na esquina comprar uma hamburguesa e essa foi a refeição da noite.

 

Havia uma galera da França no hostel, entre eles um que havia conhecido o Brasil, conversei com ele um tempo e depois fui dormir.. aquela galera tava bebendo e fizeram uma puta zoeira de noite no hostel.. Jean não conseguiu dormir. Eu, como tinha tomado duas latas de cerveja, nem percebi kkkkkk

 

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Bom dia!

 

Excelente relato! Fiquei com vontade de fazer uma viagem assim tbm. :D

 

Uma dúvida, qual câmera vc usou pra tirar as fotos? Ficaram fantásticas!

 

Olá amigo!

 

Cara, eu uso uma nikon d5200 e levei 3 lentes, uma sigma 10-20, uma nikkor 55-200 e outra 18-55. Além da gopro hero4.. tem algumas aí até do meu celular meia-boca hehe

 

Abraços!

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