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Conhecer a exótica Índia e o místico Nepal era um sonho que habitava minha mente aventureira desde minha juventude. As dificuldades, todavia, eram muitas, pois odeio os pacotes de viagem, que além de caros, são restritos, com guias chatos, grupos totalmente heterogêneos e muitas vezes juntando pessoas de várias línguas diferentes. Assim, pretendíamos ir em viagem independente, mas as informações existentes eram muito restritas. Comprei o livro “Expresso para a Índia”, de Airton Ortiz, mas esse me assustou: falava de miséria, sujeira, calor absurdo, trens abarrotados, hotéis deficientes e tudo os mais que se pode imaginar para desestimular uma viagem em família. Todavia, como era fevereiro, e estava programando a viagem para maio, foi-me útil, pois me fez ver que a época seria imprópria, pelo que adiamos a viagem.

Somente alguns anos depois decidimos finalmente efetuá-la, já com maiores subsídios sobre como fazer a viagem e locais a visitar. Após muita pesquisa, concluí que a melhor forma de conhecer a Índia seria através de carro locado, com motorista. Busquei na internet até encontrar o site da Real Tours Índia, com o qual acertei a locação de um Toyota Innova, com sete lugares, por somente US 69 diários, com tudo incluído (motorista, combustível, pedágios, etc).

Chegando a Déli, estava nos esperando o irmão do agente, que nos levou ao hotel reservado, e no dia seguinte a um tour pela cidade, e ao final da tarde à estação de trem, de onde iríamos até Udaipur, economizando dois dias de viagem de carro. O agente iria nos esperar nessa cidade, e, como não havia pago nada ainda, meu receio é de que não aparecesse ou apresentasse um carro diferente do acordado. Mas compareceu, e com um veículo impecável e excelente.

Nosso roteiro, basicamente, previa um dia para conhecer cada cidade (facilidade proporcionada por um veículo com motorista, conhecedor dos locais), e outro dia para viajar. Seguimos para Jodhpur, passando pelo fantástico Kumbhalgarh Fort, e depois pelo templo jainista de Chaumukha, em Ranakpur. Pernoitamos em Jodhpur, que conhecemos pela manhã, seguindo à tarde para JAISALMER, na fronteira com o Paquistão, em pleno deserto de Thar. Possui o forte há mais tempo habitado no mundo, com mais de 1.000 anos, e onde vivem como naquela época. Trata-se do local que traduz a verdadeira alma do Rajastão, província dos lendários marajás.

Seguimos para BIKANER, que possui uma das maiores criações e comércio de camelos do mundo, e, como as outras cidades importantes da região, possui os belos palácios e fortes que abrigavam os marajás dominantes. Continuando, fomos até JAIPUR, a capital do Rajastão, onde foram filmadas as principais cenas da novela “ Pelos Caminhos da Índia”, com um belíssimo palácio, fortes e outras atrações.

Nosso destino seguinte foi AGRA, a cidade do Taj Mahal, o fantástico mausoléu escolhido como uma das maravilhas do mundo moderno, e depois KHAJURAHO, a pequena cidade que possui os 22 templos com esculturas eróticas feitas pelo extinto povo Chandella, há mais de mil anos. No caminho passamos, por ORCHHA, a cidade dos palácios, que, por não possuir uma fortaleza, foi dominada por incontáveis povos, ficando aqueles abandonados.

Em nosso roteiro original, a última cidade na Índia seria VARANASI. Situada junto ao rio Ganges, é a Meca do Induísmo, para onde afloram milhões de indianos, para se banhar e “purificar” nas poluídas águas daquele rio. Junto aos “ghats”, escadarias que dão acesso ao rio, efetuam cerimônias religiosas e inclusive a cremação dos defuntos, que assistimos ao longe através de um passeio de barco. A cidade é interessantíssima e conta com inúmeros templos hindus.

Seguindo a viagem, chegamos a LUMBINI, já no NEPAL, lugar onde nasceu BUDA, mas que não tem grandes atrativos turísticos, apenas espirituais, com muitos monastérios no local onde estão as ruínas do palácio onde Sidharta Gautama teria nascido.

No dia seguinte, enfrentamos o inferno de uma viagem através das montanhas do Himalaia, até KATHMANDU, capital do NEPAL, por uma estrada estreita, esburacada e com enorme e lento trânsito, levando um dia inteiro para fazer cerca de 300 km.

Kathmandu nos chocou inicialmente, pois, ao invés da Meca dos hippies dos anos 60, nos deparamos com uma metrópole desorganizada, poluída e muito pobre. Mas a visita a seus fantásticos tempos budistas e hindus, que continuam intactos, compensou a viagem, e seu centro é bonito e com boa estrutura turística. Visitamos, ainda, as milenares cidades de PATAN e BHAKTAPUR, hoje ligadas à capital, e que possuem igualmente belas praças ,templos e palácios.

Nosso roteiro previa a visita a uma reserva de tigres no Nepal, voltando a Déli por avião, de onde retornaríamos ao Brasil, mas nosso agente e condutor nos convenceu a retornamos à Índia de carro, já que de qualquer forma ele retornaria, e conhecer uma reserva indiana. Achamos interessante, pois economizaríamos as passagens aéreas, e aceitamos a sugestão. Passamos por Pokhara, o verdadeiro paraíso do Nepal, uma bela cidade, com grande estrutura turística, e um límpido lago onde refletem as imagens do monte Annapurna, com mais de 8.000 m. de altitude. Ela é o ponto de partida para alpinistas, montanhistas, e outras atividades, possuindo agências que oferecem vários tipos de pacotes, com trilhas que vão de 3 a 20 dias.

Mas o restante do percurso até o Korbett Park na Índia foi um martírio, com dois dias de viagem ininterrupta, e o parque não tinha nada, apenas elefantes , cervos e macacos; tigres, só vimos em camisetas.

Chegamos a Déli já no dia de nosso vôo de retorno, e o jantar de despedida oferecido pelo agente nos fez lembrar o o sofrimento com a culinária indiana ao longo daqueles mais de 20 dias: era pura pimenta!.

A viagem à Índia e ao Nepal é uma viagem em todos os sentidos: espacial, emocional, espiritual, e é verdadeiramente inesquecível. Após rodar por todo o mundo, conhecendo mais de 40 países, essa foi a viagem mais marcante de nossas vidas. Por isso, recomendo a quem quiser fazer a aventura, que a faça de forma independente, pois custará a metade do preço dos pacotes. Para maiores subsídios e inclusive sugestão de roteiros, recomendo ler o livro “Rodando pelos Caminhos da Índia e Nepal”, através do site “Biblioteca24x7.com.br”, que pode ser adquirido em volume ou lido de forma digital. Através dele, o viajante pode ter uma idéia geral dos países, do que conhecer, transporte, hospedagem, cuidados, roupas, comidas, época ideal, custos, etc.

  • 3 meses depois...
  • 4 anos depois...
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Achei bem interessante o roteiro e vou adaptá-lo à minha viagem. Farei agora esse trajeto India-Nepal entre janeiro e fevereiro de 2015.

Quantos dias durou esse trajeto??

 

Abs.

 

Caíque

  • 8 meses depois...

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