Membros Oliveira_BH Postado Março 6, 2016 Membros Postado Março 6, 2016 Steve McQueen, ator americano, no filme (adivinhem!) Le Mans disse: “when you’re racing, it’s life, anything that happens before or after is just waiting.” Tomo a liberdade de adaptar levemente sua frase e dizer "LE MANS, it's life, anything that happens before or after is just waiting.” Há poucas coisas que uma pessoa pode fazer tão cansativas quanto assistir a uma corrida de 24 horas. Há chuva, frio, escuro, você não come direito, obviamente não dorme direito... É uma maluquice, de verdade. Então, porque? Talvez por isso... Apesar de todo o cansaço, todas as dificuldades, todo o sono perdido ainda assim é fantástico, incrível, sensacional. Achei uma passagem razoavelmente barata pela Air Europa, com conexão em Madrid. Depois de uma experiência anterior um pouco tensa, fiquei com medo de voos com conexão, mas como estava bem mais barato, fui. Mas, para conseguir o preço mais barato tive que prolongar um pouco minha viagem, o que, apesar de gastar mais foi, claro, ótimo. Mas ainda assim ficaram algumas pendências... Na ida foi tudo tranquilo... NA IDA. Pesquisei um pouco sobre o Aeroporto de Madrid na internet para não ficar totalmente perdido, mas só fiz isso uma semana antes da viagem. Devia ter feito antes. Mas me achei sem muita dificuldade e a conexão foi tranquila. Cheguei em Paris pelo aeroporto Charles de Gaulle. Ano passado escolhi, não sei por qual motivo, ir até Paris de Roissybus. Só que durante a pesquisa que fiz uma semana antes da viagem, vi que na verdade a ligação de trem entre o aeroporto e Paris é mais barata, além de não sofrer com as dificuldades do trânsito carregado. Escolhi então ir de trem mesmo, pois além de tudo eu queria chegar em Paris pela Gare du Nord para facilitar, pois eu planejei uma passadinha em Londres. Comprei as passagens no site da SNCF, juntamente com as passagens para Le Mans na Sexta-feira (dia do Pitwalk e da Drivers Parade), não sem antes o site recusar meu cartão indefinidamente, tanto que, as passagens do fim de semana da corrida (ida no Sábado, 13/06 e volta no Domingo 14/06) tive que comprar através do site da Rail Europe, que cobra comissão! Pensei até em diversas teorias da conspiração sobre como eles identificariam cartões do exterior e não liberariam a compra para você ser OBRIGADO a comprar pela Rail Europe. Mas resolvi tentar fazer a compra no site da SNCF com o cartão de crédito de minha mãe emprestado. Com o cartão dela o site finalizou a compra. Mas dessa forma tive que levar o cartão dela comigo... Quase tudo esse ano foi mais tranquilo devido a já ter experiência, então foi fácil achar a estação do trem. Existe a opção de trem que vai direto até a estação Gare du Nord, sem paradas nos subúrbios de Paris, o que é o mais indicado. Tinham sobrado várias moedas da viagem anterior, e eu levei todas. Dei um jeito logo de cara de despachar elas na compra do bilhete do trem! Estava com medo de acontecer qualquer imprevisto durante o vôo e a conexão e eu perder o horário do Eurostar. Mas deu quase tudo certo. O único problema foi: Para retirar os bilhetes de trem comprados na internet nas máquinas automáticas, há uma opção especifica. EU MESMO postei um vídeo que eu achei no fórum, que o usuário Josue M. Nascimento postou originalmente, mostrando o funcionamento das máquinas automáticas. Mas eu, ACHANDO que era o foda, não dei uma REVISADA no vídeo. Resultado: Só consegui retirar as passagens com ajuda! C'est la vie... Além disso, tive indicações do pessoal aqui (especificamente do AdrianoLB), de que poderia ser arriscado portar um cartão de outro titular. Mas na hora do desespero de não conseguir usar as máquinas automáticas resolvi tentar e graças a Deus não deu nada. Imagina além de tudo ser preso porque estava com o cartão de minha mãe! kkk O planejamento para a passagem em Londres não foi lá grandes coisas, tanto que eu nem sabia que tinha uma hora de diferença entre Paris e Londres. Mas acabei conseguindo ver bastante coisa por lá. Sempre tive muito mais vontade de conhecer Londres do que Paris. Mas as circunstâncias me levaram a conhecer Paris primeiro... Andei até cansar em Londres, fiquei perdido, me achei, andei no famoso Underground, ouvi o aviso, Mind the Gap, tudo muito legal, mas... Andei tanto que acabei perdendo o horário marcado para a volta no Eurostar! kkk Sorte que quando cheguei na estação St. Pancras, diante da negativa da catraca em me liberar, eles me falaram para procurar o guichê e remarcaram minha passagem para o próximo trem sem maiores problemas. Deus tem um trabalhão tentando me proteger! kkk Cheguei em Paris após às 22:00 horas morto e ainda tinha que acordar cedo para ir para Le Mans, na sexta-feira, para o Pitwalk e a Drivers Parade. No Pitwalk, você vê o pessoal das equipes ralando pesado para montar mesmo os carros. Tudo quase completamente desmontado, e você imaginar que em pouco mais de 24 horas teria que estar tudo liberado para a largada... O bicho deve pegar... Além do Pitwalk tinha uma exposição com carros antigos FANTÁSTICOS, para quem gosta é coisa de outro mundo... Saindo do Pitwalk, começa a chover... Vai o cidadão vestir capa de chuva, blusa,, por a capa na mochila etc... Todo encapotado e até dar o horário da Drivers Parade, eu dei uma passadinha em um bar para tomar umas. Já meio bêbado fui para a Place de la Republique, onde acontece a Drivers Parade (Lembrando que Le Mans não é uma cidade tão pequena, O Drivers Parade é em uma sexta-feira, no centro da cidade, e todo mundo para vendo o desfile dos pilotos, é muito legal...) O horário foi passando e o tempo fechado de chuva foi se transformando em um belo sol de verão... Só que, lembrando, eu estava todo encapotado com capa de chuva e blusa de frio, mas, como estava no meio do povo, não tinha espaço para tirar a mochila das costas e tirar tudo e por na mochila, e se eu saísse eu perdia o lugar. O que aconteceu? Fiquei lá, embaixo do sol, com capa de chuva e blusa de frio, uma estufa, sauna! kkk Tive que sair antes de acabar, pois iria voltar a Paris (o hotel estava reservado lá). Mais uma vez cheguei já não muito cedo, morto e no outro dia iria ter que acordar cedo, para voltar para a corrida. Ainda bem que acho que o fuso horário me faz perder um pouco o sono, senão seria grande a possibilidade de eu perder horário! No sábado acordei novamente cedo, Chequei em Le Mans, fui logo para a pista ver a corrida, a tempo inclusive de ver os carros que andam na pista no Warm-up. Só clássicos! Mas antes tive que passar no Carrefour e comprar alguns suprimentos básicos (água, batatas fritas daquelas de tubo, bananas, para evitar ter qualquer problema de diarreia (me disseram que é bom!) e chocolate, caso a glicemia baixasse, por ficar muito tempo sem comer! ALIMENTAÇÃO BALANCEADA! Kkk). Pensei em comprar uma barraca também, mas tinha acabado! Torrei no sol, e depois fui andar pela pista (ia de um lugar a outro, parava umas horas, tirava umas fotos, ia para outro lugar), o que só terminou próximo das 04 horas da madrugada! E então eu tive uma MARAVILHOSA IDEIA e resolvi um grande problema sobre uma forma de dormir em Le Mans: Eu não dormi! Simples. Só dei um cochilo na arquibancada já na manhã de Domingo. A chegada eu vi da reta dos boxes, mas como estava muito cheio não consegui tirar muitas fotos. No fim, apesar de cansado, esperei para que liberassem os portões para a galera entrar na pista e ver a cerimônia do pódio na reta dos boxes. É muito legal ver o mar de gente lá... Na segunda feira, fui, finalmente aproveitar o tempo para visitar as atrações de Paris. Além disso resolvi dar umas voltas nas lojas de discos de vinil de lá. Perfumes!? Pff... Saí quase na hora do Check-Out, afinal agora não tinha nada marcado mais, podia (e devia!) acordar tarde. Andei pouca coisa. Fui do hotel, na Rue de la Croix Nivert até a Torre Eiffel a pé. Estava cheio lá, então resolvi ir andando pela margem do Rio Sena até a Place de la Concorde, de lá atravessar o Jardin des Tuileries até a pirâmide do Louvre (não tinha a intenção de visitar o Louvre, talvez na próxima). De lá fui até Notre Dame (ainda a pé). Estava muito cheio também e resolvi seguir em frente. De Notre Dame peguei o metro e fui procurar as lojas de discos de Vinil. Fui até próximo a Montmartre, onde tinha uma indicação de Loja do site Paris Lado B (aqui) (além de uma loja de cervejas que acabei não procurando (aqui) ), mas era Segunda-feira e depois descobri (não tinha pesquisado direito) que a loja não abre às Segundas. Próximo à área achei uma Lan House e entrei para procurar no Google lojas de vinil (percebam que era de grande importância eu dar uma olhada em uns discos por lá! kkkk). Resolvi ir até algumas que escolhi aleatoriamente: uma próximo à Place Pigalle (Rue Gèrando – Vinyle Paris), outra chamada Monster Melodie (adorei o nome!) próximo a Les Halles, e outras na Rue des Ecoles (Crocodisc e uma outra que esqueci o nome). Partindo da Lan House próximo a Montmartre fiz todo o caminho a pé (!!!). Esperava achar coisas mais baratas por lá. Os discos são todos MUITO CAROS!!! Mesmo assim acabei comprando algumas coisas. Chegando na última loja, que parecia a melhor (Crocodisc) já estava fechada. Resolvi voltar no dia seguinte, que era o meu último dia em Paris. Após a busca pelos Vinis, peguei o metro (chega de andar a pé!) e voltar até a Torre Eiffel. Chegando, estava com uma fila razoável, então resolvi, FINALMENTE, subir a merda da torre! Kkk Final de tarde, peguei tanto a parte do dia como a noite. Inicialmente subi até o “primeiro andar” somente, e iria esperar anoitecer, tirar umas fotos e descer, mas chegando lá, olhei para cima, vendo o alto da torre tão perto... Resolvi, apesar de não ser o mais barato, comprar o ingresso para subir até o topo, e lá esperar até anoitecer. Demorou ainda a anoitecer, estava BEM frio, mas o visual valeu a pena. Fiquei meio bravo na descida, pois estava com uma sacola com dois discos, e na confusão para pegar o elevador, achei que algum FDP tinha amassado meus discos. Quando cheguei lá embaixo conferi e estavam inteiros (ainda bem!). No caminho até o metro peguei uma Heineken de um ambulante, curti a caminhada e me encaminhei para o hotel. No dia seguinte, sai do hotel cedo, com a intenção de visitar as Catacombes de Paris, mas no horário em que cheguei inicialmente estava fechado (e muito longe do horário de abrir, e quando voltei, já mais tarde estava MUITO cheio. Ficou para a próxima. Das Catacombes fui para Notre Dame (de metro), e lá, estava muito cedo então entrei dentro da igreja e deixei para subir nas torres mais tarde, no horário que já estivesse aberto (claro!). Nesse tempo resolvi voltar ao hotel, fazer o check out, e na volta passei primeiro na Crocodisc, que ainda estava fechada. Tive que fazer uma hora, até abrir, e lá comprei mais uns discos. Após fui para Notre Dame novamente, e lá apesar de estar cheio, resolvi enfrentar a fila para subir. A visão é tão fantástica quanto a da Torre Eiffel. Após, fui para a Gare du Nord e pegar o voo até a Espanha e de lá de volta para o Brasil com a Air Europa, mas não sem um pouco de emoção. Costumo (apesar de não ser muito aconselhável) comprar voos partindo de São Paulo, pois acredito serem mais baratos, e, separadamente, comprar os voos de BH para São Paulo e volta. O ideal é que haja um bom tempo entre o horário previsto para chegada em São Paulo e o horário do voo de volta a Belo Horizonte, pois em caso de imprevisto, a companhia aérea que atrasou não tem nada a ver com a perda do meu voo subsequente (comprado separado). Mas isso gera um tempo de espera às vezes grande em GRU e isso, após muito tempo de uma viagem que embora prazerosa, é muito cansativa. Levando isso em consideração, decidi tentar diminuir meu tempo de espera em GRU dessa vez. Marquei um voo de volta a Belo Horizonte com, salvo engano, duas ou três horas de diferença entre o horário previsto de chegada em GRU e a saída do voo para BH. Mas a Air Europa não ia me deixar tão tranquilo, claro! Chegando em Madri, o voo atrasou MUITO, não sei exatamente o tempo, mas sei que fiquei BRAVO (para evitar palavras piores) e graças a DEUS que chegando em GRU deu tempo de correr e pegar meu voo para BH por que se eu perdesse meu voo, não conseguisse remarcar e tivesse que voltar para BH de ÔNIBUS... Não ia ficar bonito. A loucura não para... Durante a elaboração do relato usei os textos abaixo como inspiração e como base de pesquisa sobre a frase de Steve McQueen: http://flaviogomes.grandepremio.uol.com.br/2008/11/ultimo-pingo/ http://continental-circus.blogspot.com.br/2011/03/entrevistas-2011-lendro-verde-kojima.html Citar
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