Membros leandrocte Postado Fevereiro 10, 2016 Membros Postado Fevereiro 10, 2016 INTRODUÇÃO Há tempos vinha sondando fazer uma travessia que fosse mais ao norte do Espinhaço, região que eu ainda não conhecia. Fuçando a internet e brincando no Google Earth, decidi fazer a travessia Lapinha x Extrema, distrito de Congonhas do Norte, município que dista 50km a norte de Conceição do Mato Dentro. Com a proximidade do feriado de Carnaval de 2016, a vontade de fazer a mesma aumentou. Chamei algumas pessoas, mas a maioria não podia por já ter outros compromissos. Chamei o Ivan que eu já conhecia dos Mochileiros BH e a Ana Paula, sua namorada, que eu também já conhecia do mesmo grupo. Acertamos os detalhes e eles animaram. Aos 45min do segundo tempo, uma garota que eu não conhecia pessoalmente, só pela internet, a Glauciane, animou também. Assim, a trupe para essa travessia estava formada. Passagens de ônibus compradas e lá fomos nós pular nosso “carnaval”. 1º DIA – Sábado – 06/02/16 O primeiro dia de carnaval reservamos apenas para deslocamento até Lapinha da Serra. Marcamos nosso ponto de encontro e logo vi a Glauciane. Pouco depois, o Ivan e a Ana chegaram. Tomamos o ônibus da Saritur para Santana do Riacho às 15:15min na rodoviária de Belo Horizonte e lá fomos nós. Já no embarque do ônibus, o Ivan chamou minha atenção mostrando que outros mochileiros estavam embarcando no mesmo veículo, o que seria ótimo para nós mais tarde. Viagem tranquila, sem trânsito, parada rápida em São José de Almeida para esticar as canelas e antes do sol se por, chegamos a Santana. Desembarcando, um casal mochileiro vem até nós e nos pergunta se estamos indo para Lapinha. O cara era carioca e a menina, da Holanda. Logo depois, outro casal, que também estava no ônibus, se aproximou de nós informando que eles e mais 3 pessoas ali também iriam para Lapinha. Combinamos de procurar um meio de transporte até lá, mas, antes, resolvemos tomar uma cerveja porque, afinal, era Carnaval... rs. Como já havia passado por isso antes, resolvi dar uma volta pela cidade e vi um caminhão estacionado. Me aproximei, me indicaram onde achar o dono do caminhão e fui conversar com o cara. Expliquei a situação e ele concordou em nos levar até Lapinha com cada um pagando 10 reais (como éramos 11 pessoas, garantimos a cerveja de carnaval do cara). Corri para avisar o pessoal, que ainda estava no bar do ponto final do ônibus, e imediatamente todos concordaram em ir até Lapinha no caminhão. Voltei, chamei o cara e o mesmo estacionou nosso “taxi” para que embarcássemos. Todos na carroceria, lá fomos nós felizes da vida até Lapinha, rindo e falando bobagens como se todos ali se conhecessem. Entre risadas, chegamos a Lapinha e cada grupinho foi procurar onde ficar. Estávamos receosos em não achar lugar para acampar, pois era feriado e lá deveria estar cheio, mas, para nossa surpresa, o vilarejo estava vazio para um carnaval. Ótimo pra nós. Fomos ao Camping do Breu, que eu já conhecia, combinamos com a moça e decidimos ficar por lá por uma noite. Ajeitamos nossas barracas, tomamos um merecido banho (a poeira que levamos em cima do caminhão foi demaaaaais) e saímos para comer algo. Antes, encontramos um camarada chamado Vandir e conversamos com ele sobre a possibilidade dele nos transportar por parte do caminho no dia seguinte (depois explico isso). Comemos nosso feijão tropeiro e sanduíches, tomamos algumas cervejas (menos a Glaucia, que só bebia Coca-Cola mesmo) e voltamos ao camping para dormir bem e acordar logo cedo no domingo. 2º Dia – Domingo – 07/02/16 A madrugada foi impressionante. Ventou bastante e como o camping tem muitas árvores, o barulho foi tremendo. Acordei umas duas vezes pensando que estava chovendo. Na verdade, cheguei a sonhar que estava caindo um temporal devido ao barulho. Mais tarde, a Glaucia me contou que pensou a mesma coisa. Felizmente foi só impressão mesmo. Levantamos cedo, ajeitamos as cargueiras e fomos até a casa do Vandir. A questão é a seguinte: os primeiros 5km da travessia, saindo de Lapinha, passando pelo “cotovelo” da estrada e chegando até a porteira de uma fazenda, é toda feita em estrada de terra mesmo. Com toda a poeira, eu não estava nem um pouco a fim de caminhar nessa estrada. Além disso, sabíamos que o limite para entrar na fazenda para acessar a cachoeira do Bicame, que estava em nossa rota, era de 30 pessoas por dia e por ser carnaval, pensamos em ir cedo mesmo e não correr risco de não entrar lá e ferrar a travessia. Como achamos esse cara, ele cobrou 10 reais de cada um para nos levar até a porteira. Caro, já que a distância era pouca, mas como não queríamos engolir poeira, concordamos. Encontramos com o cara, embarcamos em seu jipe e lá fomos nós até a fazenda. Papo vai, papo vem e chegamos à fazenda. Nos despedimos e, assim, às 07:30min começamos a travessia. O caminho para essa travessia era bem simples, sem confusão e até com placas indicativas feitas por grupos de ciclistas. Há uma história interessante que eu já havia lido na net e confirmei com pessoas que conversei nesta viagem: na década de 80, o prefeito de Congonhas do Norte tinha uma amante em Santana do Riacho. Já o prefeito de Santana tinha terras pro lado de Congonhas. Como o prefeito de Congonhas, pelo jeito, estava enfeitiçado pela a amante e a distância entre os municípios era longa, já que tinha de passar por Conceição do Mato Dentro, o prefeito simplesmente mandou as máquinas da prefeitura abrir uma estrada entre os dois municípios passando por sobre a Serra do Espinhaço no sentido Oeste-Leste. O prefeito de Santana permitiu a estrada entrar em seu município porque seria mais fácil para o mesmo chegar até suas propriedades do outro lado do Espinhaço. Assim, a estrada foi aberta e, ao que parece, o prefeito de Congonhas do Norte se divertiu bastante com a tal amante. Em “homenagem” aos mesmos, o nome da estrada se tornou “Transamante”. Desde o final dos anos 90 a estrada é interditada para veículos (só os poucos moradores locais podem transitar por ela usando carros). canastra.zipSDC11927.JPG[/attachment]' alt='attachment]'> SDC11968.JPG[/attachment]' alt='attachment]'> Um observação: essa travessia foi feita em fevereiro logo após as chuvas. Em outras épocas do ano, como pouca água, aconselho a acampar no riacho que descrevi por onde passamos e não neste lugar pois o riacho deve praticamente secar. 3º Dia – Segunda – 08/02/16 Amanhecemos para o segundo e último dia de travessia. Estava um friozinho gostoso e abri minha barraca esperando ver neblina para todo lado, como estava no dia anterior, mas para minha tristeza, o dia já amanheceu claro! Levantamos e preparamos nosso lanche de início do dia. A Ana só funciona depois de tomar café, então ela aproveitou para fazer seu líquido sagrado antes da gente sair. Desarmamos nossas barracas, recolhemos nossas tralhas, lanchamos, verificamos se nada estava ficando para trás e começamos a andar, nos despedindo daquele lugar aconchegante onde passamos a noite. http://pt.wikiloc.com/wikiloc/view.do?id=12232183 Citar
Colaboradores Hélio Jr1502432675 Postado Março 15, 2016 Colaboradores Postado Março 15, 2016 Que beleza, Leandro! O Espinhaço e seus infinitos caminhos... Já salvei seu track, futuramente penso em fazer um circuito por aí, quem sabe uns 10 dias de caminhada, entre Lapinha, Extrema e Fechados. Por enquanto tá só no pensamento, mas desde já queria saber: vc falou que em Extrema tem dois comércios, né, então é de boa chegar lá depois de uns dias caminhando e comprar um biscoito, uma massa de macarrão e coisas assim, né? Minha ideia é usar os vilarejos como ponto de apoio, pra não ter que levar comida pra toda a caminhada. Desde já agradeço! Abraço! Citar
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