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[Arquivo] Roteiro de moto: Natal-Lencóis Maranhenses-Transamazônica-Jalapão


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oi edinho, oi nido, oi neto!!!

finalmente consegui descobrir como fazer para enviar mensagens por esse site.

cheguei em mauá na sexta-feira passada e o final da viagem correu tudo bem, o unico inconveniente é que no mato grosso estávamos acostumados com calor e chegando em S.P. eu peguei chuva e frio.

quando vocês chegarem a natal, não esqueçam de tomar uma cerveja por mim.

um abraço

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Olá, pessoal!

A odisséia dos três mosqueteiros, após trinta dias, chegou ao fim.

No dia 1º de outubro, ao meio dia, chegamos. Foram 10322 Km. Destes, cerca de 3000 Km de estradas de chão sem conservação.

Vamos aos detalhes finais.

Saímos de Santa Helena direto para Ponte Alta do Tocantins, portal de entrada do Jalapão. Lá, abastecemos as motos, enchemos umas garrafas pet de gasolina e entramos no Jalapão. O caminho está relativamente fácil. Só cascalho e pedras soltas.

Dormimos na entrada das dunas, na casa da senhora que controla a entrada do pessoal. O local é o mais simples que pode existir. Mas a hospitalidade é grande. Tomamos umas cervas escutando as histórias de onça da região. Foram tantas histórias que resolvi armar a minha rede bem alta. Poderia morrer da queda, mas nunca pela onça.

No assunto pernoite, houve um espanto da nossa parte. A senhora cobrava 10 reais para armarmos a barraca e dormir os três. Como preferimos as redes por ser mais ágil, no dia seguinte a senhora cobrou 24 reais pelo uso do singelo espaço ocupado. Achamos uma exploração e um pouco de má fé. Ela não disse antes que cobrava tanto.

Duas coisas que observamos no Jalapão: paga-se 5 reais por pessoa para ver qualquer coisa interessante. E o grande deserto, demográfico, que é a região.

Estando em Mateiros, no centro, anda-se centenas de Km em qualquer direção sem encontrar uma pessoa sequer. A imensidão da chapada faz nos sentirmos grãos de areia em movimento. O grande desafio da região é ter autonomia e auto controle para cruzá-la.

Edinho/Nido/Neto.

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Continuação.

Após o Jalapão, cruzamos o Piauí até Teresina.

Como estávamos com pressa, resolvemos andar um pouco à noite, já que a estrada era muito bem sinalizada. Resultado: após 20 Km, a moto de Neto quebrou a corrente e, a emenda reserva que tínhamos, não deu certo. Tive que rebocá-lo até o próximo posto. Onde chegamos de madrugada. Mas sem problemas.

No dia seguinte consertamos a moto e dormimos na casa do Flamel, como já informei.

Edinho/Nido/Neto.

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Grande Flamel,

 

Como vc deve saber, estamos em casa. Sãos e salvos, graças à Deus.

Mas tem detalhes interessante do capítulo final.

 

Como fizemos cerimônia e, não aceitamos o pneu que vc nos ofertou, nos demos mal.

Quando descíamos a serra de Tianguá, o pneu da moto de Nido furou. O "ônzimo". Deu para continuar a descida e, lá embaixo, consertamos.

Aí vimos a besteira que fizemos em não aceitar o pneu.

Resolvemos ir para Sobral comprar pneus.

Chegando em Sobral, fomos direto para o lixão da cidade procurar os pneus. Era o local mais adequado para o saldo do nosso caixa.

Neto e Nido, os mais fragelados, não que eu também não estivesse, encontraram dois. Daqueles que o borracheiro reabre os sulcos. Precisava ver a alegria dos dois com aqueles "Michelim semi novos"[:D][:D][:D].

O meu pneu estava tão liso que podia ver a parte interna do aro com as cabeças dos raios e tudo[V]. Mas ele tinha que chegar a Natal!

Uma vez de pneus novos[:D], preparados para seguir viagem, fui comprar um presentinho pra Cláudia. Podia chegar sem pneu, mas sem um presente, seria o fim das próximas viagens[:D].

Edinho/Nido/Neto.

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Aê, galera!!!

 

Grande, Edinho!!

Que boa notícia essa de que chegaram todos bem aí em Natal!!

 

Rapaz. O que é que houve com os pneus de vocês?? Quando da nossa viagem, não tivemos um problema sequer, mesmo de pneu furado. Imagino que o terreno que vocês passaram, com pedras e cascalho possa ser o motivo. Não sei também, se optaram em ir com os pneus de cravo, como chegamos a conversar no nosso primeiro papo por telefone...

Enfim, meus parabéns a vocês 3, pela conclusão do projeto. Não é para qualquer um, meu irmão!!!

 

Grande Flamel!! Faço das suas palavras, as minhas. Tá difícil te achar, cara. Deve estar faturando milhões por aí... [:D]

Cheguei ontem de Santos (de moto, claro). Amanhã de madrugada estou saindo para mais uma viagem de trabalho, mas procurarei ficar ligado aqui e no MSN, nos finais de tarde, tá certo??

 

 

Fredo

P.S. estive pensando melhor e cheguei a conclusão de que os pneus podem ter sido constantemente injuriados, ao passar por cima de tampinhas de garrafas e latinhas potiagudas durante o trajeto... [:I][:D][:D]

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Grande Fredo!

É muito bom saber suas opiniões!

Estou te deveno muitas respostas. Vc sabe como é difícil postar em viagem.

Mas vamos lá:

Não sou um grande degustador de cerva, não. Mas as más companhias(Neto/Nido) pôe a gente na perdição. Aí, como sou o redator oficial, sou obrigado a divulgar o alto consumo de cerveja. Mas covenhamos, meu irmão, não tem nada melhor que uma loura gelada para tirar aquela poeira da 163.

O problema é que a Transamazônica tem muito mais poeira. E o Jalapão? A poeira de lá gruda tanto na garganta que, quando terminamos de fazer a limpeza, é quase madrugada. Tem também o problema do nordeste. Que não tem poeira mas tem calor. Aí precisamos refrigerar a garganta. Não é Flamel?

Mas já estou me regenerando.

Quanto aos pneus, fomos com os de cravo mesmo. O problema, além das tampas, latas pontiagudas e cacos de garrafas, é que parece que eles eram imantados. Atraiam pregos que era uma beleza. Parece até que só andávamos no lixo.

E eu não contei que depois de Tianguá, Neto também furou o traseiro. O pneu, é claro!

Foram 12 pneus furados e 25 tombos. Se olharmos para estes números, parece que a viagem foi complicada. Mas foi só alegria!

Abraço,

Edinho/Nido/Neto.

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Olá,Pessoal!

Mais detalhes da reta final.

Precisando de grana para pagar o presente, resolvi ir ao banco ver se alguém tinha feito um depósito indevido na minha conta. Estava disposto a fazer esse alguém se arrepender da falta de atenção.

A senhora da loja, com interesse em agilizar a venda, pediu para um rapaz me levar até o banco. Como estava com todos os equipamentos de proteção, aceitei a carona na garupa da moto do camarada.

Passamos lentamente defronte ao banco, e pedi para o rapaz estacionar a moto adiante enquanto eu fazia o saque. Com cartão, é claro.

Não conseguindo sacar a grana, o alguém não foi desatento, e o banco não era filiado à rede 24 horas, voltei para a moto, onde começou a maior aventura de minha vida.

Havia dois policiais com uns revólveres tamanho GG, que os canos pareciam cabos de vassoura prateados, apontados para minha cabeça. Sem entender nada, obedeci à ordem de encostar na parede e por as mãos na cabeça. O policial queria que botasse as mãos na cabeça e entrelaçasse os dedos. Mas ele disse: mãos na cabeça e cruze os dedos. Como não tenho experiência na arte de ser abordado por policiais, coloquei as mãos na cabeça e cruzei os dedos como se cruza quando fazemos uma torcida. Era uma cena tragicômica! Aí pensei: se é para cruzar os dedos, é porque alguma coisa pode dar errado. Então me lembrei do brasileiro "confundido" com terrorista em Londres. O medo virou pânico.

O policial tinha tanto medo de mim que mal se aproximava. Ele revistando todos os bolsos da minha roupa, perguntava:

-Por que vc tem tantos bolsos?

Eu explicava.

- O que vc tem escondido nas pernas?

Eu dizia que eram joelheiras.

- O que vc tem escondido nas costas?

Eu dizia que era uma mochila de hidratação, que era água.

- Pra que estes comprimidos?

Eu respondi que era para curar as dores da queda da 163.

- E essa cachaça? Anda bebendo cachaça de moto?

Eu disse: Não . Só bebo cerveja, e de noite. E a cachaça é culpa de um amigo que me deu.

Mas não delatei vc não, viu Flamel?

O interessante, foi que quando eu perguntei o porquê daquela abordagem, ele me disse que era porque eu estava muito "enfeitado"

.

Como ele nada achou de suspeito, relaxou e me disse:

-Vc se arriscou muito. Anda com uma pessoa que não conhesse. Numa moto sem documento. Passa olhando para um banco, entra e o motociclista fica esperando de capacete. E pra completar, entra no banco atrás dos policiais que levavam uma remessa de dinheiro.

Acho que tive sorte. Se fosse época junina, e alguma bombinha fosse estourada, eu seria metralhado.

Ainda bem que nesse dia, a polícia de sobral foi mais eficiente que a de Londres.

Devo destacar que , em nenhum momento, fui maltratado ou tive meus direitos de cidadão desrespeitados.

Mas que foi constrangedor, ver o comércio e o trânsito parados para verem a cena, foi.

O pior foi que um engraçadinho havia colado na minha frente, um daqueles adesivos que diz: sorria, você está sendo filmado.

Depois de tudo esclarecido, os policiais me pediram dicas de pilotagem. Parece que andaram comprando terreno com as motos da polícia.

Como lição, aprendi o seguinte: equipamentos de proteção para fora-de-estrada podem salvar a nossa vida nas trilhas. Mas perto de um banco, podem fazer a gente conhecer o Criador mais rápido.

 

Edinho.

 

P.S.

Enquanto corria risco de vida, Nido e Neto tomavam sorvete próximo da borracharia.

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Grande Edinho, como fiquei feliz em saber que já estão no consolo do lar curtindo a familia. Gostaria de parabeniza-los pela bela aventura e pode ter certeza que vai ficar na história. São coisas que a gente conta para resto da vida. Parabens mesmo para este trio fantastico. Quero que saiba que minha casa estara sempre aberta para vcs.

Pelo seu relato final, acho que os últimos 1000 km foram mais agitados que os outros 9.000 mil. Mas graças a nosso bom Deus tudo saiu bem no final. Com relação aos pneus, achei que foi muita coragem viajar com aqueles carequinhas, até ponta de cigarro furaria. Ainda bem que deram jeito.

Para finalizar deixo aqui meu abraço aos três desbravadores e que Deus ilumine a todos nós nas próximas loucuras.

 

[Dance][:P]Estou com um peso danado na consciência de lhe ter dado a cachaça. Não tenho culpa se resolveu levar no bolso para matar a sede na estrada[:D][:D][:D], depois diz que só bebe cerveja....[:D][:D]

 

Valeu parceiro, abraços e me aguarde, qualquer hora desta apareço por aí..........

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Destemido, Nardo!

 

Que bom que sua chegada também foi tranqüila!

A gente, como vc sabe estava sem capa de chuva. Mas São Pedro ajudou e não caiu uma gota d'água sobre nós. Mas lá em Santa Helena, choveu no dia seguinte a sua saída. Tanto que até adiou a nossa saída.

E aí, qual será a próxima aventura?

Seja para onde for, inclua Natal no roteiro. Aqui vc terá um apoio igual aquele de Santa Helena.

Um abraço, e não deixe de dar notícias.

Edinho.

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Grande amigo, Edinho!!

 

Obrigado pelas explicações.

Mas, sério mesmo. Se fosse eu no seu lugar, com o calor do Norte/Nordeste, aquele poeirão, e principalmente, com estas "más companhias", não dava mesmo para ficar imune, né?? [:D][:D]

Tenho certeza de que você tomava todas apenas para não ser indelicado com o Neto e o Nido... [:I][:I]

 

Rapáh!!! Que susto aquela situação com a polícia, heim??

Se tivesse me acontecido uma dessas, acho que sairia perguntando:

- Sangue fede??? Então, estou ferido... [xx(][:I]

Mas, fica mais uma estória daquelas pra se guardar na memória e dar umas boas risadas (depois que passou, lógico) para o resto da vida...

 

Tô na área. Um abraço

 

Fredo

 

Obs: tem que tomar cuidado com essas cachaças do Flamel, brother!!

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