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Conferência discute biodiversidade da Antártica


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:arrow: FONTE: O GLobo

http://oglobo.globo.com/ciencia/mat/2009/10/02/conferencia-discute-biodiversidade-da-antartica-767878660.asp

 

[align=Justify]RIO - A biodiversidade no fundo do mar na Antártica - uma das regiões mais inexploradas do planeta e também das mais afetadas pelas mudanças climáticas - é mais alta do que se imaginava, chegando mesmo a ser mais rica do que em algumas áreas de recifes de corais. O fato, pouco conhecido, vai ser discutido, nesta sexta-feira, durante a conferência itinerante Polar Palooza, que, depois de passar por Porto Alegre e São Paulo, chega ao Rio, reunindo pesquisadores brasileiros e internacionais, na Casa da Ciência, da UFRJ

 

- Foram registrados recentemente mais de 15 mil grupos diferentes de organismos marinhos naquela região - explica a pesquisadora Lucia Siqueira Campos, da UFRJ. - Diferente do que se imaginava, ali existe uma biodiversidae marinha muito elevada, às vezes tão ou mais rica do que em áreas de recifes de corais. Durante o evento, vamos apresentar um vídeo feito por um pesquisador australiano, a 800 metros de profundidade, durante o Censo da Vida Marinha, que revela a impressionante quantidade de organismos no fundo do mar na Antártica. Esse fato está mudando a forma como encarávamos a região.

 

Durante o evento, que é aberto ao público e celebra o 50º aniversário do Tratado da Antártica, vão ser mostrados os avanços nas diversas áreas de pesquisa realizadas na região.

 

- Existe um grupo de pesquisadores brasileiros estudando as substâncias que animais como os pinguins e focas produzem para se proteger das radiações ultravioleta - conta Lúcia. - Eles querem saber se é possível isolar e reproduzir essas substâncias e usá-las para criar protetores solares especiais, que possam ser usados por trabalhadores no campo e nas áreas costeiras.

 

O impacto do aquecimento global naquela região também vai ser discutido no evento, principalmente em relação ao seu efeito no clima do planeta, como explica o glaciólogo Jefferson Simões, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que recentemente liderou a expedição Deserto de Cristal, a primeira pesquisa brasileira no interior do continente congelado.

 

- Fala-se muito na relação entre Amazônia e o clima, de forma quase mítica, mas a Antártica também é muito importante para a regulagem do clima no planeta. Afinal, o sistema climático é contínuo. Não existe uma região mais ou menos importante. O que ocorre nas florestas boreais, por exemplo, também vai afetar o clima mundial.

 

Segundo o pesquisador, o Brasil quer ir, literalmente, mais fundo no estudo das mudanças climáticas a partir dos dados obtidos no gelo da região. Um estudo recente revelou que as atuais concentrações de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera são as maiores já registradas nos últimos 2,1 milhões de anos. Para medir isso, são feitos os chamados testemunhos do gelo, obtidos em lugares como a Antártica. O ar contido nesse blocos de gelo oferece uma amostra perfeita da concentração desses gases. Mas o máximo de tempo alcançado através deles foi de 800 mil anos.

 

- Mas já existe um projeto, de um consórcio internacional, do qual o Brasil faz parte, que busca atingir o gelo de 1,5 milhão de anos, que nos forneceria dados ainda mais precisos sobre essa concentração. Seria, possivelmente, o gelo mais antigo que poderíamos encontrar.[/align]

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