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Dia 1

Partimos de Garibaldi às 6:00 da manhã do sábado com destino a Rodoviária de Muçum, onde deixamos o carro e pegamos um ônibus às 7:50 em sentido para Guaporé, chegamos às 8:50 na cidade. Dica: Peça para descer no trevo de Guaporé, que o trilhos estarão à uns 50 metros a esquerda.

Descemos e nos preparamos para uma possível chuva, pois o tempo não estava nada firme. Iniciamos nossa caminhada às 9:00 em sentido a Muçum. Logo na estação de trem, encontramos um pessoal trabalhando nos trilhos, e perguntamos qual seria o horário do trem, mas para nossa felicidade, fomos informados que devido as chuvas no sábado não passaria, sendo que no domingo não tinham essa certeza.

Então fomos um pouco mais tranquilos para passar pelos túneis e viadutos. Após 1 hora de caminhada chegamos ao primeiro túnel dos 23 que passaríamos. Os primeiros túneis tem placas indicando a extensão, mas a grande maioria deles não tinham essas informações, aí era uma surpresa de túneis bem grandes com 20 à 25 min de caminhada numa completa escuridão.

Depois do sexto túnel sabíamos que chegaríamos ao viaduto vazado da mula preta. Encontramos diversos bichos mortos nos trilhos, uma cobra que perdeu a cabeça e deu o azar de atravesar os trihos bem na hora do trem e um lagarto. E dentro dos túneis, um porco e um urubu.

Também uma cobra verde, de porte pequeno, tomando sol. Além disso muitos não tem consciência e deixam lixo pelo caminho, latas de cerveja, pacotes de bolachinhas, garrafas plásticas e embalagens diversas.

Chegamos ao viaduto da mula preta,depois de umas 4 horas de caminhada. A minha namorada, a Jô, atravessou sem parar, caminhando devagar mas sem parar… Já eu,

dava 3 ou 4 passos e parava, com um pouco de vertigem e bem nervoso. Chegando do outro lado a recompensa seria o almoço, no caso seriam sanduíches e de sobremesa barrinha de cereal. Paramos aliviados por termos atravessado, mas não sabíamos que havia mais dois viadutos vazados pelo caminho, não mencionado em nenhum relato lido.

Almoçamos, descansamos, rimos e partimos para meta do dia que seria chegar até o viaduto 13.

Caminhamos mais umas 3hs e meia e às 5:00 da tarde logo após o túnel de número 13, achamos na direita um lugar perfeito para acampar (pois não há muitos locais). Era um local aberto, onde outras pessoas já haviam acampado, pois tinha resquício de fogueira, troncos de árvores para sentar, e novamente muito lixo. Recolhemos o lixo que esse iríamos levar conosco e organizamos as coisas. Enquanto a Jo preparava um delicioso jantar, massa com atum, acompanhado de um vinho (não muito bom, porque comprei nas pressas no dia anterior) e de sobremesa, chocolate, eu pegava lenha para fazer o fogo que a noite estava se aproximando e começava a fazer frio.

Devido a dificuldade do terreno,a Jo por não estar com calçado adequado para a trilha que é um boa bota, estava com dor no pé direito e mancava um pouco. Então fica a dica, NÃO VÁ DE TENNIS.

Depois de uns minutos já tínhamos um belo fogo para nos esquentarmos e uma bela janta enquanto víamos o por do sol. Jantamos, conversamos, rimos, alimentamos a fogueira por 2 horas, a noite estava estrelada, com lua crescente, muito bonita e agradável, às 9:00 da noite fomos dormir.

Estávamos tão cansados de 8 horas de caminhada, tirando intervalos para lanches e fotos, que dormimos em 1 minuto… talvez 2.

No meio da noite acordamos com um barulho muito alto, que num primeiro momento achei que estávamos sendo abduzidos por ETs, num segundo momento que algo ia passar por cima da barraca, num terceiro entre tentar ligar a lanterna, abrir a barraca e gritar o que é isso, fui informado que era o trem, quando deitei novamente meu coração batia com certa velocidade, ficamos deitamos escutando o som dos vagões passando por vários e vários minutos. Bom, sabíamos que a ferrovia estava liberada e que no outro dia poderíamos nos encontrar com algum trem dentro de algum túnel ou viaduto.

Em seguida do trem passar, dormimos novamente.

Dia 2

Achei que como tínhamos dormido cedo, acordaríamos cedo, mas não, acordamos as 7:30 ou seja 10:30 de sono, que com o horário de verão que havia mudado naquela noite já era 8:30, arrumamos as coisas comemos algo e partimos as 9:00, pois tínhamos mais uns 23 km até chegar em Muçum.

Depois de 45 min de caminhada chegamos ao viaduto 13, onde encontramos uma banda gravando um clipe e um pessoal se preparando para fazer um rappel do viaduto que tem 143m de altura. Conversamos um pouco com o pessoal do rappel e partimos para o trecho final para chegar em Muçum, que por já estarmos cansados e querendo chegar foi o mais difícil. E ainda por surpresa encontramos mais dois viadutos vazados, e muito vento na hora de atravessar. Mesmo com a mochila mais leve, bem cansados, e a Jô com o pé direito doendo, caminhamos mais umas 2 horas e paramos para o último lanche... Descansamos, e partimos para mais 3 horas de caminhada. Chegando na Estação de Muçum por volta das 3:00 da tarde, exaustos e ainda teríamos que achar a rodoviária, onde estava o carro. Mas com muita alegria por ter concluído este lindo caminho cheio de aventuras e surpresas.

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  • 1 mês depois...
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Obrigado pelo relato! Estou querendo fazer a travessia em fevereiro, irei acampar com Rede, UQ e uma lona por cima. Tu comentastes que tinham poucos lugares para acampar com barraca, mas e com a rede imagino que seja mais fácil. O que tu acha? E sobre os túneis, uma lanterna de led ajuda ou preciso algo mais parrudo?

Obrigado e abraço

  • 2 semanas depois...
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Fiz a trilha da Ferrovia do Trigo neste final de semana, foi inesquecível, pretendo voltar em dezembro. Fizemos o percurso em três dias para melhor curtir a paisagem, que é maravilhosa. Quem tiver pouco tempo pode começar a trilha em Colombo (que fica mais ou menos dez quilômetros ao sul de Guaporé) e terminar no Viaduto 11, dá mais ou menos uns 30 quilômetros e tem tudo de mais interessante. A saída pode ser feita voltando um pouco até o viaduto 13, onde tem um camping.

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