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Dos pés do Aconcagua aos pés do Fitz Roy pela Carretera Austral, ruta 40, Lagos e patagônia atlântica


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Uma imagem mais linda que a outra ::otemo::

 

O trecho de ripio é muito complicado para um carro baixo?[/quote

 

É tranquilo fazer a Carretera Austral com carro baixo (normal). É comum rodar por lá com carros comuns de cidade. Apenas tem q segurar um pouco mais na velocidade, para não sofrer.

 

Dificil é escolher fotos da carretera para colocar no post. Pois cada lugar é mais lindo q o outro. ::otemo::

 

Abs

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Ruta 40 e EL Chaltén (18/1 a 22/1/2014)

Na nossa primeira viagem para a Patagônia fomos a El Calafate, mas como o tempo era curto não conhecemos El Chalten. O paraíso dos trekkings merecia um tempo maior para ser conhecido. E dessa vez, como viajamos de carro ainda percorreríamos boa parte da lendária e deserta Ruta 40.

 

Depois de passear rapidamente em Chile Chico, entramos na Argentina em Los Antiguos no meio da tarde. Como ainda era cedo, decidimos rodar até Bajo Caracoles que pelo que tínhamos pesquisado era uma vila com hospedagem na Ruta 40. Depois de passar por Perito Moreno (a cidade) rodamos 130 kms sem nenhum sinal de civilização até Bajo Caracoles. Da estrada vimos a pousada e uma placa de um hostel. A pousada Bajo Caracoles tem 8 quartos todos com banheiro compartilhado. Como tinham vários carros chegando e a pousada é bem razoável para uma noite, decidimos ficar lá mesmo se ver o tal hostel. Grande sorte!!! Depois descobrimos que pegamos o último quarto disponível e o tal hostel estava fechado (não sei dizer se reabriu). Se não conseguíssemos vaga teríamos que dormir no carro ou seguir 227 km no ripio até Gobernador Gregores (desviando um pouco do caminho e viajando a noite no rípio) ou ainda retornar para Perito Moreno.

 

Na verdade Bajo Caracoles não chega a ser uma vila. A pousada é o único comércio local e tem uma bomba de gasolina, um pequeno armazém, o único telefone público (nenhum sinal de celular) e um comedor que serve refeições. Ao redor da pousada são muito poucas casas. De qualquer forma é um oásis de civilização e um bom ponto de parada no caminho para El Chalten.

 

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Como não existem opções e não há nada para fazer por lá, todos jantam no razoável comedor da pousada, acordam cedo para o café que é servido lentamente e colocam o pé na estrada. Foi o que fizemos. E rodamos muito no rípio até Tres Lagos. No caminho cruzamos com poucos (muito poucos) carros e nenhuma vila. Apenas algumas raras estâncias (fazendas).

 

O rípio na Argentina é muito menos compactado que no Chile. Portanto é importante manter o carro no trilho, saindo apenas se for necessário para ultrapassagem ou para ficar distante de um carro que venha no sentido contrário evitando ser atingido por alguma pedra (e isso nos aconteceu no caminho para o bosque petrificado. Mais detalhes no post sobre a Patagônia Atlantica). Depois de alguns kms já estamos acostumados e é tranquilo dirigir, desde que com cuidado, insisto.

 

Chegamos em El Chalten no início da tarde. Fomos direto no posto de informação turística. Já sabíamos as trilhas que pretendíamos fazer, mas saber as condições climáticas era importante para planejar a sequencia de atividades. Para a Laguna Torre o vento atrapalha mais do que o tempo nublado para chegar no mirador Maestri. Para o Fitz Roy é fundamental o tempo estar aberto e dá para subir mesmo com vento forte. Como no dia seguinte estava previsto sol e vento, começaríamos pelo Fitz Roy.

 

Fizemos o check in no bom hotel Tranqueras de El Chalten que tínhamos reservado com antecedência. Próximo da rua principal, a hosteria tem ótima localização. O prédio é bem novo, muito limpo e as instalações confortáveis. O café da manhã é simples. A pousada é administrada por um jovem casal bastante simpático. Sentimos falta de lugares para pendurar roupas no apto quadruplo.

 

Fizemos um lanche na excelente La Wafleria com muitas e deliciosas opções de wafles e sucos. E fomos passear um pouco. Seguimos até a Laguna Del Desierto. São mais de 30 kms da cidade. É bem bonita, mas já tínhamos visto muitos lagos na viagem, então podíamos ter escolhido melhor o passeio. Ali perto fomos subir até o glaciar Huemul que fica em propriedade privada, mas o dono foi tão antipático que desistimos. Voltamos para El Chalten e jantamos no excelente El Muro.

 

Aliás, comemos bem todas as noites. O El Muro é pequeno com ambiente aconchegante e cozinha criativa. Na 2ª noite fomos ao tradicional Como Vaca que serve ótimas carnes num ambiente simples com bom preço. E na 3ª e última noite fechamos com chave de ouro no La Tapera.

 

El Chalten é uma cidade pequena e simpática. As atrações estão fora do perímetro urbano e o que vale por aqui são as trilhas. E por suas características permitem fazer bate e volta, dormindo em pousadas na cidade, comendo bem e bebendo os excelentes vinhos argentinos a cada noite após as longas caminhadas. Claro que a opção de acampar nas trilhas que muitos fazem é bem interessante também, mas relaxar e comer bem após as trilhas foi uma escolha para nós.

 

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Fizemos a trilha do Fitz Roy começando na hosteria Pilar. Para isso pegamos um taxi até lá. A opção é muito interessante, pois além de andar menos o caminho de ida é diferente do caminho de volta. O visual do caminho de ida valeu a pena. Especialmente a vista do glaciar Piedras Blancas. Os dois caminhos se encontram no camping Poincenot, onde fizemos um lanche e uma pausa. Um pouco depois passamos pelo camping Rio Branco e em seguida começa a longa subida para a laguna de los três na base do Fitz Roy. O vento era muito forte e em alguns momentos era difícil caminhar. Algumas rajadas exigiam que nos apoiássemos nas pedras para não cair. Mas como não tem abismo, qualquer coisa é cair, levantar e seguir adiante.

 

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A laguna de Los Tres e o visual do Fitz Roy são belíssimos. O vento incomodava e os abrigos são poucos. Mesmo assim, não deixe de seguir um pouco mais até a laguna Sucia. Aliás, por ali estávamos protegidos do vento. Retornamos pelo caminho tradicional passando pela laguna Capri e terminando na cidade. A trilha é longa e cansativa, mas vale muito a pena. Mesmo que o clima seja muitas vezes inóspito, vale muito a pena!

 

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A trilha para a laguna Torre é mais leve. O tempo estava fechado e choveu em vários momentos. A maioria das pessoas retorna depois de curtir o belo visual da laguna, mas o mais bonito está depois, seguindo até o mirador Maestri com uma vista próxima do glaciar. Este trecho é que fica perigoso se o vento estiver forte. Como a maioria não segue até lá, o mirador fica muito tranquilo e excelente para apreciar o visual em paz.

 

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A ideia era fazer o ice trekking no último dia, porém como demoramos para agendar não conseguimos vagas. Pensamos em fazer a trilha da Loma del Piegle Tumbado, mas estávamos cansados e o dia amanheceu muito ruim. Então saímos de El Chalten logo depois do café rumo a costa atlântica, iniciando o longo caminho de volta.

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  • 1 mês depois...
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Patagonia Atlantica e a volta para casa (22 a 27/1/2014)

 

Saímos de El Chalten de manhã. Estávamos iniciando o retorno para casa, mas ainda tínhamos vários lugares para visitar na Patagônia Atlântica. Sabíamos que o tempo era curto e teríamos que priorizar. Retornamos pela Ruta 40 até Tres Lagos e de lá pela Ruta 288 atravessamos a Argentina até chegar no Atlântico e na Ruta 3, na cidade de Cmte. Luis Piedrabuena onde abastecemos e almoçamos.

A Ruta 288 é toda de rípio e sem nenhum movimento. Ainda mais vazia que a ruta 40. A estrada estava em obras e fora isso, entre Tres Lagos e Cmte Luis Piedrabuena não vimos sinais de civilização. Cruzamos com pouquíssimos veículos nestes pouco mais de 200 kms.

Na Ruta 3, que segue em direção ao sul até Rio Gallegos e Ushuaia, subimos neste dia até Puerto San Julian. Procuramos cabana, mas acabamos optando por um hotel no centro. A cidade é bem agradável, demos uma volta na orla e jantamos no bom restaurante Naos a beira mar. Optamos por não entrar na réplica da nau de Fernão de Magalhães onde funciona um museu. Dormimos cedo, cansados da longa viagem do dia.

Saímos de manhã de Puerto San Julian fazendo o circuito costaneiro. Ao invés de pegar a ruta 3, seguimos por estrada de chão pela costa, fazendo o belo circuito costaneiro de Puerto San Julian. Uma região totalmente deserta, com belos visuais de falésias e colônias de leões marinhos. Pegamos a Ruta 3 já mais ao norte e seguimos para o bosque petrificado.

 

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Para chegar lá é preciso sair da Ruta 3 e pegar mais de 50 km de rípio. Nesta altura já tínhamos percebido que não daria tempo de fazer toda a programação do dia. Na estrada de rípio ultrapassamos 3 veículos que também seguiam para o bosque. Uma dessas ultrapassagens nos causou o maior stress da viagem.

Chegando no bosque petrificado, uma guarda parque leva o grupo para conhecer e explica bastante sobre a formação do bosque. E o local impressiona bastante. No início da visita éramos apenas nós e a guarda. Mas logo ela foi chamada no rádio para esperarmos algumas pessoas que tinham chegado. Sendo que uma delas queria falar com o brasileiro. Quando eles chegaram o argentino vociferava que eu tinha quebrado o vidro do carro dele na ultrapassagem. Reagi em portunhol, explicando que ultrapassei devagar e que ele como não estava atento não mudou de faixa para facilitar e para se afastar das pedras que o carro levanta. As pessoas dos outros 2 carros, todos argentinos, não se manifestaram. Continuamos a visita. Com algum esforço desencanei e curti o local e viajei imaginando as transformações do planeta. O passeio guiado termina e retornamos andando até a sede, onde existe um pequeno museu. Percebi que o argentino e seus 2 filhos adultos aceleraram o passo até nos ultrapassar. Chegando na sede, visitamos o museu, fomos ao banheiro e percebi que o tempo todo eles nos cercavam. Senti que a coisa não ia terminar bem. Em um conflito mais sério, além da desvantagem física (meus filhos eram adolescentes em crescimento) eles jogavam em casa. Quando nos dirigimos para o carro, o argentino veio na minha direção e me interpelou. Informei que não me considerava culpado, mas que tinha seguro e era só irmos até a cidade mais próxima (que era muito distante) fazer a ocorrência. Só que ele ia para o sul e eu para o norte. Por fim ele desistiu do seguro e não rolou um conflito maior. Mas foi bem tenso!

Rodamos os mais de 50 kms no rípio até retornar a Ruta 3 e seguimos para o norte. Principalmente entre Caleta Olivia e Comodoro Rivadavia, área de exploração de petróleo, o transito é bem intenso com muitos caminhões. Almoçamos por lá e seguimos. Como não daria tempo de visitar Punta Tombo tínhamos duas opções. Entrar até Camarones no litoral e tentar hospedagem (não parecia ter muitas opções, mas seria bem agradável) ou seguir até Trelew e no dia seguinte retornar. Em qualquer das opções teríamos que rodar bastante além do necessário. Optamos por ir até Trelew torcendo para encontrar alguma hospedagem no caminho. Mas não tem nada mesmo!

Em Trelew ficamos no hotel Touring Club. Um hotel antigo, muito antigo com quartos simples e limpos. O destaque é a tradicional cafeteria servida por garçons quase tão antigos quanto o hotel. Lanchamos a noite por lá. O local é charmoso, mas a comida não tem nada de especial. O café da manhã é bem simples com deliciosas medialunas.

Chegamos a ficar em dúvida se valia a pena retornar cerca de 100 kms até Punta Tombo. Com o atraso da véspera, teríamos que optar entre visitar os pinguins ou os leões e elefantes marinhos da península Valdez. Escolhemos os simpáticos e desajeitados pinguins, mesmo tendo que voltar muito na ruta 3. E gostamos muito!!! O movimento de pinguins em janeiro é muito grande. Os turistas caminham pela passarela de madeira e os donos da casa seguem sua rotina indiferentes. Neste período do ano os filhotes já nasceram e alguns já começam a aprender a nadar. Na areia vimos filhotes brigando pela atenção da mãe. Famílias de pinguins reunidas, outros descansando. Alguns passeando e, de vez em quando, um deles atravessando calmamente a passarela dos turistas com seu passo desajeitado. Um show atrás do outro! E os turistas sempre respeitando a prioridade dos animais, sem interferir. Fundamental.

 

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De Punta Tombo seguimos para Puerto Madryn. Visitamos rapidamente a cidade, que estava bem cheia de turistas, passamos no super para trazer alguns vinhos para o Brasil e almoçamos. Não conhecemos como gostaríamos a cidade e a natureza em seu entorno, pois nosso tempo estava esgotado. Tínhamos que retornar ao Brasil. E a partir de agora, direto para casa.

Nesse dia ainda viajamos mais de 300 km até General Conesa onde dormimos num hotel novo na entrada da cidade. Chegamos bem tarde por lá, depois de pegar bastante transito de caminhões na serra. Difícil foi encontrar um local para comer. Por fim, encontramos um bar muito escuro com som de jukebox onde a pizza era razoável e o vinho ajudou a relaxar para o próximo dia de viagem.

O dia seguinte foi só estrada. Na medida em que nos aproximávamos da região de Buenos Aires o trânsito aumentava. Quase o tempo todo pegamos pista simples. Almoçamos em um restaurante do Automovel Club Argentino (ACA). O garçon, figuraça, quando trouxe a conta perguntou se éramos sócios do ACA. E antes que eu pudesse responder, piscou e disse: “ que bom que vocês são sócios, pois tem desconto na conta”. Só me restou caprichar na gorjeta e rir bastante.

Contornamos BA e já escuro alcançamos a Ruta 14, famosa pelos policiais corruptos e onde tínhamos sido parados na ida. Chegando na saída para Gualeguaychu, depois de mais de mil km rodados no dia vimos um hotel na pista contrária que parecia interessante. Paramos no acostamento para avaliar se era melhor ficar ali ou entrar na cidade. Decidimos fazer o retorno e ficar neste hotel. Quando saí do acostamento, um guarda saiu de sua “toca” embaixo do viaduto. Porém, como fizemos o retorno no viaduto, não passei por ele e não fui parado. Qualquer um que conhecesse a estrada, desviaria daquele policial. O posicionamento deles me pareceu útil apenas para pegar turistas desavisados.

O hotel Tague, integrado a um restaurante e posto de gasolina na beira da ruta 14 era novo e limpo. Atendeu perfeitamente a nossa necessidade de um bom sono para pegar a estrada no dia seguinte.

E seguimos pela ruta 14 até Colon na expectativa de sermos parados pela polícia. Mas felizmente isso não aconteceu. Entramos no Uruguay e daí em diante a estrada foi a mesma da viagem de ida. Passamos em Rivera no meio da tarde de domingo. Apenas as lojas grandes estavam abertas, mas foi o suficiente para comprarmos bons vinhos e meus filhos dividirem um PS-4 que era uma grande novidade, pela metade do preço que custava por aqui.

Dormimos no hotel Cristal na beira da BR-290 próximo de São Gabriel. Uma boa opção para quem está na estrada. No café da manhã encontramos uma família argentina que seguia para o litoral catarinense. Mas agora o idioma oficial era o nosso. O gracias deu lugar ao obrigado. O permiso foi trocado pelo com licença. No meio da tarde estávamos de volta a Floripa. A cidade estava lotada de hermanos. E provavelmente, boa parte dos argentinos que curtiam o verão nas fantásticas praias de Santa Catarina não conheciam a patagônia argentina (muito menos a chilena). Enquanto nós, extasiados com os visuais fantásticos e a natureza exuberante, já começávamos a imaginar nossa 3ª viagem a patagônia.

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