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O jornalista que se realiza como mochileiro


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:arrow: FONTE: Gazeta do Sul

http://www.gazetadosul.com.br/default.php?arquivo=_noticia.php&intIdConteudo=119599&intIdEdicao=1883

 

 

[align=justify]Quem pensou que o jornalista e escritor Airton Ortiz, aos 54 anos, desejasse uma vida mais sossegada, com moradia fixa e uma rotina diária, se enganou. Nascido na Cidade Histórica, que completa 200 anos no próximo dia 7 de outubro, o profissional buscou e encontrou nas viagens radicais pelo mundo afora a realização pessoal e profissional. “Isso me faz feliz”, afirma ele, autor de 10 obras que narram suas experiências em viagens de turismo de aventura e natureza selvagem. Sem a pretensão de diminuir o ritmo ou encurtar o caminho, o mochileiro anuncia seus próximos passos.

 

Indicado para patrono da 55ª Feira do Livro de Porto Alegre – ao lado dos nomes de Carlos Urbim, Juremir Machado da Silva, Luís Augusto Fischer e Regina Zilberman – Ortiz sente o peso da responsabilidade. “Ser patronável é uma honra e aumenta muito nosso compromisso para com os leitores”, afirma ele, que recebe a indicação pelo quarto ano. O resultado será conhecido no dia 23 deste mês. Enquanto isso, o escritor se prepara para o lançamento do livro sobre a viagem ao Vietnã, que se dará no evento porto-alegrense.

 

Ao mesmo tempo, Ortiz se dedica ao projeto Expedições Urbanas, no qual vai retratar realidades urbanas na forma de crônicas. A primeira cidade visitada foi Havana, em Cuba, no início deste ano. O livro deve ser lançado em 2010. Não satisfeito, o jornalista e escritor quer intercalar esse trabalho com o das viagens radicais e também o da ficção. Estreou na ficção em 2008, com o romance Cartas do Everest. Ortiz explica que a linguagem desta obra é literária, enquanto as anteriores são relatos jornalísticos. “Assim, dou liberdade de imaginação para o meu leitor, o que na linguagem jornalística não acontece”, comenta.

 

 

 

Ler, escrever e conversar sobre as experiências acumuladas ao longo dos anos são os prazeres que fascinam Ortiz. Especializado em reportagens internacionais, ele escreve para jornais, revistas, sites e, ainda, livros. Nas expedições vai atrás de histórias que, no seu entendimento, possam interessar aos leitores. Prefere viajar sozinho, sem auxílio de um guia. “Dessa forma, pequenos detalhes não passam despercebidos”, diz o escritor, que esteve na 10ª Feira do Livro de Venâncio Aires, no último dia 9.

 

Formado em Jornalismo pela PUC e pós-graduado em Administração de Empresas pela Ufrgs, Ortiz experimentou alguns veículos de comunicação até fundar o jornal Tchê!, nos anos 80. Também criou e dirigiu a Editora Tchê!, especializada na publicação de autores gaúchos, entre os quais Apparicio Silva Rillo, Jayme Caetano Braun e Barbosa Lessa. Durante 15 anos de atividade, a editora publicou cerca de mil títulos e comercializou 3 milhões de exemplares em todo o Brasil.

 

Em 1997, Ortiz fechou a editora para se dedicar com exclusividade ao jornalismo, escrevendo livros e reportagens sobre suas viagens radicais. Conforme ele, seu perfil “inquieto e indignado” o empurrou para a realização do sonho infantil de se aventurar pelo mundo e conhecer outras realidades.

 

Hoje, Ortiz sobrevive de suas publicações e participações em eventos. Sempre com o pé na estrada, reafirma sua paixão por aquilo que é diferente, estranho e novo. Segundo ele, o importante é se moldar à cultura do local visitado e, em seguida, voltar às raízes. Este é um dos motivos pelos quais se hospeda em albergues. “Além de gastar menos, consigo perceber as intenções dos que ali estão e ainda obter mais informações sobre o local”, diz.

 

Entrevista/AIRTON ORTIZ

 

JORNALISTA E ESCRITOR DE VIAGENS DE AVENTURA

 

Gazeta do Sul – A globalização (facilidade de ir e vir) aumentou a procura pelo turismo de aventura ou as pessoas ainda preferem as viagens de lazer?

 

Ortiz – Desde que comecei a me aventurar, mudou bastante. No Brasil o turismo de aventura cresce muito porque está basicamente alicerçado na natureza, no chamado ecoturismo. Estamos excessivamente urbanizados e acabamos recorrendo às belezas naturais, procurando resgatar esse contato. A sofisticação dos hotéis-fazenda é consequência dessa procura. Outro fator que contribui é a entrada de jovens mochileiros no mercado consumidor.

 

 

 

GS – Na condição de ex-proprietário da Editora Tchê! e grande admirador da cultura gaúcha, como você vê as manifestações da Semana Farroupilha?

 

Ortiz – Não sou tradicionalista; sou um profundo admirador das culturas regionais, entre elas a minha. Mas o que é tradicionalismo? É conhecer, honrar e cultuar as tradições do passado. Agora, querer reproduzir valores do passado no presente é ser reacionário. Temos uma leitura equivocada sobre tradicionalismo. Acredito que a Semana Farroupilha poderia ir muito além do que é hoje. Deveria ser o momento de reflexão e discussão sobre nossa identidade cultural, com simpósios e workshops.

 

 

 

GS – Você disse que é inquieto. Quais são suas inquietações?

 

Ortiz – Certa vez, perguntei ao Dalai Lama qual é o sentido da vida. Ele respondeu que havia apenas um sentido: ser feliz. Mas o que é felicidade? E ele me disse que felicidade é eu estar em harmonia comigo mesmo e com o entorno. Eu, Airton Ortiz, necessito dessa busca constante por algo novo; preciso descobrir pequenas histórias, realidades, pessoas. E viajar é a melhor maneira para me realizar. Quando falo em viagens, não me refiro apenas a grandes expedições ou travessias, mas uma viagem como essa que me trouxe a Venâncio Aires.

 

 

 

GS – Como cidadão rio-pardense, a Cidade Histórica tem conseguido explorar seu potencial turístico e cultural?

 

Ortiz – Não. A cidade tem um patrimônio histórico enorme e não faz uso disso para desenvolver a comunidade. As pessoas não sabem diferenciar um ponto turístico de um produto turístico. Rio Pardo tem pontos turísticos, mas não produtos. Isso não acontece apenas na Cidade Histórica. Nós, gaúchos, não sabemos promover o turismo.

 

Estamos organizando uma caravana da Associação dos Amigos de Rio Pardo (rio-pardenses que moram em Porto Alegre) para a festa de aniversário, no dia 7 de outubro. Infelizmente, não irei ao evento porque estarei na Feira do Livro de Veranópolis.

 

:idea:Livros publicados

 

1999: Aventura no topo da África

 

2000: Na Estrada do Everest

 

2001: Pelos caminhos do Tibete

 

2002: Cruzando a Última Fronteira

 

2003: Expresso para a Índia

 

2004: Travessia da Amazônia

 

2005: Egito dos faraós

 

2006: Na trilha da Humanidade

 

2007: Em busca do Mundo Maia

 

2008: Cartas do Everest

 

 

:!:Atenção

 

 

 

O jornalista e escritor mochileiro Airton Ortiz lança algumas dicas de viagens aos leitores. Ele recomenda a cidade de Varadero, em Cuba, para quem quiser passar muito bem durante uma semana de descanso ou férias, sem desembolsar muito. Os valores giram em torno de R$ 2,5 mil, com hospedagem (hotel de frente para o mar paradisíaco do Caribe), alimentação e passagem aérea a partir de São Paulo. No Brasil, ele indica Porto Seguro, na Bahia. Segundo o aventureiro, há pacotes de R$ 1 mil, para uma semana de relax. Essas duas opções são para viagens de lazer, não de aventura ou radicais. Para quem se interessa pelo turismo de aventura, radical ou ecoturismo, com despesas perto do zero, o escritor rio-pardense aconselha Foz do Iguaçu, no Paraná. “É um dos lugares mais bonitos que eu conheço no mundo”, elogia ele, que chama atenção para o transporte – de ônibus – e para a hospedagem – em albergue. Tudo isso para que a pessoa desfrute do local e das paisagens, sem gastar muito. De Foz do Iguaçu saem ônibus para o Paraguai, Bolívia e Peru. “São lugares lindos e históricos. A América do Sul é muito rica. Visitamos todos os lugares de ônibus”, destaca.[/align]

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