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“Mochilão no Fim do Mundo – Uma viagem pelo extremo sul da América do Sul” - Argentina + Chile + Uruguai


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Eu e minha esposa fizemos um mochilão por Argentina, Chile e Uruguai entre os dias 28/12/2014 e 19/01/2015. Tínhamos 22 dias para viajar e usamos todos. Nossa ideia inicial era sair de Porto Alegre (onde moramos), ir para Ushuaia de avião e voltar de ônibus o máximo que pudéssemos. Posso adiantar que perdemos 3 dias devido a alta temporada, tendo que ficar 1 dia a mais nas 3 primeiras cidades que passamos: Ushuaia, Punta Arenas e Puerto Natales. Queríamos ter ido até Bariloche e lá pegar um avião até Buenos Aires, mas não conseguimos. Tivemos que pegar esse voo em El Calafate. Fora isso, ocorreu tudo muito bem! Foi tudo na base do improviso, por exemplo, chegava nas cidades e ia procurar lugar para ficar, tinha alguma ideia sobre os passeios mas não sabíamos nada sobre valores, horários e transporte. Trocar dinheiro foi bem fácil, levamos tudo em dólares e alguma coisa em reais. A imensa maioria dos hostels e hotéis trabalham com check out antes do meio-dia. Sempre que saímos por esse horário, ainda conseguimos deixar nossas coisas no guarda-volumes dos hostels, sem custos adicionais. Viajamos na alta temporada, onde a procura por hospedagem é maior e os custos são mais altos, que vai de outubro à março. Na baixa temporada, de abril à setembro, é tudo bem mais tranquilo e os valores são mais baixos, porém o inverno é rigoroso! Enquanto estávamos lá em baixo, entre Ushuaia e El Calafate, amanhecia por volta das 4:30hs e anoitecia por volta das 22:30.

 

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Abaixo segue, de forma bem resumida, um diário do que fizemos nessa trip:

 

28/12/14

Nosso avião saiu de Porto Alegre ás 19hs do dia 28/12/2014.

Duas horas depois chegamos em Buenos Aires para uma escala de sete horas com troca de aeroporto, partindo para Ushuaia às 5hs da manhã.

Obs: solicitamos o tranfer (que foi feito pela empresa Tienda León) do aeroporto Ezeiza para o Aeroparque (trajeto de 1h) ainda em Porto Alegre, na loja da Aerolineas Argentinas.

 

29/12/14

Após o desembarque na capital da Terra do Fogo, no aeroporto um táxi nos aguardava, enviado (sem custo) pelo Hostel Los Cormoranes, o único de toda viagem que fizemos reserva com antecedência. Como no verão encontra-se a alta temporada, aconselho, sempre que possível, fazer reserva de hostel com antecedência! Nesta viagem não poderíamos fazer reservas com antecedência porque não sabíamos quando chegaríamos em alguma cidade e quanto tempo ficaríamos nela.

Chegando ao hostel, por volta das 9hs, deixamos nossas bagagens e saímos para conhecer a cidade e tirar fotos. Ushuaia tem muitas ladeiras, escadarias e praças. Às margens da Baía Encerada encontramos diversas plazas y plazoletas com monumentos e homenagens relacionadas, principalmente, à guerra das Malvinas. Depois continuamos o passeio pelo calçadão que costeia o Canal de Beagle.

Entramos no Café Bar Banana para almoçar. Para escolher o que comer, pedimos informação para a garçonete, mas ela era um pouco fanha e não entendemos muito bem, então pedimos dois sanduiches, semelhantes a um cheesburguer. Para beber, a primeira cerveja da trip, uma Cape Horn pilsen. Estava tudo muito bom!

De tarde caminhamos pela Calle San Martin, o que seria a zona franca de Ushuaia, mas devido ao alto custo de transporte das mercadorias, os preços não são baratos. Continuamos até o antigo presídio (hoje museu).

Como o hostel ficava + ou - 1km do centro, e ladeira acima, jantamos mais cedo e fomos descansar.

 

30/12/14

O dia seguinte amanheceu chuvoso, mas era dia de subir a montanha. Fomos até o centro e pegamos um táxi até o Glaciar Martial, distante 7km dali. O táxi nos deixa nos teleféricos, os quais estavam desativados devido a questões políticas de privatização. Então tivemos que caminhar uns 2km montanha acima até a base do glaciar, que nada mais é do que camadas de gelo na montanha resultantes de um glaciar que se estendia até o Canal de Beagle, há 10.000 anos atrás. Como a chuva insistia em nos atrapalhar, voltamos até a base do teleférico e comemos alguma coisa na Casa de Té La Cabaña. Voltamos novamente de táxi. Uma observação: em Ushuaia também tem os “remis”, que são táxis com valor tabelado. Então, dependendo do número de pessoas, possa valer mais a pena.

De noite fomos comer uma pizza e tomar cerveja no Bar Irlandês Dublin com o pessoal que estava no mesmo quarto que nós.

 

31/12/14

Acordamos cedo e fomos comprar as passagens para Punta Arenas, no Chile, para o dia seguinte, mas não tinha mais. Então tivemos que ficar um dia a mais em Ushuaia. Como o hostel também estava reservado só até o dia 01/01/15, tivemos que procurar outro hostel pois não dava para ficar mais um dia lá, já estava tudo lotado. Conseguimos uma cama de solteiro para nós dois no hostel Amanecer de La Baía (muito bom também). Como o nosso ônibus sairia às 5 da manhã do dia 2, o proprietário do hostel nos deu essa colher de chá. Compramos também a passagem de Punta Arenas para Puerto Natales, sem horário definido.

Pois bem, de tarde fizemos o passeio de barco pelo Canal de Beagle onde descemos em uma ilha para uma pequena caminhada, visitamos as ilhas dos pássaros, dos lobos e do farol Les Eclaieurs (o chamado farol do fim do mundo). Tem também a visita até a ilha dos pinguins, mas como iríamos visitar os pinguins em Punta Arenas, fizemos esse passeio mais curto, de 2h de duração. Não é um passeio extraordinário, mas é bem legal.

De noite jantamos no Marcopollo (pela 15ª vez) o restaurante que adotamos em Ushuaia.

De noite, saímos a pé pela cidade para procurar algum lugar para passar a virada do ano e não encontramos nada! Isso mesmo. A “festa” teria que ser no hostel mesmo. Para quem curte uma gringaiada bêbada falando alto, ótimo. Para quem não é muito fã, como a gente, brindamos a virada na habitación com outros dois brasileiros. Os fogos de artifício, bem como demais comemorações que faça algum barulho a mais estão proibidos em virtude da perturbação à vida silvestre.

 

01/01/15

Fizemos o check out no hostel, deixamos nossas coisas lá mesmo e pegamos o transporte para o Parque Nacional Tierra del Fuego no próprio hostel. Ou melhor, o pessoal do hostel ligou e o transporte passou lá para nos pegar. No parque tem várias trilhas para se fazer, com diferentes níveis de dificuldade e duração. Optamos pela Senda Costera, com 8km, duração de 3hs e dificuldade média, que passa pelo bosque e pelas praias do parque. Ao final, cansados, ficamos no Centro de Visitantes Alakush, onde tem restaurante, cafeteria e pegaríamos o transporte de volta.

Durante o trekking achamos uma câmera fotográfica. Mais ou menos 1h depois encontramos o dono da câmera e devolvemos. Era um turista do Novo México, EUA.

O transporte nos deixou novamente no Hostel Los Cormoranes, pegamos nossas coisas e fomos para o outro hostel, que é bem mais tranquilo.

 

02/01/15

Acordamos ás 4 da manhã, arrumamos nossas coisas e fomos para o terminal rodoviário, que na verdade não é um terminal e sim um local de onde saem alguns ônibus, na Av. Maipú. O bus (empresa Bus Pacheco) saiu exatamente as 5 da madrugada, mas já era dia claro. Por sinal, nessa época escurece somente ás 23hs e amanhece as 5hs. Pois bem, o ônibus saiu de Ushuaia e parou em Rio Grande (umas 3hs de viagem), onde tivemos que trocar de ônibus (2hs de espera). Depois paramos na fronteira para os trâmites aduaneiros de saída da Argentina e entrada no Chile (+ ou - 1h). Mais adiante, mas já em território chileno, fizemos a travessia de balsa pelo Estreito de Magalhães (1h), saindo assim da Terra do Fogo. E, em seguida, chegamos à Punta Arenas. Ao todo, esta viagem durou 10hs com todas essas paradas, o que não deixou a viagem tão cansativa.

Chegando em Punta Arenas eu fui na casa de câmbio mais próxima trocar dinheiro e a Gabi ficou sendo abordada por diversas pessoas oferecendo hostel em frente à rodoviária. Foi bem fácil escolher um local para ficar pois os hostels vieram até a gente. Escolhemos o Hostal Carmen, onde a própria “Tia Carmen” nos ofereceu suas acomodações. O hostel é a própria casa dela onde convivemos com a sua simpática família. Indico muito! Depois fomos no supermercado e compramos ingredientes para fazer um carreteiro.

 

03/01/15

Acordamos com muita chuva e o nosso passeio à Pingüinera estava indo por água abaixo. Fomos almoçar no mercado público e o tempo foi se abrindo. Por sinal, o tempo por aquelas bandas muda muito rápido. Então ia rolar o nosso passeio! A Tia Carmen disse que tínhamos que pegar o colectivo 11 ou 15 e descer na zona franca. Ficamos esperando o tal do coletivo e nada. Depois de quase 1h esperando na parada é que me dei conta que o tal coletivo eram os táxis coletivos. Esses táxis já têm passageiros dentro e entram outras pessoas no meio do trajeto, que são trajetos fixos. Como perdemos muito tempo esperando, não conseguimos olhar as lojas da zona franca, que é imensa, e li que realmente vale a pena. O passeio para o Monumento Natural Los Pinguinos, na Isla Magdalena, sai junto à zona franca. O barco, igual ao da travessia do Estreito de Magalhães, sai às 17hs, são 2hs de barco para ir, 1h30min na ilha e mais 2hs para voltar. Do porto para o centro, nos enfiamos numa das vans que ficam lá esperando o pessoal. A disputa era grande e não tinha mais táxi. Chegamos ao hostel as 23hs. Este sim foi um passeio incrível. Acredito que o mais legal de toda a trip, contando, é claro, que estava um lindo dia.

 

04/01/15

Nos despedimos do querida família do hostel, depois de um farto café da manhã (para não precisar almoçar) e fomos para a praça central. Fizemos algumas fotos e fui reservar as passagens (que havíamos comprado em Ushuaia) para Puerto Natales para as 15hs. Porém já estava tudo lotado e só tinha ônibus para as 21hs! Então deu tempo de conhecer melhor a cidade, que é bem legal, com uma arquitetura bem antiga. Fomos numa lan house, nas lojinhas e no restaurante Lomitos para passar o tempo. Este seria o nosso segundo dia perdido. Pois bem, chegamos em Puerto Natales meia noite com chuva, frio, sem táxi e sem hostel. Depois de esperar mais de 30min, decidimos sair a pé, na chuva. Próximo à rodoviária tem uma lojinha de bebidas – Almacén de Licores – e decidimos ir ali pedir informações. Naquele momento estava saindo um rapaz (Camilo o nome dele) e perguntei para ele qual a distância que estávamos do centro. Ele perguntou se já tínhamos onde ficar, eu respondi que não e ele disse que era proprietário de um hostel e nos levou até lá no seu carro! Muita sorte! Porém a última vaga tinha sido preenchida e então ele nos levou no hostel de um parceiro, o El Rincón. Muito bom!

 

05/01/15

Acordei cedo e fui me informar dos passeios para o Parque Torres del Paine (na Comapa, administradora do parque) e sobre dormir nos refúgios. Os preços para dormir lá eram impraticáveis e os passeios já haviam saído. Ou seja, teríamos que ficar mais um dia na cidade (pela terceira vez, um dia a mais que tivemos que ficar na mesma cidade). Então pegamos o passeio “Full Day” para o dia seguinte e tiramos o dia para o city tour. Também já compramos passagens para El Calafate, na Argentina.

 

06/01/15

A van nos pegou no hostel bem cedo. Depois de pegar os outros turistas fomos para o parque. Apesar de o dia estar nublado e com um vento incrivelmente forte, de 80 a 100km/h, o passeio é muito bom mas, de certa forma, curto. Tem muitas paisagens fantásticas lá para ficar apreciando por horas! Na volta passamos na Cueva del Milodón, uma caverna gigante bem interessante de se visitar, afinal, fica no caminho.

De volta à cidade, jantamos na Pizzaria La Guanaca e tomaos um chopp Gaguales Rubia – EXCELENTE!

 

07/01/15

O bus para El Calafate saiu às 8 da manhã. Foram 5hs de uma boa viagem, com trechos de rípio e parada na fronteira. Na viagem conhecemos um casal de russos muito simpáticos e ficamos jogando “Logo Quiz”. Chegando na cidade, fomos procurar hostel, o que foi bem complicado, pois estavam tudo cheio. Tivemos que nos contentar com o “Dos Pinos”. Na procura por hostel encontramos o casal de amigos que estavam no mesmo quarto que nó em Ushuaia e eles nos indicaram onde comprar o passeio para o Glaciar Perito Moreno. Compramos na Rodoviária mesmo, pela empresa Taqsa. Compramos o passeio, ida e volta, para o Glaciar e também as passagens de ida e volta para El Chaltén. Compramos também nossas passagens aéreas para Buenos Aires na loja da Aerolineas Argentinas que tem no centro, que saíram mais caras do que esperávamos. Relembrando que pretendíamos ir, pelo menos, até Bariloche, e de lá ir para Bs As, mas como perdemos 3 dias no início da viagens, tivemos que ir para a capital argentina a partir de El Calafate. Na verdade “perdemos 3 dias” não seria a expressão correta, então apenas tivemos que ficar um dia a mais nestas 3 primeiras cidades que passamos. Queríamos também fazer o passeio de trekking sobre o glaciar, porém teríamos que reservar nossa vaga com 3 dias de antecedência porque havia muita procura. Ou seja, não rolou. Na cidade não tem casa de câmbio, então, para trocar dinheiro, comprávamos qualquer coisa em dólar e recebia o troco em pesos. O máximos que conseguimos lá foi US$ 100 = A$ 1300

 

08/01/15

Fomos para o Glaciar Perito Moreno, que fica dentro do Parque Nacional Los Glaciares. O ônibus tinha um guia que era muito engraçado porque seu inglês era péssimo! Ele disse que sabia falar espanhol, português, francês e italiano, mas naquele dia ele abriria uma exceção e falaria em inglês também. Para a noooooooooossa alegriaaa.

O Glaciar Perito Moreno é simplesmente fantástico, incrível e exuberante! São 200m de largura por 60m de altura. As passarelas de visualização do glaciar, com longos trechos adaptados para cadeirantes, se estendem por todos os lados possibilitando diversos ângulos de pura contemplação. Também é possível fazer um passeio de barco e observar a geleira de um ângulo diferente. Outro espetáculo é observar o desprendimento de blocos de gelo que, quando caem na água, provocam um barulho semelhante à um trovão. É impressionante! Preste atenção nos valores de ingresso do parque: turistas do Mercosul pagam mais barato do que demais estrangeiros.

 

09/01/15

Saímos cedo para El Chaltén, a capital nacional do trekking. 3h de viagem onde o ideal seria ir de carro para poder parar na estrada e fazer registros fotográficos fantásticos. É possível visualizar o majestoso Cerro Fitz Roy há muitos km de distância. Chegando na rodoviária, pegamos os mapas com os trekkings no setor de informações turísticas. Depois saímos para procurar hostel, e adivinhe: tudo cheiooooooo! Mas quanto mais azar temos, mais sorte temos! Procurando hospedagem nas “Cabanas La Loma”, a proprietária, comovida com a nossa triste história de não encontrar lugar para ficar, nos ofereceu sua casa! Não lembro o nome dela, mas lembro do nome dos cachorros dela: Juanita, de 17 anos e o Clemente, de 14.

Depois de caminhar pela cidade (em 1h se caminha por toda ela) e comprar lanches e água, fomos fazer nosso trekking. Escolhemos realizar a Senda Laguna Torre, de 9km. Mas até o início do percurso, se caminha mais 1km, fechando 10km (mais 10km para voltar, obviamente). Cada km andado valia muito a pena. Ao final de 4hs de caminhada, com algumas paradas para descanso e “almoço”, passando por inúmeros trekkers e mochileiros indo e vindo, somos recompensados com uma vista extraordinária da Laguna Torre, com muitos blocos de gelo que se desprenderam de uma mini geleira ao fundo, aos pés do Cerro Torre, o segundo mais alto de El Chaltén, ficando atrás apenas do Fitz Roy. Ficamos mais ou menos 1h por lá, tirando fotos e apreciando aquela paisagem fantástica. Como ventava muito, igualmente como no Parque Torres del Paine, e o tempo começava a virar, iniciamos nosso retorno, que durou 3hs.

 

10/01/15

O dia amanheceu chuvoso e muito frio, o dia mais frio de toda nossa trip. Devia estar uns 3 ou 4 graus. O vento forte diminuía ainda mais a temperatura. Como estávamos muito cansados do dia anterior, e a Gabi com bolhas nos pés, saímos da casa da tia perto do meio dia, a qual acertamos a conta pagando em Reais pois ela tem um filho que mora no Brasil, então aceitava R$ (conversão de 5 por 1). Nosso bus de volta para El Calafate era somete às 18hs, então ficamos pipocando de restaurante em restaurante, cafeteria em cafeteria, tomando cerveja, tomando café, almoçando e comendo empanadas, para fazer hora, pois somente com muito ânimo e disposição seria possível fazer algum trekking.

Na rodoviária, muitos europeus fedendo à asa, que retornaram das caminhadas direto para o embarque. Estava melhor ficar passando frio do lado de fora. Chegamos de noite em El Calafate e fomos direto para o hostel que já estava reservado (ufa!).

Obs: em frente à casa da tia, em El Chaltén, tinha um pé de calafate, a fruta que dá o nome à cidade. Uma delícia!

 

11/01/15

Mais uma vez a chuva nos faz ficar nos hostel. Depois fomos almoçar e retornamos para o wifi do hostel esperando chegar a hora de ir para o aeroporto. El Calafate, assim como todas as cidades que passamos até então, tem muitos cachorros de grande porte de rua, mas de raça: Pastor Alemão, Labrador (muitos), Pitbull, Akita e Terra Nova são alguns que a gente viu e, apesar de estarem catando comida, parecem ser muito bem cuidados.

Fomos para o aeroporto e chegamos em Buenos Aires às 22hs, onde fazia muito calor! Saímos da tranquilidade das montanhas e do frio para o ritmo frenético e abafado da grande cidade. Não foi legal isso! Desta forma, minha primeira impressão da capital dos Hermanos não foi das melhores. Pegamos um taxi e fomos para o Hostel Suítes – Obelisco, na Av. Corrientes (indicação de minha irmã). É bem bom, bem localizado, no centro, próximo ao Obelico, mas deve ter melhores, certamente. Mas como já era tarde da noite de um domingo, ficamos por ali mesmo.

 

12/01/15

Depois do desayuno, fomos passear. Compramos a “tajeta azul”, colocamos crédito e pegamos o ônibus “29”, que nos levou até o bairro La Boca, onde o Caminito era nosso destino. Muitas fotos coloridas, muito tango, muito Maradona, muito Papa, la bombonera, regalos, brasileiros, turistas do mundo todo. Com bastante policiamento, me pareceu um lugar bem tranquilo, diferentemente do que ouvimos por aí sobre o Caminito. Voltamos para o centro e caminhamos pela Calle Florida, uma rua com muitíssimas lojas, galerias e prédios históricos. Depois descemos até o Buquebus e compramos nossas passagens de barco até Colônia do Sacramento, no Uruguai. Foi caro, US$ 130,00 as duas passagens. Só aceitam dólares ou cartão de crédito.

 

13/01/15

Amanheceu chovendo muito, nem saímos do hostel. Queríamos fazer o passeio de ônibus turístico, passando por toda a cidade, mas não dava mais tempo para fazer. Quando a chuva deu uma trégua, saímos para almoçar e tirar fotos pelos arredores: Puerto Madero e o Centro Histórico.

Pegamos o Ferryboat e depois de 2hs de viagem pelo Rio da Prata chegamos na aconchegante e histórica Colonia del Sacramento. Subimos até a avenida principal e, mais uma vez, tínhamos que procurar hostel. Como de costume, a Gabi ficou numa esquina com as mochilas e eu fui à cata. Ficamos no hostel Colonial, muito bom!

 

14/01/15

Fomos comprar passagens para Montevidéu e alugamos duas bicicletas bem em frente à rodoviária. Dava até para alugar aqueles carrinhos elétricos de jogos de golf, mas era 3x mais caro que alugar bikes. Então pedalamos o dia todo pela parte histórica, que é perfeita para fotografias, pelas ruas da cidade e fomos até as praias mais distantes. Fomos também na Plaza del Toro, uma antiga praça de touradas mas que encontra-se completamente em ruínas e fechado para visitação, o qual fica 5km distante do centro. Voltamos ao hostel, pegamos as mochilas no guardador (já havíamos feito o check out) e descemos para devolver as bikes e pegar o ônibus rumo à capital uruguaia. Os ônibus da empresa COT têm internet! E é possível viajar de pé também. O bus para as pessoas entrarem e sair durante o trajeto.

Chegamos por volta das 21hs em Montevidéu. A rodoviária funciona junto com o shopping, o Tres Cruces, tudo muito organizado! Pegamos um táxi e paramos na Plaza Cagancha, próximo onde o guia nos indicava um hostel, mas não achamos. Depois de caminhar algumas quadras com aquelas mochilas pesadas, acabamos ficando em um hotel mesmo, pela primeira vez na viagem, o qual nem lembro o nome pois não valeu muito a pena, a tv à cabo não funcionava e a internet também não, pelo menos tinha um bom café da manhã.

 

15/01/15

Nos mudamos para o hostel Caballo Loco, que ficava ali perto. Muito bom! Indico muito! Então fomos passear a pé. Caminhamos pela Av. 18 de Julio até a praça Independência. Almoçamos num restaurante brasileiro que tem ali, o “Dos banderas”. Pedimos um A la minuta, com arroz, feijão, farofa, bife e batata frita! E uma Patrícia bem gelada. Depois fomos até o mausoléu do General Artigas, que fica exatamente em baixo da estátua dele, no meio da praça. Os restos mortais do herói uruguaio são vigiados por dois guardas com uma roupa esquisita e completamente imóveis, só mexem os olhos. Muito engraçado! Passando o mausoléu tem a “Puerta de la Ciudadela” e, a partir dali, começa uma avenida de alguns km que é só para pedestre e vai até o mercado do porto, onde tem as parrillas, ícone da culinária uruguaia. Essa avenida, a Peatonal Sarandi, é um verdadeiro mercado a céu aberto, bem interessante.

 

16/01/15

Acordamos cedo, tomamos café no hostel, pegamos o ônibus CA1 e fomos para a rodoviária para irmos passear em Punta del Leste. Em Punta, como queríamos visitar a Casa Pueblo, pegamos o ônibus Pan de Azucar, na rodoviária mesmo, e rumamos para a Punta Ballena. A parada fica numa avenida que dali caminhamos + ou – 1km, passando por diversas mansões, até chegar à Casa Pueblo, que é a casa, museu e atelier do artista Carlos Páez Vilaró, falecido em 24/02/2014 e que ergueu sua casa com as próprias mãos. Ali tb funciona um chique hotel. Para quem é das artes, o lugar é muito legal e vale muito a pena o passeio. Para quem não é, não vai se arrepender de ir lá conhecer as obras deste artista que era amigo de Picasso. Além disso, a Punta Ballena, que recebe esse nome por ser um observatório de baleias, é muito bonita e rende muitas fotos.

De volta à rodoviária, atravessamos a avenida e fomos comer um chivitos na beira da playa brava, onde se encontra o Monumento Al Ahogado, mais conhecido como La Mano. Depois tomamos banho de mar como duas crianças e ficamos por ali até escurecer, quando retornamos para a rodoviária para voltar para Montevidéu.

 

17/01/15

Fizemos o check out no hostel e fomos para a rodoviária pegar um bus para a praia La Pedrera. Como o ônibus só saía de tarde, aproveitamos o shopping anexo `rodoviária e comemos por lá mesmo. A viagem para La Pedrera foi longa, não por ser longe, mas porque entra e sai passageiros o tempo todo. Um saco! Chegando lá, primeira coisa que fizemos foi comprar passagem para o Cabo Polônio na loja móvel (que funciona num ônibus) da empresa Rutas del Sol. E foi possível também já comprar a passagem de Cabo Polônio para Chuy. A segunda coisa que fizemos foi procurar um lugar para passar a noite. La Pedrera é uma praia muito pequena e estava tudo cheio. Até tinha algumas camas disponíveis nuns hostels meio bicho grilo, mas precisávamos de um pouco de conforto. Então consegui a Posada Cova del Sol. Tivemos que marchar com US$ 80,00 (marchar = gastar mais do que se espera). Devidamente instalados, fomos para a Playa del Barco, onde tem restos de um naufrágio chinês de 1977 na areia da praia. Se você quiser ver algum vestígio desse barco, se apresse. Em 1998 eu passeio por La Pedrera com uma excursão do colégio e tinha um enorme barco encalhado lá, hoje é só um pedacinho que resiste lá. Acredito que em 5 anos não tenha mais nada.

De noite comemos uma pizza, curtimos os artistas de rua que invadem a única rua de asfalto da praia e fomos dormir pois tínhamos que acordar cedo.

 

18/01/15

Acordamos cedo, organizamos nossas coisas pela milésima e última vez e fomos para o centrinho esperar nosso bus. Comprei dois exprimidos de naranja e outras coisinhas para comer e ficamos lá esperando o ônibus e observando os bêbados da noite anterior.

9:30 chega nosso ônibus, um caco véio, comparado a todos os ônibus que pegamos na trip. Em 30min estávamos na rodoviária de Cabo Polonio . Deixamos nossas coisas no guarda volumes e pegamos a “jardineira” que leva até a praia. Só se tem acesso à praia através desses caminhãozinhos, que leva umas 30 pessoas de cada vez. São divertidos 8km até descermos num vilarejo, sendo a metade percorrida por caminhos de areia dentro de uma reserva e a outra metade pela beira da praia. Chegando no vilarejo, que não tem luz elétrica, mas conta com pousadas, hostels e restaurantes, caminhamos em direção ao faról e à Loberia, uma colônia de lobos marinhos. Caminhando pelas pedras já podemos ver algumas carcaças de lobo marinho que, acredito, ficam presos nas pedras. Essa colônia de lobos é linda de se ver, há um limite que não se pode ultrapassar, de qualquer forma já estamos muito perto e é lindo de ver aqueles bichos enormes tomando banho de sol e se jogando no mar. Podíamos ficar horas e horas contemplando aquela matilha aquática, mas tínhamos que voltar e pegar o caminhãozinho e retornar para a rodoviária, o que foi bem tranquilo. Nossa passagem para Chuy estava comprada para as 14hs e chegamos lá as 17hs, 3hs de uma viagem bem chata, comendo poeira, parando todo instante e que poderia ser feita em 1h de carro. Mas estávamos contente, a colônia de lobos marinhos encerrou a nossa trip com chave de ouro! Ah, tem que pedir para o motorista parar na aduana para carimbar a saída do Uruguai, senão ele não para.

Chegando à Chuy, no Uruguai, atravessamos a Av. Brasil e a Av. Uruguai e fomos na rodoviária de Chuí, no Brasil, para comprar as passagens de volta para Porto Alegre. O bus saía às 23:00, então deixamos nossas coisas no guarda-volumes da rodoviária (azar, achei arriscado, mas não dava para ficar com aquele peso todo) e fomos fazer comprar, torrar os últimos dólares, comer e esperara a hora de ir embora.

 

19/01/15

Chegamos em Porto Alegre às 7 da manhã! De tarde já tinha que trabalhar...

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  • 4 semanas depois...
  • Membros
Muito bom o teu relato!!

Se importa em dizer quanto gastou aproximadamente?

Teve que levar algum equipamento/roupa especial?

Abraço!

 

Fala Pablo.

Cara, Nossa viagem acabou saindo mais cara do que esperávamos, mas fomos preparados para isso. Gastamos em torno de R$ 14.000,00 (casal). Mas dá para economizar bastante fazendo mais viagens de bus e ficando em mais quartos compartilhados.

Quanto a roupas, fomos bem preparados tb. O que não pode deixar de levar é um bom tenis para trekking, jaqueta impermeável, 1 blusa de lã e calça e malha térmica para usar por baixo. Jaqueta para o frio só vai ocupar espaço na mala.

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