Membros RoxaneOliveira Postado Julho 12, 2015 Membros Postado Julho 12, 2015 (editado) Salve, nação mochileira! Apesar de acompanhar há algum tempo o Mochileiros, é a primeira vez que resolvo fazer um relato. No início de 2013 parti do Rio com destino a Porto seguro com uma amiga de ônibus e de lá partimos para Valença e por fim, Morro de São Paulo. Ainda pretendo fazer um pequeno relato, ainda que não acrescente tanto, já que alguns lugares deixei de conhecer por ter passado muito mal do estômago. No início deste ano fiz a rota que tem mais relatos por aqui: Bolívia, Chile e Peru. Tinha tudo para fazer um belo relato, mas no fim da viagem caí no velho golpe do taxi e levaram minha Gopro e Canon T5 novas. Algo que me deixou triste por um bom tempo, pois ainda estou pagando, mas algumas fotos, ao menos, consegui tirar. Enfim, sempre tive vontade de viajar pela Europa pela facilidade de locomoção e alimentação. Tudo é muito acessível, vale a pena ir só, pois o que você mais vai conhecer por esse mundo é gente. Conheci em 2009 e 2011 a Itália e fiz um stop over em Paris, no Inverno e no verão. Nessa época o dolar estava pouco mais de 1,50, então posso dizer que nessas duas primeiras viagens consegui aproveitar bem, mesmo com um emprego que ganhava bem pouco. Hoje a realidade é diferente. O dólar está 3,25 e o Euro 3,55, sem falar no valor do câmbio. Saí do meu emprego (a libertação) depois de 3 anos e meio e resolvi torrar parte da grana da rescisão, fazendo o que mais gosto: viajando. Mas como nem tudo são flores, só consegui fazer a homologação no dia 4 de maio, uma semana antes de embarcar. Apenas com o dinheiro na mão consegui comprar minhas passagens internas que, infelizmente, não poderia ser de low cost, por ter uma bagagem de mais de 20 kg e também não poderia ir de trem, pois cada trecho das passagens já estavam mais de 150 euros. Tive que apelar para o Low budget, Pegando Megabus e Eurolines, por sorte meu roteiro era folgado. Fiquei em casa de alguns amigos expatriados, outros amigos europeus que conheci na viagem pela América do Sul e testei o Couchsurfing pela primeira vez. Este último tive que pensar muito bem, pois há excelentes anfitriões, outros não muito confiáveis. Vou contando... 13/05 - Rio X Frankfurt X Amsterdam Saí de casa 16:30 hs a fim de chegar ao aeroporto 19 horas, pois o voo era 22:10 e, como eu já perdi um voo internacional pra Colômbia pela Tam, não quis me arriscar e saí 2:30 antes da abertura do check-in, eu já havia feito o check-in pela internet, mas não queria mesmo me arriscar. Peguei o metrô e o BRT para não correr risco de pegar acidentes, pois era hora do rush e o Rio tem obras pra tudo quanto é lado, não é que mesmo assim cheguei 19:15, na abertura do check-in? O Jumbo 747-8 da Lufthansa, decolou pontualmente às 22:10, voo tão vazio que fiquei realmente assustada. A crise no setor aéreo bateu com tudo pela alta do dólar. Comissários super atenciosos. Serviram o jantar uma hora depois da decolagem, a galera estava azul de fome, inclusive eu. A comida foi realmente farta, mas eu não curti muito, não. Nessa parte, sou mais a Air France. Comida maravilhosa e com vários pratos, mas a Lufthansa me ganhou por servirem com talheres de aço (com um formato diferente do convencional), assim se come bem melhor. Logo depois do jantar todos dormiram e quando acordamos o avião já estava a 1 hora e meia para o pouso. Achei esse horário excelente, pois nem percebi que estava fazendo um voo de 11 horas. Tomei o café da manhã e logo o avião aterrissou em Frankfurt. 20150514_171254.jpg[/attachment] Cheguei em Amsterdam as 18 horas e lá estava meu amigo Paul, que conheci em La Paz, me esperando. Ele é holandês e seguimos de trem para Utrecht, onde ele morava. Chegando em Utrecht Centraal 20150515_100955.jpg[/attachment] 17488025.jpg[/attachment] A única coisa que consegui encontrar foram fleeces e capas de chuva, comprei dois fleeces por 20 euros o total e me salvei um pouco nessa primavera fria holandesa. Mais tarde peguei o trem, estava preocupada, pois não me lembrava exatamente o caminho de casa e se o meu amigo havia chegado. Mas acontece que na Holanda há wifi free em todos os lugares. Qualquer transporte público, praça. Você não se perde! então passei um whats para o Paul e ele já estava em casa. As 18 horas, com o sol lá em cima ainda, ele Disse: "vem que tem jantar antes da festa". Eu acho que eles jantam muito cedo, talvez porque eles almoçam apenas sanduíche. Quando eu cheguei, já peguei o sinal do wifi da casa dele, avisei que havia chegado e ele desceu de avental e tudo pra abrir a porta. Quando subi, tudo pronto, um frango tailandês, com molho e castanhas, bem adocicado e apimentado e arroz integral à parte. Ele perguntou se eu gostava e eu disse: "claro" adoro comidas diferentes!" e estava pra lá de bom. E ele: "eu sei que é bom, sou um bom cozinheiro" Eu: tá, só seja menos convencido. Mas obrigada pelo jantar. Estava maravilhoso e é uma bela economia no dia!" Deu 22 horas, aquele vento sinistro de frio, ele estava tirando o cadeado das bikes e eu perguntei o porquê, ele disse que pedalaríamos por 20 minutos até a casa do aniversariante. Daí pensei e "tá, mas vamos beber, certo? Vamos pedalar bêbados?" E ele disse: "claro, todo mundo vai de bike". Muita diferença cultural, mas estava achando aquilo o máximo, hahaha! Chegamos na casa dos amigos e mal falaram um boa noite para mim, fiquei de canto, só se falava holandês, óbvio, mas eu ficava ali boiando, mas ele sempre ia levar a cerveja, para não ficar além de boiando, de bico seco. Já estava alegre, e uma amiga deles veio falar comigo. Adorei a atitude dela se não fosse um interrogatório, hehe. Perguntou se eu e meu amigo éramos namorados, onde havíamos nos conhecido, onde eu conseguia tanto dinheiro pra viajar, etc... me senti levemente bombardeada, mas meio que pensei que poderia ser cultural, ser direta como ela. Depois foi a hora de darem os presentes ao aniversariante. Deram dinheiro, livro, creditos para Iphone, convites para festas de verão, etc. Esperei a hora do "Parabéns" e não houve. Perguntei ao Paul: "vocês não cantam?" Ele: "há mais de 50 anos que não cantamos..." Eu: "nossa, que sem graça" e ele: "ah, somos sem graça mesmo, já vocês têm graça demais", rindo. Depois das 2 da manhã, todos bêbados e eles continuaram bebendo, foram para as vodkas e licores, ah esses jovens, tenho mais saúde pra isso não, heheh... Começaram a conversar comigo como se me conhecessem há séculos, bem diferente de algumas horas antes. Morri de rir deles, falaram que sonham em conhecer o Brasil e tal... De repente, chegou a polícia e acabou a festa. Meu amigo soltou: "Merda, mas ainda tem tanta cerveja..." Esse povo não vê limites mesmo, hehe... Quando pegamos a bicicleta eu estava levemente tonta e pensei: "vai dar merda", quando cheguei na porta da casa dele, para parar a bike era preciso pedalar para trás, o freio de lá é assim. Quando pedalei, deixei a bike cair. Gente, muito mico pra poucos dias, hehehe... 16/05 - Manhã em Utrecht e tarde em Amsterdam Acordamos e meu amigo tinha o aniversário da mãe para ir, na Alemanha, ele disse me levaria para o mercado de rua e depois compraria o presente para a mãe dele, para depois partir para Amsterdam e caçar um hostel por 2 noites até o dia de ir para Londres. Estava aquela chuvinha fina e chata, mesmo assim pegamos a bike e fomos para o centro da cidade. Ele me mostrou o famoso Haring, ou Arenque, o peixe mais popular do mar do Norte. Eles põem dentro do pão e comem com cebola e picles. Engraçado é que meu amigo também nunca havia comido, experimentou junto comigo. Bem, nada sensacional, mas valeu experimentar... Editado Julho 19, 2015 por Visitante Citar
Membros RoxaneOliveira Postado Julho 18, 2015 Autor Membros Postado Julho 18, 2015 Chegando de trem de Utrecht, vi de início aqueles prédios enormes em Amsterdam, mas eram no lado esquerdo da cidade, onde fica o porto, inclusive. Desci na Amsterdam Centraal sozinha com minha mala de mão e de rodas (já havia andado o mês inteirinho de mochila na América do Sul), arrastando naquelas ruas estreitas de pavimentação impecável, estranhei de início, pois se via APENAS TURISTAS, grande parte deles estavam mega loucos já. Algo que eu constatei em Utrecht, não vi holandês fumando maconha nem os vi com garotas de programa, mesmo com Red Lights nos canais. O povo lá, sabendo que é liberado, vê que está lá, mas não se desespera, se fazem ou não, não se importam e menos ainda se veem alguém fazendo, para eles cada um tem a sua vida. 1 X 0 NL! Fiquei no Hostel Mevlana, na Niewezijds voorburgwal. rua ao lado da Praça Dam, perto de tudo. Paguei o salgado valor de 45 Euros por noite. 90, no total. Não tinha escolha, pois o Meininger não era tão perto e o Bulldog estava lotado, além de ainda mais caro. Logo que cheguei havia no meu quarto um escocês e um canadense, já fomos nos apresentando e começamos a conversar sobre os planos de viagem de cada um. Logo depois bebemos uma cerveja e fomos para a rua ver aquele fervo. Chegamos no café e os meninos compraram seus devidos charutinhos, não podiam, de forma alguma, fumar fora do café e assim foi feito. Nem todos os turistas respeitam a regra e acabam sendo multados. Duncan passou um pouco mal, era mais fraco e o James comprou uma água pra ele. Eu bebi apenas cerveja. Não gosto de fumar nada, mas acabei fumando a marola da galera, é claro. E assim ficamos, indo a cada café e tomando um draft, que em Amsterdam não é barato, mesmo Heineken e Amstel. Amsterdam é uma cidade bem carinha. No final da noite fomos ver na TV um jogo de Hoquei no gelo. O jogo era USA X Russia e adivinha pra quem eles estavam torcendo? Rússia, é claro, que acabou ganhando. Os meninos me deixaram no Hostel, estava cansada e eles voltaram para beber mais. 17/05 - Museu Anne Frank e Leidseplein Acordei 10 horas, um pouco tarde para quem tem mil roteiros diários, mas eu tenho o meu ritmo, que não é de bater ponto em cada lugar. Tomei um café da manhã ao estilo belga e fui para a fila da Casa de Anne Frank. Foram quase 3 horas de fila. Paguei 9 euros, achei barato. Na fila tem wifi e é isso que eu mais gosto na Holanda. Essa é uma visita que vale a pena fazer, pois além da história da Anne Frank, o mais interessante é a forma que ela conta. Cada lugar da casa se vê das frases dela, a riqueza de detalhes nos fazem estar dentro da estória, desde o início até os momentos finais, antes de ter sido levada e executada em Belsen. Enfim, muito triste, mas na próxima oportunidade verei o filme com outros olhos. Almoço em Leidseplein (Bulldog) Andei do centro até Leidseplein em vez de pegar o tram. Queria ver ver gente e o dia lindo de sol proporcionou isso. Chegando lá, pedi um Hamburguer com salada e fritas e um Draft. Paguei 15 euros no total. A noite cai e eu e os meninos saímos pra rua novamente. Disse a eles que queria ir para a Red Light District, mas que não tinha coragem de ir sozinha. Eles atenderam prontamente a minha vontade e me acompanharam. As meninas que trabalham na RLD são, de sua maioria, do leste europeu. Todas trabalham legalmente. O que eu achei bizarro foi vê-las rebolando na vitrine e no whatsapp ao mesmo tempo. A inércia não está só nos escritórios, minha gente! Quem for dou os dois clássicos conselhos, ou talvez 3: 1. Não tire foto, ou você vai apanhar na rua; 2. Não mexa com nenhuma mulher turista nessa rua, pois ela é tão turista quanto você; 3. Cuidado com a carteira, pois ali tem muitos batedores de carteira e eles sabem muito bem se você fumou uns ou se está bêbado e prontos para darem o bote. Depois de sairmos de lá fomos beber mais uns 3 drafts, sempre 5, 6 euros e eu fui logo dormir, os meninos voltaram para a rua e beber sempre mais. 18/05 - Van Gogh Museum e caminhada pelos bairros Infelizmente, o que estragou no último dia foi a chuva, dessa vez foi um pouco mais forte e não aquela garoa de sempre. Ao acordar tomei mais um café belga e logo fui para fila de 3 horas do Van Gogh, que me deixou muito cansada. A entrada custou 17 Euros, para o que é, não acho caro e vale realmente a pena conhecer. Agora é o seguinte, para quem não curte arte, ou só gostam de ver as obras mais conhecidas, não é o seu lugar. O Museu Van Gogh conta toda a trajetória de Vincent com as telas e a sua evolução como pintor. Requer sensibilidade. Só que é impossível, pois há milhares de japoneses tirando fotos, o que atrapalha bastante quem gosta de parar um pouco, como eu. E as obras mais famosas dele estão no Museu D'Orsay, em Paris. Saí do museu Podre, queria ir ao Rijksmuseum, mas não rolou, então fiquei um pouco na rua, que estava chovendo. Tentei ir ao Vondelpark, mas a chuva aumentou e eu fui comer no Wok to Walk, comi um desses Noodles (miojo) por 5 euros. Gostosinho... Por fim fiquei na praça observando o ritmo do holandês. Eles não param para almoçar, compram um sanduíche com frios e salada e uma fruta. Nada para beber e nunca nada quente. Eu não aguento, hehehe... Citar
Membros rafadapt Postado Julho 21, 2015 Membros Postado Julho 21, 2015 e ai rox!? achei seu relato por aqui hehehehe po não sabia que tinha perdidos suas câmeras naquele mochilao da america do sul... que bad hein! to querendo fazer um desse pela europa... depois vou pegar umas dicas com vc. Citar
Membros RoxaneOliveira Postado Julho 21, 2015 Autor Membros Postado Julho 21, 2015 Nem fala, Rafa... vou ter que rodar a América do Sul de novo, haha... Mas até que consegui salvar a maioria pela gopro, mas pela Canon perdi todas mesmo. Pode pegar as dicas, sim. Citar
Membros RoxaneOliveira Postado Julho 21, 2015 Autor Membros Postado Julho 21, 2015 Eram 19 horas quando peguei minhas malas no hostel, fui andando até a Amsterdam Centraal, comprei mais alguns créditos de passagem e tinha que pegar o Tram 26 para a estação Zeeburg, que inclusive tem um camping fantástico, mas como estava bem frio não tinha tido a ousadia de acampar lá, como alguns europeus loucos, rs. Na estação Zeeburg ficam os pontos de parada da Megabus e Eurolines. Já havia comprado a passagem por 20 libras 1 semana antes de sair do Brasil. Posso dizer que o preço é justo, pois é um trecho complicado por ter de atravessar o canal da mancha e ainda pegar 2 horas de estrada na Inglaterra. Posso afirmar que foi a melhor viagem de ônibus que eu já fiz. Se for com tempo faça, mas se não tiver, vá de trem. Cheguei as 20:30 com alguns lanches e pronta para pegar o ônibus. É preciso mostrar a reserva e o passaporte. Eu imprimi as passagens, mas se quiser salvar em PDF e mostrar o celular também é bem aceito. Tudo muito organizado. O próprio motorista guarda as malas no bagageiro. Eles priorizam quem tem 1 mala, mas teve gente com mais malas (brasileiros, claro) e também não teve problema nenhum. Os assentos não são marcados. Dentro do ônibus você tem um interruptor para carregar seus eletrônicos ou entrada USB. Importante levar adaptador universal. O ônibus poderia ser mais rápido, mas vão catando gente nas paradas. Pararam em Rotterdam 1 hora depois e subiu um monte de gente, a maioria imigrantes e estudantes. Subiu também uns 3 brasileiros estudantes. O ônibus seguiu viagem e já parou em Antuérpia, na Bélgica, onde só subiram imigrantes, depois parou em Lille, na França, onde muita gente desceu e muita gente subiu, mas nenhum aparentava ser turista. Às 2 da manhã o ônibus chegou no porto de Calais e todo mundo tinha de descer para a imigração. Calais - Imigração Chegamos na imigração e estava lotada em plena madrugada, na hora de dar a saída na França o policial nem olha na sua cara, fiquei feliz até, mas alegria de pobre dura pouco, pois havia o posto para dar entrada na Inglaterra logo mais a frente e já estava vendo uma galera ficando, e eu fiz de tudo para manter minha calma. Estava com o dinheiro trocado e todos os possíveis documentos impressos: comprovantes de reservas, telefones de amigos e todas as passagens rodoviárias e a reserva do retorno ao Brasil. Chegando a minha vez, o policial foi cordial, mas fez o trabalho dele, que foi me perguntar 5 vezes o que eu ia fazer lá, quantos dias eu ia ficar, de que dia a que dia eu ficaria lá (teste de contradição). O que eu fazia no Brasil, óbvio que não disse que estava desempregada, mas sim que estava de férias, então ele viu meu passaporte cheio de carimbos (Bolívia 2 vezes, Peru 2 vezes, Argentina 1 vez) e ele me perguntou: "está de férias de novo?" Eu disse que sim porque estava dois anos sem tirar férias e que eu precisava. Daí ele sorriu e carimbou e me desejou boa viagem. Saí feliz da vida, já que disseram que o trem e o porto têm as piores imigrações (as mais exigentes). Subi no ônibus para o motorista fazer a contagem e vi que um dos brasileiros ficou. As amigas dele ficaram bem tristes e eu perguntei o que houve. Elas contaram que o menino ficou porque não estava com o passaporte, estava apenas com a identidade europeia. Mas como o Reino Unido está com um pé fora da UE, começaram a limitar a entrada de cidadãos dos outros países membros. Alemães, holandeses, franceses passaram direto. Portanto, brasileiros, mesmo sendo cidadãos europeus, preparem-se. O ônibus estacionou dentro do Ferry e eu já subi caçando um sofá para dormir, pois a viagem levaria mais de duas horas. Tinha uma criançada francesa de férias escolares indo para Canterbury, todas sozinhas, apenas com a professora. Nenhum dos pequenos com celular ou tablets, apenas os pré adolescentes. Senti aquele choque cultural. Dormi e acordei já amanhecendo, chegando ao porto de Dover. Achei lindo aquele solzão saindo do mar. Continua... Citar
Membros RoxaneOliveira Postado Julho 25, 2015 Autor Membros Postado Julho 25, 2015 O Ferry chegou no porto de Dover às 6 da manhã, mas foi preciso ajustar o fuso horário para uma hora a menos. O ônibus seguiu estrada, meu celular estava descarregado e eu deixei meu carregador na mala grande, que estava no bagageiro (sim, sou idiota). Os 5% de bateria que me restava foi o suficiente para dizer à minha amiga, que me esperava na Victoria Station, que eu já estava no Reino Unido. O porto é lindo e muito bem organizado, estava encantada. Quando chegou na estrada vi lindos campos de flores e majestosas casas no interior. Eu ainda quero retornar para conhecer mais o interior, é fantástico. A hora de chegada prevista era às 7 horas e nessa hora o ônibus ainda estava em Greenwich, havia muito, mas muito trânsito. O ônibus chegou na estação às 8 e minha amiga estava lá me esperando. Paola é uma das minhas melhores amigas e choramos muito quando nos vimos. O destino era Kentish Town, ao lado de CamdenTown, pegar o Tube lá é um pouco complicado no início, mas logo se acostuma. Comprei o Oyster por 37,50 libras. 32,50 para 1 semana de passagem (Zona 2 - preta) e 5 pelo cartão, reembolsável no final. Você pode andar o dia todo, a noite toda a vontade, seja de underground (metrô), overground (trem), bus (aqueles vermelhos), desde que seja na zona que você adquiriu. Escada do metrô, em São Paulo já é feito o mesmo, mas em Londres, se você parar na esquerda, você é praticamente chutado, ninguém quer saber se você está com malas. Aconselho a baixar o app do metrô da cidade. Ele funciona off line (: Cheguei na estação e comprei um frapucino no Costa, que é melhor que o starbucks, bem mais cremoso e praticamente o mesmo preço, 5 libras. Estava com um pouco de medo do meu orçamento em Londres, já que estava levando 300 Libras para 7 dias, 1500 reais, mas como não paguei hospedagem foi o que me salvou. Minha prioridade era comer e beber a vontade além da locomoção. 19/05 - Camden Town Meu amigo saiu do trabalho cedo e já foi me buscar para me levar ao CamdenTown Market. Ele já foi me alertando para tomar cuidado com a bolsa, pois havia muitos batedores de carteira por lá e tinha mesmo, além daquele povo pedindo dinheiro para ajudar alguma instituição de caridade, já sabemos desse velho golpe, etc... Gostei do bairro porque você pode ser quem você quiser, se vestir como quiser, ouvir o que quiser, ninguém te julga por isso. Além da mistura de povos que tem por lá. Isso não tem preço. Vi o mesmo só em Berlin, que fica para o final do relato. Brewdog Camden E começa o tour cervejeiro pra valer, fomos na cervejaria escocesa mais famosa do Reino Unido, que inclusive tem uma em São Paulo e quero muito conhecer. Pedimos uma Pint de uma cerveja que estava com maracujá e romã dentro, agora não me lembro o nome dela, mas a categoria é IPA. Só sei que eu adorei, forte e gostosa. Degustamos várias outras, comemos e lá se foram 30 pounds, hehehe... Citar
Membros RoxaneOliveira Postado Agosto 5, 2015 Autor Membros Postado Agosto 5, 2015 Quando eu viajei pela primeira vez pra Itália, me lamentei 2 anos por não ter ido a Roma, fiquei tão inconformada que tive que voltar para tirar as 700 fotos que não tirei da outra vez. E, claro, se tratando de Londres, uma das cidades mais visitadas do mundo, não podia deixar de tirar aquelas fotos clássicas no Big Ben, London Bridge, Abadia de Westminter, etc... Acontece que nós mochileiros vivemos tanto o momento na cidade que acabamos de tirar algumas fotos. Eu, pelo menos, sou assim. O fato de não ter as minhas ex câmeras me deu uma broxada também, mas enfim. Londres é mais para ser vivida do que simplesmente vista. Começando o dia assistindo a troca de Guarda Honestamente não gostei. Turístico de mais. Muita gente, muita polícia, muitas câmeras para cima. Não valeu a pena perder o meu tempo ali, mas pra quem curte recomendo naquele inverno bem rigoroso, de preferência com aquela chuvinha chata que só se vê por aquelas bandas, duvido que encontraria a quantidade de gente que eu vi, rs... Pensei que, naquele momento, havia perdido a minha manhã, mas quando fomos caminhando em direção ao Big Ben, perto da Abadia a rua estava também fechada, pois estava rolando um desfile em homenagem às Mulheres da Segunda Guerra mundial. Detalhe: poucas pessoas estava assistindo e pude tirar boas fotos. Ganhei o meu dia de turista japonesa, hehe... Terminando a sessão de fotos essenciais, o Léo me sugeriu de me levar ao Museu da Segunda Guerra Mundial, para mim, foi um dos meus melhores momentos em Londres. Fiquei dentro do Museu 4 horas, lendo, vendo, ouvindo. O museu é bem interativo e te prende, afinal são 5 andares e tem bastante coisa pra fazer. Quando entra, de cara se vê no centro do museu aviões e carros pendurados da época. Vai subindo e você começa a ler a História da segunda guerra, com mais detalhes do que a História que aprendemos na escola. Mostra por notícias de jornais da época em detalhes, avisando que faltaria alimentos X em um determinado período e que voltaria no período Y. Logo abaixo mostram os produtos que poderiam ser substituídos muito bem por outros alimentos relacionados (por isso que a culinária europeia é tão rica). Em outra sala mostram a moda utilizada em período de Guerra, a moda feminina e, inclusive, a moda militar. Se vê que no inverno usamos a moda no estilo militar até hoje. Rastros da História que permanecem nos dias de hoje. Muito interessante. Sobe mais um andar e a coisa vai ficando mais pesada, mostram zonas de evacuação e de destruição. No último andar conta tudo sobre o Holocausto, desde as definições, os planos e a execução, com uma maquete do Campo de Concentração Auschwitz. Saímos do museu por volta das 17h, comemos no MC Donalds, deviso à correria, pois meu amigo tinha um compromisso com os amigos dele perto de Notting Hill, mas não visitei nada turístico, porém pude perceber que o bairro é realmente muito rico. Compramos umas cervejas no mercado e fomos beber no parque, o que é proibido, mas todos estavam bebendo e bebemos também. Sendo discreto e limpo não há problemas. Uma hora depois fomos uma galera no pub e meu amigo cervejeiro me mostrou as Cask Ales, ou Real Ales, esse tipo de cerveja só se encontra no Reino Unido e é daquelas cervejas que não tem a pressão do gás, a forma de tirar o chopp é bem manual e também não é muito quente. Vale a pena experimentar? Sim! Essa é uma das melhores coisas quando se viaja, mas eu não gostei muito, não. Só os britânicos mesmo que bebem, rs... Citar
Membros RoxaneOliveira Postado Agosto 10, 2015 Autor Membros Postado Agosto 10, 2015 Dia de encontrar mais uma amiga que mora lá e ela me sugeriu fazer as famosas compras. Começamos pela Primark, que já tem em toda a Europa, comprei calcinhas, cinto, Powerbank e uma blusa , o total foi de 12 Pounds. Depois fui na Forever 21 e comprei uma calça jeans skinny pra bater por 7 Pounds, achei uma boa compra. Nem na C&A no Brasil conseguimos encontrar um jeans por 30 reais. Daí fui depois na M&M's, mesma loja que tem na Disney, como não sou muito de doce, não comprei, mas tirei algumas fotos da loja. Depois ficamos andando na rua e namorando algumas vitrines impraticáveis, rs Hyde Park Depois fomos no Prêt à Manger e compramos um sanduíche, um chá gelado e um cheesecake quase com pouco açúcar, eu amei... Finalizamos o dia no Camden Town Brewery, mais uma micro cervejaria. Muitos locais e turistas juntos. 22/05 - English Breakfast, Dartmouth Park e noite de Brixton Foi o dia de ser mimada. Minha amiga Vivi fez um autêntico English Breakfast com o autêntico English Tea em sua casa. Tudo muito gostoso e bonito. Momentos de gratidão por aparecer pessoas especiais assim em nossa vida. Depois a Vivi me levou a um Park nos arredores de Kentish Town, o Dartmouth Park. O Park tem uma caminhada super agradável e uma leve subida, quando menos se espera, você consegue ver o Centro e o Leste de Londres, inclusive o Parque Olímpico, o Hackney. Noite em Brixton Não é muito comum ler relatos sobre esse bairro por turistas, mas li algumas informações de expatriados em Londres, meu amigo mesmo me sugeriu que fôssemos ver o Lado B de Londres e lá fomos nós para um bairro, onde a maioria dos moradores é imigrante africano e caribenho, restaurantes e bares muito próprios e muita música afro latina. O bairro é geralmente conhecido por ser barra pesada de roubos e de tráfico, mas vi mais segurança lá do que em Camden Town. Vale muito a pena a visita, quando os passeios turísticos já estão entediantes. Os bares são todos cercados e cheios de segurança, homens e mulheres são revistados dos pés à cabeça. Depois desse controle para entrar, curtimos no lado de fora, tomamos algumas cervejas e depois entramos na pista, hehe... 23/05 - Borough Market e London Bridge Esse é o mercado mais famoso de Londres, muita gente vai no Portobello em Notting Hill, mas me falaram que o Borough é o mais característico de todos, com a culinária local. Pedimos um sanduíche prensado com o queijo e depois batatas com queijo e picles. Uma delícia, mas acho o queijo um pouco salgado. London Bridge Como o mercado ficava bem próximo do London Bridge fomos andando para lá. É dos lugares Must go, mas não tem nada de tão especial. Citar
Membros RoxaneOliveira Postado Agosto 10, 2015 Autor Membros Postado Agosto 10, 2015 Esse dia foi um dos mais legais, já é notório que adoro comer e sou muito fã de mercados de Rua. No Rio estou sempre na Lavradio e na Praça XV, em São Paulo estou sempre no Butantã e mercadões e na Europa fui em todos que pude, hehe... O Mercado do Bricklane não é apenas de comida, tem roupas e um mercado e pulgas também, se encontra um pouco de tudo, mas eu já queria comer, então fomos nessa parte onde tem comidas do mundo inteiro, retrato da imigração. Escolhi uma salada com queijo e Falafels, uma delícia. Depois de comprar o rango e das meninas comprarem roupas no mercado, fomos pra rua e estava rolando um Blues do bom na rua e de graça, na rua havia um bar com mesas na rua, sentei para comer a salada e ia pedir até uma pint, mas os seguranças já chegaram bem agressivos dizendo que para ficar ali teria que consumir. Eu disse à segurança que ia comer primeiro para depois beber, pois não consigo beber comendo, parece que ela não acreditou e estava nos expulsando. O meu amigo estava com uma Pint e ele até queria beber mais, mas ele disse que então ficaríamos ali e que ele ia beber bem devagarzinho só de raiva. Eu que ia pedir uma Pint, pedi uma água sem gás, o produto mais barato, só de raiva também. E assim consumimos 6 pounds o total, para deixarem de arrogância, perderam clientes fácil. Ouvimos o som e resolvemos ir a um outro bar fechado, estava na hora da chuva e o frio nessa hora aperta. Pedi uma cerveja bem fraca, Cidre, sim tem cidra e é levemente adocicada e sim, eu gostei. Bebida de mulherzinha, como meu amigo mesmo diz. Depois da chuva, saímos do bar e pegamos o ônibus 26, em direção a Hackney Wick, que levou uma hora para chegar. Meu amigo disse que iríamos a um bar na beira do canal, comer uma pizza na tábua e ouvir um bom lounge. Eu adorei a sugestão. Hackney fica na Zona Leste de Londres e no passado era bem perigoso e abandonado. O Parque Olímpico fica lá e deixou um bom legado, pois melhoraram bastante a infra estrutura da região e virou o lugar da moda para os londrinos e alguns europeus. Fomos no Crate, uma pizzaria que fica num antigo armazém, todo reformado e com uma decoração limpa e sofisticada. Quem quiser pode fazer kayaking pelo canal. Eu não tenho a menor coragem, visto que estava uns 8 graus em pleno fim de primavera. Saímos de lá 22h e fomos para Kentish Town de overground, precisávamos descansar para aproveitar o meu último dia. 25/05 - Greenwich e Fish and Chips - último dia em Londres Londres há muito o que fazer, é uma megalópole de 8 milhões de habitantes, nem em 1 mês teria tido tempo de conhecer tudo. Mas o que eu conheci com o povo que mora lá foi o que eu mais curti de verdade e voltaria justamente por isso. Deixei o último dia para conhecer Greenwich. O bairro é bem charmoso, aparentemente tranquilo, gosto de observar o movimento, ao subir no monumento, claro, muitos, mas muitos turistas fotografando no monumento que pagava para entrar. Não tem muita graça você tirar foto de algo e está cheia de gente que você não conhece saindo na foto. Tive esse trauma depois de conhecer a Fontana de Trevi no verão. Por isso, dispensei e não paguei para entrar e não me arrependo. Fish and Chips Voltamos para Camden Town e eu queria realizar o meu último desejo de turista, comer um Fish and Chips. Queria mesmo ter tido a oportunidade de ter comido aquele enrolado no jornal, mas não encontrei o lugar, infelizmente. Fomos no Popies, um bar estilo americano, com aquele Jukebox tocando um som. Muito bonitinho, muito carinho também, mas vale a pena. O valor total foi de 12 pounds, é... puxado, mas comer um bacalhau fresco assim, são poucas oportunidades na vida, então eu curti demais o lugar e o peixe. 26/05 - Partida para Bruxelas Eu e minha amiga acordamos às 6 da manhã, eu estava triste por me despedir da minha grande amiga, mas, ao mesmo tempo entusiasmada com o próximo destino. Minha amiga me deixou na plataforma da Eurolines na Victoria Station e choramos um bocado. Depois fui gastar os últimos 5 pounds em moedas e comprei alguns lanches e água para a viagem de 6 horas rumo à Bélgica. Citar
Membros RoxaneOliveira Postado Agosto 14, 2015 Autor Membros Postado Agosto 14, 2015 Pronta para encarar o dia na estrada de Eurolines, animada por não passar a noite viajando dormindo dessa vez, afinal, há muito o que se ver na Europa e foi uma viagem bem bonita e tranquila, apesar de ter gostado mais da estrutura do ônibus da Megabus, com ônibus mais novos, poltronas mais confortáveis e banheiro impecável, mas a Eurolines é razoavelmente boa também, o adaptador europeu é compatível com o nosso, então ótimo. Outra diferença entre as duas empresas é que a Megabus foi de Ferry pelo Canal da Mancha e a Eurolines foi direto pelo Eurotúnel, o que tornou a viagem um pouco mais rápida. Chegando em Calais, bateu aquela deprê de estar na Normandia e não descer para ir ao Mont San Michel, um grande sonho que ainda hei de realizar, mas depois pensei: "França não é um país pra bate e volta, é um país que vale conhecer de Norte a Sul sozinha, com calma. 15:30 - Bruxelas Chequei na estação rodoviária, que não fica na região Central, mas sim perto do Atomium. Estava para vivenciar a minha primeira experiência com Couchsurfing. Fiquei na casa de um rapaz belga de 38 anos (parece um menino), trabalha com design e gosta de desenhar e pintar nas horas vagas. Eu, até então, não tinha nenhuma referência no CS e ele tinha em torno de 30, de brasileiros, inclusive. Ele conhece demais o Brasil, já veio umas 5 vezes, conhece bem a Amazônia e o Pantanal e sabe algumas coisas em português, seus pais acolheram alguns políticos exilados na época da ditadura militar, eis o motivo de tê-lo escolhido para a primeira experiência no sofá amigo, conhece meu país mais que eu. Por que eu decidi fazer Couchsurfing Inicialmente, confesso, foi por economia. Mas já havia ficado em casas de amigos antes, então eu já havia economizado o suficiente. Mas, observando cada referência dada aos hosts, fiquei bastante curiosa em saber se era aquela maravilha toda mesmo que todos falam. O amigo belga me aceitou para me hospedar em sua casa, deixou bem claro que não aceita guests sempre, somente se ele achar a pessoa aparentemente legal, pois já bagunçaram muito a casa dele. Conversamos diariamente por 30 dias, fez um roteiro de 5 dias e pediu folgas ao trabalho. Interessante a dedicação dele, que não havia más intenções. Então digo que foi um dos pontos altos da viagem de 30 dias, pois ter viajado a região do Flanders com um Flemish foi uma experiência única. Cheguei na casa dele 16:30, me pôs na sala com um sofá cama bastante confortável, aliás, a casa dele era muito bonita, tudo de muito bom gosto, com um jardim cheio de plantas e luzes para aquecê-las no frio. Tinha também uma bananeira na sala, pois disse que se ficasse fora ela morreria. Cheio de detalhes, rs... Ele foi no Carrefour e fez várias compras, eu ajudei no rateio, claro, e disse que faria alguns lanches para levarmos a Bruges no dia seguinte, pois é uma cidade muito turística e cara. O rapaz fez várias pizzas de tudo quanto é sabor e eu amei tudo aquilo, já queria comer na véspera, hehehe, mas ele acabou fazendo uma janta reconfortante para o frio. Uma sopa de legumes e uma massa com cogumelos. O menino era bom cozinheiro mesmo. Envergonhada, me ofereci para lavar a louça, apenas... Dormimos e no dia seguinte pegamos a estrada para Bruges, ele disse que era muito longe, o muito longe era 1 hora, hahaha... a Bélgica é incrivelmente pequena mesmo. 27/05 - Bruges A intenção era eu ficar num hostel, mas ele disse que seria interessante se eu observasse o interior, a vacas e os cavalos. A boa comida, foi então que ele sugeriu um Cama Café, o Hoeve de Steenoven, em Damme, uns 10 km do centro de Bruges. Citar
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