Membros jullie.santana Postado Junho 25, 2015 Membros Postado Junho 25, 2015 Devido alguns comentários como "você só viaja, hein?", "não cansa de gastar dinheiro não?" e algumas dúvidas de amigos próximos sobre gastos com uma viagem como a que acabei de fazer no São João 2015 para região da chapada Diamantina, resolvi montar esse relato que agregasse informações bacanas sobre custos, como chegar, onde comer, etc. Apesar de existir mil relatos parecidos como esse, nem todo viagem é semelhante, logo, alguma coisa nesse pode te servir. Bom, passei o São João (2015) em dois lugares diferentes: Lençóis e Vale do Capão. O circuito foi Salvador - Lençois - Vale do Capão - Salvador. Confesso que decidi os locais meio que em cima da hora, faltando dois dias para o feriado. Em suma, foi incrível, mas tive gastos desnecessários pela falta de planejamento. Logo mais falarei sobre isso de forma detalhada. 1º dica: Nunca viaje sem planejar. Apesar de ter uma pequena experiência com viagens, essa com certeza foi uma das poucas que fui "na bruxa" e percebi como a falta de planejamento afeta no tempo e no bolso. E dói. A saída foi combinada na sexta-feira a noite para o domingo (21 de Junho). Inicialmente, apenas uma amiga e eu, mas para dividir os custos com gasolina, achamos mais 3 amigos no sábado a noite que toparam viajar conosco. O carro que viajamos possui uma autonomia na estrada de +/- 13km/L e estipulamos um valor de R$300 que contemplasse ida e volta. Isso dá uns R$60 por pessoa e sai mais RÁPIDO e mais barato que a passagem de ônibus Salvador - Lençóis que custa +/- R$70. Saímos no domingo cedo! Nosso primeiro destino era Lençois, distante 420km da capital Salvador. A viagem de ida, considerando a parada no município de Ipirá (almoço) durou cerca de 5 horas. Primeiro erro por falta de planejamento: Esquecemos de abastecer o carro na noite interior. De nada adiantou acordar cedo e ficar quase 1 hora no posto de gasolina na saída da cidade esperando o posto de gasolina abrir para abastecer. I. Como chegar em Lençois: O melhor trajeto, sem dúvida, é ir pela BR-324 até Feira de Santana e um pequeno trecho da BR-116, pegando a direita para a estrada do Feijão até Ipirá (Ba-052) e lá entrar à esquerda até chegar na BR-242, já em Itaberaba. Da BR-242, pegar o entrocamento a esquerda e seguir os últimos km direto para Lençóis. O roteiro muito mais tranquilo, vale para ida e para a volta, evita o encontro intenso com caminhões da BR-116. 2ª dica: aconselho muito cuidado com os buracos na pista. Ao contrário do que alguns sites de viagem dizem, a pista em determinados trechos está PÉSSIMA. Cheia de buracos, inclusive nos acostamentos, o que exige atenção dobrada dos motoristas. Outro cuidado redobrado é com o trecho do entrocamento da BR-242 até Lençois. É um trecho de ladeira, com MUITAS curvas, sem qualquer tipo de sinalização na pista ou iluminação (descarto qualquer possibilidade de viagem noturna) e muito estreito. Por vezes, sobem e descem caminhões e ônibus. Chegando em Lençois, aproveite o máximo o lugar! É encantador <3 Encantador pela organização, pelo charme de cidadezinha do interior, envolvida num friozinho típico ao entardecer e por todas as suas características físicas. Costumo dizer que Lençóis é um lugar que atrai e tem a oferecer para diferentes gostos e bolsos. No caso da gente, o objetivo era uma viagem que poupasse o máximo de grana possível e que trouxesse conforto e muita diversão. Sim, conseguimos alcançar esse objetivo, mas como falei no início do post, poderíamos ter poupado mais. A cidadezinha estava cheia e com show’s de atrações locais, ótima opção para quem quer fugir da loucura de Salvador ou de cidades grandes. II. Onde se hospedar: A escolha da hospedagem foi aceita por todos nós: Camping. É a forma de hospedagem (e quase um estilo de vida) barato, prático e CONFORTÁVEL. Não tínhamos e não pesquisamos nenhuma opção de camping em Lençóis (mais um erro grave), assim que chegamos tivemos que perguntar sobre a existência de algum na cidade e ENCONTRAMOS. Por sorte o Camping ficava no coração do centro de Lençóis, próximo a tudo que precisávamos e ao mercado cultural, onde rolavam as principais atrações juninas da região como as quadrilhas. Seguindo pela Av. Ruy Barbosa,ao lado do Casarão que abriga o Banco do Brasil, é a chácara do final da rua (com portões de madeira). O valor da diária por pessoa foi de R$20 c/ banho frio e R$25 c/ banho quente. Vale a pena pagar os 5 reais. O camping oferece também uma cozinha coletiva e área de convivência! Otimo lugar pra conhecer mais gente. Ah, e tem lugar dentro do camping para estacionar o carro, além de uma feirinha artesanal da família que cuida do local. 3º Dica: Para acampar é necessário possuir um equipamento que suporte determinadas eventualidades da viagem. O clima pode pregar peças, então o correto é ir preparado com barraca e/ou lonas que suportem muita chuva e sol. Mais uma vez a falta de planejamento e o cuidado... Na primeira noite enfrentei uma chuva bem forte e não me atentei para o fato que minha barraca NÃO ERA impermeável. Resultado? Tudo encharcado! Tive uma sorte dupla: Primeiro, ainda era cedo e alguns centros comerciais ainda funcionavam, deu pra correr na chuva atrás de uma lona que pudesse proteger a barraca. Segundo, em situações desesperadoras como essa, você paga fácil por 2m de lona um valor absurdo de R$30 em uma loja de artigo esportivo que fica aberta até tarde e no centro da cidade. A minha segunda sorte foi ter sido orientada por um senhor no camping que indicou um estabelecimento (quitanda!) que vendia o metro da mesma lona por R$5. Quase meia noite e tivemos, na chuva, que cobrir as barracas, enxugar com toalhas o interior da mesma e fazer pequenas canaletas em volta, evitando assim que a água acabasse de vez com nosso feriado. A minha barraca foi a mais afetada e não poderia correr o risco de levá-la naquele estado para o Capão. Resultado? Dor no bolso. Tive que comprar uma barraca nova, impermeável e que custou a bagatela (não é das melhores) de R$158 reais. III. Onde comer: O papo é comida? Começam as tentações e as delícias do lugar. Lençóis oferece o luxo do restaurante mais requintado a biroska fundo de quintal. Você pode escolher o que mais te agrada! Vou recomendar dois lugares MARAVILHOSOS, principalmente para o café da manhã e a janta. a) Antes de qualquer trilha, recomendo passar em dois lugares próximos e que vai te alimentar bem pagando pouco. A primeira parada é na casa dos sucos. Uma casa simples onde você paga R$2 por uma garrafinha (500ml) de suco natural e gelado e com uma variedade de sabores. A opção de açúcar ou adoçante é na hora! Só não recomendo e nem acho delicado perguntar a procedência da garrafinha, pelo preço e qualidade, você esquece desse detalhe. b) Comprou o suco? Suba um pouco mais a rua e pare na Artes e Lanches. O melhor lugar para tomar café da manhã em Lençois. Procure Marcelo, o atendente mais gente fina e prestativo do lugar. Atende a todos com muita simpatia! Na Arte e Lanches você compra uma porção de cuscuz c/ ovo, presunto e queijo por R$5 reais (serve até duas pessoas), variedade de sanduíches por R$3 reais e tapiocas bem servidas por R$5. Resumindo, com R$10, incluindo o suco comprado anteriormente, você toma o café da manhã dos deuses! c) Na volta das trilhas e pra restaurar as energias para curtir a noite, vale a pena pagar R$6 por 400ml de açaí com banana ou com cupuaçu no "Tigela do Açaí", localizado na Avenida Almirante Barros. O melhor da cidade, sempre cheio e que fica aberto até às 19h. d) Para o almoço, recomendo o restaurante O Bode (R$32/kg e regional), espaço harmonioso e uma vibe legal, localizado atrás da ponte principal que corta a cidade. e) Para o jantar, se quiser continuar a pagar pouco, explore alguns restaurantes da rua onde está localizado a Casa dos sucos e a Arte e Lanches. Resolvi gastar um pouco mais na última noite em Lençois e fui para o restaurante Tratoria Bell'Italia. Uma palavra: Magnífico! Da decoração do local ao sabor <3 Quem gosta de pizza certamente se deliciará. Pizza com 4 fatias (8 pra gente) sairá por R$35 um único sabor. Caso queira dois sabores, desembolse R$42. Meu pedido da noite foi Maltagliati alla Toscana (calabresa toscana, queijo, molho tomate, cebola, manjericão, pimenta picante) p/ duas pessoas por R$52. IV. O que fazer: Queridos, certamente a melhor parte da viagem está nesse tópico e infelizmente não tivemos tempo de aproveitar tudo que Lençóis oferece. Primeiro conselho? Compre um mapa da cidade em alguma agência de turismo ou casa de artesanato, mas não pague mais que R$10 por ele. Encontrei mapas bem explicativos por R$5 reais. Cuidado com as agências de turismo, elas cobram caro MESMO! Lembrem que Lençois está no interior do Parque Nacional da Chapada Diamantina, logo, você encontrará uma exuberância de rios, riachos, fauna, flora, grutas e muito mais. Se você vai passar apenas 4 dias na região, como foi nosso caso, tenha certeza que alguma coisa irá aproveitar e não ficará parado. Voltei extasiada das paisagens que (re)encontrei naquele lugar. Não vou dizer ou indicar os melhores lugares porque isso é praticamente impossível e não tive tempo para aproveitar tudo que o lugar oferece, portanto, vou falar dos lugares onde passamos e vocês podem ficar a vontade ou tentados a conhecerem também, OU, como é a graça de toda viagem, buscarem o caminho de realização de vocês. a. Ribeirão do Meio Já tinha ouvido falar desse pico há alguns anos e de alguma forma relembrei desse lugar ao chegar em Lençois. Não tinhamos ideia do que faríamos por lá. Do grupo, apenas eu já conhecia Lençois de uma viagem em 2011 com a faculdade. Ribeirão do meio fica a cerca de 3,5 Km do centro de Lençóis e é alcançado a pé mesmo, sem a necessidade de um guia. Uma hora de caminhada através de uma mata, com bastante sombra e você chegará ao destino. Em caso de dúvidas, pergunte aos moradores locais, eles foram solícitos com meu grupo e chegamos após uma hora de caminhada. Não esqueça de levar água, ok? Ah, antes de pegarmos a trilha principal, um bombeiro informou-nos e pediu para termos precaução no local, evitar pular ou ir para áreas que apresentasse riscos, já que devido um acidente na trilha do vale do pati, os bombeiros estavam concentrados lá, o que inviabilizaria qualquer chamado em caso de imprevistos ou socorro. Descendo a trilha a primeira visão é de impressionar. Meu Deus, aquilo é surreal! A paisagem de todo vale traz um misto de sensações: você rir em contato com a natureza na sua forma mais esplêndida. A vastidão daquele lugar traz toda humildade do seu espírito. Nós não somos nada em comparação a plenitude da natureza realizada ali na frente dos nossos olhos. Aproveite, agradeça, respire um pouco daquele lugar e se quiser, tire uma foto! Terminando a trilha, você chegará ao destino e vai deparar-se com três coisas: Primeiro, com a formação geológica do lugar. São blocos rochosos encaixados que formam grandes barreiras e que será preciso ultrapassá-las por vezes para aproveitar. Segundo, a cor escuro-avermelhada e a temperatura fria da água. Terceiro, um tobogã natural de mais de 6 metros de altura, formado por arenitos e conglomerados lisos e escorregadios, que vai desaguar num poço de águas escuras. Atenção, viajantes , apesar das rochas serem lisas, o impacto com as rochas o deixará dolorido após a primeira descida, mas é uma experiência muito[/size] agradável e divertida. Só tome cuidado para não escorregar na subida! O lugar é tão incrível que resolvemos passar o dia (e passou rápido) aproveitando o máximo, sem a pressa ou a cobrança de conhecer outros lugares. Uma coisa de cada vez, esse é o prazer de uma viagem. b) Exploração das ruas de Lençóis e artesanatos locais As ruas são estreitas, preenchidas por estabelecimentos comerciais e as faixadas com uma característica colonial. Toda a cidade estava enfeitada para São João, seja nas bandeirolas que enfeitam todas as ruas, ou as cortinas e franjas nas janelas das residências. Coisa mais linda de se ver! Uma das primeiras coisas que irá notar na cidade é a presença de vários estrangeiros vendendo e fabricando artesanato, a maioria povo latino. Dê uma conferida nas peças que produzem, são lindas e bem trabalhadas. Além disso, eles tocam instrumentos e cantam nas praças ou em frente a locais movimentados, o que também é muito bacana. Sugestão pra quem gosta de fumar: Tabaco orgânico vendido numa loja ao lado do restaurante do bode. O fumo é de qualidade e o pacote custa R$12. Sugestão pra bebidas : Licores de fabricação local e a casa da cachaça que fica em frente o Artes e Lanches! As doses custam R$2,50 e também é de fabricação local. Está sempre cheio e atrai pelo seu ambiente rústico. Em todo centro da cidade você vai ficar encantado com as lojinhas que vendem seus produtos artesanais, a maioria com a venda de produtos confeccionados com rochas ou minerais locais, a exemplo do quartzo rosa/leitoso, hematita, entre outros. Há também uma feirinha que funciona no mercado municipal, logo após a ponte. O problema é resistir a tudo isso! Do lado oposto da cidade, depois da rodoviária, um pequeno deck que pode ser usado como local para tocar violão, conversar e ficar com a galera, com uma vista privilegiada para as formações rochosas do lugar e para o rio que desce cortando a cidade. Em toda cidade você encontrará agências de viagens oferecendo pacotes com guias para locais exuberantes da região, a exemplo da cachoeira do Serrano, Cachoeira do Sossego Morro do Pai Inácio, Vale do Paty, Poço encantado e azul, entre outros. Como escrevi acima, dependendo do seu objetivo, disponibilidade e dinheiro no bolso, é das inúmeras opções. Dois dias em Lençóis não foram suficientes, queríamos muito continuar com nossas andanças, mas precisávamos seguir para chegar no Vale do Capão onde passaríamos a noite de São João. E onde falarei num tópico mais detalhado! Citar
Membros Débora Donida Postado Janeiro 16, 2020 Membros Postado Janeiro 16, 2020 Em 25/06/2015 em 18:53, jullie.santana disse: anos Citar
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