Membros Felipe MBC Postado Junho 1, 2015 Membros Postado Junho 1, 2015 Primeiro relato por aqui, espero que seja útil. Fiz a travessia Teresópolis x Petrópolis nesse último fim de semana dias 29 e 30 de maio, é isso mesmo, fiz no sentido inverso do que normalmente é feito e achei mais complicado tanto com relação à orientação quanto ao desgaste físico e exposição a riscos. O problema de orientação não foi grande coisa, mas se não tiver atenção dá pra se perder. No alto do Morro da Luva tive que procurar pela trilha que desce até o Vale do Paraíso, já no sentido clássico não temos este problema, pois do alto do Morro da Luva dá pra ver a trilha bem marcada que vai em direção ao elevador. Tirando isso a orientação está excelente, muitos totens, tudo bem marcado e olha que peguei russo quase o tempo inteiro, não usei GPS e nunca tinha feito essa travessia. Quanto ao desgaste físico o problema é bem maior, indo do Sino até o Açu temos um início tranquilo e terminamos com subidas e descidas íngremes na chegada ao Açu, então fazemos esse percurso mais exigente no fim, quando o corpo está mais desgastado e cansado. No sentido clássico temos um início mais intenso, mas também estamos com mais disposição, do elevador em diante é bem tranquilo. Quando descemos o Açu depois de completar a travessia vindo de Teresópolis, o corpo já está muito cansado, exatamente no momento mais exigente da trilha. Outros problemas desse sentido contrário é a exposição ao risco, descer o elevador é bem pior que subir, o lance do mergulho subindo é muito perigoso e a subida em pedra depois do Vale das Antas é muito complicada, com certeza esse trecho no sentido clássico, ou seja, descendo, é mais tranquilo. Então, o sentido Petrópolis > Teresópolis é muito mais tranquilo, seguro, orientação mais fácil, de frente a belas paisagens (o que não fez diferença no meu caso, peguei muita nuvem e russo, não vi quase nada) e a logística pra ir embora de Petrópolis é bem ruim, tive que pegar 3 ônibus pra chegar no Rio, quando saímos na portaria em Teresópolis é mais fácil esse retorno, ou seja, no sentido Teresópolis > Petrópolis tudo fica mais difícil no momento em que você está mais cansado. Mesmo com tudo isso a travessia é muito boa em ambos os sentidos. Eu faria em 3 dias como normalmente é feito, mas acabou que fiz em dois dias mesmo, cheguei no Açu ainda cedo, umas duas da tarde, então resolvi descer logo, pois o clima não estava favorável, ficaria uma noite no Açu e provavelmente não veria nada, a previsão era de muitas nuvens, então entre ficar por lá e não ter vista nenhuma e descer, achei melhor descer, depois eu volto lá, tenho muito tempo disponível pra isso, é bem perto do Rio. Fui do Rio em um grupo com mais 3 pessoas, e por preguiça começamos em Teresópolis, nós temos um preparo físico mediano e conseguimos fazer todo percurso em 2 dias. No primeiro dia fizemos da portaria da sede Teresópolis até o abrigo 4, em torno de 15 km em 5 horas no total, iniciamos as 11h30min. e terminamos as 16h30min, com duas paradas de 40 minutos. Caminhada mamão com açúcar, com trilha bem marcada com orientação facílima e pouco íngreme, exigindo pouco do caminhante. Eu e o André ficamos em barraca, já os meus dois camaradas, o Wellington e o Emerson, ficaram no beliche do abrigo 4. As instalações do abrigo são boas, a cozinha é bem equipada e pode ser usada por quem está no abrigo, quem fica no camping não pode usar a cozinha do abrigo, como parte do grupo estava no abrigo e somente eu e o André estava no camping, acabamos podendo usar a cozinha. O banho quente é muito bom e vale a pena. A noite não foi muito boa, não pelo frio, mas pelo vento que estava muito forte. Não passamos frio. Usamos sacos de dormir micron da náutica e barraca falcon 2 também da náutica, dormi com uma segunda pele térmica e calça de fleece e blusa por cima da segunda pele, fez em torno de 5 °C. Pela manhã fui a pedra da baleia, estava tudo encoberto, pouco se via o sol, como não foi a primeira vez que fui a sino nem subi, o resto do grupo foi até o cume mas não foi legal, muito vento e nenhuma vista. Iniciamos a travessia às 8 da manhã. Saindo do sino o inicio da travessia é muito tranquilo, muita descida e o lance do cavalinho não é nada de mais, tem outros trechos mais complicados e arriscados que ele, o mergulho subindo é mais desafiador que o cavalinho, a pedra estava bem escorregadia. Prosseguimos até o vale das antas, até aqui a caminhada foi muito tranquila. Depois que passa o vale das antas o bicho pega, a subida que vem logo em seguida é toda feita em pedra, se o calçado não tiver uma boa aderência esse trecho será muito difícil e arriscado, depois descemos o elevador, que penso eu, ser mais arriscado que subir, depois fizemos uma parada próxima a uma fonte e seguimos para o morro da luva. A subida do Morro da Luva foi tranquila, mas a descida até o Vale do Paraiso e a subida do Morro do Marco foi muito desgastante, justamente em um momento que estávamos muito cansados, depois ainda tem outra descida pra depois subir o Açu. Nesse sentido, quanto mais cansado se fica mais puxada fica a trilha. Com 6h de caminhada chegamos ao Açu, descansamos uma hora e descemos, mais 4 horas de descida, chegamos às 19h na portaria em Petrópolis. A descida foi lenta por conta da fadiga de todos, o fim da trilha foi no escuro a partir da bifurcação para o véu da noiva. A próxima eu faço no sentido clássico com um pernoite no Açu, a descida do Sino é bem tranquila, ótimo para quem já está cansado. O melhor é fazer as piores partes no início da caminhada. Até o fim do ano eu vou novamente pra fazer em um dia, se eu estivesse mais leve e começasse por Petrópolis, já dava pra fazer em um dia, pois a descida do Sino é tranquila pra fazer no escuro. Fui com uma mochila de 32L (uns 5 ou 6 Kg) e levei barraca, saco de dormir. Isolante térmico, uma muda de roupa, um casaco, 3 pares de meia e alimentação para 3 dias, água (streamer 3L) e alguns utensílios de cozinha, pra fazer em um dia levaria uma mochilinha de 12L bem leve. Depois vou incluir fotos, como fiz esse relato no trabalho não deu pra por fotos. Quaisquer dúvidas é só perguntar, estou a disposição. Citar
Membros Tatimota Postado Junho 25, 2015 Membros Postado Junho 25, 2015 Vou fazer essa travessia nos dias 14, 15 e 16 de agosto... Já comprei meu ingresso, vou com mais duas pessoas e sem guia. alguém se anima? E por acaso alguém sabe informar se o mês de agosto é legal pra fazer? Se chove muito? Enfim... Até mais! Citar
Membros MarcoTavares1 Postado Agosto 25, 2015 Membros Postado Agosto 25, 2015 Muito bom o seu relato. Já fiz a travessia no caminho tradicional (Petropolis->Teresopolis), e junto com um grupo de 7 amigos(alguns já fizeram a travessia várias vezes no caminho tradicional, mas nunca no inverso), iremos fazer o caminho inverso (Teresopolis->Petropolis)nos dias 10,11 e 12 de Outubro/15. E estava um pouco preocupado em relação aos obstáculos neste sentido, mas agora fiquei tranquilo! obrigado! Citar
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