Membros murilo.pereira1 Postado Maio 19, 2015 Membros Postado Maio 19, 2015 Entre 22 e 31 de janeiro de 2015, fiz a expedição ao Monte Roraima com a empresa Roraima Adventures, de Boa Vista (RR). O pacote maior, Circuito Mágico Makunaíma, é de 10 dias e 9 noites - com cinco noites no topo do monte. O relato aqui no blog segue a linha cronológica dos dias, com bastante informações sobre o que você vai encontrar lá, além de muitas piadas internas. No final de cada post, tem o "Dicas deste post", uma espécie de resumo dos serviços que o texto oferece. Quem não quiser ler a história, vá direto ao final do post. Neste prólogo, conto a história do dia anterior ao início da aventura. Boa leitura. Boa viagem. [leia toda a história aqui:http://rascunhosdeviagens.blogspot.com.br/search/label/M%C3%A3e%20das%20%C3%81guas?updated-max=2015-05-05T14:07:00-03:00&max-results=20&start=5&by-date=false] Quando vi aquele grupo de senhoras - e um cara - de Cacoal (RO) trajando o uniforme “Expedição Monte Roraima”, percebi que aquela não seria uma viagem como as outras. Na hora e meia de briefing do Roraima Adventures, no Hotel Aipana, em Boa Vista , em 22 de janeiro de 2015, tivemos uma ideia de o que nos aguardava nos próximos 10 dias. Divisa do Brasil com a Venezuela na cidade de Pacaraima. Local para trocar moeda Na mesa, quatorze cabeças se estudavam. Seria aquele o grupo com quem conviveria entre 22 e 31 de janeiro, para fazer a expedição ao Monte Roraima. De senhoras em plena forma a adolescentes cujos pés nunca tocaram nada menos polido que porcelanato. De casais aventureiros e “caminhantes profissionais” a duplas que fariam este tipo de coisa pela primeira vez na vida. Muitas notas de bolívares no bolso. O guia Everaldo (Borracha) separou um saco só para pagar os carregadores “Que legal, vamos passar os próximos dias juntos!”, resumiu, logo de cara, o sorridente biólogo cearense Marcelo Soares, que subiria o monte com sua esposa, a também bióloga Michella Albuquerque. Em poucos dias, o tilintar de dentes nas noites frias do Roraima faria o casal de Fortaleza sentir saudades do clima de Boa Vista. Hotel Anaconda, em Santa Elena de Uiarén (Venezuela) As análises mútuas continuaram naquela noite, quando o grupo se reuniu no primeiro jantar, no bom Hotel Anaconda, já em Santa Elena de Uiarén, na Venezuela, a 220 km de Boa Vista. “Parrilla ou hamburguesa?”, perguntou alguém do staff. “Os dois”, respondeu a jovem comilona manauara Alice Anjos, que estava ali com a amiga, a marigaense Veridiana Sahd, porque encontrara uma passagem de Manaus para Boa Vista por 80 reais (uma economia de 30 reais). Polar Ligth, cerveja extra refrescante e extra ruim Para pagar comida e latas de Frescolita, Chinotto e Polar Extra Light, os visitantes tinham bolsos cheios. Na fronteira, antes de entrar na Venezuela, ainda em Pacaraima, todo mundo fez o câmbio de 52 por 1 trocando reais por bolívares (Bs). Como a maior cédula venezuelana é a de 100 Bs, é impossível evitar carregar muitas delas. Turma de expedicionários. Partiu Monte Roraima! Sol e longas distâncias Aquela sexta-feira (23 de janeiro) era feriado em toda Venezuela. A data lembra a queda do general Marcos Perez Jimenez, em 1958, e o fim da ditadura no país. “A Venezuela tem uma das democracias mais antigas da América Latina”, vangloriam-se alguns. “Isso não é democracia, é libertinagem”, explicou em seus termos um carredor, tempos depois, já na trilha. De 4x4 já no Parque Nacional Canaima Alheios a isso tudo, acordamos cedo naquela sexta-feira. Coloquei esparadrapo nos dedos dos pés, vesti duas meias e calcei com cuidado pela primeira vez a bota depois de dois anos sem usá-la. O último solo em que minha Nômade pisara fora o Parque Tongariro, na Nova Zelândia, que cruzei de ponta a ponta, em janeiro de 2013, ao lado de um desconhecido alemão. A bota ainda não conhecia o sobe-e-desce-sol-e-chuva que enfrentaria. Mal sabia que antes de chegar ao monte seria costurada inteira por um carregador. Ignorava que aquela era sua última viagem. Conversas no 4x4: a movimentada vida da Alice e os primeiros contatos com os colegas No café da manhã, conversamos sobre o que esperávamos da viagem. Ainda estava preocupado com o peso de minha mochila. O economista Andri Stahel, um senhor de sotaque gringo que aparenta ser mais jovem que seus 48 anos, e eu éramos os únicos que não tínhamos contratado carregadores. A paulista Luciana Christante, que trabalha numa editora de livros científicos internacional, embora já afeita a longas caminhadas, mudara de ideia ao ver a foto do Paso de las Lágrimas, ainda no brieffing em Boa Vista. Fizera bem. Na comunidade de Paraitepui, vivem os indígenas da etnia Pemón. Este povo concentrado no sul do estado Bolívar, na Venezuela, é sub-dividido em Taurepan, Arekuna e Kamaroto. Estima-se em 30 mil Pemóns no país Do hotel fomos para os veículos. São mais de 100 km de Santa Elena até a comunidade Paraitepui, no Parque Canaima. Atravessamos a Gran Sabana em 4x4 ouvindo as histórias a la novela mexicana da vida agitada de Alice, enquanto eu tentava convencer o pessoal a comer doce de tamarindo, que havia comprado na cidade. Fazia bastante sol e a caminhada estava apenas começando. Dicas deste post - O trekking do Monte Roraima é considerado nível médio. Para as pessoas que não estão acostumadas, sugiro fazer um treino ao menos dois meses antes, com caminhadas longas e, carregando mochila. - Faça seu check list e confira as dicas básicas. A Roraima Adventures sugere isso aqui. - Leve dinheiro em efetivo para fazer o câmbio logo em Pacaraima (na divisão com a Venezuela). Você vai precisar de dinheiro para o jantar do hotel, para carregadores (se for o caso) e para o almoço e compra de artesanatos no final da viagem. - Defina se você vai precisar de um carregador pessoal. O valor dele depende do câmbio do Real para o Bolívar. É preciso pagar também a alimentação dele. Quem contratou pagou cerca de R$ 600 nesta expedição. Cada carregador leva no máximo 15 kg por participante. - Detalhe: o staff é responsável por carregar toda a logística, inclusive as barracas. Cabe ao participante levar os objetos de uso pessoal, incluindo o saco de dormir e o isolante. - Escolher entre contratar ou não um carregador depende de seu preparo físico. Eu gosto de carregar minha própria bagagem e, além disso, não precisava esperar os carregadores chegarem quando terminava a caminhada (nós sempre chegamos ao acampamento antes deles). Citar
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