Membros de Honra LEO_THC Postado Agosto 17, 2009 Membros de Honra Postado Agosto 17, 2009 FONTE: Uol Viagens http://viagem.uol.com.br/ultnot/2009/08/17/ult4466u664.jhtm Equador tem atração imperdível para "ecosurfistas", a viagem de trem no Nariz del Diablo Viajar em trens na América do Sul não é algo corriqueiro: são poucas as linhas que sobreviveram à onda rodoviária do século passado. Fazer turismo sobre o trem é algo que só acontece em um lugar: Equador. Para ser mais preciso, em Riobamba, distante pouco mais de três horas da capital Quito, na região central do país. Vista do alto, uma parte da área apelidada por Alexander Von Humboldt como "Avenida dos vulcões" fica muito mais interessante - é bom dizer que o maior dos picos equatorianos, o Chimborazo, com 6.310 metros de altura, é o primeiro do trajeto. Depois de algumas horas de viagem no trem do Nariz del Diablo, no Equador, a cidade de Alausí surge no horizonte É preciso acordar cedo para embarcar no trem conhecido como "Nariz del Diablo": a saída acontece, geralmente, entre seis e sete da manhã, embora atrasos não sejam exceção. No começo, o frio pode ser um incômodo de acordo com a época do ano em que se viaja (a temperatura média de Riobamba é de 13,8ºC, ficando abaixo disso pelas manhãs), mas rapidamente descobre-se porque vale a pena passear sobre o teto de um velho trem. O trajeto revela ao viajante um Equador indígena, de hábitos milenares e completamente ligado à agricultura. Aparece um país que, muitas vezes, não se mostra nos grandes centros e que faz com que o turista lembre (ou fique sabendo) de uma nação que se declara majoritariamente "mestiça". Logo nos primeiros minutos, ainda em Riobamba, o viajante tem contato com uma paisagem verde, campos rodeados de montanhas em um cenário que alguns chamariam de bucólico. A baixa velocidade do trem permite apreciar tudo, admirar os dois lados e tirar muitas fotos. Ao longo do caminho, a paisagem vai mudando: áreas de agricultura se revezam com os pinheiros que fazem parte do deserto reflorestado de Palmira. O rio Chanchán acompanha o trajeto com suas águas, "leitosas" pelos minérios que vêm das minas de Tixán. Para descansar da longa viagem (que pode levar cinco horas ou um dia inteiro), o trem para em dois vilarejos: Guamote e Alausí, onde é possível comprar artesanato e blusas - sempre com preço muito mais alto que o comum - ou provar comidas equatorianas como o emborrajado de plátano, uma espécie de bolinho frito de banana. Nas paradas, de dez a 15 minutos, é recomendável descer, esticar as pernas e conversar com os moradores locais. Principalmente em Alausí, como uma espécie de preparativo para o trecho final da viagem: a hora de conhecer o Nariz del Diablo, a formação rochosa que empresta o nome ao trem. Tudo começa com uma vertiginosa descida de 800 metros em que os vagões quase "beijam" as pedras em um ziguezague que faz entender porque esta é uma prodigiosa obra de engenharia. É bom deixar claro que nem todos conseguem visualizar o Nariz del Diablo e que a melhor vista seria em uma excursão escalando montanhas, mas nada disso tira o brilho do passeio. Ao longo desse último trecho, o viajante fica cada vez mais próximo da natureza, ao mesmo tempo em que se espanta em pensar como se pôde realizar uma obra de tal nível - o que fica ainda mais claro na subida, quando o trem troca diversas vezes de trilhos para dar conta do tal ziguezague. Quem gosta de aventura pode desfrutar do Chimborazo, o mais alto pico do Equador Trem Nariz del Diablo Saídas às quartas, sextas e domingos com passagem a US$ 11. Tente garantir a viagem um dia antes: a bilheteria fica na própria estação, entre as avenidas Carabobo e 10 de Agosto, e está aberta entre 8h e 12h30 e entre 14h30 e 18h. É possível fazer apenas o trecho do Nariz del Diablo, um recorrido bem curto, saindo da estação de Alausí (Eloy Alfaro com 5 de Junio) - ônibus saem de Riobamba em direção a Alausí a cada meia hora aproximadamente, com duração entre uma hora e meia e duas horas de viagem. De Alausí, muitas pessoas seguem viagem para Cuenca, distante quatro horas. Os ônibus saem com freqüência e é possível guardar a bagagem em um vagão do próprio Nariz del Diablo. Telefone para informações: 593 3 2961-909 Dicas de quem já foi: Não deixe de alugar uma almofada antes de embarcar no trem. O custo é baixo (US$ 1) e salva parte dos desconfortos da viagem. Se ficar cansado mesmo com a almofada, há um pequeno vagão convencional para quem não quer viajar sobre o teto. Se quiser evitar gastos, compre antes a comida que vai consumir no trajeto. Há vendedores ambulantes todo o tempo sobre o trem, mas o preço é um pouco mais alto. Riobamba não tem uma estação de chuvas definida, mas elas ocorrem com mais frequência entre janeiro e março. Por isso, certifique-se sobre as condições meteorológicas antes de comprar a passagem. É possível retornar a Riobamba de trem: não faça isso, a menos que tenha ficado viciado em viajar sobre o Nariz del Diablo. O retorno é longo e a paisagem não terá nenhuma novidade, além da temperatura baixa do fim de tarde.
Colaboradores leo m Postado Maio 23, 2010 Colaboradores Postado Maio 23, 2010 No Equador, um giro pela Avenida dos Vulcões, Cuenca e Quito ROBERTO DE OLIVEIRA da Revista da Folha Está no pique de dar uma radicalizada, longe de tombos, trapalhadas e do clima família das pistas de esqui da vizinhança? Que tal avançar um pouco mais, rumo a uma região pouco explorada por brasileiros na cordilheira dos Andes, avistar vales e vulcões e cruzar aldeias indígenas perdidas no tempo? Não bastasse a paisagem díspar, a aventura pela Avenida dos Vulcões, no coração do Equador, é feita do alto de um vagão de trem --os passageiros vão sentados no teto do veículo. O vento parece cortar a pele; faz um frio de rachar no altiplano dos Andes, que começa naquele país e divide-se em duas grandes cadeias de montanhas vulcânicas, as cordilheiras Ocidental e Real, entre 3.000 e 4.000 metros de altitude. A emoção de avistar uma região desenhada por campos cultivados, vulcões por todos os lados com cumes cobertos de neve (alguns deles em atividade) e povoada por andinos de roupagem colorida vale qualquer esforço. O roteiro sai da capital Quito, cruza o Sul, pára em vilarejos e percorre desfiladeiros íngremes de tirar o fôlego. Vale cercado pelas duas cordilheiras paralelas de grande altitude, a Avenida dos Vulcões concentra nove dos dez picos mais altos do Equador. Foi assim batizada pelo explorador alemão Alexander von Humboldt, quando a visitou em 1802. Humboldt impressionou-se com a topografia do pequenino, porém multifacetado país. Pudera. Ao todo, oito vulcões se sucedem no percurso. Nem os solavancos desviam os olhos dos visitantes, fixos na gravura natural. Começamos por Pichincha, vulcão de 4.784 m de altitude. Passamos pelo Cotopaxi, de 5.897 m, o mais alto do globo em atividade --os guias costumam comparar sua silhueta à do monte Fuji, no Japão. Ao lado, Chimborazo (6.310 m), outrora considerada a montanha mais alta do mundo até 1852, quando o Everest, com 8.850 m de altitude, conquistou o título. Mas o vulcão equatoriano ainda detém um recorde: seu cume é o ponto mais afastado do centro da Terra e, conseqüentemente, o mais próximo do Sol. Jóia inca Pausa para se aquecer na cidade de Riobamba, de onde o trem parte na manhã seguinte em direção a Alausi. Não há raio solar que consiga levantar o termômetro. O frio desce um pouco mais, agora em direção ao estômago. A viagem segue por aquela que já foi considerada a ferrovia de construção mais difícil do mundo --dada a geografia acidentada do terreno--, edificada por norte-americanos em 1899, a mando do então presidente Eloy Alfaro (1842-1912). O objetivo é chegar ao Nariz do Diabo, uma parede de rocha quase perpendicular ao solo que forma um cânion profundo sobre o rio Chan-Chan. O trem ziguezagueia por 800 m íngremes, cortando montanhas. Descendo as encostas, as linhas férreas parecem escoradas no ar. Ninguém mais se lembra do frio. Conforme o vagão percorre o desfiladeiro, o temor é quem dita a temperatura corpórea. Dá um suador danado, uma vontade louca de descer, mas, quando acaba, é impossível esquecer. Pés no chão, a viagem segue de ônibus para Cuenca, considerada a "pérola" equatoriana, que divide com Cuzco (Peru) a honra de ser a cidade mais importante do Império Inca. Fundada pelos índios cañaris, Cuenca foi conquistada pelos incas no século 15. Tombada como patrimônio da humanidade pela Unesco em 1999, exibe ruas estreitas e igrejas por toda parte, herança acumulada ao longo dos séculos 16, 17 e 18. Praças, conventos, hotéis e pousadas charmosos --antigas mansões dos colonizadores--, bons restaurantes, bares agitados e turistas em harmonia com um povo simpático e receptivo. É em Cuenca que se produz o famoso chapéu panamá. O adereço tem esse nome porque era exportado pelo canal, onde foi muito popular entre os operários que o construíram. Confeccionado por índios desde o século 17, é feito de uma palha fina que cresce na região de Guayaquil. Para encerrar a viagem, uma pausa mais demorada em Quito. A 2.850 m de altitude, a cidade combina natureza e patrimônio histórico. É dividida em parte Velha, onde está o centro histórico, e Nova, reduto de redes de hotéis, escritórios comerciais e residências dos afortunados. Os mais belos edifícios estão na parte velha, recentemente restaurada. Só igrejas, são 40. A cúpula da de San Francisco, um dos maiores exemplos do barroco, é folhada a ouro. Museus? São 12. Do La Ciudad, que exibe o cotidiano da cidade desde antes da chegada dos espanhóis, até o Guayasamín, com obras do pintor Oswaldo Guayasamín (1919-1999), um dos melhores da América Latina. Difícil é conter a tentação de pisar no La Mitad del Mundo, monumento que permite ficar com um pé no hemisfério Sul e outro no Norte. Há quem conteste e afirme que a obra, construída em 1936, não está exatamente sobre a linha do Equador. Mais ao Norte ou ao Sul, pouco importa. O Equador está acima de qualquer linha imaginária. INDISPENSÁVEL: vacina contra febre amarela deve ser tomada dez dias antes do embarque COMO CHEGAR a Taca, tel. 0800-7618222 (www.taca.com), tem vôos para a capital, Quito, diariamente, às 6h10, com conexão em Lima (Peru), a partir de US$ 802 QUEM LEVA: Climb Tour Operator, tel. 5542-8166 (www.climb.tur.br). A partir de US$ 1.768. Inclui aéreo, traslados, seis noites em apto. duplo com café da manhã, refeições, excursões com guia e assistência médica. Jazz Turismo, tel. 3101-3544 (www.jazztour.com.br). A partir de US$ 1.180. Inclui aéreo, traslados, cinco noites em apto. duplo com café da manhã, passeios e assistência médica. Viagem Aventura, tel. 3708-6200 (www.viagemaventura.com.br). A partir de US$ 3.049. Inclui aéreo, traslados, oito noites em apto. duplo com café da manhã, sendo três noites em Galápagos com pensão completa, excursões com guia local e assistência médica. Roberto de Oliveira viajou a convite da Taca e da Climb Tour Operator.
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