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Expedição à maior caverna do Rio Grande do Norte


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http://www.abn.com.br/editorias1.php?id=52606

 

Expedição à maior caverna do Rio Grande do Norte promete fortes emoções para analistas do Cecav

 

NATAL [ ABN NEWS ] - Já está quase tudo pronto para mais uma saída a campo da equipe de especialistas da unidade potiguar do Centro Nacional de Estudo, Proteção e Manejo de Cavernas (Cecav), núcleo especializado do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O grupo está planejando, juntamente com o Meandros Espeleo Clube, também do Rio Grande do Norte, mais uma incursão para continuar o mapeamento da Caverna do Trapiá.

 

A empreitada científica será em setembro e promete fortes emoções para a turma de desbravadores subterrâneos. Ainda mais porque se trata da maior gruta do estado com, até agora, 1.225 metros de desenvolvimento linear. Só para entrar nela os pesquisadores enfrentam 18 metros de abismo, vencidos apenas com técnicas de rapel.

 

Esta é mais uma expedição ao local após outras tentativas, como conta um dos integrantes da equipe, o analista técnico do ICMBio Diego de Medeiros Bento. Segundo ele, a gruta foi descoberta pelo Cecav em 2003, com ajuda da comunidade, exímia conhecedora dos afloramentos onde cavidades já haviam sido observadas. “A exploração, contudo, só foi iniciada em meados de 2006, pois em retornos anteriores sempre havia uma colméia de abelhas na única entrada conhecida, aquela de 18 metros,” detalha.

 

Nessa primeira visita, o grupo mapeou, preliminarmente, 620 metros, limitados aos ambientes e acessos não inundados. Era final do período chuvoso na região e o nível do lençol freático estava muito elevado, como narra o analista.

 

Essa situação atrapalhou a continuidade dos trabalhos, mas em 2007 a equipe, dessa vez com a apoio de Valdir Quintiliano, do Clube de Espeleologia do Rio Grande do Norte, e Francisco da Cruz, da Universidade de São Paulo (USP), voltou ao local para nova exploração e apoio a atividades de pesquisa geológica. “Durante esta última exploração percorreu-se o conduto mais ao norte, até o momento em que a concentração de oxigênio era muito baixa, obrigando o retorno.”

 

Em fevereiro deste ano a equipe fez o primeiro acesso exclusivo para os trabalhos topográficos. No grupo estavam Jocy Cruz, Diego Bento, Darcy Santos e Iatagan Mendes, do Cecav, além de Leda Zogbi, Daniel Menin, Renata de Andrade e Marcelo Kramer, do Meandros. Nessa ocasião, eles constataram que se tratava da maior caverna potiguar, pois a Furna Feia, localizada no município de Baraúna, a mais extensa até aquele momento, tem 739 metros de desenvolvimento linear.

 

Conforme as previsões de Diego Bento, a Caverna do Trapiá deve passar dos 2 mil metros facilmente. “A grande quantidade de areia no interior dela sugere uma conexão direta com o Rio Apodi/Mossoró, que está distante aproximadamente mil metros do ponto mais próximo mapeado, justamente o conduto onde a topografia foi interrompida. Isso nos leva a crer nesse grande potencial. Se essa expectativa se confirmar a gruta será a maior de todo o Nordeste, excluindo-se a Bahia, competindo com a Gruta de Ubajara, no município homônimo no Ceará, que conforme mapeamento do Cecav tem, até o momento, 1.800 metros de desenvolvimento,” ressalta.

 

Aventura – Diego Bento explica que na primeira expedição exclusiva para o levantamento da topografia da Caverna do Trapiá, aquela de fevereiro, o grupo desenvolveu a estratégia da divisão do pessoal em duas equipes. “Como a gruta se desenvolve no sentido norte/sul, uma parte foi numa direção e a outra na contrária. No primeiro dia foram mapeados aproximadamente 350 metros da parte sul, até um escorrimento que praticamente bloqueava a continuidade do conduto, exceto por uma pequena passagem de uns 30 centímetros acima. Também topografamos 290 metros na parte norte, onde fomos limitados pela falta de oxigênio.”

 

Já no segundo dia, as duas equipes conseguiram continuar o mapeamento, inclusive após o escorrimento de 30 centímetros na parte sul. Foram anotados mais 200 metros após esse local, até o fim do conduto. Na bifurcação ao norte mais 400 metros foram registrados. “A topografia da porção sul está concluída, mas a da parte norte, que foi interrompida, segue sem qualquer sinal de afunilamento e mostra-se bastante promissora,” frisa Diego.

 

No decorrer das expedições, o grupo encontrou salões volumosos para os padrões locais, fósseis, velas e helictites, de acordo com Diego Bento, incomuns nessa região. “Também fizemos o primeiro registro de flores de gipsita no Rio Grande do Norte.” Por todas essas descobertas, os pesquisadores não veem a hora de botar o pé na estrada, ou melhor, armar as cordas para o rapel, preparar o coração e continuar a exploração de mais esse presente da natureza brasileira.

  • 1 ano depois...
  • Colaboradores
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Vale citar que o RN tem um enoooorme patrimônio espelológico, não é muito minha praia mas já fiz algumas expedições e são imperdíveis, Abismos, cavernas e tudo oq vc imaginar. Fui no complexo que fica na cidade de Jandaíra com o grupo de Escoteiros e foi massa d+.

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