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Fala galera, aqui vou contar o início até ir atualizando minha viagem pelo mundo. Me chamo Guilherme, 22 anos, solteiro, de Goiás-Goiânia. Se quiserem informações sobre preços, lugares para visitar e tudo mais, estarei disponibilizando no meu site logo mais quando ele ficar pronto, creio que em dois dias. No mais, o que você quiser saber, estou aqui pra tirar duvidas também. Não tenho data para voltar, agora estou na Argentina, em uma cidade chamada Humahuaca e subindo para Bolívia. E sim, vou correr toda a américa do sul e depois europa.

 

 

 

 

 

1º dia - Como sempre, a família muito emotiva me deixou na rodoviária. Algumas lágrimas rolaram de todos os lados, talvez pelo sentimento de não estar sempre próximo mais, ou por medo de acontecer algo perigoso e não poder me socorrer. Não interessa, tem coisas que somente sentimos, sem dizer nada.

Foram 24h de vigem, saí de goiânia 9:30 da manhã de quarta feira, dia 15 de abril, e cheguei em Foz do Iguaçu na quinta, 9:00 da manhã. No caminho paramos em alguns lugares, três ou quatro lugares apenas para lanchar, almoçar e jantar, e duas vezes para a empresa de transporte trocar o motorista.

No ônibus é bem confortável, cadeiras largas e tem bastante espaço para as pernas. Estava bem vazio, então ninguém sentou do meu lado, assim pude colocar as pernas para o lado e dormir. Porém quando chegamos, depois de 24h de viagem, meu corpo estava TODO dolorido.

 

 

2º dia - Depois de saltar do ônibus, peguei minhas coisas e procurei informações na rodoviária mesmo, as Cataratas ficavam a 25km da rodoviária, então taxi ou moto-taxi era improvável pelo preço que ficaria, então da-lhe coletivo. Peguei um moto-taxi para o terminal local, que me cobrou 10R$, e mais 2,90$ no terminal para pegar o coletivo. Quando entrei no terminal ele estava parado no ponto já, então foi somente um prazo de 10 minutos para todo mundo entrar e esperar os atrazados e partimos.

A caminho foi bem tranquilo, aproveitei para conhecer um pouco da cidade, aproximadamente 30 minutos de trajeto. No caminho tinha um Museu de Cera que me pareceu muito atrativo, porém ficaria para próxima, meu objetivo em Foz era somente as Cataratas.

Quando chegamos no parque, tinham alguns guias na porta vendendo mapas, e se quizessem tradutores também tinham. Observei que tinham muito mais extrangeiros que brasileiros, e também muito mais pessoas de fora da América do Sul. Conheci um casal, ele da Inglaterra e ela da Irlanda, estavam em lua-de-mel no Brasil pois haviam se casado a três meses, muito legais por sinal. Conheci também Erick, mais conhecido como Ero, brasileiro residente em Curitiba, estava de férias e resolveu dar uma volta pelo Brasil com seu carro.

Comprei um bilhete que forma somente 31R$, não achei caro, para extrangeiros é mais caro, queria alugar um armário, porém por isso se pagava mais 30R$, então preferi carregar meus 27KG nas costas mesmo.

Entramos em um ônibus que o parque oferece, dois andares, e do andar de cima é aberto nas laterais, então claro que esse andar foi minha escolha. O caminho dura cerca de 10 minutos, e tem alguns alto-falantes por todo o ônibus que dizia o que tinha para fazer e onde estávamos no momento, em português e inglês. Quando descemos, eu e Erick fomos o trajeto juntos, ele me ajudou com minha mochila menor, uffa, mão na roda!!!

O caminho é bem longo, entre as paradas para descanço e outras para fotos, lá se foram 2 horas. É simplesmente MARAVILHOSO, tanto a trilha do caminho quanto a visão, e quando se passa pela passarela da Garganta do Diabo, automaticamente se toma um banho revigorante, que na minha opnião, alguns estragam usando capas de chuva. Eu não usei, claro, e a sensação é ótima... o vento é bem forte e a água vem em micropartículas, então é beeeeem gostoso mesmo.

Depois disso, já é a saida... tinha também um elevador para ver a vista panorâmica, mas não quiz ir, a fila estava enorme!! Então fomos direto para saida mesmo. Estava faminto, eu não tinha comido desde a noite passada em uma parada no ônibus, então tudo que eu queria era só um restaurante para comer tudo que podia. Erick me ofereceu uma carona, PERFEITO... um custo de tempo e dinheiro. No caminho conversamos bastante, e vimos um restaurante a beira da estrada que oferecia comida caseira a vontade por 10R$, PRONTO, aqui que ficamos mesmo!! Nem preciso dizer o quanto comi né? Dois grandes pratos cheios de arroz, feijão preto, e uma carne cozida que estava bem gostosa por sinal. Claro que por esse preço não iriam oferecer um cardápio grande, mas já estava de bom tamanho, e no final mais uma gentileza, Erick pagou a conta como cortesia.

Depois que terminamos de comer ele me deixou na rodoviária, e seguiu seu caminho, espero que esteja bem onde esteja. Como disse minha mãe "muitos anjos vão passar pelo seu caminho", e para um mochileiro sem muito dinheiro, creio que essas são coisas que nos fazem acreditar em compaixão, afeto, ou simplesmente ser legal com alguém que não conhece.

Na rodoviária o ônibus não demorou mais que 10 minutos, direto ao Paraguay!!! A primeira vez que estava saindo do Brasil, uma emoção e tanto... Desci na Aduana, onde se carimba o passaporte ou no meu caso, se faz o cadastro com a identidade. Bem rápido também, coisa de 5 minutos.

Peguei um moto-taxi para a rodoviária de CDE que me custou mais 10R$, e lá um ônibus que estava quase a partir para Assunção, capital do Paraguay. Como já eram 14:40, e o motorista me disse que a viagem duraria cerca de 5 horas, fui... E a viagem durou 7 horas kkkk, o ônibus fazia muitas paradas, a cada terminal e ponto ele parava para alguém subir, e quando tinha uma rodoviária de uma cidadezinha no caminho ele parava cerca de 10 minutos para os vendedores ambulântes venderem as coisas dentro ônibus. Mas tudo bem, estava animado e queria aproveitar o máximo possivel.

Cheguei em Assunção as 22:30, e procurei onde tinha um hostel barato, mas ninguém sabia, então fui pegar um coletivo para o centro para ver se achava. No ponto encontrei uma garota bem legal, ela disse que estava esperando o coletivo para o centro a 2 horas, e estava quase pegando um taxi, então ofereci dividir o taxi, pois também estava indo ao centro. Pegamos um taxi e ela ficou no centro, eu e o taxista andamos mais um pouco... na cidade tem um albergue que é oferecido pelo governo que não se paga, porém ele não sabia se tinha vaga pois já era tarde, então perguntei se podia ficar na rodoviária mesmo, ele disse que não tinha problemas, e voltamos.

Na rodoviária mesmo tinha um posto policial do lado de fora, o taxista conversou com um oficial, que me deixou armar minha casinha bem ao lado do posto oficial, então, não havia algo mais seguro que isso né?

A essa hora já se passavam das 1 da manhã, então durmi, quentinho, confortável, e principalmente SEGURO.

 

 

3° dia - Acordei por volta de 7:30, estava bem no meio de todo quele barulho, então não podia ser diferente né. Mas não reclamei, o dia estava lindo. Fui ao banheiro da rodoviária mesmo, cobravam cerca de um real para tomar banho. O banho era bem quente, me arrumei e sai para tomar um café da manhã, que por sinal estava ótimo as famosas empanadas.

Logo depois do café, fui a um Cyber, para falar com meus familiares, aproveitei e olhei o que tinha de bom para fazer na capital, vi que tinha um Zoo, que ficava no Jardim Botânico da cidade. Sai e perguntei a um taxista qual coletivo poderia pegar para chegar ao botânico, e ele me explicou, que era bem fácil por sinal.

O coletivo passou bem rapido, e a viagem durou cerca de 20 minutos, o ponto que para o coletivo é bem na entrada do Jardim, então não tem erro. Fui caminhando, no caminho tinha uma fonte, aproveitei e completei minha garrafinha de água.

O Jardim é bem bonito, dá muito bem para se passar um dia todo andando e admirando. O Zoo não tem muuuuuitos animais, porém tem um elefante gigante, que é muito belo, e também é a atração principal.

Andei e encontrei uma lanchonetezinha no caminho, estavam Ana Lia e sua filha Constância, de 8 anos. Uma garotinha muito linda, e sua mãe muito prestativa também. Comi quatro empanadas, que estavam muito boas, e depois armei minha barraca no campo ao lado para curtir um pouco a tarde, porém foi só eu armar, que começou a chover.... Até ai tudo bem, o problema foi quando começou a alagar a barraca, pois estava em uma area bem plana, onde a água se acumulava.... Seria cômico se não fosse trágico... Salvei o que pude, porém boa parte molhou... Fiquei dentro da lanchonete, que parecia um trailler, esperando a chuva passar... Não durou muito, 20 minutos apenas, nesse tempo ficamos conversando e Ana Lia me contava como vivia, mostrando fotos dos três filhos e do marido. Me contou sobre um povo indígena que vivia por aqueles lados, e me deu dois presentes de artesanato local, bem lindos por sinal. Retribuí com duas pulseiras que tinha, e dei a sua filha que gostou muito. Depois disso voltei a rodoviária....

Já eram 17:30, e com muita chuva, decidi que estava na hora de partir para outra cidade, e a escolhida foi Resistência, na Argentina... Peguei o ônibus as 18:00 e chegamos lá por volta de meia noite. Não tinha nada aberto, e eu não tinha nem um centavo do Peso Argentino, e também não tinha casas de câmbio abertas... Os taxistas não aceitavam real, os coletivos muito menos, e as empresas de transporte também não. Então decidi durmir ali mesmo, como muita gente estava fazendo. Tomei um banho na rodoviária, o senhor muito educado que cuidava de receber o pagamento para o uso das duchas entendeu minha situação e me deixou tomar um banho sem pagar nada, perfeito!!!

Dormi até as 6:00 da manhã, e fui procurar algo aberto pela rodoviária, que era bem pequenininha... Tinha apenas cinco ou seis bancas abertas, e uma delas era uma Loteria, onde um senhor muito educado e gentil fez o grande favor de fazer o câmbio do real para o peso, depois disso fiquei mais tranquilo... Na conversa ele disse que não tinha muitas coisas para fazer ali na cidade, então fui para rodovia ver se conseguia uma carona até Salta, uma cidade muito famosa por suas belezas naturais.

Demorou cerca de 15 minutos para alguém parar, era um médico, que me ofereceu uma carona até uma pequena cidade a 100km de onde nós estávamos, onde ele trabalhava. Claro que aceitei, carona é carona né... E quando chegamos, ele ainda me deixou em um ótimo lugar na rodovia para pegar outra carona, e essa sim, demorou muito. Fiquei cerca de três horas em um ponto de ônibus a beira da rodovia esperando alguém parar, acenando para que parassem, como um bom caroneiro faz! Depois de tanta demora, parou um caminhão, um senhor que não gostava muito de conversar, então fiquei quieto, porque como dizem: respeite as regras do carro.

Fomos calados até outra pequena cidade, e mais 100km de distância, ele me deixou em um posto de gasolina a beira da rodovia, agradeci e ele se foi. Fiquei por volta de 1 hora pedindo carona, mas ninguém parou, e como já estava quase escurecendo fiquei com um pouco de medo. Não queria ficar ali em um lugar a beira da estrada escura né? kkkkk, então fui a rodoviária ver um ônibus direto a Salta. O próximo seria as 21:30, melhor, assim não tenho que pagar um hostel.

Saimos as 21:30, conheci uma garota que estava indo para Jujuy, conversamos por quase toda a viagem até que dormi.

 

4º dia - Acordei assustado pois o dia já estava claro, a viagem era de cerca de 10 horas, e o ônibus estava parado em uma rodoviária, então desci correndo. Pena que não era onde eu deveria descer, estávamos em Guemes, uma cidade a 50km de Salta, então lá vou eu pegar outro ônibus a Salta, agora sim, desci no lugar certo.

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  • 2 semanas depois...
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Aê chara, seguinte, estou planejando seguir praticamente esse roteiro em março de 2016, comecei a planejar agora, mas parto de Buenos Aires não do PY. Conheço mais o menos a região pq sou de SC.

A meta é ir seguindo a partir de Mendoza pro norte, Salta, Uyuni, até o Panamá, ou o mais proximo disso. Sem datas.

Vou ir vendo seu relato aí pra me basear na minha viagem.

Abração

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