Membros andreiac Postado Abril 30, 2015 Autor Membros Postado Abril 30, 2015 (editado) DIA 06: LA PAZ (Quarta) Não lembro a hora que chegamos em La Paz, mas sei que já estávamos bem atrasados, devia ser umas 10h (quando deveríamos ter chegado por volta das 06h). Chegando no terminal de buses, aproveitamos que estávamos lá e fomos pesquisar o preço das passagens pra Copacabana, e descobrimos que já não haviam passagens para aquele dia. Então novamente pra não correr o risco de ficar sem passagem, já compramos logo com a Titicaca os trechos La Paz - Copacabana (30 bs por pessoa) e Copacabana - Cusco (120 bs por pessoa) para dali a dois dias, na sexta-feira. Depois cambiamos alguns dólares (tem ali no terminal mesmo, e foi o melhor câmbio que encontrei na Bolívia: 6,95 bolivianos, e não faziam distinção entre notas grandes e pequenas) e então pegamos um táxi até a Plaza San Francisco. Antes de pegar um taxi, eu normalmente pergunto pro pessoal da rua se o lugar que quero ir fica muito longe dali e o preço médio do táxi, porque geralmente os taxistas ficam querendo ganhar em cima da gente, e esse não foi diferente: queria 20 bs pra um trajeto que me disseram que valia cerca de 5~8 bs. Depois de barganhar um pouco, o cara acabou fechando por 12 bs, mas andamos umas 3 quadras e ele veio dizendo que a rua tava fechada e que ele não teria como chegar até a praça, então teríamos que descer ali. E ainda me cobrou 8 bs! Boludo! Como eu sabia que não estava muito longe, e era só descida, acabamos indo a pé mesmo. Na procura por hospedagem, pegamos um quarto duplo com baño privado no Residencial El Cacique por 160 bs. Até procuramos mais pelas redondezas, mas como foi o preço mais barato que encontramos, e como ele parecia ser bonzinho, ficamos por lá mesmo, só que no fim acabou não valendo a pena. A localização era ótima, uns 2 minutinhos da Plaza, mas a internet não funcionava nunca, e a ducha não era nada caliente, como prometeram (era no máximo "não gelada"). Aqui eu queria abrir outro parêntese pra fazer um desabafo. La Paz foi pra mim como um tapa na cara! Eu estava preparada para o vai-e-vem de pessoas, para as cholas, para o trânsito maluco, para as barraquinhas que vendem de tudo (sim, tudo), para os cambistas de rua, para as buzinas que não param.. Mas acho que não estava preparada pra tudo isso junto! E pra completar, quando chegamos na cidade estava chovendo, então as ruas estavam molhadas e sujas, aí juntou tudo isso, e confesso pra vocês que na hora que pisei no centro de La Paz, eu tive vontade de dar meia volta.. Eu não sou uma pessoa fresca, juro! Nem me abalei com a falta de infraestrutura do deserto, com a falta de banheiro, de banho, com as viagens de ônibus intermináveis..mas minha primeira impressão de La Paz não foi nada boa.. A princípio, o plano era passar dois dias em La Paz, e seguir para Copacabana somente na sexta, mas na hora eu detestei tanto que voltamos pro terminal de buses e trocamos as passagens para Copacabana e Cusco para o dia seguinte, quinta-feira, já que na volta pro Brasil eu acabaria tendo que passar por La Paz novamente. No fim das contas, depois de rodar um pouco pela cidade, e de passar por lá novamente na volta de Cusco, dessa vez com o tempo ensolarado, eu acabei tirando a má impressão que tive, e fiquei triste por ter passado tão pouco tempo na cidade, e triste também pela minha reação. A verdade é que eu já gostava da Bolívia antes mesmo de conhecer o país. Conhecer um pouco da história, as diversas perdas de território, seja por guerras ou vendas pressionadas (quem aí se lembra de ter estudado em História do Brasil a "venda" do Acre, "a preço de banana", como até os próprios livros diziam?), a perda de saída para o mar, os golpes de estado, os conflitos sociais pela nacionalização do gás, o separatismo, racismo interno com a população indígena, o esplendor e a decadência da prata, o cenário de pobreza e, ainda assim e principalmente, a forma como a população reage e lida com tudo isso, me despertaram uma simpatia instantânea e natural. Por isso eu já estava programada para gostar de La Paz, então chegar lá e tomar esse susto foi uma coisa que me decepcionou com relação a mim mesma, na verdade.. Mas o que eu só fui descobrir depois é que La Paz não é só aquela zona que a gente vê quando chega. La Paz também é os desconhecidos que te dão informações no meio da rua, é as cholas desfilando orgulhosas suas tranças e saias coloridas, é a comida simples e barata, são as crianças fofas e acostumadas a trabalhar desde cedo, são os artesanatos vendidos na rua, são as mansões milionárias do centro, disputando lugar com as casinhas sem reboco. Então se você for pra lá e, assim como eu, se assustar, dá uma chance a La Paz. La Paz é assim, como qualquer metrópole, uma cidade frenética, que exige do visitante talvez um pouco de paciência pra ir além das ruas lotadas de gente e descobrir as barbadas locais. Fecha parêntese! Como eu já conhecia o caminho pro terminal de buses, e sabia que era perto, então não podia dar muito errado, resolvi me arriscar e fomos de ônibus até lá (1,50 bs por pessoa). Era pertinho, mas pra ir era subindo, então preferi evitar a fadiga, e pra voltar descemos caminhando mesmo. O trânsito é daquele jeito que tomo muito ouve falar: muita buzina, muitos carros, muito barulho, ônibus e taxis que param no meio da rua pra pegar/deixar passageiro, uma loucura! O ônibus que pegamos não podia ser diferente: minúsculo como os ônibus de Sucre, ficamos espremidos e apertadinhos; o pagamento é feito pro motorista mesmo, que cobra e dá troco aos passageiros, ao mesmo tempo em que dirige e buzina feito louco! Aí do nada o cara pára, aponta pro outro lado da rua e diz "terminal de buses". Ou seja: poquem fora do meu ônibus! Detalhe que era uma rua de três pistas, e nós estávamos na pista do meio, mas, whoyesdoor?? (ou no bom português: quem se importa?) Hahahaha, desce ali mesmo e sai correndo no meio dos carros! Saindo do terminal, fomos perambular pelas ruas e procurar algo pra comer. Acabamos comendo um sanduíche no Sol y Luna, que fica pertinho da Plaza, na calle Murillo, esquina com a calle Cochabamba. Fomos lá porque eu já tinha lido recomendações aqui no mochileiros, mas olha, achei bem marromenos, além de ser caro: dois sanduíches e duas cocas saiu por 112 bs, só valeu a pena pelo wifi, que funcionava direitinho. De lá nós fomos bater perna pela rua e conhecer o tal Mercado das Bruxas. Gente, tem nada de mais! Falam tanto sobre os fetos de llama e dos troços esquisitos, e no fim das contas é só uma rua inteira cheia de lojinhas de artesanato e bugiganga (que sim, inclui fetos de llama e até umas poções do amor, mas só se você procurar mesmo por algo mais diferente). Foi até engraçado porque nós perguntávamos as pessoas nas ruas como chegávamos até o Mercado, elas explicavam, a gente rodava pra cima, rodava pra baixo e nada de achar! Até que perguntamos pra uma mulher que estava sentada em frente a uma lojinha e ela disse que a gente já estava no Mercado, ele era aquela rua inteira! Então anota aí: é só subir a rua lateral da Iglesia de San Francisco até a rua de cima e ser feliz! Comprei um bocado de bugiganga, voltamos pro hostel pra descansar um pouco e depois fomos pra rua novamente pra jantar. Jantamos num restaurante chamado Little Italy, na esquina da calle Tarija com a calle Linares. Novamente, não pagamos muito barato, mas pelo menos a comida estava excelente, e o wifi funcionava, e depois de tantos dias comendo mais ou menos em Uyuni, achei que valeu a pena. Eu pedi um risoto, alexandre pediu macarrão, mais refrigerantes, e deu 130 bolivianos, e ainda tinha umas torradas com um molho muito gostoso de entrada que era cortesia. Gente, sobre o mercado em La Paz: aproveitem, é o melhor lugar para comprar presentes, artesanatos e bugigangas em geral! Achei os preços melhores que no Peru, inclusive, fazendo a conversão de moedas, então acho que só vale a pena deixar pra comprar presentes em Cusco se você quiser algo específico de lá. O resto, pode comprar tudo em La Paz! Artesanatos em tecido, blusa de lã de alpaca, bolsas em couro (tive vontade de levar todas, onde mais se acha couro no Brasil com aquele preço?!) e camisas divertidas. Gastos do dia: (sempre para duas pessoas) 300 bs: passagens La Paz x Copacabana e Copacabana x Cusco (empresa Titicaca) 8bs: táxi terminal de buses x plaza 160 bs: Residencial El Cacique 3bs: ônibus até o terminal de buses 112 bs: almoço Sol y Luna 22 bs: mercado (água) 10 bs: pulseira + bolsa moedas 105 bs: 3 bolsas de tecido 190 bs: 2 bolsas de couro 33 bs: camisa 130 bs: janta Little Italy Total de gastos do dia: 1.073 bolivianos Editado Junho 19, 2015 por Visitante Citar
Membros andreiac Postado Maio 1, 2015 Autor Membros Postado Maio 1, 2015 (editado) DIA 07: LA PAZ - COPACABANA - CUSCO (Quinta) Como o hotel não tinha desayuno e pela janela eu não via nem sinal de algum lugar aberto pra comer, apelamos pros nossos cookies no quarto do hotel mesmo, fizemos o checkout e pegamos um taxi até o terminal (10 bs). Chegando lá, novamente tem que pagar o tal "derecho de terminal", 2bs por pessoa. O ônibus saiu às 8h de La Paz e chegou em Copacabana por volta de 12:30. No meio do caminho, quando chegamos no estreito de Tiquina pra atravessar o Titicaca, todo mundo tem que descer do ônibus e pegar um barquinho até o outro lado, enquanto o ônibus vai numa balsa separada. Não lembro muito bem, mas acho que o barquinho custou 2 bs por pessoa. Quando a gente vai chegando em Copacabana, o próprio cobrador do ônibus já começa a oferecer passeios para a Isla del Sol. Os preços variam se a pessoa quer ir para o lado norte ou sul, e se vai voltar no mesmo dia ou pernoitar na ilha. Honestamente não sei se o preço foi justo (se já em Copacabana conseguiríamos um preço melhor), mas me bateu aquele desespero de Uyuni, e acabei fechando ali mesmo: ficou 30 bs por pessoa, para o lado sul, para ir e voltar no mesmo dia. Descemos do ônibus, deixamos a cargueira na agência da Titicaca, cambiamos um pouquinho de dólares, pois estávamos com medo de não ter o suficiente (cotação muito ruim: 6,85, então façam as contas antes, em La Paz, pra saber se vão precisar, e façam o câmbio por lá) e fomos procurar um lugar pra almoçar. Só que eu estava tão enjoada das curvas do ônibus no caminho, que comecei a achar que não era bem uma boa idéia andar de barco.. Aí fiz as contas as contas e percebi que o tempo seria muito corrido: o barco sai de Copacabana às 13:30h, chega na Isla cerca de 15h, volta pra Copacabana às 16h, onde chega às 17:30, e 18h nós tínhamos outro ônibus para Cusco! Então voltei lá na Titicaca e tentei negociar com a menina de desistir do passeio e devolverem meu dinheiro, alegando que estava passando mal, e ela estava quase devolvendo, quando chegou um outro cara lá, dono da agência, sei lá, e brecou meu planos: "no, no, sin devoluciones" Já que não tinha choro nem drama, voltamos pra ver se dava pelo menos pra comer um sanduíche e enganar o estômago, e encontramos um lugar muito legal! Se chama El Condor & The Eagle Cafe, com um proprietário muito simpático, um irlandês. Fica na rua da agência Titicaca, descendo em direção ao porto, não tem erro, acho que é a rua principal de lá. Pedimos dois sanduíches pra viagem (50 bs, os dois), e enquanto esperávamos, o cara trouxe a senha do wifi sem nem a gente pedir e ainda nos trouxe um caderno, uma espécie de diário de viagem, todo escrito a mão, aparentemente pelo dono e por outros viajantes, com vááárias dicas sobre a Bolívia e o Peru (diz se não é puro amor esse lugar??? ). Infelizmente não tivemos muito tempo de ficar por ali, assim que nossos sanduíches (deliciosos, por sinal!) ficaram prontos, nós já fomos correndo pegar nosso barquinho pra Isla del Sol. Chegando lá, eram quase os últimos da fila e todos os lugares na parte de baixo do barco foram enchendo, então tivemos que ir em cima. Meu Pai, mas que péssima idéia, nós quase congelamos! O tempo estava meio fechado, e também estava ventando muito, então acho que foi o dia que mais passei frio.. Chegamos na isla um pouco antes das 15h, então teríamos cerca de 1h para andar pelo local. Ah, para entrar no lado sul paga-se 5 bs por pessoa. Como não tínhamos muito tempo, só subimos um pouco as longas escadas (eta incas pra gostar de escadas!) até um mirante e ficamos por lá enrolando, batendo umas fotos. Nem subimos tanto assim, mas aqueles degraus naquela altitude foi um grande sacrifício, eu tinha que parar várias vezes pra tomar fôlego.. Logo deu a hora de voltar pra Copacabana e fomos espertos dessa vez: corremos pra fila pra pegar um lugar na parte de baixo do ônibus, mas dessa vez nem precisou, pois como muita gente ia pernoitar na ilha, o barco voltou bem vazio. Chegando em Copacabana, fomos correndo no café do nosso amigo irlandês, ver se dava tempo de pegar uns sanduíches pra viagem, mas.. estava fechado! Encontramos ele lá, porque pelo que eu entendi ele tem uma pousada ali também (?) O cara veio atender a gente, disse que sentia muito, mas que o café só funciona até 13h Como já estávamos nos sentindo em casa mesmo, rs, perguntamos se ele tinha algum lugar pra indicar pra gente jantar, e novamente ele foi super prestativo e nos deu uma dica certeira: um restaurante chamado La Orilla, ali naquela rua mesmo, descendo em direção ao porto. Lá tomamos uma sopa, um refrigerante, e pegamos uns sanduíches pra comer na viagem (que acabaria sendo nosso café da manhã no dia seguinte, em Cusco, hihihihi). Refeição muito simples e bem gostosa, e barata: a conta deu 68 bs. Assim como o El Condor, recomendo muito! De lá fomos correndo pegar o ônibus para Cusco, e em cerca de meia hora já estávamos na fronteira com o Peru. Aí desce todo mundo do ônibus, passa na imigração boliviana, carimba o passaporte..e depois seguem assim: você entra no Peru caminhando tranquilamente Ah, fica a dica: sempre quis saber onde que tirava aquela foto clássica com aquele monumento com o nome do Peru grandão, bonito, em vermelho (esse aqui), e não descobria nunca onde era! Então anota aí: esse monumento fica logo depois que atravessa o portal da Bolívia pro Peru, então já vá preparado com sua câmera! Infelizmente, como já era noite, nós não estávamos preparados para tirar fotos e ainda estávamos com pressa para passar pela fronteira (não vimos ninguém pelo caminho e achamos que éramos os últimos! e no fim das contas ficamos um tempão esperando o povo todo passar), ficamos sem foto A imigração peruana foi bem lenta.. (assim que entrar no Peru, atrase seu relógio em uma hora). Só tinha um funcionário trabalhando e ele não estava com a menor pressa, batendo papo tranquilamente com o coleguinha do lado (que não tava fazendo nada). Enquanto estávamos na fila, eu estava com medo de revistarem nossas mochilas e a gente ter que jogar fora nossos sanduíches que pegamos no La Orilla, porque tinha ouvido que não podia entrar com comida e não sei o que, mas olha, foi super tranqüilo: o rapaz estava com tanta preguiça que nem olhava pra cara da gente, quanto mais pedir pra abrir mochila, pff! rs Seguimos viagem, eu apaguei (nessa noite consegui dormir a viagem inteira, foi bem confortável mesmo!), só acordei quando chegamos em Cusco, mas aí é relato pra próxima parte! Gastos do dia: 10 bs: táxi hostel x terminal de buses 4bs: derecho de terminal - La Paz 4bs: barco no estreito de Tiquina 60 bs: passeio - Isla del Sol 50 bs: sanduíches Café El Condor El Condor & The Eagle - Copacabana 10 bs: entrada Isla del Sol (lado sul) 2bs: banheiro Isla del Sol 68 bs: jantar La Orilla - Copacabana Total de gastos do dia: 208 bolivianos Editado Junho 19, 2015 por Visitante Citar
Membros Alan.Pereira Postado Maio 1, 2015 Membros Postado Maio 1, 2015 Chegando na melhor parte Citar
Membros andreiac Postado Maio 2, 2015 Autor Membros Postado Maio 2, 2015 (editado) DIA 08: CUSCO (Sexta) Quando enfim acordei, já estávamos chegando no terminal de buses de Cusco. Era muito, muito cedo, acho que cerca de 5h, 5:30h da manhã, e ali começaram alguns probleminhas.. Primeiro: não tínhamos soles nenhum, e não nos preocupamos em trocar em Copacabana (tanto dentro de Copacabana quanto na fronteira, ao lado da imigração boliviana, ficam umas cholas fazendo câmbio, mas nem olhei o preço pra saber se valia a pena) porque achamos que no terminal de Cusco teria casa de câmbio, assim como em La Paz, só que..não tinha! Uma mulher de uma das agências de transporte até se ofereceu pra cambiar pra gente, só que olha a cotação: 2,60 soles pelo dólar! Quando ela passou essa cotação eu quase xinguei a mulher, mas só demos meia volta e deixamos ela falando sozinha! Isso sim é proposta indecorosa! E aí teve outro problema, que não foi exatamente um problema, mas encheu bastante o saco: eu já tinha sido alertada aqui no mochileiros que chegando em Cusco seríamos abordados por várias pessoas oferecendo hospedagem, e foi dito e feito! Eu até peguei os panfletos (alguns deles tem mapa de Cusco, então quebra um galho!), agradeci, mas recusei, só que teve um cara muito mala que não saía do nosso pé, ficava toda hora querendo empurrar o hostel dele! Não lembro o nome do lugar, mas o cara dizia que ficava a três quadras da plaza de armas e queria 80 soles por um quarto duplo, só que olhando com atenção no mapa, a gente via que na verdade ficava a cinco quadras da praça, e descendo pela av El Sol em direção ao terminal de buses, ou seja, não era exatamente uma região muito turística Eu recusava e o cara vinha atrás da gente de novo. Eu falava "não" e voltava ele. Aí teve uma hora que pedi licença pra ele, e saímos pra um canto do terminal, e não é que olho pro lado e o cara já tava ali de novo?! Comecei a ser grossa e procurar taxistas pra nos levar na Plaza de Armas, e o cara ainda vinha se intrometer dizendo que agora tinha uma lei no Peru que não podia mais entrar carro na praça, mas, gente, é mentira! De fato, durante o dia, a partir de umas 10h da manhã a praça fecha pra carros, mas é só saltar em uma das ruas que dá acesso à praça e andar uns dez passos e pronto, tudo resolvido! E de toda forma, àquela hora da manhã o acesso era liberado, então dá tranquilo pra pegar um táxi e descer na praça, que foi como fizemos. Inclusive o chato do cara continuou insistindo, no final baixou o valor do quarto pra 60 soles e só parou de nos seguir quando entramos no táxi..gente, eu já tava quase chamando a polícia, muito sem noção! Aliás, falando sobre esse assédio, ele se estendeu por todos os cantos em Cusco: toda hora alguém nos abordando oferecendo passeio, taxi, hospedagem, restaurante, folheto, tudo! Eu tive a impressão, inclusive, que enquanto nós estávamos na rua esperando passar um táxi pra fazer sinal, vários outros carros iam passando devagarzinho onde estávamos, meio que se oferecendo como taxi.. não sei, nenhum ofereceu diretamente uma corrida, mas fiquei com essa impressão. Além disso, em frente aos restaurantes sempre fica um hostess oferecendo o cardápio e chamando pra entrar todo mundo que passava pela rua. Às vezes era meio chato e a gente ficava de saco cheio de ter que ficar toda hora recusando as coisas (na Bolívia era muito tranquilo quanto a isso), mas pelo menos eles eram sempre muito educados, até quando recusávamos, bem diferente do Brasil que colam e ficam empurrando.. Voltando para o táxi, como não tínhamos soles pra pagar a corrida, acabamos tomando prejuízo.. conseguimos um taxista que aceitou o pagamento da corrida em bolivianos (que tinha sobrado de Copacabana), mas ele nos cobrou a mais por isso: saiu por 30 bolivianos (aproximadamente 13 soles), contra 6 soles da corrida normal, que pagaríamos mais tarde. Enfim.. Então troquem alguns soles antes de chegar em Cusco, belê? Chegamos na Plaza de Armas de Cusco (linda!), mas estava muito cedo ainda, cerca de 6h da manhã. Somado isso, com o fato de que minhas referências de hostel não tinha endereço anotado, ficamos meio perdidos e tivemos um pouco de dificuldade em conseguir hospedagem.. Na verdade, assim que saímos do taxi fomos abordados por outro homem também oferecendo hospedagem. Até que não parecia tão ruim: 30 soles o quarto duplo, e ficava a uma rua da plaza (depois confirmaríamos essa informação), mas eu já tava tão de saco cheio de gente me oferecendo coisas, que só peguei o folheto e disse que passaria lá mais tarde. Começamos a rodar pelas ruas adjacentes da praça, mas como disse, eu não tinha os endereços das minhas referências (boluda!), e a muitos hostels que encontrávamos ainda estavam fechados, então rodamos um bocado pra conseguir algo.. Ah, outra coisa que dificulta: Cusco é toda igual! Todos os prédios são branquinhos e, acredito que com a intenção de preservar o centro histórico, os letreiros com os nomes dos lugares (hostels, restaurantes, cafés, lojas) são bem discretos e pequenos (pesquisem no google pra ver, é até engraçado!!), então às vezes a gente demorava muito pra enxergar e identificar quais prédios eram hostels.. Lembro que passamos no Hostel Ecopackers e o quarto matrimonial estava 84 soles, mas teríamos que esperar até 10h pra fazer o check in. Passamos por outro hostel, chamado Cáceres, que olha, nem ficamos, mas eu já "desrecomendo" o lugar! Explico: chegamos lá, perguntamos se tinha quarto e diante da resposta positiva do cara, pedimos se podíamos ver o quarto. Gente, isso é de praxe, né? Em todos os lugares na Bolívia eu tinha feito isso pra ver se não estava comprando gato por lebre, só que quando pedi isso lá o cara só faltou bufar! Não disse nem que sim, nem que não, só falou pra gente esperar e saiu. Já estávamos até achando que isso era um "não" implícito, porque o cara não voltava nunca, até que ele apareceu com um bolo de chaves e começou a subir umas escadas. Eu e alexandre olhamos pra cara um do outro, ficamos sem saber o que fazer e, na dúvida, fomos atrás! Aí ele abriu o quarto e mostrou pra gente, só que eu não achei grande coisa pelo preço (60 soles) e queria procurar um pouco mais, então comecei a agradecer e virar as costas, e do nada o cara começou a resmungar um monte de coisas que eu não entendia nada mas linguagem de palavrão é universal, né gente, rs, percebi pelo tom que não era coisa boa, então nos mandamos dali antes que o cara mandasse Pachapapa vir atrás da gente! (Na verdade duvido que Pachapapa comungaria com esse tipo de pessoa baixo-astral, mas, enfim, melhor prevenir!!) Frustrados e cansados, acabamos encontrando novamente aquele senhor que nos ofereceu hospedagem na praça, assim que chegamos, e já que não estávamos fazendo nada mesmo e não estávamos tendo sucesso em procurar sozinhos, acabamos indo lá ver o que ele tinha pra nos oferecer..Não lembro o nome do lugar, só lembro que fica numa escadaria ao final da calle Procuradores, mas achei o lugar meio muquifinho, pra falar a verdade.. Se precisássemos muito, talvez até valia os 30 soles, por conta da localização, mas era escuro e meio fedido, e não me passou uma boa impressão.. Falamos pro cara que iríamos procurar mais, e ele disse que se não tivéssemos gostado ele tinha outro melhor pra nos mostrar, ali do lado (hm, conte-me mais..). Subimos um pouco mais e chegamos no El Mirador Hanan Qosqo, que realmente era bem melhorzinho e tinha quarto duplo por 45 soles. Ainda tentando nos convencer a ficar, já que eu tinha questionado se o wifi funcionava (depois da experiência ruim em La Paz), o cara falou assim que se não funcionasse ele daria duas noites de graça pra gente! Hm, ok..se é assim, sim, a gente fica! Ele nos deixou subir logo pros quartos e só fazer o pagamento mais tarde, já que dissemos que estávamos sem soles, então logo levamos tudo pra cima e corremos tomar um banho pra descansar um pouco. Só que poucos minutos depois alguém bate na porta..fui atender desconfiada, e era uma empregada do hotel, que estava lá quando ele chegou com a gente, e ela veio falar pra gente não acreditar em nada do que ele prometia pra gente, porque ele não era o dono (oi?), mas só um agenciador de hóspedes, que ganhava uma comissão por isso, e que a dona não estava no hotel no momento Depois que ela falou isso e saiu, eu comecei a achar que tínhamos nos metido em uma furada e me deu vontade de juntar as coisas enquanto era tempo e pocar fora dali! Fora que de todos os lugares que tínhamos ficado, aquele parecia ser o piorzinho.. tinha um carpete meio estranho que eu achava que a qualquer momento iam brotar umas baratas do chão.. Só que a gente tava tão cansado, e a idéia de tomar um banho quentinho era tão tentadora, que ignoramos a desconfiança e ficamos por ali mesmo. No fim das contas, acabou que fizemos bem. A água era razoavelmente quente e a internet funcionou direitinho, então não tivemos nada de fato pra reclamar..no fim das contas achei que o custo x benefício super compensou, então recomendo o lugar! Depois de tomar um banho e descansar um pouco, levantamos e fomos dar uma volta na cidade. Nessa hora, a dúvida de como voltaríamos para Santa Cruz pra pegar o avião de volta para o Brasil começou a apertar..eu pretendia estar em Machu Picchu no domingo, e na terça sairia meu vôo de volta para o Brasil, em Santa Cruz. Decidi que era hora de começar a me preocupar com isso e tentar ao menos ver como voltaria pra La Paz.. chegar lá já era metade do caminho e depois a gente dava um jeito. Como estávamos sem soles nenhum no bolso, a primeira parada foi numa casa de câmbio. Na Av. El Sol, principal avenida nas adjacências da Plaza de Armas tem várias casas de câmbio, uma do lado da outra, não tem erro. Fomos em várias e a cotação do dólar estava a mesma: 3,08, mas em uma dessas o cara ofereceu fazer por 3,09 pra gente fazer o câmbio com ele. Depois de receber os soles peruanos, contei, estava tudo certinho (lembrem-se desse detalhe..) e comecei a conferir a autenticidade das notas, como a Maís havia me ensinado, ainda na Bolívia. Nisso que comecei a conferir, o cara pediu o dinheiro de volta e disse que ia bater um carimbo nas notas, que aí qualquer problema era só voltar ali que ele resolvia. CUIDADO! NESSE MOMENTO ACREDITO QUE CAÍMOS EM UM GOLPE mas explico com detalhes mais pra frente. Com dinheiro no bolso, fomos resolver o nosso segundo problema: a fome! hehe Procuramos pelas adjacências da plaza de armas e vimos um anúncio tentador de promoção de chocolate quente e não pensamos duas vezes! Na verdade não era uma cafeteria, e sim uma sorveteria, chamada Heladeria Italiana Dolce Vita, na calle Santa Catalina, então não tinha muitas opções de pães e similares, mas pedimos um tiramissu com chocolate quente e capuccino que estavam divinos! O preço também era razoável: a conta deu 24 soles (que paguei com uma nota de 50 soles e recebi o troco certinho, guardem esse detalhe). Saindo de lá, pegamos um táxi até o terminal de buses (4 soles - gente, sempre perguntem ANTES pro taxista o valor da corrida, e se estiverem em mais pessoas, se certifiquem de que esse valor é para todos, e não por pessoa! Já vi relatos que o taxista combina um preço, e só no final da corrida informa que esse valor era individual..) e começamos a pesquisar meios de voltar pra La Paz. Fomos primeiro na Titicaca, que foi a empresa que viajamos de La Paz até Cusco, mas o balcão estava vazio (gente, nunca vou entender esse costume na Bolívia e no Peru de sair a deixar as lojas/balcões vazios! Às vezes eu entrava em alguma loja, ficava rodando sozinha e não aparecia ninguém! Aqui no Brasil você entra na loja, dá um passo e a vendedora dá outra atrás de você ), então acabamos comprando passagens com a Continente Internacional, até La Paz, com saída no domingo às 22:30h, por 80 soles por pessoa (160 soles no total, que pagamos com uma nota de 200 soles e recebi o troco, vai vendo..) Saímos do terminal e pegamos um táxi de volta até a Plaza de Armas (6 soles), e sentada no banco de trás, comecei a organizar nosso dinheiro e percebi que algo estava errado: faltava 50 soles. 50 assim, redondinho, uma nota de 50 soles, pra ser mais exata. Depois que saltamos do taxi, comecei a refazer mentalmente nosso caminho desde a casa de câmbio até ali. Encontrei o troco que recebemos pelo café (tudo certinho), e o troco que recebemos pelas passagens de ônibus (também tudo certinho). Os taxis eu paguei com moedas que recebi de troco no café, e estava tudo batendo. Como o restante do dinheiro estava bem guardadinho na parte interna da minha bolsa, e eu sou uma pessoa bem cuidadosa, descartei a possibilidade de ter deixado cair no chão..se tivesse perdido, provavelmente não seria só 50 soles, já que o dinheiro estava todo junto, dobradinho junto. Foi aí que nos ocorreu que poderíamos ter caído em um golpe na casa de câmbio. Pensa: eu recebi o dinheiro, contei e tava tudo certo. Aí o cara pegou todo meu dinheiro de volta com a desculpa de bater o carimbo, e quando me devolveu eu não contei de novo! Não tenho certeza se isso realmente aconteceu, mas acredito fortemente que essa tática de pegar o dinheiro de volta pra carimbar já é velha, e nisso que ele pega o dinheiro, provavelmente puxa alguma nota sem a gente ver. O risco pra ele é pequeno: o turista já tinha conferido antes, e provavelmente não ia conferir novamente; e caso conferisse, era só ele fingir que era um engano e dar/devolver a nota. Assim fica fácil oferecer um centavo a mais pelo câmbio! Como disse, não temos certeza se foi isso mesmo..mas fiquem atentos nas casas de câmbio: se pegarem seu dinheiro de volta por qualquer motivo, confiram tudo de novo! Bom, mas o estrago já estava feito, então não tinha mais o que fazer..então voltamos pro hotel pra pesquisar na internet como faríamos pra ir de La Paz para Santa Cruz. Depois de muito pesquisar, e como vimos que seria uma viagem muito longa de ônibus, acabamos comprando passagens aéreas pela Boliviana de Aviación, pela internet mesmo, para terça cedinho, por 453 bolivianos por pessoa, com taxas incluídas. Pesquisamos também na Amaszonas a na Tam boliviana, mas esse foi o melhor preço que encontramos. Por isso reforço a dica que dei lá no começo: pense bem se seu roteiro te permite comprar a ida e volta pela mesma cidade, e lembre-se que ao final você vai estar cansado e talvez não seja uma boa idéia deixar uma viagem de ônibus de mais de 10 horas pro final da viagem. Nós economizamos quando compramos as passagens aqui no Brasil, mas acabamos tendo um gasto extra pra ajustar o roteiro depois.. Voltamos pra rua, subimos pelo bairro San Blas e almoçamos no Pachapapa, restaurante que eu tinha lido várias recomendações. Vocês vão dizer que eu crio birra com as coisas que as pessoas recomendam, mas gente..a verdade é que não achei assim maravilhoso não.. Achei normal e bem caro! Apesar de não ter outros parâmetros de preço de restaurantes em Cusco, me deu dor no coração a conta de 125 soles! Pedimos um ceviche de entrada, que dividimos (e tava picaaaaaante, jesuis!! ), cada um pediu um prato que vinha arroz e uma carne de porco e também pedimos refrigerante. Assim, estava gostosinho, não nego, mas imagino que haja outras opções melhores e mais baratas.. Depois de almoçar, fomos atrás de agências para fechar passeios. Nós queríamos fazer o Vale Sagrado no dia seguinte e Machu Picchu no domingo, mas ainda não tínhamos nadinha fechado, nem o vale, nem o ingresso pra MP e nem sabíamos como faríamos pra chegar em Águas Calientes, então a idéia de pegar um pacote fechado com tudo isso nos pareceu interessante. Pesquisamos em algumas agências (tem vááárias ao redor da plaza de armas e também na av. El Sol, então isso não será problema) e encontramos um pacote na Peru Adventure Trek (na Plaza del Armas, no Portal de Panes, a agência fica dentro de uma galeria chamada Los Ruiseñores) por 220 dólares por pessoa, e depois de muito negociar, chorar e pesquisar, acabamos pagando. Mesmo achando caro, deixa eu explicar porque paguei o valor: primeiro porque já era fim de tarde, e nós precisávamos estar no Vale Sagrado no dia seguinte para fazer Machu Picchu no domingo (e fazia questão de fazer o Vale Sagrado antes, e como a viagem estava acabando, não podia perder mais um dia), então era fechar ou perder um dia e possivelmente sacrificar MP. Além disso, no fim fizemos as contas e achamos que até compensou bastante, acompanha comigo: o pacote inclui o tour guiado pelo Vale Sagrado, com transporte em van e com guia (30 soles, ou 10 dólares) + almoço em Urubamba (restaurante muito bom, chamado Inka’s House, mais pra frente conto detalhes) + trem de ida e volta de Ollantaytambo a Águas Calientes (121 dólares no total) + hospedagem em Águas Calientes (ficamos no Hostel Keros, também muito bom) + ônibus de subida para Machu Picchu (10 dólares, só a subida) + ingresso de entrada em Machu Picchu (128 soles ou 41 dólares) + guia em Machu Picchu. Só os gastos fixos (trem de ida e volta + trem de subida a MP + ingresso MP) dá 172 dólares, então sobrava 50 dólares pra pagar o tour do Vale Sagrado, o almoço em Urubamba, a hospedagem em Águas Calientes e o guia em MP. Se a gente fechasse essas mesmas coisas por conta própria, possivelmente economizaríamos uns 20 dólares cada um, mas como eu disse, os fatores tempo + comodidade fizeram com que no final valesse a pena. Tudo o que nos ofereceram estava muito bom, inclusive (guias em Vale Sagrado e em MP, restaurante em Urubamba e hospedagem em AC), então eu recomendo a agência. Aí nessa hora você pega seu porquinho pequeno e mirrado, conta as moedinhas e me diz: “mas andréia, dá pra ir pra macchupicchu no modo econômico e sem pagar esse absurdo???”, e dá sim, gente! Uma outra rota pra chegar em Águas Calientes, de uma forma muito mais econômica e pegar uma van até a hidrelétrica e de lá caminhar cerca de 2 horas pelos trilhos do trem até AC. Até onde eu entendi, não há estrada entre AC e Ollanta, então não há vans ligando os dois lugares, por isso os únicos jeitos de se chegar a AC é por trem ou na base da canela (ou no seu helicóptero particular, se for o caso, mas aí você nem precisa se preocupar com isso, né, meu amigo! rs). Então dá pra ponderar e ir pelo modo que for melhor pra cada um, mas lembrando que o caminho via hidrelétrica é mais demorado, e acredito que não dê pra fazer em conjunto com o Vale Sagrado, como as pessoas fazem com o trem, então seria necessário reservar um dia só pra ir de Cusco a AC. Então, depois de passeio fechado (e um rim vendido), continuamos a rodar por Cusco, fomos até o Sitio de Qoricancha, ou Templo do Sol (lindíssimo, pena que já estava anoitecendo quando chegamos), batemos perna pelo comércio, lojinhas, compramos uns suvenirs (pouca coisa, achei as coisas no Peru mais caras), compramos uns suprimentos no mercado pro dia seguinte e voltamos pro hostel pra descansar. Gastos do dia: 30 bs: táxi terminal de buses x Plaza de Armas 24 soles: café Gelateria Italiana Dolce Vita 4 soles: táxi Plaza de Armas x terminal de buses 160 soles: 02 passagens Cusco – La Paz pela empresa Continente Internacional 6 soles: táxi terminal de buses x Plaza de Armas 45 soles: Hostel El Mirador Hanan Qosqo 125 soles: almoço Pachapapa 30 soles: caneca + copinho 22 soles: mercado (águas + chocolates + pringles) 440 dólares: pacote Machu Picchu agência Peru Adventure Trek Total de gastos do dia: 440 dólares 30 bolivianos 416 soles Editado Junho 19, 2015 por Visitante Citar
Membros sara_izabeliza Postado Maio 3, 2015 Membros Postado Maio 3, 2015 muito bom seu relato =) Acompanhando Citar
Membros andreiac Postado Maio 4, 2015 Autor Membros Postado Maio 4, 2015 (editado) DIA 09: VALE SAGRADO (Sábado) O tour para o Vale Sagrado estava marcado pra sair às 9h, então pouco depois das 8h fizemos check out e descemos pra procurar um lugar para o desayuno. Tomamos café em um restaurante ali próximo da agência mesmo, no Portal de Planes, mas dessa vez esqueci de anotar.. só lembro que pagamos 17 soles por pessoa, e vinha pão, geléia, manteiga, chá de coca (que eu já não agüentava mais, pra falar a verdade, rs), suco e omelete. Tinha outras opções mais caras também. Depois do desayuno, fomos pra agência, deixamos nossas cargueiras lá (fomos para MP apenas com mochilas menores, não recomendo levar cargueira, pois dentro do parque e também pelo Vale Sagrado se anda muito), e aí tivemos um problema que me deixou tensa durante grande parte do passeio: no dia anterior, nós havíamos combinado que pegaríamos o trem de Ollanta a AC às 16:30, pra não chegar muito tarde em AC; e que na volta, e o mais importante, que pegaríamos o trem de volta para Ollanta em AC às 14:45, pra ter tempo com sobra pra chegar em Cusco a tempo de pegar nosso ônibus para La Paz. Só que quando nos entregaram os bilhetes do trem não era nada disso: pegaríamos o trem Ollanta-AC somente às 19h, e de AC-Ollanta às 16:30. Na volta, agora a previsão de chegar em Cusco era aproximadamente 20h, o tempo estava apertado, então qualquer atraso poderia nos fazer perder o ônibus para La Paz. Na hora reclamamos, brigamos (e eu quase chorei ), mas já tava feito e não tinha como mudar, então era torcer pra dar tudo certo.. Eu ainda estava de bode por conta do que tinha acontecido na agência, então o começo do passeio foi bem chato pra mim. Fomos pra van (que na verdade era um micro-ônibus), e o nosso guia era bem animado, conversava bastante e explicou bastante coisa. A parte ruim de fazer o Vale Sagrado em um grupo assim é que a gente fica muito limitado pelo tempo, pois o tempo pra cada parada é sempre contadinho, e não dá pra estender em um lugar que se gostou, por exemplo. (Parêntese pra falar uma coisa: gente, achei nosso grupo ônibus meio estranho.. era quase todo composto por casais, geralmente mais velhos, e eu me senti meio que num pacote CVC, sabe? Tinha alguns brasileiros no meio, e um dos casais estava conversando com a gente e quando contamos que estávamos vindo da Bolívia, e que lá as coisas são um pouco mais precárias que no Peru, eles se olharam meio assustados e falaram "o que, tem como ser mais precário que isso?? a gente quase já não tá aguentando!!" Olhei pra cara deles pensando "sérião, caras??", porque eu tava me sentindo uma rainha no Peru, e bom.. nem preciso dizer que o assunto morreu a partir daí, né.. ) Depois da saída de Cusco, paramos em um mirante do Vale, em umas lojinhas de artesanato (se gostar de algo que ver pelo caminho, aproveite! À medida que nos aproximamos de AC os preços vão subindo muito, e em Ollanta, por exemplo, eu já estava achando tudo muito caro) e depois na primeira ruína: Pisaq. Ah, lembrando que pra ter acesso às ruínas do Vale Sagrado é necessário comprar o Boleto Turístico, que é como um pacote que serve para a entrada em várias atrações. É possível comprar antecipadamente, na galeria turística, ou diretamente nos lugares que o exigem, e o pagamento deve ser feito em moeda local. Há dois boletos: o parcial, de 70 soles, que vale por 2 dias e dá direito a conhecer Pisaq, Moray, Chinchero e Ollantaytambo; e o completo, de 130 soles permite conhecer mais lugares (Centro Qosqo de Arte Nativo, Monumento Pachacuteq, Museo de Arte Popular, Museo Histórico Regional, Museo Municipal de Arte Conteporáneo, Museo de Sitio del Qoricancha, Pikillacta, Tipón, Saqsayhuaman, Q’enqo, Pukapukara, Tambomachay, Chinchero, Pisac, Ollantaytambo e Moray) e vale por 10 dias, então para decidir qual comprar, planeje antes quais lugares você pretende visitar. Como nós só visitaríamos o Vale Sagrado, compramos o boleto parcial mesmo. Ah, só ressaltando (que a tonta aqui não sabia..) que Urubamba é uma cidade, e não uma ruína, então não precisa de boleto pra entrar nela, ok? (y) Depois de Pisaq, paramos em Urubamba pra almoçar, e aí o grupo se dividiu: de acordo com a agência que cada um fechou, era um restaurante diferente, e tinha também os que tinham contratado o tour sem almoço, então esses podiam escolher um restaurante à parte e ir. Nós almoçamos num restaurante chamado Inka’s House, na av. principal de Urubamba, que era muito bom mesmo, tinha buffet tipo self service liberado, inclusive de sobremesas, só as bebidas que eram à parte (pedimos duas cocas e deu 10 soles). Tinha muitas opções, várias coisas típicas da região que eu comi e até hoje não sei o que é, mas estava tudo muito gostoso! No meio do almoço teve até apresentação de música ao vivo, com uma dupla que cantava e tocava músicas andinas. Depois de se apresentar, eles passavam nas mesas oferecendo seu disco, e olha, eu realmente queria comprar pra ajudar, porque os caras eram bons mesmo, mas gente, 20 soles num CD, achei salgado demais! Depois do almoço, o ônibus volta pra nos buscar e seguimos até as ruínas de Ollantaytambo. Como já era quase fim de tarde, quem ia embarcar para Águas Calientes no trem das 16:30 não pôde assistir à explicação do guia, teve que descer ali e ir direto pra estação, já que lá tem que chegar com meia hora de antecedência, então nessa hora pela primeira vez eu respirei mais aliviada e fiquei até agradecida pela agência ter comprado nossas passagens para mais tarde. Nós chegaríamos tarde em Águas Calientes, mas por outro lado pudemos conhecer com bastante calma as ruínas de Ollanta, que são lindas e enormes! Ouvimos a explicação do guia, subimos as milhares de escada (gente, não tinha inca gordo, né? Era todo mundo magro, que com esse tanto de escada...), e depois que o guia terminal e o restante do grupo seguiu para o final do passeio pelo Vale, e todos os grupos seguiram também, nós ficamos com Ollanta só pra nós! E olha, não sei se isso também acontece em Pisaq, mas ali em Ollanta pelo menos eu percebi uma coisa: o que a gente vê na visita guiada é muito pouco perto da grandeza (grandeza mesmo, de tamanho!) das ruínas! Ali, por exemplo, o guia mostrou só o "centrinho", mas depois começamos a andar sozinhos e descobrimos outras partes das ruínas que acredito que a maioria das pessoas passa sem conhecer e de repente nem sabe que existe! Lá em cima, por exemplo, tem um caminhozinho à direita da montanha, que dá acesso a.. Não vou contar!!! Vejam com seus próprios olhos!!! Acabou que fiquei muito feliz pelo tempo de sobra que tivemos, então se você puder, deixe pra pegar o trem mais tarde e reserve um tempo para explorar Ollanta sozinho, e descubra os caminhos escondidos que tem por lá! Pra falar bem a verdade, acabei me deslumbrando muito mais por Ollanta do que por Machu Picchu, e grande parte disso se deve a essas descobertas que a gente fez sozinho. Depois de ficar um tempão rodando lá em cima, descemos e fomos em direção à estação. No caminho até a estação passamos por várias lojinhas de artesanato, mas como disse, o preço já estava bem caro. Se estiver desabastecido de mantimentos, aproveite para comprar em Ollanta, pois em Águas Calientes o preço sobre ainda mais. Ao lado da estação tem várias lanchonetes, então ficamos por ali e eu finalmente provei dois clássicos do Peru: empanadas e Inka Cola! Empanadas nada mais são que uns pastéis com uma massa diferente, achei nada de mais.. E sobre Inka Kola, foi transcrever aqui o que uma amiga minha falou uma vez: Inca Kola é como Guaraná Jesus, do Maranhão: muito colorida, muito doce, muito ruim! Mas tão popular que obrigou a Coca Cola a comprar a marca pra não perder os consumidores locais (sim, isso aconteceu em ambos os casos). Embarcamos e, gente, deixa eu falar uma coisa: que viagem xôxa! Claro que a gente tava na classe econômica e tal, mas Inca Rail, precisa servir um lanchinho tão meia boca?? Serviram água, chá e café com leite, com muffin e uns biscoitinhos. Blé, meus 55 dólares da ida valem muito mais que isso! A viagem dura pouco menos de 2 horas, e quando chegamos em Águas Calientes já avistamos o nosso guia para o dia seguinte, Dimas, que estava nos esperando pra nos levar até o hostel (esse era o meu maior medo: chegar lá e não achar ninguém!!). Aliás, pra quem tem curiosidade em saber como faz pra te localizarem lá, funciona assim: eles ficam com plaquinhas com os nomes dos passageiros (muito chique, nunca imaginei que teria uma plaquinha com meu nome em nenhum lugar do mundo!) ou ficam gritando os nomes mesmo. Enquanto nos levava ao hostel, Dimas nos entregou os bilhetes para a subida até Machu Picchu e nos deu as coordenadas para o dia seguinte, que basicamente foi: madruguem e estejam dentro do ônibus no máximo até 5:40, que 6:15 começaremos a visita guiada! Eu estava receosa com o tipo de hostel que a agência nos colocaria, mas olha, me surpreendi! Ficamos no Hostel Keros, que fica subindo o rio, na margem oposta da estação (tem que atravessar a ponte, mas não se preocupe que Águas Calientes inteira não tem mais que cinco quadras, é impossível se perder por ali!) e foi uma de nossas melhores hospedagens, se não a melhor! Chegar no quarto e descobrir que além de limpo, ele ainda tinha papel higiênico, toalhas e chuveiro quente (de verdade!) não tem preço! E ainda tinha tv plana com tv a cabo, que nem usamos, internet rápida e café da manhã! Então se você estiver sem rumo em AC, super recomendo esse hostel, apesar de não saber se ele é caro ou barato, já que pegamos via agência.. Arrumamos nossas mochilas pro dia seguinte e nem tivemos coragem de sair pra comer, pois estávamos muito cansados, então fomos logo descansar para o dia seguinte. Gastos do dia: 34 s: desayuno - Cusco 45 s: suvenirs feirinha de artesanatos 4 s: imãs de geladeira 5 s: sopradores 5 s: brinco + pulseira 140 s: boleto turístico 10 s: coca-cola almoço - Urubamba 15 s: camisa 11 s: empanada + Inka Kola Total de gastos do dia: 269 soles Editado Junho 19, 2015 por Visitante Citar
Membros rafaelbsantos Postado Maio 4, 2015 Membros Postado Maio 4, 2015 Vários perrengues que agora são engraçados, mas imagino que no momento não seja nada engraçado eu percebo como o nosso Real, não vale nada mesmo e cada ano desvaloriza, eu levei Dolar e Real, sem duvidas o Dolar é bem mais valorizado e não muda de valor por casa de câmbio ele se mantem padrão. De La paz para Sta Cruz tambem peguei um avião, pois tambem estava no final da viagem e encarar 18h de ônibus não ia rolar é um gasto a mais, porem bem menos cansativo. Citar
Membros andreiac Postado Maio 5, 2015 Autor Membros Postado Maio 5, 2015 (editado) DIA 10: MACHU PICCHU (Domingo) Levantamos 4:30, arrumamos as coisas e ficamos esperando o café da manhã do hotel, que estava marcado para começar às 5h, só que 5h horas descemos e a moça ainda tava começando a fazer as coisas e servir a mesa. Pegamos só um café e pão com manteiga e geléia, que era o que estava pronto, mas depois vimos que saiu suco, presunto e queijo e até ovos mexidos. Comemos rapidinho, deixamos uma das mochilas no hostel (subimos só com uma, abastecida com água e lanchinhos) e já fomos pra fila pro ônibus. Tecnicamente não é permitido entrar com comida no parque, mas todo mundo faz vista grossa pra isso, e desde que cada um recolha seu lixo no final, acredito que não tenha problemas. Lá em cima até tem uma lanchonete, mas naturalmente é tudo muito caro, então leve seus suprimentos básicos, como água, biscoitos, chocolates e frutas. Saindo tão cedo a gente pensa que tá abafando e que vai ser o primeiro da fila, né? Só que não, todo mundo tem a mesma grande idéia de chegar cedo pra pegar o mesmo ônibus, e quando chegamos lá a fila já estava bem grandinha O primeiro ônibus sai 5:30, o parque abre às 6h, e a viagem dura cerca de 20 minutos, então se quiser chegar lá com o parque abrindo, (quase) só pra você, tem que levantar cedo! Mas os ônibus vão saindo praticamente um atrás do outro, então não demorou muito e já estávamos subindo também. Aqui vou adiantar uma parte e já contar um pouco do final: nós subimos de ônibus, mas descemos a pé, pela trilha de escadas, e olha, mesmo se a gente tivesse pagado o ônibus à parte (já que estava tudo incluído no preço da agência) teria compensado, e olha que não é barato: agora não me lembro se são 10 ou 12 dólares! (ah, e é esse valor por trecho, ok? Só pra subir ou para descer) A trilha é bem puxada e os degraus são bem irregulares (definitivamente não foram os incas que fizeram! rs). Então considere se você agüenta subir a pé (ouvi dizer que demora cerca de 2 horas; só como parâmetro, nós gastamos 1h pra descer) e depois andar dentro do parque, pois lá dentro são muitas escadas, pra cima e pra baixo o tempo inteiro. Se você for subir no Wayna Picchu então, definitivamente recomendo que suba de ônibus, a não ser que seu preparo físico seja muito bom! O meu preparo físico é péssimo, que só de andar pelo parque e depois descer a pé eu já fiquei moída, se fosse pra subir a pé eu não daria conta! Chegamos lá em cima e ficamos um bom tempo esperando o Dimas, que fez tanto terror da hora com a gente e no final acabou se atrasando! Enfim entramos e tivemos então cerca de 2 horas de visita guiada; Dimas é muito simpático e nos explicou muita coisa (mais tarde nós vimos dois turistas brigando com o guia, porque segundo eles o guia não explicava nada). Toda a explicação foi em inglês, mas como eu já estava estudando antes, e como o ouvido já tinha se acostumado durante a viagem, não tive nenhum problema em entender. Quem quisesse, a agência também disponibilizava guia em inglês (mas não em português). Essa parte da manhã foi meio decepcionante, pois o dia amanheceu fechado, e quando nós chegamos lá em cima tinha uma névoa fininha cobrindo quase tudo. Lá pelos meados da visita guiada, inclusive, começou uma chuva fininha que ia e voltava. Até que lá pelas tantas a chuvinha veio pra ficar mesmo e como nós não tínhamos levado capa de chuva e nossa mochila também não tinha capa, começou o desespero de proteger a câmera e o celular em sacolas plásticas (pelo menos isso eu tinha levado, pra descartar nosso lixo!). Felizmente tinha uma peruana de muito bom coração no nosso grupo, que estava de guarda chuva e tinha uma capa de chuva sobrando, e me deu a capa de chuva dela! É muito amor! Botei as coisas na mochila e vesti a capa por cima, então pelo menos os eletrônicos estavam protegidos, mas a chuva e a névoa persistiam. Depois que acabou a visita guiada e fomos andar sozinhos, fomos tentar tirar a clássica foto panorâmica e olha como estava: Com aquele tempo, eu nem tinha vontade de andar pra explorar a área, na verdade, pois além de estar com a locomoção limitada com a mochila com a capa de chuva e o medo de molhar tudo, também tinham os degraus molhados e o risco de escorregar e cair de bunda na lama (sou mestre nisso!). Aliás, deixa eu falar dos degraus: gente, com certeza alguém já se acidentou por lá, né, porque não é possível! É muito degrau e muito precipício, então tem que ter muita atenção e um bocado de coordenação motora pra não pisar errado e acabar virando ruína também, hahahaha Eu tava lá, jururu, remoendo que tinha pagado caro pra estar ali pra no final não conseguir curtir e ver nada, e comecei até a apelar pro Deus Sol dos incas! Se ele era tão poderoso, que custava fazer abrir um solzinho ou, pelo menos, fazer parar de chover? Pois vocês não vão acreditar, mas lá pra umas 10h da manhã parou de chover! E eu quase cuspi meu coração quando olhei pro céu e vi uma parte sem nuvens, com uma pontinha do sol querendo sair!!! É o Deus Sol surpreendendo essa pessoa de pouca fé aqui!! A partir daí o tempo abriu de vez, o sol saiu, e pude enfim curtir a cidade e tirar todas as mil fotos que eu queria! Andamos bastante lá dentro, subimos e descemos as escadas infinitas (já falei que os incas deviam ser fascinados por escadas???), e quando deu pouco mais de meio-dia começamos a descida de volta para Águas Calientes, pela trilha de escada. Como disse mais acima, a trilha é bem chatinha, os degraus estavam cheios de lama da chuva de mais cedo, então várias vezes eu escorreguei e quase caí. A trilha passa por mata fechada e por isso tem muitos mosquitos, então recomendo que leve repelente (inclusive, durante toda a viagem foi o único momento que senti falta de ter levado repelente, durante todo o resto não senti a menor necessidade). Mesmo já naquele horário encontramos várias pessoas subindo a pé, e foi até engraçado, pois todas nos perguntavam se faltava muito ainda. Se descer já não foi moleza, imagina subir, e com aquele calor! Sim, porque depois fez muito calor, eu levei uma jaqueta e não aguentei, tirei e fui carregando ela. Demoramos uma hora pra descer, num ritmo médio, eu diria. Nem muito lento, mas não rápido, às vezes parando um pouco pra descansar ou tirar fotos. Quando finalmente chegamos lá embaixo, atravessamos a ponte e pensamos que já daríamos de cara com Águas Calientes, mas ainda tem mais uns 2km de caminhada, dessa vez sem subidas e descidas, até chegar ao povoado de fato. Esse é o mesmo caminho que o ônibus usa, então várias vezes fomos surpreendidos com buzinadas pra gente sair do caminho Enfim chegamos a Águas Calientes e eu estava cansada e orgulhosa. Claro que descer a pé não é nada comparado a quem faz o trajeto subindo sozinho, mas no meu nível de sedentarismo, já foi uma pequena vitória, hahaha Tudo o que eu precisava naquela hora, além de um banheiro (até quis seguir a tática do salar, mas toda hora tinha gente subindo e descendo a trilha, e nenhum lugar pra se esconder ), era de um bom prato de comida quentinha, e isso Águas Calientes tem aos montes: há vários restaurantes na avenida principal, um do lado do outro, pra todos os gostos e bolsos! Almoçamos num restaurante chamado C'hayña, que fica perto da ponte, e cada um pediu um prato de macarrão, (variava entre 20 e 30 soles o prato). O restaurante serve várias coisas também, inclusive comida mexicana, e eu estava olhando o cardápio, pensando se pedia uns burritos, quando chegou meu spaghetti: Jesuis! Esse aí valeu o preço! Eu achei que nem ia conseguir comer tudo, mas estava com tanta fome, que não sobrou quase nada.. Os dois pratos com bebidas deu 78 soles, e nessa hora descobrimos que eles cobram 20% de taxa de serviço (oi???)! Ficamos chocados, mas estávamos tão cansados que não tínhamos ânimo nem pra discutir por dinheiro mais, então deixamos pra lá e acabamos pagando, pra evitar a fadiga.. Mas só de raiva também, depois que acabamos de comer ficamos ali morgando um tempão, aproveitando o wifi e ocupando a mesa na maior cara de pau, haha. Nesse meio tempo, o tempo virou de novo, e do nada começou uma chuva forte! Como eu agradeci por termos iniciado a descida cedo! Estava dando o horário do nosso trem e ainda tínhamos que buscar a mochila que estava no hostel, mas a chuva não parava..esperamos o máximo que deu, e quando não deu mais, agradeci mentalmente a peruana fofa, vesti a capa de chuva que ela me deu e fui lá no hostel buscar a mochila, e logo fomos também pra estação de trem. A estação de Águas Calientes é bem diferente da de Ollanta. Quer dizer, Ollanta nem tem uma estação de fato, é só aquela área de embarque mesmo, já AC tem um prédiozinho com sala de espera e tudo, estava lotadaço, inclusive, parecia que tava todo mundo indo embora no mesmo horário. Embarcamos (os funcionários da Inca Rail foram muito simpáticos e fomos quando conferiram nossos passaportes e viram que somos brasileiros!), e dormi quase a viagem inteira. Só acordei mesmo pra pegar meus biscoitinhos de lanche porque paguei caro pra estar lá e é o mínimo que tenho direito! Chegando em Ollanta, o nosso motorista já estava a postos com uma plaquinha com nossos nomes e nos levou para a van, que já estava cheia e só aguardava a gente (apesar de que no meio do caminho ele encontrou um outro turista perdido pelo caminho e ofereceu transporte pra Cusco por 10 soles e o cara aceitou, então ele ainda deu um jeito de enfiar mais um no carro ). Ah, falando nisso, se não tiver transporte contratado de Ollanta para Cusco, não se preocupe, pois o que mais vimos era vans e taxis oferecendo transporte, normalmente por 10 soles por pessoa. A viagem até Cusco demorou uma hora e meia, então chegamos lá por volta de 20h (ufa, não iríamos perder o ônibus para La Paz!). Chegando lá pegamos nossas mochilas na agência (dessa vez bem mais calminhos que no dia anterior ) e ainda deu tempo de voltar na Heladeria Italiana Dolce Vita pra fazer um lanchinho antes de ir pro terminal. Pedimos 2 sanduíches e 2 sucos e a conta deu 28 soles. Saindo de lá, pegamos um táxi para o terminal de buses (5 soles) e lá pagamos a taxa de terminal (1,30 soles por pessoa). O ônibus deveria ter saído às 22:30, mas atrasou pra caramba. Deu o horário dele sair e ele não tinha nem aparecido ainda na plataforma, aí uns minutos mais tarde nós o vimos chegar e encostar lá no fundo e entendemos o motivo: o ônibus até La Paz é o mesmo que vem de La Paz até Cusco, então naquele momento que o ônibus chegou, os passageiros que chegavam de La Paz estavam desembarcando. Depois do desembarque liberaram nosso embarque, assim, sem nem limpar o ônibus nem nada Embarcamos torcendo pra que pelo menos o motorista não fosse o mesmo da viagem anterior.. (já pensou viajar mais de 14 horas com um cara que tinha acabado de chegar de uma viagem dessa duração?! ) Gastos do dia: 72 s: almoço C'hayña - Águas Calientes 28 s: sanduíches Heladeria Italiana Dolce Vita - Cusco 5 s: táxi Plaza de Armas x terminal de buses 2,60 s: derecho de terminal 5 s: água Total de gastos do dia: 112,60 soles Editado Junho 19, 2015 por Visitante Citar
Membros VieiraOB Postado Maio 5, 2015 Membros Postado Maio 5, 2015 Oi Andréia... Bacana demais o seu relato heim... Deu até saudade da viagem rsrs Realmente demos muita sorte no Salar... O guia e a galera foram 10!!! Segue uma foto da galera no almoço do 2º dia, pra complementar seu relato rsrs Abraços!!! Citar
Membros andreiac Postado Maio 5, 2015 Autor Membros Postado Maio 5, 2015 Vários perrengues que agora são engraçados, mas imagino que no momento não seja nada engraçadoeu percebo como o nosso Real, não vale nada mesmo e cada ano desvaloriza, eu levei Dolar e Real, sem duvidas o Dolar é bem mais valorizado e não muda de valor por casa de câmbio ele se mantem padrão. De La paz para Sta Cruz tambem peguei um avião, pois tambem estava no final da viagem e encarar 18h de ônibus não ia rolar é um gasto a mais, porem bem menos cansativo. Com certeza, Rafael, o real variava muito, diferenças muito grandes de uma casa de câmbio pra outra, de uma cidade pra outra, não recomendo levar.. Quanto aos perrengues, ah, eles que dão a emoção da viagem, hehehe Citar
Posts Recomendados
Participe da conversa
Você pode postar agora e se cadastrar mais tarde. Se você tem uma conta, faça o login para postar com sua conta.