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Hola, mochileiros! ::otemo::

Acabei de voltar de um mini mochilão passando pela Bolívia e Peru, e como fiz todo o planejamento com base nas informações colhidas em relatos aqui no mochileiros.com, me senti na obrigação de retribuir e ajudar quem também está planejando sua viagem.

 

Então aperte o play, curta a trilha sonora mais ouvida na Bolívia e Peru no momento, e vamos lá!

 

 

 

DURAÇÃO: 12 dias (03/04/15 a 14/04/15)

 

POR ONDE: Santa Cruz de la Sierra, Sucre, Uyuni, La Paz, Copacabana, Cusco e Machu Picchu.

 

GASTOS: Viajamos em dois e gastamos, no decorrer da viagem, 1.620 dólares para os dois, ou seja, cerca de 800 dólares pra cada um, incluindo tudo, menos as passagens aéreas, que compramos no cartão.

Você vive com menos que isso? Certamente, meu amigo! Eu diria que talvez com um terço disso você pode ser bastante feliz por lá!

Detalhe que esse preço foi sempre dormindo em quarto privado com banheiro, e comendo em lugares melhorzinhos, mais turísticos e inevitavelmente mais caros (com exceção de algumas poucas barbadas locais que fizemos, que vou contar ao longo do relato). Além disso, fui pra Machu Picchu de trem, e não via hidrelétrica, por conta do tempo corrido, o que também encareceu muito. Então se você não fizer questão de certos confortos, e especialmente, estiver com tempo e disposição pra andar mais pra procurar por ofertas melhores, certamente vai gastar muito menos.

 

 

PLANEJAMENTO E ROTEIRO

Como os dias estavam contadinhos, a princípio eu iria só para a Bolívia, e só depois de algum tempo de planejamento que o Peru entrou na roda, de uma forma muito sutil, depois de uma amiga minha me dizer que se eu chegasse até La Paz e não fosse até Cusco ela me daria uns cascudos, hehe :lol:

A viagem era pra ter acontecido mesmo em dezembro/2014, mas por um extremo amadorismo, sempre ia postergando a compra das passagens aéreas na esperança de que os preços diminuíssem, porque sempre que eu consultava o vôo pra umas duas ou três semanas pra frente, o preço era bem melhor do que com mais antecedência. Só que.. esqueci que dezembro era alta temporada de viagens! E, claro, os preços subiram absurdamente! Fuén fuén fuén! Lição aprendida, aproveitei uma promoção que teve, e tratei de comprar logo os trechos de ida e volta entre Vitória (ES) e Santa Cruz de la Sierra.

Então uma coisa estava certa: eu iria chegar e sair por Santa Cruz. E eu queria fazer o Salar, conhecer La Paz e dar um jeito de enfiar Cusco no roteiro. Mas como iria voltar depois pra Santa Cruz? Não sabia, e viajei ainda não sabendo!! No fim das contas, vocês verão que acabamos comprando um trecho aéreo de La Paz a Santa Cruz, o que encareceu um pouco a viagem, então deixo aqui a dica: planejem com antecedência se vocês forem comprar a ida e volta por um mesmo lugar. É sempre mais barato, mas tem que ver se seu roteiro comporta essa volta, e como você vai fazê-la. Dependendo de como for, talvez seja mais vantajoso comprar múltiplos destinos, pra viajar tranqüilo e não ter um gasto extra com trecho aéreo no meio da viagem.

 

No fim das contas, entre erros e acertos no planejamento, o roteiro ficou o seguinte forma:

 

03/04: Vitória - São Paulo - Santa Cruz de la Sierra - Sucre

04/04: Sucre - Uyuni

05/04: Uyuni (Salar)

06/04: Uyuni (Salar)

07/04: Uyuni (Salar) - La Paz

08/04: La Paz

09/04: La Paz - Copacabana - Cusco

10/04: Cusco

11/04: Cusco - Vale Sagrado - Águas Calientes

12/04: Machu Picchu - Cusco

13/04: Cusco - La Paz

14/04: La Paz - Santa Cruz de la Sierra - São Paulo - Vitória

 

 

O QUE LEVAR

Primeiramente, a mochila! (ou a mala, se for o caso). No caso, como era nossa primeira viagem, eu não tinha nada, nem mochila, então compramos uma Crampon 60l e uma Caminhada 50l, ambas da Trilhas e Rumos, no site Arco e Flecha. Não to ganhando nenhuma comissão não, mas recomendo o site porque eles foram super rápidos no envio, além de o preço ter sido bom (paguei cerca de R$ 540 nas duas juntas). Então se você é como eu, que deixa pra ver sua mochila 10 dias antes da viagem, há solução! ::otemo::

Recomendo também comprar uma capa impermeável pra mochila, se a sua já não vier com uma. Mesmo que você não pegue chuva, a capa é super útil pra embalar a mochila e fechá-la bem antes de ela ser jogada num porão fedido de ônibus pra agüentar as viagens de 10, 12, 14 horas.. Eu comprei na Decathlon uma da Quechua, para mochilas de 55/80l, por R$ 39,00.

Se você for uma pessoa prevenida e quiser viajar com tudo certinho, vale a pena comprar uma capa de chuva pra você, e talvez uma pra sua mochila de ataque. No dia que fomos a Machu Picchu, contrariando todas as previsões (mentira, o tempo lá em cima é louco, e acho que só falta nevar), quando chegamos, começou uma chuvinha chata, então tive que me virar com o que tinha e colocar câmera e celular dentro de sacolas plásticas pra não molhar. Felizmente uma peruana de bom coração, que estava de capa e guarda-chuva, fez uma boa ação e me emprestou sua capa!

Toalhas de secagem rápida também são bem úteis e necessárias, pois nem todos os hostels que passamos oferecia isso.

 

No mais, sobre roupas e sapatos, apenas: desapegue! Não adianta levar o mundo nas costas, porque no fim das contas você vai aparecer em todas as fotos com aquele mesmo casacão por cima de tudo. Aceite, hahahaha!

Até que consegui ser bem prática e levei pouca coisa, me senti uma guerreira com minha mochilinha de 6,5kg!!

 

De roupa eu levei: 1 calça jeans, 1 calça legging, 1 conjunto de segunda pele (calça e blusa), 1 short jeans, 1 short de tactel, 2 blusas manga longa, 7 camisetas, 1 regata, 1 jaqueta jeans , meias e roupa íntima. Não cheguei a usar todas as roupas: os shorts ficaram intocados. Por outro lado, levei poucas meias, com a intenção de lavar no meio da viagem, e não deu. Uma coisa é você pensar em lavar roupa aí, no conforto do seu lar quentinho, com sabão em pó e todos os aparatos domésticos. Outra coisa bem diferente é lavar na pia do hostel, com água congelante e tendo que se virar com o sabonete que você trouxe do hostel anterior, porque nesse não te deram nem papel higiênico, quanto mais um sabonetezinho! Conclusão: comprei mais meias em La Paz, nas vendinhas de rua mesmo, 3 pares por 10 bolivianos!

 

De sapatos, levei um chinelo, um tênis velho normal mesmo, desses de academia, e um tênis mais bonitinho, de dia-a-dia, que acabei não usando nenhuma única vez, só serviu de peso na mala.

 

Levei também uma mini farmacinha, que apesar de não ter usado, acho super necessário: dramin, antialérgico, analgésico, aspirina, etc.

 

Sobre o frio: Viajei apreensiva achando que ia passar um frio do cacete, porque tinha lido relatos de que as noites no Salar eram como dormir abraçado com o abominável homem das neves e olha.. gente, cês me decepcionaram, hein! Não se faz alguém passar cagaço assim de graça! Como moro no litoral, eu não tinha nada de frio, então comprei um conjunto de segunda pele na Decathlon (calça e blusa saíram por R$ 80), peguei uma jaqueta jeans, que era o casaco mais quente que eu tinha ::hãã2:: , uns lenços/echarpes, e fui, com a cara e o medo a coragem! Chegando em Uyuni, já na primeira noite, antes de sair pro Salar, comprei luvas e gorro, e olha, foi totalmente suficiente.. tirando dois momentos de muito frio, no segundo dia do salar, passando pela arbol di piedra, e atravessando o titicaca na parte de cima do barquinho (idéia genial!) que estava um vento cortante, foi bem tranqüilo, e olha que normalmente sou uma pessoa friorenta.. Mas como percepção de temperatura é algo muito pessoal, não vou botar ninguém numa fria (ops!) e recomendo que cada um avalie suas necessidades.

 

 

DINHEIRO

Levei tudo em espécie mesmo, em duas doleiras (money belt), e não me senti insegura em nenhum momento, achei tudo muito tranqüilo. Levei dólar, e foi o melhor negócio que fiz, porque comprei dólar aqui no Brasil antes de ele subir assustadoramente.

A verdade é que a gente vê o dólar aumentar aqui e tem a falsa impressão de que ele se valorizou.. mas não é, e sim o real que desvalorizou! Chegamos na Bolívia e encontramos a cotação do dólar bem estável, entre 6,85 e 6,95 bolivianos, já o real, uma tristeza.. vi variando entre 1,85 e 2,15, cotação muito ruim mesmo, especialmente quando pensamos que já chegou até 3,00..

Agora, um lembrete: se for levar dólares, compre notas de 50 e 100, pois normalmente as cotações anunciadas nas casas de câmbio só valem pra esses valores; se a nota for menor, o câmbio também vai ser um pouco pior.

Além disso, não levamos mais nada, só desbloqueamos os cartões de crédito pro caso de alguma emergência, mas nem precisamos usar.

 

 

SEGURO VIAGEM

Apenas: façam! Fiz pela Allianz e paguei R$ 137,00 por pessoa, e felizmente não precisei usar. Nem é um valor tão alto assim, então não tem desculpa. Seguro viagem é aquele tipo de gasto que você deve torcer pra pagar à toa mesmo! E se por ventura você acabar usando, e você precisar de atendimento em algum hospital onde até o ar que você respira é cotado em dólares, nessa hora você vai agradecer por aqueles cento e pouco reais que você estava com miséria de pagar!

 

 

CERTIFICADO INTERNACIONAL DE VACINAÇÃO

Não nos pediram nenhuma vez, mas é tão simples, que não custa nada fazer, e aí além de evitar uma pequena propina por não ter o documento, você ainda vai protegido. É só tomar a vacina em qualquer posto de saúde (é gratuito e tem que ser no mínimo 10 dias antes da viagem, depois disso tem validade por 10 anos), depois preencher um cadastro no site da Anvisa (na verdade o cadastro prévio no site não é obrigatório, mas adianta bastante o seu tempo), e por fim se dirigir a algum posto físico da Anvisa pra retirar pessoalmente o certificado. Normalmente tem posto em todo aeroporto. O certificado só pode ser retirado pela própria pessoa, e eles só funcionam em horário comercial, então verifique antes de deixar pra retirar no dia do seu vôo.

 

 

IDIOMA

Antes de viajar, comecei a estudar espanhol, então foi bem tranqüilo. Eu não sabia muita coisa, mas já deu pra me virar bem. Mas a dica que dou é: estude um pouquinho de espanhol. Não precisa ser fluente, mas acho que vale a pena estudar pelo menos o básico da língua de nossos vizinhos, pra ser melhor entendido. Em algumas ocasiões eu fiquei com dó dos amigos gringos que só falavam inglês, porque quase ninguém por aquelas bandas fala inglês também, então fiquei me perguntando como eles tinham sobrevivido até ali..

Espanhol é fácil, e muitas coisas são parecidas com o português, então é uma ótima oportunidade pra exercitar o seu "buenos dias" :wink: (Em tempo: comprei um mini guia de conversação/dicionário, que nem saiu da minha mochila.. todo mundo se esforça pra te entender e ajudar, então se toda sua desenvoltura linguística se resume a chamar argentino de boludo, fique tranquilo! hahahaha ::lol4::)

 

 

ALTITUDE

Como todo mundo deve saber, a Bolívia e o Peru estão em altitudes elevadas, então não subestime o soroche! Nós não sentimos nada (eu só senti uma sensação meio estranha, no segundo dia do Salar, mas nem sei se era soroche mesmo ou muito pollo picante :oops::lol:), mas comecei a me preparar assim que saímos de viagem: a partir de São Paulo, tomei muita água, e chegando em Sucre já comprei uma cartela de Soroche Pills.

 

 

DICAS GERAIS

- Esboce um roteiro. Admiro quem vai na cara e na coragem, mas eu preciso ter tudo organizadinho.. Mesmo que você não seja assim, um esboço de roteiro pode te economizar tempo e algumas frustrações, especialmente se você estiver com o tempo apertado, como estávamos. Nossos objetivos, por exemplo, eram: Salar, La Paz e Machu Picchu, e por isso já sabia com antecedência que parar em Puno acabaria com meus planos, por exemplo.

- Seja flexível com seu roteiro. Parece contraditório com o item anterior, né, rs? Mas não é: descobrimos na prática que é meio impossível estar com tudo fechadinho e planejado. Um ônibus que atrasa, uma estrada fechada, e puf, lá se foi sua programação, então esteja preparado para um plano B.

- Não vá com o tempo contadinho pra tudo. Esse talvez tenha sido nosso maior erro: querer abraçar tudo, com pouco tempo pra isso (apesar disso, não me arrependo, porque sei que se eu não ao menos tentasse chegar a Cusco nessa viagem, eu ia querer me chicotear depois de voltar pra casa, rs..). Não dá pra ficar com tudo fechadinho, porque as coisas numa viagem são muito imprevisíveis. Tem que contar com a impontualidade boliviana e com a possibilidade de não ter passagem pro dias que você quer (aconteceu com a gente). Além disso, é sempre bom lembrar também que alguns poucos quilômetros na Bolívia e Peru consomem algumas boas horas, se você for de ônibus.

- Para longas distâncias, se optar pelo ônibus, faça viagens noturnas sempre! Além de te economizar a hospedagem, você ainda poupa tempo, já que dorme em um lugar e acorda em outro, e descansa muito melhor também. A primeira viagem de ônibus, no trecho de Sucre a Uyuni, fizemos durante o dia, porque eu achei que seria muito pauleira chegar e já encarar uma noite no ônibus, mas, olha, foi terrível! Nem era uma viagem tão longa (9 horas, contra 14 que pegaríamos mais tarde), e o ônibus até que era bem confortável (tirando o vidro da janela que estava todo estilhaçado e colado com durex!!!!!!), mas depois de passar o dia todo no ônibus, estávamos acabados..

Ah, e olha, não achei as viagens de ônibus assim o cão não.. Eram longas demais, e muitas vezes atrasavam mais do que o previsto, mas achei os ônibus confortáveis e as estradas tranqüilas (os motoristas não, esses são malucos mesmo, mas nada muito além de várias buzinadas!)

- Sobre reservas antecipadas: precisar, não precisa, mas te poupa tempo e esforço. Lembre-se que quando você chegar nas cidades, por exemplo, depois de uma longa viagem de ônibus, tudo o que você quer é uma cama quentinha, então ficar rodando a procura de hospedagem pode não ser muito animador. Pode acontecer de você chegar na cidade de madrugada/cedinho também, como aconteceu com a gente em Cusco, e muitos hostels estarem fechados. Fuén fuén fuén!

- Ter indicações de hostels e restaurantes é uma mão na roda.. mas se você não tiver o endereço deles, isso não vai te servir de muita coisa.. Eu tinha uma lista de vários hostels recomendados em La Paz, mas quando perguntávamos pras pessoas, ou pedíamos pros taxistas nos levarem a algum deles, sempre perguntavam pelo nome da rua e não sabíamos. Com isso, apesar de minhas longas pesquisas, usamos muito pouco as referências que encontrei :(

 

 

Já deu pra perceber que eu escrevo um bocado, né? hehehe, então chega de enrolar e vamos para o relato!

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DIA 01: VITÓRIA - SÃO PAULO - SANTA CRUZ DE LA SIERRA - SUCRE (Sexta-feira)

 

Sexta-feira de feriado, voamos pela Gol, desde Vitória, passando por São Paulo até Santa Cruz, e foi muito tranqüilo. Saímos de São Paulo às 11:05 e chegamos em Santa Cruz às 13:10 (horário local, lembrando que a Bolívia tem fuso horário de uma hora a menos em relação a Brasília).

 

Chegando em Santa Cruz, uma fila gigantesca na imigração, que por sinal é muito louca! Primeiro passa pela verificação de documentos e carimbo de passaporte. Depois disso, a gente entra em outra fila, que é a parte da aduana, e aperta um botão: se der verde, você tá livre e pode entrar tranquilo com suas muambas; se der vermelho, sua mala é revistada. Só pra constar: enquanto eu estava na fila, ninguém recebeu botão vermelho.

Passada a imigração, fomos direto cambiar dinheiro, 100 dólares só, porque já estávamos preparados pra pegar um câmbio ruim no aeroporto: o dólar estava 6,85 bolivianos.

 

De Santa Cruz, nós tínhamos vôo marcado para Sucre, às 16h, pela Amaszonas, que compramos antecipadamente pela internet por 54 dólares. Eu já havia lido sobre o perigo e a demora de fazer esse trecho de ônibus, então não pensei duas vezes em fazer o trecho aéreo. Gente, pensa: por terra li que o trajeto chega a 16 horas, sendo que de avião é só 30 minutos!

Compramos pela Amaszonas, mas tem também a Boa (Boliviana de Aviacion) e a Tam (não é a "nossa" Tam, é a Transporte Aereo Militar).

E nesse ponto, fica a dica: assim que desembarcamos, fomos direto fazer o check in na Amaszonas, devia ser umas 14 horas, e não tinha mais vaga pro vôo das 16h, então se quiser fazer esse trecho aéreo, melhor comprar antes pra garantir a passagem e não perder um dia em Santa Cruz.

Check in feito e malas despachadas, fomos procurar um lugar pra almoçar dentro do aeroporto, enquanto aguardávamos o vôo. O aeroporto Viru Viru é bem pequenininho (mas chupa, GRU, tem internet ilimitada e que funciona, e não por mísera 1 hora! ::vapapu::), então não tem muita opção por lá. Lembro que tinha um lugar de pizzas, um My Way (que é uma espécie de Subway), um lugar de crepes e um Cinabon, que foi onde almoçamos. No Cinabon vendem umas tortinhas doces e também paninis. Não lembro o preço das tortinhas, mas os paninis variam entre 23 e 28 bs a unidade.

E aí entra o mico gordinho lifestyle do dia: fomos pedir paninis no Cinabon, mas não sabíamos o tamanho, então tomamos como base as tortinhas doces da vitrine e pedimos logo 5 pra garantir! Quando eles chegaram..

 

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Alimentava umas 4 pessoas, sério! Fora as duas cocas de 500 ml que a gente pediu, achando que eram pequenas!

Comemos 3 até quase explodir, e pedimos pra embalar os dois restantes pra viagem, e ainda tinha sobrado uma coca fechada. O que ia fazer com isso considerando que ia embarcar dali a pouco eu não sabia, mas minha mão de vaca me impediu de jogar fora.. Aí pensamos assim “ah, vamos indo lá pra sala de embarque, se falarem algo a gente joga fora lá”. E assim foi.. entramos na sala de embarque, passamos pelo raio-x.. nada! Meio litro de líquido passando no raio-x e os caras lá de boa, hahahaha! Acabamos embarcando com a sacolinha, e subindo no avião, as aeromoças olhavam pra gente arregalando o olho achando que a gente era maluco!

 

O vôo de Santa Cruz pra Sucre foi super tranquilo e rápido. O avião é pequenininho, e aqui vai um pequeno causo “estilo Forrest Gump” pra contar: entramos no avião, e logo ele começou a encher de jogadores de futebol vestidos com um uniforme verde e branco, o avião quase todo lotado com o time e a equipe técnica. Li o nome do clube, mas ok, na hora nem associei o nome a nada.. No dia seguinte fui pesquisar e descobri que nós viajamos com o Oriente Petrolero, um time boliviano muito famoso. Já jogou a Libertadores e, juntamente com o The Strongest, é um dos únicos clubes que nunca disputaram a Segunda Divisão boliviana. Ou seja, é tipo viajar com um Santos ou Cruzeiro aqui no Brasil ::tchann::

 

Meia hora depois da decolagem já estávamos pousando em Sucre, e aqui, mais um detalhe curioso: depois de pousar, estava uma demora pra abrir as portas, o povo já tava ficando estressado.. até que vem um aviso da cabine dizendo que eles não podiam abrir as portas e liberar os passageiros porque eles não tinham tido autorização para pousar. OI??? ::hein: Até que depois de um tempo liberaram os passageiros, e o avião tava bem longe do prédio do aeroporto e todo mundo teve que ir andando até lá, e tava cheio de militares por todos os lados. Dias depois, já em La Paz, descobriríamos que tudo isso aconteceu porque bem nessa hora Evo Morales desembarcava de seu jatinho pra embarcar em um vôo comercial, então o aeroporto estava parcialmente fechado, pff!

 

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Saindo do aeroporto, pegamos um táxi em direção ao centro (táxi não, aquilo era uma lata com rodas!!!). O taxista queria nos cobrar 50 bs pra ir até o terminal de buses, eu dei uma chorada, mas ele só abaixou pra 40 bs (“mui lejos, mui lejos”, o cara repetia). Caro pra caramba, mas ele era o único ali, então não tivemos muita escolha.. E no fim das contas, lejos nada, em menos de 10 minutos chegamos lá!

 

Como estávamos com o tempo corrido, a idéia inicial era ir direto pra Uyuni, naquele dia à noite, então fomos ao terminal de buses para comprar passagens, massss.. as passagens para o ônibus noturno já estavam esgotadas! O jeito foi comprar pro dia seguinte, pela manhã, e passar a noite em Sucre. Então fica a dica: se você tem planos pra pegar ônibus em um dia específico, aproveite e já deixe a passagem comprada, pois vi que esgotam rápido. Quando chegamos em La Paz, de manhãzinha, alguns dias depois, já não havia passagem para Copacabana para o mesmo dia, por exemplo.

Para ir de Sucre a Uyuni, é preciso passar por Potosí, mas pra quem não pretende visitar nada na cidade e preferir passar direto, a 6 de Octubre faz o trajeto direto de Sucre a Uyuni (Potosí só de passagem, não para), pela manhã e à noite, às 20:30 e 09:00, e tem a opção de leito (100 bs) e semi-leito (70 bs).

Compramos passagens leito para o dia seguinte (100 bs cada) e pegamos um táxi até a Plaza 25 de Mayo (15 bs). O taxista era muito gente boa, e chegando na praça mostrou pra gente uma rua cheia de hospedagens. Pegamos a dica dele e ficamos no Grand Hotel, na Rua Aniceto Arce, a 1 minutinho da Plaza. Pagamos 180 bs por um quarto duplo e com banheiro privado, e apesar de saber que foi até caro pros padrões de lá, achei que compensou pela localização, pela simpatia dos atendentes e pela infraestrutura geral (tinha toalhas, papal higiênico, sabonetes, ducha quente, e a internet realmente funcionava, o que depois descobriríamos que era um verdadeiro luxo, rs!).

 

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Deixamos as coisas no quarto e fomos dar uma volta na praça. Como era sexta-feira santa, estava tendo uma procissão. Andamos um pouco pelas redondezas, eu tentei achar o Museu da Recoleta, mas descobri que teríamos que subir algumas quadras e desisti, compramos água no mercado, provamos uns chocolates locais Para Ti (bem gostosinhos, recomendo), ficamos olhando o movimento da praça e depois voltamos pro hostel pra dormir. Ah, e aproveitamos também pra comprar Soroche Pills na farmácia, e já começamos a tomar, mesmo sem sentir os efeitos da altitude (lembrando que Sucre já está a 2.800 m, então é bom pra ir se aclimatando).

 

Parênteses para os ônibus de Sucre: minúsculos e escritos em japonês! Esses micro ônibus em que uma pessoa com mais de 1,60 não consegue ficar de pé, são importados do Japão, quando se tornam obsoletos por lá, pra servir de transporte público.

 

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Ficamos muito pouco tempo em Sucre, e a sensação que tive é que é uma cidade em que eu gostaria de viver ::love:: É uma cidade bem tranquila, diferente dos barulhos de La Paz, as pessoas ficam conversando na praça, passeando, alguns garotos dançavam rap na praça, vendedores nas barraquinhas.. aquele clima gostoso de cidade pequena! (apesar de Sucre não ser tão pequena assim: 190 mil habitantes, segundo o google)

 

Quem tiver tempo, recomendo ficar um pouquinho por lá, subir até a Recoleta (vejam fotos no google, não fui e fiquei triste, é lindo!) e curtir a cidade. O restante da viagem pela Bolívia provavelmente será frenético e agitado, então Sucre é legal justamente pra dar essa quebrada.

 

Gastos do dia:

(lembrando que todos os gastos aqui são para duas pessoas, ok?)

135 bs: almoço Cinabon aeroporto Viru Viru

5 bs: gorjeta Cinabon (obs: gorjeta não é obrigatório na Bolívia, mas nós demos depois que eles embalaram o resto do lanche pra viagem na maior boa vontade)

40 bs: táxi aeroporto x terminal de buses

200 bs: passagens de ônibus para Uyuni (6 de octubre)

15 bs: táxi terminal de buses x plaza 25 de mayo

180 bs: Grand Hotel

8,50 bs: água mercado

16 bs: chocolates Para Ti

45 bs: farmácia (soroche pills + sabonete)

Total de gastos do dia: 644,50 bolivianos

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DIA 02: SUCRE – UYUNI (Sábado)

 

Como o hostel não tem desayuno incluído (mas serve à parte), a idéia era tomar café na rua, pelos arredores da praça, então levantamos cedo e fomos pra lá, só que.. cricricri, não tinha uma alma viva na rua, tudo fechado por conta do feriado!

Voltamos pro hotel e acabamos tomando o desayuno por lá mesmo; nos custou 15 bs por pessoa, a opção mais simples, com pão, manteiga, geléia, chá de coca e suco de laranja, mas havia também outras opções mais completas (e caras).

 

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Depois do desayuno, fizemos check out e pegamos um táxi até o terminal de buses (15 bs). Chegando lá, tem que pagar uma taxa de 2,50 bs por pessoa, para “uso do terminal”, segundo o fiscal (apesar de eu não ter entendido muito bem que uso seria esse, já que pra usar o banheiro depois eu tive que pagar 1 bs à parte..)

 

Nosso ônibus para Uyuni até que era bem confortável, de dois andares. Ficamos no primeiro andar, que era de leito, e o segundo andar era semi leito. Tirando a janela do meu lado que estava com o vidro todo estilhaçado, tava tudo certo! Tinha até tv que ficou passando sem parar uns filmes antigaços com uma dublagem em espanhol que falhava às vezes, mas enfim..

 

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Só que a viagem até Uyuni demorou uma eternidade! Saímos as 09h de Sucre e só chegamos em Uyuni às 18h. Apesar do conforto do ônibus, foi péssimo! Como tínhamos dormido bem à noite, não conseguimos dormir na viagem, e a hora não passava nunca.. Então recomendo fortemente que só façam longas viagens de ônibus se for à noite, pra poupar cansaço e tempo. Inclusive, depois descobrimos que poderíamos ter pegado um táxi compartilhado ou uma van até Potosí, e de lá achar um jeito de chegar até Uyuni, mas de toda forma não sei se faria isso, pela incerteza de chegar tarde da noite em Potosi e depois não achar transporte até Uyuni.

 

Ah, e lá por volta de meio-dia o ônibus faz uma parada, tipo, no meio do nada, pra galera almoçar, coisa de meia hora. Nessa hora foi muito engraçado, que o ônibus parou e avisaram pra gente "30 minutos para almuerzo", aí nós e mais uns dois passageiros descemos, e assim que a gente desceu o ônibus começou a andar de novo! ::ahhhh:: Pensa no desespero: ser deixado ali no meio do nada, sem saber onde estávamos, e sem as mochilas! Não pensamos duas vezes: sebo nas canelas e começa a correr atrás do ônibus batendo na lateral pra ele parar! Mas aí veio uma moça e avisou pra gente que o ônibus só tava indo ali na frente manobrar pra estacionar na sombra.. E de fato foi só isso.. quando ele parou, respiramos aliviados! ::lol3::

 

O tal do lugar onde o ônibus faz a parada pra almoço é tipo uma vendinha/restaurante, que tava servindo uma sopa lá. Nem preciso dizer que só os nativos encararam, né? O restante do grupo, turistas, ficou por ali só fazendo uma hora.. Pra quem não tava a fim de encarar o pollo picante, também tinha uns biscoitos pra vender por lá, mas claro que o preço compensa mais comprar em Sucre e levar.

 

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Enfim chegamos em Uyuni! Não há rodoviária, os ônibus param em frente às empresas mesmo, em uma ruazinha que fica a duas quadras da praça principal. Assim que descemos do ônibus já fomos abordados por um senhor oferecendo hospedagem; o hostel dele ficava ali na rua onde os ônibus param mesmo, e olhamos e era bonzinho, 150 bs o quarto duplo com baño privado, mas como eu tinha esperança de encontrar mais barato fora desse miolo, pegamos a mochila e seguimos andando.

No fim, acabamos ficando no Residencial La Cabaña (av. Bolívar, uma quadra da praça), que estava nas minhas referências como um lugar bom e barato. Barato nada! Acabamos pagando 200 bs no quarto duplo com baño privado e desayuno incluso, mas como estávamos cansados de ficar rodando com as mochilas (lembram do que eu falei? Depois de chegar mortos da viagem, carregando peso e com o agravante da altitude, tem que ter disposição pra sair procurando hospedagem).

 

Deixamos as coisas no quarto e fomos procurar um lugar para cambiar dinheiro e depois jantar. Na rua principal tem várias casas de câmbio, uma ao lado da outra, então isso não foi problema. O dólar estava a 6,90 bolivianos.

 

Depois de cambiar, fomos pra praça principal, e por lá tem várias opções de restaurantes. Acabamos jantando num restaurante chamado Casa del Turista, ali na praça, e mesmo tendo voltado lá mais uma vez, eu aviso logo que NÃO RECOMENDO! Já é de se imaginar que um lugar chamado "casa do turista", e localizado na praça principal não seja barato, né? Só que isso até daria pra relevar, se o atendimento fosse bom, o que não era.. Foi uma tortura pra fazer o wifi funcionar (eles não davam a senha, tinha que dar o celular pra eles inserirem a senha, então meu bode já começou aí..), e depois eles tinham que liberar o acesso ao wifi no computador deles e ficavam enrolando. Nós dois tomamos uma sopa de entrada, comemos bife de llama (que não achei nada de mais, bem parecido com carne de boi) e tomamos refri e a conta deu 150 bs. Ou seja: com certeza tem lugares mais baratos pra jantar, ou pelo menos sem miséria de wifi! :evil:

 

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Ali na praça principal também tem várias lojinhas de artesanato, e nessa hora eu já comecei a ficar louca com tanta coisa colorida, já que em sucre não tinha, e já tratei de comprar logo algumas coisas, mas aqui vai outra dica super importante que eu não sabia: COMPRE APENAS O BÁSICO, como gorros e luvas (super necessário para o salar e para aguentar o frio de Uyuni). Outras coisas não tão necessárias, como lembrancinhas, presentes, etc, etc, deixe para comprar em La Paz! O que eu só fui descobrir depois, com muitos bolivianos a menos no bolso, é que na verdade todo o artesanato vendido em Uyuni vem de La Paz, então é bem mais caro. Eu não sabia disso e já comprei algumas coisas em Uyuni, então depois, em cada lojinha que encontramos ao longo da viagem, que eu via as coisas que comprei em Uyuni até pela metade do preço, eu tinha vontade de chorar! ::toma::

 

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Depois passamos num mercadinho, pra comprar água e papel higiênico (que adivinhem, não tinha no hostel) e voltamos pro quarto pra descansar, pois o dia seguinte era dia de salar! ::hahaha::

 

Gastos do dia:

30 bs: desayuno Grand Hotel

15 bs: táxi hostel x terminal de buses

5 bs: taxa terminal de buses

1 bs: banheiro terminal de buses

10 bs: mercado (água)

200 bs: Residencial La Cabaña

150 bs: jantar Casa del Turista

50 bs: gorro + luva de cozinha

210 bs: mochila + gorro + luvas + chaveiros + imãs de geladeira

10 bs: mercado (água + papel higiênico)

Total de gastos do dia: 681 bolivianos

Editado por Visitante

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