Membros Doug Lucas Postado Abril 1, 2015 Membros Postado Abril 1, 2015 (editado) Olá pessoal! Comecei a planejar esta viagem em julho do ano passado e este fórum me ajudou muito! Meu sonho era ir para a patagônia, e consegui! Deu tudo certo! Então resolvi escrever este relato com o intuito de ajudar quem planeja viajar para lá, principalmente com algumas informações que foram difíceis de encontrar. Já deixo aqui um vídeo que fiz do percurso W, em minha opinião o melhor momento da viagem. Fiquem a vontade para assistir e compartilhar! Levei uma Actioncam barata, SJ4000, uma imitação da Gopro. Filmava em FullHD, mas não tem estabilizador de imagem, portanto a filmagem fica bem ruim, mas no vídeo dá para ter uma noção da beleza do lugar, e do poder da natureza hehehe! Não esqueçam de assistir em HD e com o som ligado, para ter uma noção da força do vento! No decorrer do tópico postarei fotos da viagem, de minha autoria. Tenho um perfil no Flickr, com muitas outras fotos em alta definição para quem quiser conferir. https://www.flickr.com/photos/douglucas/ Way to towers by Doug Scortegagna, on Flickr Patagônia Tudo começou em Julho/14. Estava para apresentar o TCC na faculdade, e tinha largado meu trabalho. Decidi então tirar um tempo para mim e viajar! Queria muito ir para a Islândia, mas devido a inviabilidade financeira, escolhi a patagônia, que tem uma paisagem bem parecida e um valor bem mais em conta. QUAL ÉPOCA IR? Como na patagônia chove praticamente todo dia, pesquisei bastante a melhor época para ir para lá. Segui este gráfico, onde mostra a precipitação média de cada mês, e escolhi o mês de novembro, por ter uma média baixa de precipitação, além de não ser tão frio e os dias durarem mais. Nos locais que fui, anoitecia entre 22:00 e 23:00, isso ajudava muito, pois tinha mais tempo de luz e aproveitava melhor o dia. PASSAGENS AÉREAS Foi a primeira coisa que fiz, e isso foi um erro. Comprei as passagens em Julho para garantir um bom preço. Realmente consegui um preço legal, mas não deveria ter comprado antes de elaborar bem o roteiro, pois acabei engessando minha viagem e deixei de visitar El Chalten. Na hora de fechar a compra no site da Aerolíneas, só problemas com meu cartão, e não sei por qual motivo. Ia fechar pelo valor de R$ 1.100,00. Me irritei e acabei fechando na Decolar. Saiu R$ 120,00 mais caro, mas ao menos minha passagem estava garantida. Destacando que não tive nenhum problema com a Aerolíneas bem como a Decolar. Nenhum voo cancelado e nenhum problema com as passagens, apesar de encontrar uns brasileiros em Ushuaia usando apenas calções e tremendo de frio por que a companhia havia perdido suas bagagens e como era domingo, todas as lojas estavam fechadas e eles não tinham como comprar roupa para frio. Fica a dica pro pessoal, leve algumas roupas para frio na bagagem de mão, para não passar por dificuldades. SEGURO VIAGEM Fechei o seguro viagem aqui na minha cidade, na agência do meu amigo. Deu cerca de 120 reais. Não precisei usar, mas recomendo fazer. Sempre é bom prevenir. ROTEIRO Meu roteiro ficou o seguinte (no relato detalharei sobre os ônibus e o ‘aperto’ que passei): >>>15/11: Poa/Ush >>>16/11: Visita ao Parque Nacional Tierra del Fuego >>>17/11: Subida ao Glaciar Martial >>>18/11: Ush/El Calafate >>>19/11: Visita a geleira Perito Moreno / IceTrekking >>>20/11: El Calafate/Puerto Natales/ Torres del Paine – Ônibus >>>21/11: Trilha até a base das torres >>>22/11: Trilha até o refúgio Los Cuernos >>>23/11: Torres del Paine/Puerto Natales - Ônibus >>>24/11: Puerto Natales/ El Calafate - Ônibus >>>25/11: El Calafate/Poa HOSPEDAGEM Fechei todas as hospedagens antes de ir viajar. Algumas pelo Booking, outras com uma agência de um amigo meu, e no parque Torres del Paine, fechei no site da FantasticoSur, empresa que administra alguns refúgios no parque. Vou detalhar bem no relato abaixo, mas tudo foi muito tranquilo. Pesquisei bem o lugar antes, TripAdvisor me ajudou, e peguei bons locais. Viajei com meu irmão, e ele não quis ficar em hostel, portanto pegamos quartos, o que acabou deixando a viagem mais cara. ROUPAS Próximo passo era comprar a roupa para aguentar o frio. Li bastante a respeito disso, encontrei vários relatos e acabei optando pelo seguinte: Segunda pele, Fleece e casaco corta-vento. Acabei comprando praticamente tudo na Decathlon (abaixo segue os links e a descrição do que comprei). CASACO ARPENAZ 3 EM 1: Serviu muito bem, ele veio com um capuz e com uma jaqueta Fleece anexada a ele. A jaqueta e o capuz são removíveis. Subi montanhas e peguei muito vento e o casaco aguentou bem! Peguei chuva e neve e não me molhei. Recomendo, achei o custo benefício bem bom. CONJUNTO SEGUNDA PELE MASCULINA QUECHUA: Comprei apenas um kit, pois não queria gastar muito. Lavei ele umas 3x pois não suei muito. Foram bem eficientes, nunca tinha usado esse tipo de roupa, portanto estranhei um pouco no começo, mas ele isola bem e joga o suor pra fora. Também recomendo, pois tem um bom custo benefício. Só prestem atenção no tamanho da calça. Uso 42, e no sita da Decathlon eles recomendavam o M para esta medida. Comprei o M e praticamente não entrou no corpo, e olha que sou muito magro. Tive que trocar. Realizei os procedimentos indicados no site e tudo ocorreu muito bem. Em uma semana já tinha minha calça no tamanho G, que serviu perfeitamente. MEIAS CANO ALTO FORCLAZ 100 QUECHUA: Comprei 6 pares destas meias térmicas. Suportaram muito bem a viagem. Não são de algodão e mantiveram meus pés sempre aquecidos. Recomendo! CALÇA MODULAR: Comprei uma calça modular, que se transforma em bermuda. Não encontrei mais ela no site da Decathlon, mas era parecida com esta do link. A calça não era impermeável, mas não foi problema. Serviu bem, e não passei frio pois a segunda pele protegeu bem. BOTA TIMBERLAND FLUME MID WTPF: Comprei esta bota da Timberland Waterproof, impermeável. Esta eu comprei em uma loja aqui da minha cidade, paguei R$ 400,00. A bota suportou bem as trilhas, mas não recomendo ela parar ir em locais com neve. Quando subimos a montanha, andamos em lugares com muita neve, que acabou entrando na bota por cima, pois ela não fecha a parte do tornozelo. Se você pretende andar na neve, recomendo outro modelo. Mas no mais, serviu muito bem. Atravessei riachos, passei por lugares cheios de lama, e meu pé sempre se manteve seco. Além disso, a bota é muito macia, parecia um tênis. Lembrando que comprei a bota uns 3 meses antes da viagem e usei ela aqui no Brasil para amaciá-la. MOCHILA NORD OUTDOOR CRUX 65L TB1508: Este foi um item que me arrependi de certa maneira. Não pela qualidade da mochila, mas pelo tamanho. Acabei ficando com medo e comprei esta mochila de 65L. A mochila me serviu bem, tem ajustes para as costas e afins, mas não fiz nenhuma trilha com ela. Queria ter comprado um modelo que viesse acompanhad com mochila de ataque acoplada, mas acabei não encontrando. Problema que acabei levando muita roupa extra, além de um tênis a mais, que não usei. A mochila ficou pesada e cheio de coisas inúteis. A mochila pesou 12 kg no embarque, mais minha mochila de ataque que pesava seis. Recomendo pensarem bem antes de levar bastante coisa, pois acaba virando um incômodo. De roupas praticamente foi isso. Não levei gorros, comprei em Ushuaia, preços ótimos, na conversão eles saíram por cerca de 7 reais cada. Além disso comprei um gorro estranho, que foi bem útil, ele virava uma manta para proteger o pescoço, o rosto e a cabeça também, bem legal e útil! MOEDA/CÂMBIO Pesquisei bastante e acabei levando Dólar, para trocar direto por pesos lá. Fiz o certo, consegui uma cotação legal e saí ganhando. Se tivesse levado Real ia conseguir menos. Trocamos nosso dinheiro no hotel Antártida, em Ushuaia. Conseguimos uma taxa de 12,50. Acabei trocando 500 dólares lá, que foram suficientes para quase toda viagem. Meu irmão trocou menos, e depois precisou em El Calafate, e conseguiu uma cotação de apenas 10 pesos, portanto, Ushuaia foi mais vantajoso para nós. USHUAIA 15/11 Saímos de Porto Alegre no sábado pela manhã, as 10:30. Vôo até Buenos Aires pela Aerolíneas. O voo foi muito rápido, fizemos escala em Buenos Aires e chegamos em Ushuaia as 19:45. A descida foi uma experiência inesquecível. A vista das cordilheiras com o pôr do sol foi sensacional. O avião se aproximou da cidade e o tempo lá estava fechado. O avião entrou no meio das nuvens, e lá ficou por cerca de 10 minutos. As vezes a neblina limpava, e víamos as cordilheiras do lado do avião! Admiro o piloto que realizou o pouso praticamente às cegas! Enfim, chegamos, pegamos nossa mala e fomos em direção aos táxis. Lá tinha um senhor chamando os taxistas. Pedi para ele se os taxistas aceitavam dólares, ele disse que não, mas ele realizou o câmbio, 11 pesos para um dólar. Era uma cotação baixa mas eu precisava, acabei trocando uma quantia para pagar o taxista. Pegamos o táxi e fomos em direção ao albergue. Ficamos no Hostel Antártica, recomendação do povo aqui do Mochileiros. O lugar é sensacional, bastante simples, mas dou nota 10! Ficamos 3 noites em quarto privado, com duas camas de solteiro. Custou cerca de R$ 500,00. Fomos recebidos pelo Gerrit! O cara é incrível, prestativo, gente boa, e nos ajudou com os passeios que faríamos no dia seguinte. Lá também tive a notícia de que o café da manhã estava incluso no valor que paguei pelo Booking(no site dizia que não era incluso). Fiquei três dias no albergue, e a comida é bem boa, tem cereais, pão, café, iogurtes, além de uma geladeira que o pessoal deixa alimentos que não vai mais comer, para compartilhar. Achei bem bacana a ideia. Na primeira noite, jantamos no restaurante Moustacchio. Acabei pegando um cordeiro com um molho estranho , e não gostei muito, mas comi tudo pois estava com fome. No total deu uns 250 pesos, com a gorjeta. Voltamos para o hostel e o Gerrit nos recebeu a meia noite. Estava sentado na mesa da área de convívio, nos esperando com mapas para mostrar os lugares. Lá decidimos que na manhã seguinte iríamos ao Parque Nacional da Terra do Fogo. 16/11 Parque Nacional da Terra do Fogo Acordamos tarde neste dia, estávamos cansados e decidimos descansar para fazer a trilha no Parque Nacional Tierra del Fuego. Nos informaram que havia um ônibus que fazia o trajeto até o parque, mas não conseguimos pegar. Acabamos chamando um táxi. A corrida até lá deu cerca de 200 pesos. Chegamos lá as 11 da manhã e o visual foi de tirar o fôlego. Para entrar no parque é preciso desembolsar 100 pesos. O dia estava lindo, céu azul, deixando tudo mais bonito, mas o vento estava muito forte! Que aventura! Logo na entrada do parque existe um lugar que parece ser um controle de fronteira. Lá eles carimbam o passaporte com o famoso carimbo do fim do mundo. O cidadão que lá estava nos cobrou 20 pesos para carimbar o passaporte. Posteriormente decidimos fazer a trilha até a parte central. Liguei o aplicativo Minhas Trilhas do Google e gravei todo trajeto, como pode ser visto na foto abaixo. Andamos cerca de 8 km, mas demoramos o dia inteiro. Paramos bastante para fotos e para descansar. Foi uma trilha bem tranquila, encontramos pouca gente, e ficamos muito tempo em contato com a natureza. Para quem gosta disso, é um prato cheio. Abaixo algumas fotos: Trilha que fizemos no Parque Nacional A quantidade de árvores caídas e quebradas no parque é absurda! Os ventos são fortes demais! Durante o trajeto, seguido dava para ouvir o ranger das árvores! Macabro! Fiz esse vídeo, da pra ter uma noção do estrago! Chegamos no fim da trilha as 17:00, e lá encontramos as vans que retornavam para Ushuaia. Acho que o valor pago foi de 100 pesos por pessoa, mas não tenho certeza. Pegamos a van e voltamos para a cidade. No Hostel conhecemos um americano e um suíço, e decidimos ir jantar. Saímos sem destino, até achar uma pizzaria. Não lembro o nome do lugar, mas ficava a uns 3 quarteirões do nosso hostel. Adoramos as pizzas, e o preço saiu barato, cerca de 100 pesos cada, com direito a cerveja. 17/11 Glaciar Martial No dia seguinte combinamos de subir o Glaciar Martial com o suíço. Ele nos contou que era acostumado a subir montanhas, e nos levou até lá. Foi uma das partes mais legais da viagem. Pegamos um táxi em direção a base da montanha. Rachamos o valor em três e saiu barato, acho que 10 pesos cada. O dia estava nublado, mas a montanha estava limpa, sem névoa. Começamos a subida, fazendo o trajeto até o final da trilha, onde tem uma placa informando o fim e a altitude de 800m. Fizemos este trajeto em uma hora, e lá o suíço pediu se queríamos continuar subindo. Havia muita neve, mas decidimos ir pela aventura. Eu e meu irmão sofremos para caminhar na neve, o pé afundava e a neve entrava nas botas, mas foi uma das experiências mais legais. Depois de um tempo o tempo virou e começou a nevar muito. Ficamos lá por mais de 2 horas, subindo as montanhas e caminhando na neve, quando decidimos voltar. Descemos correndo pela neve, que em alguns momentos atingia mais de 1 metro de profundidade. Abaixo algumas fotos. Tenho grande parte disso filmado, mas ainda não terminei a edição. Assim que finalizado, postarei aqui. Caminho que fizemos no Glaciar Martial. Na volta, lanchamos uns sanduíches na lanchonete que tem no pé da montanha, pegamos um táxi e voltamos para o Hostel. Na noite, jantamos novamente com no Mustacchio. Desta vez pegamos um spaghetti com molho vermelho. Gastamos cerca de 150 pesos. Voltamos ao albergue e fomos preparar as coisas para partir. 18/11 EL CALAFATE Na manhã seguinte acordamos cedo, e fomos as compras. Compramos gorros e algumas lembranças. Caminhamos pela cidade, tiramos a famosa foto na placa do Fim do Mundo, e partimos em direção ao aeroporto. No aeroporto encontramos um conhecido de nossa pequena cidade no Brasil, Flores da Cunha, com 30 mil habitantes. Coincidência demais!!! Nosso voo saia as 13:30 rumo a El Calafate. Chamamos um taxi e fomos ao aeroporto, onde comprei um perfume. Os preços eram bons, acabei pagando menos do que no Dutyfree em Buenos Aires. Tudo ocorreu bem e chegamos na cidade dos Kirschner as 15:30. Lá pegamos uma van (100 pesos), que nos deixou na porta do nosso hotel e fomos em direção a cidade. A cidade fica longe uns 20km do aeroporto, portanto pegar um taxi sai caro. Nessa mesma noite já fomos até a rodoviária comprar as passagens para Puerto Natales, no Chile. É bom comprar com um dia de antecedência no mínimo, para não ficar sem. Compramos ida e volta. Passamos duas noites no Terraza Coirones Hotel, indicação do nosso amigo da agência. Ele fechou a estadia para nós. O hotel é muito bom, mas fica longe da cidade. A vista de lá é sensacional! E o café da manhã é bom, com café sucos, pães, cereais e bolos. Nos custou cerca de R$ 420,00 pelas duas noites, quarto duplo. Ainda na noite, fomos conversar com a recepcionista para fechar o IceTrekking, no glaciar Perito Moreno. Depois de muita dificuldade, conseguimos nos entender. A recepcionista não entendia uma palavra de português nem inglês, e nós, nada de espanhol. Foi difícil, mas deu tudo certo. Fechamos o IceTrekking lá no hotel mesmo, por 1100 pesos cada e no dia seguinte a van passaria para nos buscar. No passeio não estava incluso 150 pesos cobrados para entrar no parque. 19/11 Glaciar Perito Moreno – IceTrekking As 11 em ponto, a van estava nos aguardando na frente do hotel. Para o passeio apenas uma recomendação, óculos de sol. O instrutor nos informou que quando o dia está limpo, o reflexo do sol na geleira pode queimar a retina. Usamos óculos polarizados, funcionaram bem. A van chegou no Parque Nacional Los Glaciares, onde está localizada a geleira Perito Moreno, por volta de 13:00. Lá tivemos uma hora para caminhar sobre as passarelas e observar a geleira. São diversos pontos de observação. O lugar é fantástico. Conseguimos ver alguns pedaços da geleira se soltar, fazendo um grande barulho. As 14:00 o nosso ônibus estava aguardando para nos levar até o barco, que na sequencia nos levaria até o glaciar. A temperatura no lago era bem mais baixa. Fazia muito frio e ventava muito. Perito Moreno by Doug Scortegagna, on Flickr Depois do transporte de barco, que demorou cerca de 25 minutos, chegamos no outro lado da montanha, onde fica a base da equipe do Hielo y Aventura. Eles nos levariam até a geleira. Lá o pessoal separou o grupo em dois, inglês e espanhol. Os instrutores foram muito gentis e simpáticos. Lá eles explicaram um pouco sobre como funcionaria o passeio, deram recomendações e dicas. Na base existe um lugar para deixar mochilas e equipamentos, caso alguém não queria levar no passeio. Feito isso, iniciamos a trilha até a base da geleira. A trilha dura cerca de 10 minutos, e o caminho é lindo demais. Chegando na base, a equipe estava nos aguardando para colocar os grampos nas botas. Como a turma era grande, demorou um pouco. Por volta das 16:00 o passeio finalmente iniciou. A sensação de caminhar com aquilo é estranha, mas muito boa. Cravar os grampos no gelo proporciona uma satisfação muito grande! O passeio durou cerca de 1 hora, e no final, nos levaram até um ponto da geleira onde um dos instrutores nos serviu whisky com pedras de gelo do glaciar e um alfajor! Feito isso, retornamos a base, tiramos os grampos e voltamos para El Calafate. O transporte nos deixou na porta do hotel novamente. Glaciar Perito Morenoby Doug Scortegagna, on Flickr A noite jantamos no restaurante La Tolderia. Comemos pizzas lá, muito boas por sinal, e o atendimento excelente! Gastamos cerca de 140 pesos cada. 20/11 TORRES DEL PAINE Combinamos na noite anterior com a recepcionista para chamar um taxi na manhã seguinte. Nosso ônibus sairia as 8:30, mas era necessário estar lá as 8:00. O taxi estava nos aguardando as 7:40 conforme combinado. Chegamos na rodoviária no horário combinado e realizamos os tramites necessários para a viajem internacional. Eles anotam um dado do passaporte para controle. Feito isso embarcamos as 8:30. As passagens custaram 600 pesos argentinos, ida e volta, cada. A distância entre as cidades é de cerca de 300km. A viagem é tranquila, e em nenhum momento o motorista passou dos 80km/h. São retas sem fim, e o vento balança o ônibus com frequência, mas nada de apavorar. Por volta de meio dia o ônibus chegou na fronteira com o chile. Primeiro carimbamos os passaportes na saída da Argentina, rápido, sem problemas. A demora foi na aduana de entrada do Chile. Lá havia uma fila enorme, pois um outro ônibus estava na nossa frente, então tinha muita gente na fila. Lá eles carimbaram os passaportes de entrada, e verificaram nossas malas em um raio x. Enquanto isso, um cachorro farejava as malas no ônibus, e um fiscal procurava por alimentos perecíveis nos bancos do ônibus. Muito importante! Não é permitido entrar no chile com alimentos perecíveis, como frutas, queijos, carnes, etc. Não tente levar, caso você for pego terá que pagar multa. Esse processo todo demorou cerca de 1:30. Nosso tempo estava chegando no limite. O último ônibus para Torres del Paine saia as 14:30, e já tínhamos um refúgio reservado e pago no parque. Na tampa. O ônibus chegou no terminal de Puerto Natales as 14:20. Fui correndo comprar as passagens para o parque, mas eles não aceitavam pesos argentinos, nem dólar. A casa de câmbio na rodoviária estava fechada, então fui obrigado a comprar a passagem no cartão de crédito internacional. Ele me salvou! As passagens ida e volta custaram cerca de US$15,00 cada. A distância até o parque é de cerca de 150km. O caminho é fantástico! Lindo demais, pena que as janelas do ônibus estavam imundas, sem contar que o motorista era louco, corria demais, e a estrada era de chão na maior parte. Aí sim deu medo! Por fim, chegamos na entrada do parque. Lá compramos as entradas, 35 dólares cada. Aceitaram dólar sem problema e deram o troco em pesos chilenos. Vimos um vídeo explicativo sobre o parque, preenchemos um formulário detalhando nossa estadia, o que pretendíamos fazer e a quantidade de dias que ficaríamos. Na sequência pegamos um micro-ônibus (custo cerca de 2 mil pesos chilenos), que nos deixou no nosso refúgio, chamado Torre Norte. No refúgio jantamos barras de cereais e biscoitos/bolos que levamos. Os refúgios oferecem refeições, mas são caríssimas e bem modestas. 21/11 Início do Circuito W – Las Torres Acordamos por volta das 8:00. Na reserva do refúgio compramos também café da manhã. O café é bem simples, mas nos alimentou bem. Tinha cereais, café, leite, achocolatado, um ovo, pão queijo, manteiga, suco de laranja e uma fruta. A refeição vem em uma bandeja, portanto não dá para repetir. Nos arrumamos e as 10:00 partimos para as Torres. A distância até o local era cerca de 9km, de terrenos acidentados e subidas. Estávamos em 200m de altitude, e o fim da trilha ficava a 875m. A trilha é fantástica! Lugares lindos, altos, abertos, fechados, vento de assustar, riachos e pontes, e a vista sempre maravilhosa. Por volta de meio dia chegamos no acampamento chileno. Almoçamos algumas barras e biscoitos lá e partimos. Lá encontramos um americano que trabalha na Apple, gente finíssima. Ele nos acompanhou o resto do caminho. Pouco antes de começar a subida do último trecho, existe um camping, para quem quer acampar, para quem quer fazer o caminho em 2 dias, ou para quem quer acordar cedo e ver o sol nascer na base das torres. O camping é grátis, mas não oferece água quente. De lá avistávamos as torres, mas estavam cobertas. Um cidadão que passava nos disse que as 15:00 o tempo limparia, e iríamos conseguir ver as torres. Chegamos na base das torres as 15:00 e dito e feito. O tempo limpou, céu ficou azul e as nuvens contornavam o pico das torres. Ficamos sentados por cerca de 1 hora, apreciando a paisagem, descansando e curtindo a natureza. Lá o clima é engraçado. Quando chegamos estava tranquilo, mas do nada ocorrem umas rajadas de vento muito fortes, que levantam areia e água! (Tem isso no vídeo!) As 16:00 partimos de volta ao nosso refúgio. Mais 9km de trilhas, agora morro abaixo. Felizmente o sol descia as 21:40, portanto tínhamos muito tempo de luz do dia. Na descida meu joelho começou a incomodar. Nunca tinha sentido dor, achei estranho, mas o percurso é bem elevado, cheio de pedras, e acabou forçando bastante as articulações. Felizmente não foi nada demais. A beleza do lugar fez com que eu esquecesse da dor. After 10km trail, a rest. by Doug Scortegagna, on Flickr Las Torres by Doug Scortegagna, on Flickr Ressaltando que levamos duas garrafas de água para a trilha, mas a sede foi maior. Acabamos pegando água de algumas quedas de água do desgelo, que eram bem verticais, dificultando a possibilidade de haver animais mortos no percurso do rio que contaminassem a água. Enchemos nossas garrafas com a melhor água que tomei na minha vida hahaha! Chegamos no refúgio por volta as 20:00. No refúgio não existe telefone, apenas uma tomada de energia na recepção e sem internet. Estávamos completamente isolados. Para quem precisa, existe internet no Hotel Las Torres, muito lindo por sinal, que fica cerca de 1km do nosso refúgio. Lá eles fornecem internet, cerca de 3 dólares por meia hora. Jantamos mais bolos e biscoitos e fomos dormir. 22/11 Refúgio Torre Norte – Refúgio Los Cuernos Na manhã seguinte partimos rumo nossa segunda parada, Refúgio Los Cuernos. Passaríamos a noite lá e no dia seguinte faríamos o mesmo caminho de volta, pois infelizmente não consegui refúgios próximo ao lago Grey. Façam as reservas com antecedência! Deixei para o último mês e deu nisso! O caminho é lindo. Quase o tempo todo cercando o lago Nordenskjöld. Antes de chegar no lago, o ambiente é bem variado, como podem notar nas fotos. Na ida fizemos o caminho em cerca de 8 horas. São 11km, mas paramos muito para tirar fotos e descansar. A trilha é mais fácil e sem muitos morros. Over the hills by Doug Scortegagna, on Flickr Chegamos no refúgio los Cuernos. O lugar é lindo demais! No meio do nada! Lembrou muito alguns cenários de Lost! Os suprimentos chegam de barco e ele fica na base dos Cuernos del Paine. 23/11 Refúgio Los Cuernos – Refúgio Torre Norte Acordamos as 7 horas, partimos cedo. O café da manhã neste refúgio é horrível! Sério, serviram uma ‘papinha’ de criança, sei lá do que era, mas ruim demais, quase vomitei comendo aquilo. Depois veio pão torrado, manteiga, café. Passamos fome! Além de ser caríssimo. Arrumamos nossas coisas e partimos pelo mesmo caminho, retornando ao Refúgio Torre Norte. Detalhe: Deixamos nossas mochilas grandes no Refúgio Torre Central. Eles têm um contêiner lá onde guardam mochilas, foram bem legais, não cobraram nada. Nosso caminho de volta durou cerca de 4 horas. Fizemos na corrida pois tínhamos que pegar o ônibus de volta a Puerto Natales as 14:00. O dia estava lindo, céu azul! O lago estava ainda mais belo do que no dia anterior. Um azul inacreditável. Blue like Heaven by Doug Scortegagna, on Flickr Colorful Patagonia by Doug Scortegagna, on Flickr The colors of Patagonia by Doug Scortegagna, on Flickr Chegamos no ponto e nos despedimos do parque, rumo a Puerto Natales. Chegamos lá e fomos direto ao hotel. Pegamos um táxi. Lá eles tinham valor tabelado dentro da cidade. Toda corrida custava 1000 pesos chilenos, porém como nosso hotel ficava um pouco fora, nos cobraram 1500 pesos. Caminhamos muito pouco pela cidade, deu apenas para ver estas plaquinhas alertando Tsunamis e orientando o caminho de segurança. Ficamos no hotel Weskar Lodge. Hotel fantástico, comida muito boa, camas, ambiente! Sensacional. Lá eles nos serviram um drinque de boas-vindas, de graça. Um Calafate Sour, diferente mas bem bom! Como reservamos este de última hora, pelo Booking, a noite custo cerca de R$ 350,00, quarto duplo. 24/11 Puerto Natales – Calafate Na manhã seguinte tomamos o café da manhã, delicioso. Tinham frutas tropicais! Achei demais hahaha. Pegamos o táxi e fomos até a rodoviária. Já tínhamos a passagem de volta, que compramos junto com a de ida. Pegamos o ônibus e fizemos o caminho até El Calafate. Tranquilo, mesmo esquema. Demora para sair do Chile. Chegamos em El Calafate as 15:00. Ficamos no hotel Rincón del Calafate, muito bom e localizado próximo ao centro da cidade. Pagamos cerca de R$ 180,00 pela noite, quarto duplo. 25/11 El Calafate – Buenos Aires - POA E aí chegou ao fim a nossa viagem. Nosso voo de volta saia no dia 25/11, as 17:00, então tiramos o resto do dia 24 e parte do dia 25 para caminhar pela cidade, descansar, comprar lembranças e aproveitar a cidade. Considerações Finais Voltei para o Brasil com um sentimento bem forte: terei que voltar para a Patagônia. Como comentei antes, cometi um erro em fechar as passagens antes de definir um roteiro. 3 dias em Ushuaia e 7 dias em El Calafate foi pouco, pois pretendia ir para Torres del Paine. A ideia inicial era locar um carro, mas desistimos por causa do valor elevado. Sendo assim, tive que remover El Chalten da lista para conseguir visitar a oitava maravilha do mundo, no Chile. Terei que voltar, pois descobri que existem trilhas bem legais para se fazer em Ushuaia, sem contar a visita a El Chalten e boa parte do Torres del Paine que não consegui ver! Mas enfim, este foi o relato detalhado da minha viagem. Espero que tenham gostado, e qualquer dúvida é só pedir, ficarei feliz em ajudar. Abaixo segue algumas formas de contato fora do fórum, se preferirem! Facebook:Doug Scortegagna Flickr: Doug Scortegagna Email: douglas.scortegagna@gmail.com Grande abraço! Editado Abril 1, 2015 por Visitante Citar
Membros Fábio Almeida_ Postado Abril 1, 2015 Membros Postado Abril 1, 2015 Ótimo relato e belas fotos, parabéns! Realmente uma pena não ter ido pra Chaltén. Quando fui, achei mais bonito que o próprio TDP! Abração! Citar
Membros Rosângela_SD Postado Abril 1, 2015 Membros Postado Abril 1, 2015 As fotos ficaram lindas e o relato cheio de informações úteis. Parabéns!!!!! Citar
Membros Marcus Sousa Postado Abril 2, 2015 Membros Postado Abril 2, 2015 Que legal seu depoimento Doug. Está me ajudando bastante, pois tbm irei p/ a Patagônia este ano. Depois vou ler c/ calma até o final. Qual seguro viagem vc contratou? Fechei c/ essa seguradora: www.touristcard.com.br , por indicação de um amigo. Mas é a primeira vez que fecho esse. abs Citar
Membros kdusandes Postado Abril 2, 2015 Membros Postado Abril 2, 2015 Brother, muito bom seu relato E as fotos são top demais parabéns ae pela aventura Estou querendo ir para a Patagonia em outubro deste ano To aqui na expectativa, conhecer estes lugares mágicos, viver uma experiencia única. E as fotos, massa demais Qualquer dúvida brother, apareço aqui para perguntar, valeu Citar
Membros Rogér1o Cruz Postado Abril 4, 2015 Membros Postado Abril 4, 2015 Show! Parabéns pelo relato! Vou em novembro tbem... mas de moto... Citar
Membros Marthinha29 Postado Abril 5, 2015 Membros Postado Abril 5, 2015 Muito legal o seu relato. Deu vontade de conhecer TDP. Eu fui para Ushuaia, El Calafate e El Chalten em 2012 e adorei as paisagens. Quando der, faça El Chalten...É surreal de lindo!!!! Citar
Membros Doug Lucas Postado Abril 10, 2015 Autor Membros Postado Abril 10, 2015 Que legal seu depoimento Doug. Está me ajudando bastante, pois tbm irei p/ a Patagônia este ano. Depois vou ler c/ calma até o final. Qual seguro viagem vc contratou? Fechei c/ essa seguradora: http://www.touristcard.com.br , por indicação de um amigo. Mas é a primeira vez que fecho esse. abs Obrigado!! Marcus, eu contratei pela agência, vou te passar os dados que tem no Voucher VITAL CARD Tel.: (+55 41) 2109-6777 Gerente Operacional: (+55 41) 8808-4646 - suporte@vitalcard.com.br / Gerente Comercial:(+55 41) 8818-7105 - luciano@schultz.com.br / Diretor - Tel.: (+55 41) 8808-4545 - aroldo@schultz.com.br Vital Card Assistência em Viagem - Razão Social: Schultz Ingá Turismo Ltda Citar
Membros Doug Lucas Postado Abril 10, 2015 Autor Membros Postado Abril 10, 2015 Obrigado pelas respostas pessoal! Citar
Membros Aline Pettinate Postado Abril 10, 2015 Membros Postado Abril 10, 2015 Muito TOP suas fotos!!! Adoreiii o relato.. Vou colher umas informações para colocar no meu... viajo no final de Outubro desse ano! Acha que vou pegar muita chuva? Citar
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