Colaboradores Edu Alves Postado Março 29, 2015 Colaboradores Postado Março 29, 2015 Muito massa as fotos! Principalmente a da senhora com a criança. Cara que sufoco com sua máquina, quando eu fui também passei algo semelhante, quando eu fui visitar o Valle de La Luna em La Paz, deixei a tampa cair no chão da van, mas o tonto aqui achou que havia perdido dentro do Valle, resultado: rodei lá dentro caçando feito um louco, e no final ela estava lá na van. Citar
Membros dmarques Postado Março 30, 2015 Autor Membros Postado Março 30, 2015 Muito massa as fotos! Principalmente a da senhora com a criança. Cara que sufoco com sua máquina, quando eu fui também passei algo semelhante, quando eu fui visitar o Valle de La Luna em La Paz, deixei a tampa cair no chão da van, mas o tonto aqui achou que havia perdido dentro do Valle, resultado: rodei lá dentro caçando feito um louco, e no final ela estava lá na van. Valeu Edu! kkkk, cara é uma sensação muito doida quando a gente chega nesses lugares mágicos né?! Parece que anestesia os sentidos... Imagino perfeitamente sua apreensão, mas que bom que tivemos sorte. Citar
Membros dmarques Postado Março 31, 2015 Autor Membros Postado Março 31, 2015 Dias 10 e 11: Machu Picchu – Aguas Calientes - Cuzco As opções em Aguas Calientes seria acordar às 04:00h da manhã para subir ao MP caminhando pela trilha ou às 05:00h para tomar o bus. O ônibus custou U$10. Apesar de ser bem carinho esse bus, pelo pouco tempo que roda, optei pelo mesmo, porque o cansaço não me permitiu acordar às 04:00h, meus pés ainda estavam doloridos da caminhada anterior e tinha que preserva-los para as subidas do MP e Montaña, e queria chegar o mais rápido possível. Durante toda a caminhada e subida fiquei imaginando o que levou aquele povo a construir essa cidade num local tão estratégico e inacessível. Realmente faz jus ao nome de cidade perdida. O lance é chegar bem cedinho para comtemplar o nascer do Sol, afinal a referencia de toda essa cidade de pedra maravilhosa foram os astros, principalmente o SOL. Quando entrei no Santuário antes que o Sol saísse, naquela atmosfera desconhecida e mágica, fiquei muito emocionado e extasiado. Para inteirar fui recepcionado por Lhama linda que fez questão de posar para eu fotografá-la. Ps.: Pensava que as fotos que via com as Lhamas e o MP de fundo eram montagens. Kkkk, mas tive a certeza de que elas realmente habitam a montanha e são muito dóceis. Adorei os cliques que fiz com o Sol raiando... E realmente os primeiros raios que passam a montanhas de fundo convergem diretamente para a janela de frente do Templo do Sol (na foto, à direita de quem olha). Coisa incrível! Foi um dos templos que mais gostei, pois é muito engenhoso, construído sobre uma rocha bruta, sendo que a outra janela é a referencia para o começo da estação subsequente. Aneinnn, por 3 dias de antecipação não participei do Inti Raymi - "Festa do Sol" – que aconteceria nos dias 23 e 24 e marcaria o solstício de inverno. A visita guiada dura cerca de 02 horas e o guia já deixa claro que o tempo não é suficiente para percorrer todo o lugar, pois é bem extenso, sendo que cada um pode explorar como quiser durante o restante do dia. Tudo é magnifico e grandioso, então vou enumerar alguns pontos que me fascinaram mais, além do Templo do Sol já mencionado acima: *A Porta do Sol, ou Portal do Sol: quando o sol acaba de romper a cadeia de montanhas ele passará por esse portal. Muito incrível a sincronia. Fiquei boquiaberto com o tamanho, encaixe e formas das pedras dessa passagem, bem como com o seu formato, que se alarga na base, característico dos portais mais importantes da cidade. Esta porta dava acesso ao setor nobre da cidade, onde se encontravam as residências dos governantes. * Três ventanas (janelas): Outra construção característica da arquitetura inca, concebida com enormes blocos de pedra finamente talhados e encaixados à perfeição. Fica de frente para a Praça Principal. As janelas representariam os três níveis em que os incas dividiam o mundo: o céu (vida espiritual), a terra (vida mundana) e o subterrâneo (vida interior). * Espelhos d’água: compostos de duas saliências circulares de rocha formando pequenas piscinas no chão. Quando é 21 de junho o sol entra pela janela da direita e reflete no espelho d’água indicando o solstício de inverno. Em 21 de setembro acontece o mesmo, só que no outro espelho, o que mostrava para os incas que a estação havia acabado. Incrível!! Eram usados também como indicadores astronômicos para estudos das constelações e melhores épocas do ano para plantio. *Templo do Condor: os gênios simplesmente construíram um templo em forma de um Condor de asas abertas, e isso entalhado em pedra e em proporções gigantes. (Sou desenhista, e quem entende de proporção também sabe as dificuldades de se ampliar objetos sem referencia). O Condor era um animal sagrado para os incas, cuja missão, na visão andina, é conduzir os mortos ao céu e fazer a conexão entre deuses e mortais. Essa pedra no solo (miniatura do Templo) representa o corpo da ave. * Campos de Plantio ou Terraços e Fontes de Água: Esses terraços serviam como área agrícola e davam suporte à cidade e prevenir a erosão do solo por meio de um engenhoso sistema de drenagem. Por isso, ocupam o entorno de toda a montanha em que Machu Picchu está assentada. Os incas canalizaram um manancial oriundo dos lençóis freáticos de dentro da montanha para abastecer a cidade. Da saída de água original, criaram outras 16 fontes artificiais orientadas em diferentes direções, de modo a contemplar toda cidade. As áreas nobres recebiam fluxo contínuo de água e possuíam canais privativos de deságue. * Chacana de Pedra ou Cruz Andina: A Cruz Quadrada, como também é conhecida, pode ser traduzida como "escada para o mais alto" (dentre as várias traduções foi a que mais gostei) é uma geometria resultante de observação astronômica. Mas seu maior significado é de apontar a ligação entre o baixo e alto, a terra e o sol, o homem e o Divino e por isso não pode ser vista apenas como um simples desenho arquitetônico ou geométrico. Eles fizeram metade dela entalhada em pedra, de modo que, quando o sol alcança determinada altura, como na foto, a sombra completa o restante da peça. Demaissssss!!! *Templo dos Ecos (não sei ao certo se é esse o nome mesmo, pois a memória me traiu, mas se não é, batizei assim): bem lá em cima, a oeste, de frente para as montanhas nevadas e o riacho - que atualmente abriga a hidroelétrica – tem um templo com umas oito janelas abertas para dentro da parede e não para fora. Quando e falava algo lá dentro, essas aberturas nas paredes faz com que dê um eco incrível e todos os pontos da cidade ouvi. É estratégico pois indica o ponto das nascentes de aguas. Ps.: Se alguém souber o nome correto deixa nos comentários. *Bússola de Pedra e "Intiwatana": Fica próximo ao Templo dos Ecos e ainda no lado Oeste de MP indicando perfeitamente o Norte, onde se localiza o "Morro Sagrado". Próximo a ela está a famosa pedra chamada "Intiwatana" que significa = lugar onde se amarra o sol.. Além de servir também como bussola, há várias versões para o uso desta pedra, sendo que alguns dizem que os Incas faziam ali um ritual para amarrar o Deus sol no solstício de inverno para que ele regressasse no verão; outros dizem que utilizavam a pedra como observatório solar e como calendário astronômico, indicando de forma precisa os solstícios e equinócios. “Maquetes de Pedra”: Existem várias pedras esculpidas de forma a imitar as formações rochosas de fundo no local, como uma espécie de maquetes. Artistas natos! Algumas eram em homenagem aos “Huacas”= Deuses de pedra. *Formações e cortes dos tijolos de pedra: a forma com que os Incas trabalhavam as pedras do templo é incrível. Não são exatamente quadradas e/ou retangulares, em sua maioria, existindo pedras de 5, 6, 8 lados que encaixavam perfeitamente nas construções. Mas isso não é o mais fantástico; eles tinham que trabalhar as rochas no local de sua forma bruta para depois leva-las a cidade e montar, ou seja, ninjas, pois tinham que pensar a forma antes de esculpi-las. As amarrações também são perfeitas. Gênios da geometria! Após rodar bastante e conhecer toda a cidade perdida, com exceção da ponte, e fazer muitas fotos (inclusive minha marca registrada, o ponto de equilíbrio, rs) parti rumo a escalada da Montaña MachuPicchu há 3.082m de altitude. No caminho, na troca de fotos, conheci um casal de brasileiros muito bacanas, Rafael e sua esposa, que são do norte de Minas Gerais. Êeee, conterrâneos em MP!! EstradaManut.zipIMG_7418.JPG[/attachment] É uma subida bemmmm puxada! E a grandiosa cidade de pedra ficava pequenina, feito um brinquedinho de montar. A hidroelétrica também ia sumindo com a altura, e fui me situando de quanto é longe de MP e o quanto havia caminhado no dia anterior. E novamente as folhas de coca salvaram a pátria dando aquele fôlego extra! Após 1:40h de subida, venci mais uma montanha. Tirei os tênis e quando toquei os pés na terra as energias se renovaram instantaneamente. Aí foi só comtemplar as maravilhas de Deus... Desci e aproveitei o MP até os últimos instantes. No finalzinho da tarde voltei ao povoado, jantei, passei um pouco e fui dormir. Cansadoooooooo. Rs Reservei o dia seguinte para conhecer com calma o Machu Picchu Pueblo. Simpática a cidade. Conheci o Mercado Central, um Parque de Aguas Termais e fui almoçar. A oferta de restaurantes lá é gigante, para todos os gostos e de varias regiões do mundo. O prato peruano que experimentei foi: sopa de quinoa de entrada, aji de galinha e limonada no prato principal e panqueca de chocolate de postre. Hummm, tudo muito gostoso, tirando a cebola, que não curto. Ggrgs. Tudo isso por 18soles, ou R$ 15,00. A tardinha me despedi da cidade e não animei voltar caminhando até a hidroelétrica, então fui de trem e lá tomei a van até Cusco. A viagem foi no estilo da ida, com emoção, só que sem o piti do francês. Kkkkk Gastos: bus de Copacabana a Cuzco= 100bol.; 3soles= agua e banheiro; 350soles= tour de 3 dias e 2 noites com a Inka Vacation Tour; 2soles= desayuno; 20soles= agua e lanche; 20doláres= bus ao Santuário MP; 30soles= jantar; 4,50soles= desayuno; 18soles= almuerzo; 5soles= lanche; 26dolares= passagem trem; 5soles= taxi até o terminal; 10soles= jantar; 50soles= bus de Cuzco a Copacabana. Citar
Membros dmarques Postado Abril 9, 2015 Autor Membros Postado Abril 9, 2015 Dia 12: Copacabana – La Paz O ônibus que tomei em Cuzco até Copacabana, na minha cabeça e no bilhete, atravessaria a fronteira, mas a vendedora omitiu que ele iria somente até próximo a fronteira, acho que a cidade se chama Yunguyo...Tentei argumentar com o motorista, mas não resolveu, pois o motorista disse que a vendedora que deveria ter me avisado...Ai tive que tomar uma van que parou próxima do bus até a fronteira com a Bolívia, que demorou uns 15 minutos para chegar. Detalhe: minhas moedas de soles haviam acabado, então falei na cabeça do motorista do ônibus até ele pagar a minha passagem da van. E ele pagou! Desaforo demais uai!! Dica: todo cuidado é pouco na hora de comprar passagem por lá, pois vendem até um determinado destino, mas o bus não vai até o fim. Tive essa impressão porque o fato se repetiu com um alemão que conheci na volta (estava vindo ao Brasil), e o prejuízo dele foi bemmm maior. Na volta, em Santa Cruz, negociei uma passagem até Quijarro por 70bol., só que venderam a mesma passagem para o alemão por 600bol. e ainda disseram que iria até Corumbá, no Brasil, o que não era verdade, pois seria até o terminal de Puerto Quijarro na cidade fronteiriça. Fiz questão de pedir para ver o bilhete e anotar o nome da empresa: Bolipar ou Bolipal. Muita sacanagem. Vi essa questão do preço diferenciado também no terminal de SCLS, pois a tarifa de embarque é cobrada a mais dos gringos. Saindo de Copacabana fiz questão de me vingar na travessia da balsa e lancha pelo Lago Titicaca kkkk. Quando a balsa chegou e levou o ônibus fiz questão de me plantar na beira do lago e ser o primeiro a entrar na lancha e seguir o bus com os olhos durante toda a travessia e filma-lo. No ônibus também fui um dos primeiros a embarcar, afinal, gato escaldado tem medo de agua fria. Passei o restante do dia em La Paz até que ônibus a SCLS saísse. Visitei o Mercado de las Brujas que fica próximo ao terminal. Meio cabuloso lá. Da uma sensação muito ruim ver as lhamas dessecadas – e partes delas - que ficam expostas em praticamente todas as barracas. Perguntei a essa vendedora aí da foto para que serviam as lhamas de lá e ela disse ser para sacrifício a Pacha Mama, ou Terra Mãe - uma divindade relacionada com a terra, a fertilidade, a mãe, o feminino. Gastos: van até a fronteira com a Bolívia= 5bol.; bus até La Paz= 20bol.; lancha= 2bol.; banheiro= 1bol.; taxi até o Mercado das Bruxas= 12bol.; café= 12bol.; almoço= 25bol.; internet e telefone no terminal= 6bol.; agua= 4bol.; bus a SCLS= 120bol. Citar
Membros HTBS Postado Abril 10, 2015 Membros Postado Abril 10, 2015 Bacana as suas fotos de Machu Picchu, nem preciso mais ir para lá. (só que não rsrsrs). Quanto a sua história dos vinte minutos, é o tradicional "ali de mineiro" que faz qualquer um anda um dia inteiro. Aquelas "maquetes de pedra" nunca tinha ouvido falar delas, ficam aonde na cidade? ou é pegadinha? Parabéns pelo relato. Abraço. Citar
Membros dmarques Postado Abril 13, 2015 Autor Membros Postado Abril 13, 2015 Bacana as suas fotos de Machu Picchu, nem preciso mais ir para lá. (só que não rsrsrs). Quanto a sua história dos vinte minutos, é o tradicional "ali de mineiro" que faz qualquer um anda um dia inteiro. Aquelas "maquetes de pedra" nunca tinha ouvido falar delas, ficam aonde na cidade? ou é pegadinha? Parabéns pelo relato. Abraço. Valeu HTBS, mas "ao vivo" é ainda mais bonito o lugar. Tipicamente mineiro mesmo...kkkk As imitações rochosas ficam em varias partes lá, inclusive no caminho da trilha até a Montanha, só que a foto dela não ficou boa Abraço. Citar
Membros dmarques Postado Maio 4, 2015 Autor Membros Postado Maio 4, 2015 Dia 13 – Santa Cruz de La Sierra e Vallegrande A viagem mais longa na Bolívia foi de La Paz a SCLS. Foram 20horas, entre saída atrasada do bus, pneu estragado no caminho, e muitas paradas. Sem contar a drástica mudança climática. Sai de La Paz com 3 blusas, touca e luvas e acordei assando em SCLS, que tem clima mais tropical. Em SCLS a missão era partir para Vallegrande e fazer a rota do Chê, ou pelo menos, parte dela e assim cumprir o último ponto chave do mochilão. Após rodar bastante em Santa Cruz achei o ponto de onde partem os buses e as trufs, que são uma espécie de mini vans, com destino a Samaipata e Vallegrande. Curiosidade: a relação kmXtempo que estamos acostumados não funciona na Bolívia. Vallegrande estava a cerca de 270km de SC, e como saímos às 17h calculei a chegada por volta das 19/20h no máximo. kkk, sqn. Chegamos às 23:00h, nuuuuu, que estradas viu...putsss!! As carreteras que levam a Valle são tensas demais o que contribuiu para a demora em chegar. A paisagem e o ambiente próximo do povoado é tipicamente rural e interiorano. Os vizinhos estavam sentados nas ruas em voltas de fogueiras e conversando. Me lembrou muito meus tempos de menino, moleques em volta de fogueiras na rua... Conheci Samaipata, cidade por onde passou o guerrilheiro do amor, de passagem, que fica no caminho até Vallegrande. A viagem se tornou bem tensa no final, pois eram só eu e uma boliviana no carro, além dos 2 motoristas, e a moça começou a ficar preocupada com a demora e passou a demonstrar certa tensão, pois o motorista começou a entrar em povoados vizinhos para deixar encomendas... Muita loucura e confiança a nossa!! Essa moça me chamou de doido, quando disse a ela que estava indo sem reserva sequer de hotel. Kkkk. Me desejou boa sorte e indicou um hotel que não me lembro o nome. Ela se hospedaria em casa de parentes. Ao chegar em Valle, fiquei puto com o motorista, pois me deixou no mini terminal de buses do lugar, lugar muito fora de mão, além do que já marcava 23:00h. Argumentei para que ele me deixasse no centro da cidade pelo menos, mas não resolveu, dizendo que se fizesse isso os motoristas da cidade criaram contenda com ele... O jeito foi romper a pé. Subi procurando o hotel que a moça havia indicado, mas depois de uns 10 minutos ele não deu as “caras”, então me hospedei no primeiro mais simpático que encontrei - Hostel Vallegrnade. Dei sorte, pois era bom.Apaguei!! ãã2::'> Acordei cedinho e fui explorar o vilarejo. Estava muito ansioso para conhecer a lavanderia onde depositaram o corpo do Chê como troféu. EUA palhaços!! Encantador o lugar. Pessoas muito amáveis e gentis. Tomei um desayuno no mercado central, foi o mercado mais organizado de todos que fui na Bolívia. Acolhedora a cidade. A que mais curti das que visitei em termos de recepção. Quando cheguei no local (lavanderia) fiquei surpreso, pois ainda funciona uma Casa de Saúde na frente e a lavanderia fica no fundo, como era na época de vida/morte do Che. Mais no fundo desse terreno tem uma pequena construção onde fizeram um tumulo interno em referência ao Companheiro! No entanto, os restos mortais dele não estão ali, mas num Monsoleo construído também em Vallegrnade. Quando entrei foi uma sensação muito peculiar e difícil de descrever. Foi emocionante também, pois é muito diferente ver as imagens nos livros e pessoalmente. É mais intenso. E apesar de estar em constante confronto, quer seja físico ou de ideias, o espirito do lugar é de paz. Talvez pela busca do bem comum que o Che perseguia... Não tenho o Ernesto "Chê" Guevara como um ídolo, ícone ou salvador. Admiro! Me identifico muito com as ideias do socialismo que ele carregava, os ideais de ser humano, o inconformismo com a desigualdade, a luta contra os opressores do povo, sua inquietude, as andanças pelo mundo e sua coragem. Além de tudo teve a grandeza de espirito de peitar os EUA, além ajudar a desencadear, lutar e vencer na Revolução Cubana. As construções estão muito grafadas com palavras e frases de todo tipo e por pessoas de vários lugares do mundo, sendo que as de ordem prevalecem. Após fazer muitas fotos, desci até a praça para conhecer a Casa de Cultura e o Museu Ruta del Che Guevara. Na casa de cultura descobri que não daria para ir até La Higuiera, local onde tem a escolinha em que executaram o Ernesto, pois tinham poucos turistas naquele momento e não daria para completar o veículo. A não ser que pagasse o valor do passeio sozinho. Mas de toda forma não daria tempo em razão da minha agenda, pois de Valle até Higuiera seriam cerca de 8 horas em estrada de terra...tenso. Descobri porque ele escolheu esses lugares para se esconder: muito inacessíveis! No museu fiquei desorientado. É muito material bacana dele e da história das revoluções. Fiquei quase o dia todo e tenho todas as peças e informações do museu fotografados. Hehehe Comprei minha boina com estrela, hahaha. Explorei a cidade, que tem prédios muito interessantes e uma bela igreja. Sai na procura do Monsoleo, mesmo o guia da Casa de Cultura tendo me dito que não seria possível entrar pois estava trancado de cadeado e só me levaria lá para que ele abrisse se eu pagasse 60bol kkkkkk, SQN! Como o meu mochilão foi na base do gogó e improviso mesmo, sai procurando o lugar e pedindo informações até descobrir que fica perto do cemitério da cidade, na Avenida Che Guevara. O Monsoleo fica bem deslocado do centro, uns 10/15 minutos de caminhada. Realmente o lugar estava trancado com cadeados...aff. Mas sequer passou pela minha cabeça que não entraria, definitivamente não andaria milhares de km para estar no lugar e não conhece-lo por completo. Tinha uma casa que fazia divisa com o lugar e até daria para "invadir" o quintal e entrar, mas preferi não arriscar, até porque não sabia o que me esperava do outro lado dessa propriedade...Meu plano então foi passar por dentro do cemitério e pular o muro lá no final, porém este era bem alto e eu estava com a mochila, então não daria. Contudo, como a sorte persegue quem persevera, dentro do cemitério – que por sinal é lindo, com túmulos incríveis e bem elaborados - troquei umas ideias com um senhor deficiente de uma perna, parece ser o coveiro, que perguntou o que eu procurava, ai contei que não entrei no Monsoleo porque estava trancado com os cadeados. Então ele sorriu e disse: passe pela minha casa! Kkkk, fiquei rindo a toa, pois era ele o dono da casinha vizinha. Entrei de boa pela cerca da propriedade dele e fui ao Monsoleo onde fiz vários registros. Lá também fica o Memorial Ernesto Guevara y sus Guerrilleros e o bosque onde plantaram uma arvore em homenagem a cada combatente morto. Na saída dei uma grana para o velho como forma de agradecimento, que riu até!! Rs Foi uma experiência incrível participar dessa parte da história do socialismo/comunismo que acho tão interessante; pisar onde um dos ícones do movimento pisou, conviveu com os camponeses e morreu valeu mais que anos de aulas de história. Foi tão gratificante quanto conhecer as paisagens dos desertos de Uyuni e Machu Picchu! Modéstia a parte, foi o melhor roteiro que poderia ter feito. Saiu melhor que a encomenda graças a Deus! Ao lado de Sucre, Vallegrande foi a cidade mais preparada para o turismo na minha opinião. Almocei arroz com legumes, frango frito, batatas e banana frita. Muito bom! Na volta optei por ônibus em vez da minivan. mais confortável e menos tenso, pois fiquei mais “longe” dos despenhadeiros... kkkk . Cheguei em SCLS já anoitecendo e mais uma vez tive que enfrentar o caos das ruas até o terminal Bimodal. O transito de lá é louco, louco demais no horário de pico. Em alguns momentos achei que o motorista ia infartar, apesar de ele estar com uma bola de folhas de coca na boca para acalmar... ãã2::'> ãã2::'> O bus até Quijarro atrasou bastante, mas embarquei... A oferta de passagens é imensa, e, tendo um bom papo você consegue bons descontos, tipo o meu: de 100 por 70bol. a passagem. Gastos até aqui: bus de La Paz a SCLS: 120bol.; almurzo, agua e postre: 28bol.; bus até o ponto para Vallegrande: 2bol.; hamburguesa: 21bol.; 2bol. agua; passagem de SCLS a Valle: 50bol.; hostel em Valle 30bol.; desayuno: 5bol.; bilhete Museu do Che: 10bol.; boina: 22bol.; gorjeta entrada Monsoleo: 10bol.; almuerzo, água, refri e lan house: 30bol.; bus até SCLS: 30bol.; lanches no caminho: 4bol. Dias 14, 15 e 16 - Puerto Quijarro – Corumbá – Campo Grande – São Paulo – Para de Minas – Itaúna Cheguei a Quijarro quase 07:00h. Mais uma vez economizei uma diária dormindo no ônibus de boa, sem contratempos. Na fronteira, me livrei dos bolivianos remanescentes (dinheiro) e fui para o estresse do dia: mais de 02 horas na fila da policia boliviana...aff. No ônibus até a rodoviária de Corumbá conheci um sujeito muito bacana que trazia consigo umas malas cheias de produtos para vender no Brasil, e quando ele me disse que era peruano e que vivia na Bolívia, comecei a rir por dentro e quase perguntei se ele se chamava Pablo...kkk, muita coincidência com o trecho da música “Faroeste Caboclo” da Legião Urbana: “um peruano que vivia na Bolívia, e muitas coisas trazia de lá; seu nome era Pablo ele dizia...” Momento perrengue final: quando cheguei na rodoviária de Corumbá, fui verificar minha mochila para pegar um documento, e o que encontro lá?: o restante do meu pacote de folhas de coca que me acompanhou desde Uyuni. Quase tive um troço de susto, pois realmente me esqueci de retirar. Aí o amigo peruano que vivia na Bolívia, me ajudou a descarta-las numa lixeira (continuo achando até agora que ele era o cara da musica... ). Atravessei a fronteira sem sequer ser revistado, ainda bem, pois daria uma amolação... Mas de outro lado foi ruim saber disso, pois quem quer trazer e fazer coisa errada passa desapercebido. Porem, não descartei todas as folhas, sendo que guardei umas quatro para guardar de recordação, em um dos bolsos da minha carteira, e embarquei até Campo Grande e de lá para o destino final. Acontece que no caminho, em São Paulo, o ônibus foi parado pela policia para uma revista de rotina. Só que o policial quando passou por mim e viu que tinha uma tatuagem na perna fez aquela cara e já imaginei que encresparia comigo... Não deu outra. Encheu-me de perguntas, pediu para ver todas as minhas tattoos, e quando disse que vinha do Peru e Bolívia o preconceito reinou ainda mais... Achou que eu era um bandido e me revistou, revistou minhas bagagens. Quando disse que era advogado sossegou um pouco, mas mesmo assim pediu para ver minha carteira, onde estava a identidade da OAB... Nuuu, gelei! Lembrei-me das miseras folhinhas que estava carteira... Sei que não era crime e tals, até porque a quantidade era insignificante e o produto nos países que eu estava é vendido como natural, mas até me explicar ia dar uma amolação danada e o ônibus ficaria garrado horas e horas... Para minha sorte ele abriu todos os bolsos da carteira, menos o que as folhinhas estavam. Liberou o busão e a viagem seguiu. O revoltante não foi isso. Foi pagar R$ 236,00 numa passagem de Campo Grande a Belo Horizonte, além dos R$ 98,00 já pagos de Corumbá a Campo Grande! Detalhe: ônibus comuns. Oooo país injusto!!! Com esse dinheiro atravessaria a Bolívia em ônibus super confortáveis! Essa foi a viagem sem fim. Foram 26 horas até a minha humilde residência. Chegaria ao fim o mochilão, os 03 dias sem banho, o cansaço, e a nostalgia pós viagem começaria... sniff Gastos até aqui: bus até o terminal Bimodal: 2bol.; banheiro e agua no terminal: 9bol.; jantar e lanches: 39bol.; bus de SCLS a Quijarro: 70bol. (aquele que o alemão pagou 600bol.); taxi até a fronteira com o Brasil: 10bol.; ônibus até a rodoviária de Corumbá: R$ 2,40; lanche: R$ 12,00; passagem até Campo Grande: R$ 98,00; lanche rodoviária Campo Grande: R$ 12,50; passagem CG-BH: R$ 236,00 (que furto!!); demais lanches e almoço: R$ 66,00. ROTEIRO PLANEJADO: MOCHILÃO BRASIL-BOLÍVIA-PERU – JUNHO/JULHO 2014 11/06 – Itaúna > BH > SP> Campo Grande > Corumbá> 12/06 - Puerto Quijarro > Santa Cruz de La Sierra 12 e 13/06 - Samaipata > ValleGrande/La Higuera > Potosi > Uyuni 14, 15 e 16/06 - Salar de Uyuni 17 e 18/06 – Trem de Uyuni até Ururo(?) La Paz 19/06 - Copacabana > Isla de Sol e Luna, Titicaca 20/06 – Puno > Cuzco > Aguas Calientes 21, 22, 23/06 - Machu Pichu > Cuzco 24/06 - La Paz > Sta Cruz de La Sierra 25/06 - Puerto Quijarro 26/06 – Corumbá > Campo Grande 27 e 28/06 – Bonito > Campo Grande 29/06 – BH > Itaúna Projeção Total km ida: 5.000km ........................................................................................................... ROTEIRO REALIZADO: MOCHILÃO BRASIL-BOLÍVIA-PERU – JUNHO/JULHO 2014 11/06 – Itaúna > BH > SP> Campo Grande > Corumbá> 12/06 - Puerto Quijarro > Santa Cruz de La Sierra > Sucre 13/06 - Potosi > Uyuni 14, 15 e 16/06 > Salar de Uyuni 17/06 - La Paz > Tiahuanaco 18/06 - La Paz > Copacabana 19/06 – Puno > Cuzco > Aguas Calientes 20, 21/06 - Machu Pichu > Cuzco 22/06 - Copacabana > La Paz 23/06 – Santa Cruz - ValleGrande 24/06 – ValleGrande > Sta Cruz de La Sierra 25/06 - Quijarro > Corumbá > Campo grande 26/06 - Campo Grande > SP > Pará de Minas > Itaúna Total km percorrido ida: 6.000km .................................................................................................... Como conclusão final de aprendizado observei e conclui: 1 - Todos devem viajar sozinho pelo menos uma vez na vida; 2 - Nada permanece igual quando se tem só você mesmo para conversar e refletir; 3 - Seguir o nosso instinto funciona demais!; 4 - Somos mais corajosos e capazes do que imaginamos; 5 – Existem mais pessoas boas do que más; 6 - Depois de uma temporada dessas, certamente sua visão de mundo e do ser humano mudam; 7 - O encantamento com tudo valeu cada instante de perrengue; 8 - Aprender a confiar em todos e a desconfiar de tudo te salvará; 9 - Você certamente volta já pensando no próximo mochilão; 10 - A Bolívia é linda, seu povo é forte e não é violenta como me pintaram; 11- O Machu Pichhu dispensa comentários, realmente. E Cuzco, com seu SOL peculiar, ficará na minha memoria para sempre...; 12 - Não vá com conceitos formados. Tire as próprias conclusões; 13 - Não esgote os lugares em pesquisas prévias, deixe algo como fator surpresa; 14 - O que não deu para conhecer nessa jornada, se conhece em outra, sem frustrações, sem ressentimentos...; 15 - Viajar é preciso. 16 – Se dizem que impossível, eu digo é necessário E "a menos que você conheça as paisagens que eu fotografei, será obrigado a aceitar minha versão delas. Agora, eu os deixo em companhia de mim, do homem que eu era..." (Che Guevara) Citar
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