Membros henrique.rk Postado Março 4, 2015 Membros Postado Março 4, 2015 Quem nunca viu fotos de Machu Picchu e não quis estar ali, em meio aquelas centenárias construções, que atire a primeira pedra! Talvez por isso este seja o roteiro que mais inspire as pessoas a colocar a mochila nas costas e sair por aí e, por consequência, uma das trips mais populares da América do Sul. Já fazem quase três anos que estive por lá e postar aqui dados relativos aos custos de viagem seria de pouca utilidade, por isso, pretendo fazer deste relato uma compilação geral sobre lugares e atividades nestes dois países e mostrar que visitar a Bolívia e o Peru é mergulhar na história do continente muito além de MP… Quem estiver planejando seu próprio roteiro e quiser ler o relato completo, com todas as fotos e informações adicionais acesse a guia "Mochilão" do meu blog (Terra Média Trekking - http://www.tmtrekking.wordpress.com). Definindo o roteiro: Antes de mais nada, as linhas de ônibus inter-urbano facilitam muito o deslocamento entre as cidades, tanto na Bolívia quanto no Peru, por isso, a tentação de passar por todos os atrativos em em uma única viagem é grande. Eu tinha 20 dias pra viajar, então, pra adequar o roteiro a este tempo optei por ir de La Paz até Cusco. Quem tiver mais tempo pode esticar o roteiro indo até Lima ou descer pro Salar do Uyuni e/ou San Pedro do Atacama, mas, conforme já apresentado neste relato, acho que esses locais tem atrativos o suficiente pra justificar uma única trip. Acontece que alguns contra-tempos com o itinerário de voo acabaram me tirando dois dias de viagem e, por consequência, algumas coisas ficaram de fora. Listo aqui o que fiz em cada país e, no final de cada tópico, o que ficou de fora mas é bastante recomendado na internet. -> Bolívia > Como chegar? Muitos mochileiros optam por ir até a Bolívia saindo do vilarejo boliviano de Puerto Quijarro, na divisa com Corumbá (MS) até Santa Cruz de la Sierra. Um amigo montanhista (és tu Renato!) fez esse trajeto poucos meses antes de mim e confessou ter se desapontado um pouco com o trem, esperava algo mais “rootz” do que realmente é. Foi por isso que optei por ganhar tempo e ir de avião até La Paz. Mas, por conta de problemas com os voos acabei obrigatoriamente indo parar em Santa Cruz; fiquei rodando na cidade uma tarde e não achei nada de muito interessante, então, a não ser que seu objetivo seja conhecer a “Ruta del Che”, sugiro tocar direto pra La Paz também, afinal, de Santa Cruz de la Sierra até lá há umas 12 horas de estrada ou um voo a mais no seu orçamento. > O que fazer? - La Paz: por si só a cidade já é um atrativo. A singularidade do lugar faz com que uma mera caminha sem destino valha a pena, mas, pra dar um rumo para seus passos recomendo conhecer a Calle de las Brujas, um pequeno mercado a céu aberto pra comprar tudo que é coisa pra “macumba” que se pode imaginar (amuletos, ervas, fetos de llama e outros “souvenirs”); a Plaza Murillo, onde encontra-se o famoso Palacio Quemado e a Catedral Nuestra Señora de La Paz; a Iglesia de San Francisco e, por fim, alguns museus, os quais não visitei mas li muito a respeito principalmente do Museo de la Coca. Ah, caminhar pela cidade é importante para aclimatação, afinal, La Paz está a mais de 3,6 mil metros acima do nível do mar, onde há menos oxigênio disponível, o que costuma causar certos desconfortos pra quem sai do Brasil. – Outros passeios: lugares bastante recomendados de La Paz que acabei não conhecendo, mas vale a pena tentar acrescentar ao teu roteiro – o downhill na estrada da morte (Coroico); a montanha Chacaltaya e o Valle de la Luna. - Tiwanaku: também chamada de Tihuanaco, é um importante sítio arqueológico localizado nas proximidades de La Paz. Tiwanaku foi uma das civilizações sul-americanas mais importantes do período pré-colombiano, tendo seu ápice entre os anos 300 a.C. e 300 d.C. e deixando um legado de conhecimentos em agricultura e hidrologia, além de construções que encantam os olhos dos visitantes. No local, além de conhecer o sítio arqueológico, há um museu muito bacana onde encontra-se exposta uma múmia encontrada no local. - Condoriri (Cordilheira Real): esse tópico não é pra falar exatamente da montanha Condoriri (uma das mais belas da Bolívia diga-se de passagem), mas do acampamento base localizado aos seus pés, ao lado da Laguna Chiar Kota, um local incrível pra quem quer usar a barraca no meio dos Andes. Deste acampamento é possível escalar diversas montanhas com diferentes graus de dificuldade, mas lembre-se, você estará próximo dos 5 mil metros sobre o nível do mar, portanto, esteja bem aclimatado e, se não possui experiência, contrate um guia pra te levar pra lá! Uma das trilhas mais famosas da região é a travessia do Condoriri ao Huayana Potosi. Não vou me estender muito aqui, mas no blog da Terra Média tem um tópico específico tratando das travessias da América do Sul onde esta trilha é descrita. - Isla del Sol: a ilha, que segundo as lendas é o berço do império inca, é localizada no Lago Titicaca, o lago navegável mais alto do mundo e com maior volume de água da América do Sul. O ponto de partida para chegar até a Isla del Sol é a cidade de Copacabana, localizada a cerca de 150 km de La Paz e caminho pra quem vai da Bolívia pro Peru. Na hora de planejar seu itinerário, fique atento aos horários das embarcações. Você pode descer na parte norte ou na parte sul da ilha, assim como embarcar em qualquer um desses pontos pra voltar. Muita gente passa somente um dia no lugar, mas eu recomendo muito dormir na ilha pra admirar um belo pôr do sol e fazer a trilha que vai da parte sul até a parte norte. -> Peru > Como chegar? Bom, vou pular essa parte… Já que estamos traçando um roteiro de ônibus da Bolívia pro Peru, essa resposta é um tanto óbvia. Só aproveito pra citar um local que não visitei mais foi muito bem recomendado: não muito distante de Copacabana há a cidade de Puno (já no Peru), também as margens do Titicaca e onde é possível conhecer as famosas Ilhas Flutuantes. Cogite acrescentar isso ao seu roteiro! > O que fazer (Roteiro Histórico)? - Cusco – City Tour (4 ruínas): passeio de aproximadamente quatro horas que passa por quatro ruínas incas localizadas nos arredores de Cusco, são elas: Saqsaywaman – onde há a maior pedra polida do império inca; Qorikancha – o Templo do Sol – local de culto ao Deus Sol onde há a menor pedra polida do império, em Qorikancha é possível observar a discrepância entre a arquitetura inca e a espanhola, sendo a primeira muito mais bem elaborada; Qenqo – onde há uma rocha supostamente utilizada pelos incas para sacrificar animais; Puca Pucara e Tambomachay – fortaleza inca e um local de culto a água, respectivamente. – Caminhar por Cusco é mergulhar na história do continente, então, tire um dia pra curtir o local e conhecer a Plaza de Armas, onde há inúmeras agencias de turismo para agendar os passeios, a Catedral de Cusco e outras tantas igrejas que estão na cidade (dá pra ver a preocupação dos colonizadores em impor o catolicismo sobre as crenças dos incas). Ah, não fui, mas o Museo Inka também é muito recomendado! - Vale Sagrado: toda a região de Cusco faz parte do Vale Sagrado dos Incas, porém, existe um passeio turístico que passa pelas principais ruínas deste império, são elas: Písac, onde além de uma bela construção é possível avistar o local onde eram sepultadas algumas múmias; e Ollantaytambo, uma grande construção inca ainda habitada – uma das opções para quem vai para Machu Picchu é terminar o passeio em Ollantaytambo e dali seguir de trem até Aguas Calientes. Pra quem for regressar a Cusco o passeio ainda inclui uma visita a Chinchero, onde além de resquícios de construções incas, você conhecerá um pouco de sua cultura, especialmente quanto ao cultivo de diferentes tipos de milhos e batatas e a parte de fabricação e tingimento de tecidos com corantes naturais. - Maras e Moray: as salineras de Maras são um cenário único, um local usado desde a época dos incas para extração de sal; já as ruínas de Moray são bastante intrigantes, sendo que até hoje os motivos de sua construção são incertos – uma das suspeitas é que sejam utilizadas para estudos agrícolas, uma vez que o gradiente de temperatura do topo até o fundo da estrutura pode chegar em 15ºC. - Machu Picchu: finalmente, a joia da coroa! Machu Picchu dispensa comentários, portanto, vou me restringir a falar sobre como chegar até Aguas Calientes – ponto de partida para conhecer o lugar. Pra quem busca formas de turismo convencional é possível chegar a MP de trem, saindo de Cusco ou de Ollantaytambo, ou de van, saindo de Cusco, porém, a van não te leva até o povoado de Aguas Calientes, pra chegar até lá tem uma caminhada muito legal pelos trilhos do trem que dura cerca de duas horas (não se preocupe, você não vai morrer atropelado, muitas pessoas fazem esse trajeto, que é largo e te permite caminhar com alguns bons metros de distância dos trilhos. Pra quem pretende ir a pé, são duas as trilhas principais, a trilha Inca e a Salkantay, as quais estão descritas no meu blog. Se alguém planeja fazer a Salkantay sem guia, entre em contato posso passar algumas informações pra facilitar o planejamento. Resumidamente, é isso que recomendo...Pra ler o relato completo com todas as fotos e informações adicionas acesse a guia "Mochilão" no meu blog www.tmtrekking.wordpress.com Qualquer ajuda que precisar é só falar... Citar
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