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MANAUS, RIO BRANCO, PUERTO MALDONADO, CUSCO, MACHU PICHU, LIMA, GUAYAQUIL, QUITO E BOGOTÁ EM JANEIRO DE 2015 (VINTE E DOIS DIAS)

 

- Um ano de planejamento! No final, a recompensa de tudo ter dado certo... copiei muitos relatos dos amigos mochileiros, agradeço aos que me responderam, inclusive me adicionando no Facebook, como a companheira Cristiane Neres, com prestimosas dicas, principalmente no que toca a Machu Picchu, já que esteve por lá em diversas ocasiões. Pesquisei no Google, YouTube (vídeos), Guia do Viajante Independente na América do Sul (Livraria Saraiva), blog do Tony Marle e outros sites, além de perguntar aos amigos que estiveram nesses lugares.

- Foi um grande desafio, já que o planejamento incluía minha esposa Sílvia, ambos na terceira idade e pela primeira vez no exterior. Engraçado que antes pretendíamos ir a Portugal, mas como aproveitamos a coincidência de gozarmos férias no mesmo mês (janeiro) escolhemos a América do Sul, pois a Europa nessa ocasião está em pleno inverno e não queríamos sentir o rigor do frio europeu.

- Todos os deslocamentos de avião e reservas de hotel (o que aconselho) foram feitos pelo Booking.com, que além de nos avisar com antecedência sobre os diversos chekins, ainda nos mandava uma folha de perguntas sobre os aspectos positivos e negativos sobre cada um dos hotéis e companhias aéreas. Há diversos preços, desde albergues a hotéis de uma a cinco estrelas. Optamos pelo intermediário e principalmente pela localização, já que cada hotel dispõe de um mapa, com as distâncias dos principais pontos turísticos (nosso objetivo). Confesso que nossa viagem saiu um pouco corrida e não tivemos tempo de digitar nada, apesar de ter levado um netbook. Só fiz anotações no meu “diário de bordo” (caderno de anotações), onde já estavam anotados os números e horários de todos os voos, bem como a entrada e saída e os preços de todos os hotéis. O Booking.com não cobra antecipado a reserva de hotel, o pagamento é feito diretamente no local, na ocasião da saída.

- Uma das coisas que aconselho a quem vai fazer sua primeira viagem ao exterior é: tirem o passaporte! Apesar de todos os países da América do Sul terem livre trânsito, o passaporte facilitou muito nas compras de passagens terrestres internacionais, pois tem de passar na imigração, bem como no chekins dos hotéis e entrada e saída de países diferentes. A burocracia é muito maior para quem não possui.

- Outra coisa importante: desbloqueiem com antecedência seus cartões de crédito e débito para uso no exterior com o gerente de sua agência bancária, pois podem correr o risco de não conseguirem sacar nada. Os mais aceitos são os da bandeira MasterCard. O meu é Visa e no Peru só podia sacar 50 soles (mais ou menos 50 reais) por vez, com um acréscimo de 29% sobre cada saque nos caixas eletrônicos da Global NET (único que faz saque internacional). Foi o único que fiz, pois comecei a usar os dólares que tinha levado justamente para uma ocasião como essa. Só depois de ler as dicas dos Mochileiros é que vi que no Peru se pode sacar a mais nos caixas eletrônicos do banco HSBC.

- Se puder, levem uma reserva extra de dólares, me ajudou muito. No meio do ano comprei 1000 dólares e paguei R$ 2.500,00. Ainda voltei com alguns, pois a maioria dos hotéis, refeições, lembranças, perfumes, etc, paguei com o Cartão de Crédito.

- Quase todos os hotéis tem serviço de lavanderia (mais ou menos 3 reais por peça). Entregam no dia seguinte seco e passado, então aconselho a levar somente o material estritamente necessário. Viajamos com uma mala e valise de mão cada um, além de duas mochilas pequenas.

- Comprem pelo menos um casaco de frio muito bom para o primeiro dia em que chegarem, deixando para comprar mais, se for o caso, no local, pois são bem mais baratos, pelo menos mais do que aqui em Manaus. Todos os lugares que fomos ficam situados na Cordilheira dos Andes, com altura média em torno de 2600m a.c.d.m. Então faz frio em qualquer época do ano.

- Comprei em Manaus uma camisa chamada de “segunda pele”, e me foi muito útil, principalmente para dormir. Bom levar também uma calça de moletom e um par de meias ¾ .

- Para os que forem a Machu Picchu aconselho comprar uma bota leve, tipo mochileiro mesmo, ou mesmo um tênis com um bom solado antiderrapante, pois as pedras são lisas e escorregadias.

- Também levem remédios para enjoo, tonturas e dor de cabeça, levei Dramin e Sorine, mas tanto em Puerto Maldonado quanto em Cusco as diversas drogarias vendem um remédio típico para o “soroche” (mal da altura). Minha cabeça em Cusco estava a ponto de explodir e esse remédio (esqueci o nome) me aliviou mais do que todos os que eu tinha levado.

- Estou escrevendo com um pouco de atraso, e acompanhando o Jornal do Amazonas e até o Jornal Nacional, vejo que as cidades de Rio Branco e Brasileia, no Acre, estão em situação de calamidade por causa das cheias dos rios. Se puderem, evitem viajar nesta época por esses lugares, pois chove muito. Eu viajei no começo de janeiro e já começava a chover.

- Levem sempre consigo em sua pochete ou bolsa a tiracolo alguns pedaços de papel higiênico; como saíamos logo depois do café e retornávamos ao hotel só para dormir, fazíamos as refeições de almoço e janta (às vezes lanche) em restaurantes, onde aproveitávamos para ir ao banheiro, que nem sempre disponibilizavam papel higiênico. E no clima frio a tendência é urinar toda hora.

- Comprem, se possível, um livro prático de espanhol-português, acompanhado de cd, para se familiarizarem com a língua espanhola, pois é nossa obrigação nos fazer entender, então procurem falar o portunhol bem devagar. Os equatorianos têm o espanhol mais compreensível de todos.

- Nesses três países que visitamos a comida é muito barata comparada aos preços do Brasil. Pena que não usam o feijão; enjoei de tanto comer arroz e macarrão. Tem restaurantes que vêm tanta comida, que dá tranquilamente para duas pessoas. E em todos eles oferecem antes uma tigela (grande) de sopa como entrada, o que já te enche e precisa disposição para comer o prato principal. O bife chega a atravessar o prato, de tão grande.

- O transporte também é muito barato; não usamos ônibus nenhuma vez (exceção de Quito a Otavalo e de Quito à Metade do Mundo). Uma corrida de táxi, cerca de 40 minutos, custa, se muito, 10 reais ( +- 3 dólares). Li em relatos de alguns mochileiros aqui no Fórum sobre a incidência de roubos e assaltos no interior de transportes coletivos. Não vale a pena arriscar, já que os táxis nesses três países são muito baratos.

- A moeda do Equador é o dólar americano, então para os que pretendem visitar esse maravilhoso país é bom comprar no Brasil com antecedência. Eu comprei 1000 dólares no BB e precisei apresentar o Passaporte e o bilhete do voo internacional.

- Guardem suas notas de dólar sem dobrá-las ou amassá-las, pois a circulação é feita com as notas abertas, do jeito que saem dos caixas eletrônicos. Não aceitam de outro jeito. Fica a dica. Utilizem um elástico para mantê-las unidas e um porta-cédulas para sua segurança.

- Levem consigo um laptop ou notebook para descarregarem suas fotos ou filmagens.

- Também é de grande ajuda um Diário de Viagem, onde você anota seus dados de voo, com horários, datas e numeração de assentos, bem como as reservas de hotéis, bem como as anotações para ter apenas como lembrança ou como eu, para registrar depois no site Mochileiros para servir de ajuda para outros companheiros com suas observações pessoais.

- Levem adaptadores de carregadores, se tiverem tomadas de três pinos. Nos três países ainda utilizam as tomadas antigas de dois pinos chatos e um redondo; é muito difícil conseguir comprar.

- Nunca me senti ameaçado em nenhum dos três países, são muito bem policiados, principalmente nos pontos turísticos.

1º DIA: MANAUS A RIO BRANCO – Voo TAM 1939 – Dia 02 de janeiro de 2015-6ª feira

- Eu e minha esposa saímos de Manaus-AM, onde residimos, às 09.25h, chegando em Rio Branco-AC às 10.55h. Nos esperavam um casal de viajantes, o Alan e a esposa, acompanhado do taxista Demício (68-92161180), residente em RBO, com quem já tinha trocado várias mensagens pelo WatsApp e acertado todo o percurso. Eu tinha conhecido o Alan em pesquisa feita no Blog do Sr Tony Marle, residente em RBO. Há algum tempo atrás a companhia de ônibus peruana Movil Tours fazia o trajeto RBO-Puerto Maldonado-Cusco. Infelizmente essa empresa só faz agora o trecho Puerto Maldonado-Cusco. Comprei esse trecho via online com antecedência de um mês (2º piso, janela panorâmica bem de frente ao custo de 60 soles (sessenta reais). Na parte de baixo os assentos custam 80 soles por pessoa (são mais espaçosos). Como fazer para chegar até Puerto Maldonado? Em pesquisa no blog do Tony Marle conheci o Alan, residente em Porto Velho-RO, que também chegaria em Rio Branco no mesmo dia e decidimos “rachar” um táxi de RBO a PM (400 reais a lotação). Descobrimos o telefone do taxista Demício, que prontamente se colocou a nossa disposição. Para os que desejam fazer esse mesmo trecho, existem táxi-lotação tanto no aeroporto quanto na rodoviária, o valor é (ou era) o mesmo: 400 reais a lotação. Melhor fazer como nós: contratar com antecedência. Eu tinha mandado minha foto para o Demício e para o Alan pelo Whatsapp e eles fizeram o mesmo, de modo que, quando desembarcamos no aeroporto os mesmos já nos aguardavam e seguimos diretamente para o táxi. Foram 5h de viagem a uma velocidade de 90 Km/h. Saímos às 11.30h, chegando em Assis Brasil (fronteira com a cidade peruana de Iñapari) às 16.30h. Tem de chegar até as 18h, pois fecham nessa hora e só reabrem no dia seguinte. É necessário pegar o visto de saída na Polícia Federal do Brasil e a entrada no Peru em Iñapari. Se estiver com passaportes apresentar na saída e na entrada. Pouca burocracia e pouco tempo. Eles te dão um formulário branco que você tem de guardar para todos os trâmites (comprar passagem de ônibus, chekins nos hotéis, entrar e sair do país, etc. Muito importante! Não perca esse papel!) Em Iñapari há vários táxis esperando para fazer o trecho até Puerto Maldonado. Custa 50 soles por pessoa. Nós quatro rachamos de novo um táxi peruano, tendo o Sr Luiz como motorista. Chegamos em Puerto Maldonado às 21h. No trecho entre Rio Branco e Puerto Maldonado não há nada para ver nem para comprar. Paisagem monótona, Sorte que todos nós estávamos prevenidos e tínhamos levado bolacha, água e refrigerantes. Ficamos hospedados no hotel “La Torre Inn”, próximo da rodoviária, pois nosso ônibus sairia no dia seguinte para Cusco. Após deixarmos as malas no hotel (reservado pelo Booking.com, com diária de R$ 120,00) nos encontramos na recepção, pegamos um tuc-tuc (mototáxi, com carroceria atrás com dois lugares) para irmos jantar. Pagamos 3 soles e fomos para o restaurante “Pollo a la Leña”, por sinal muito bom. Pratos variados, mas a especialidade é mesmo o “pollo” (frango). Comida boa e barata. Dali fomos até a rodoviária para o Alan comprar as passagens dele e da esposa e eu fui fazer o pagamento da minha, já que só havia feito a reserva, via online. Nos pediram o visto de entrada no Peru (o formulário branco). Existem várias linhas de ônibus que fazem o trecho Puerto Maldonado-Cusco: Palomino, Civa, etc, mas só a Movil Tours tem ônibus que saem durante o dia e era nosso objetivo nos aclimatar com a altura gradativamente, apreciar a paisagem da cordilheira e principalmente: ver a neve. Infelizmente não tivemos sorte, apesar do frio, não nevou, mas nos deslumbramos com uma paisagem magnífica, subida da cordilheira, serpenteando um rio de cachoeira com águas cristalinas, várias quedas d'água e a vegetação de mata fechada.Voltamos ao hotel para tomar banho e dormir. Muito boa a acomodação, com cama espaçosa, TV, wi-fi, chuveiro quente. Não tenho muito para falar sobre essa cidade, já que chegamos à noite e saímos de manhã no dia seguinte. Tem muitos táxis e “tuc-tuc”, além de vários restaurantes, hotéis, ambulantes, etc. Cidade pequena, sem grandes prédios, mas muito ruidosa. Existe um aeroporto que faz os voos até Cusco, mais ou menos uma hora de viagem, porém custa o triplo do preço do ônibus.

2º DIA: PUERTO MALDONADO A CUSCO–Movil Tours–Dia 03 de janeiro de 2015 - sábado

- Depois de um excelente café da manhã no hotel, nos dirigimos para a Rodoviária (10 min). Nos exigiram somente os passaportes, ônibus luxuoso, com dois pisos. Passagem muito barata: 60 soles. Na parte de baixo custa 80 soles. Ficamos no 2º piso, janela panorâmica, de frente para a estrada. Saímos às 10h. Tiramos inúmeras fotografias. Não há refeições a bordo, de modo que é bom levar algum lanche. Somente uma coisa incomodou: o som muito alto durante toda a viagem, proveniente dos alto-falantes que ficam sobre todas os assentos e não tem botões de controle, isso fica a critério do comissário de bordo, que apesar das inúmeras reclamações não baixou o volume de jeito nenhum. São várias telas de TV espalhadas pelo interior do ônibus e você é obrigado a assistir todos os filmes que eles colocam (em espanhol). Foi um stress total, pelo menos para mim. Em Cusco comprei tampões de ouvido para uma eventualidade futura. O ônibus fez somente uma parada técnica às 16h, para limpeza e para fazermos uma refeição ligeira no único restaurante à beira da estrada. Todos tem de descer, por causa dos pertences que ficam a bordo. Entram só os funcionários para fazer a limpeza. Quando descemos do ônibus comecei a sentir o efeito da altitude (o famoso “soroche”): a cabeça parecia que ia estourar por causa da pressão, além de enjoo. Numa tendinha ao lado do “restaurante” vendia folhas de coca para mascar e aliviar esses efeitos. Esse costume vem desde os tempos dos Incas, alivia o cansaço, tira a fome e dá disposição, além de aliviar os referidos sintomas. Mesmo não acreditando muito comprei um saco com umas cem folhas, por 1 sol (um real). Depois que comecei a mastigar, lentamente fui me estabilizando. Essas folhas não são droga, embora proveniente da coca. A droga só é droga depois do refino e mistura com diversos produtos. Minha mulher não quis provar. Estava fazendo muito frio; dentro do ônibus não sentíamos pois o mesmo é aclimatizado. Comemos rapidamente um peixe-frito com arroz e logo em seguida voltamos para o ônibus que já começava a buzinar para os passageiros entrarem. Tiramos os agasalhos da mochila e nos aconchegamos para o restante da viagem. Chegamos em Cusco às 21h, sem nenhum incidente. Depois de retiramos as bagagens nos dirigimos para a saída. Um caos! Muita gente. Por sorte, tínhamos fechado um tour para Machu Pichu com a Sra Juana Alvedaño, peruana, moradora em Cusco, que nos foi recomendada por um amigo do trabalho. A mesma estava nos esperando com uma placa com o meu nome. Ela mesma conseguiu um táxi de um amigo e nos levou diretamente ao hotel que ela mesmo tinha reservado: “Casa Grande”, diária de 90 soles, a duas quadras da Plaza Mayor (centro de Cusco). Levamos somente 20 minutos para chegarmos, estava muito friooooo! Depois que fizemos o chekin, ela foi embora e ficou de voltar no dia seguinte para acertarmos o tour. Nosso quarto ficava no segundo piso. Cama de casal, vários cobertores e edredons, janela para a rua, da qual enxergávamos a praça, chuveiro de água quente, banheiro pequeno, mas muito limpo. Sem ar-condicionado ou ventilador (pra quê?). Fazia tanto frio, tanto frio, que nem saímos para lanchar; comemos o resto das bolachas e maçãs que tínhamos levado. TV a cabo e wi-fi. Muito bom e barato, além de ótima localização. Nessa noite a temperatura em Cusco marcou 2 graus. A cidade fica situada a uma altitude de 3600m. No Brasil não existe nenhuma cidade nessa altitude.

3º DIA: CUSCO – PASSEIO NA CIDADE – Dia 04 de janeiro de 2015 – domingo

- Depois de um excelente café da manhã no hotel, chegou a Sra Juana (tel 005184241520 – 84764685 – 84768972 – Whatsapp), muito simpática e prestativa. Nós já tínhamos agendado com ela por e-mail (juaniave@hotmail) o tour somente para Machu Picchu. Tem a opção de incluir também a cidade e sítios arqueológicos (Vale Sagrado), pagando um pouco mais, mas nosso tempo era curto, então optamos só para MP. Pagamos em dólar a ela diretamente: 220 dólares por pessoa, incluindo guia, ônibus para nos pegar e trazer ao hotel, passagem de trem ida e volta e mais um ônibus ida e volta até MP. Nos deu todos os tickets do trem, ônibus e entrada em MP. Pra nós foi ótimo, pois não gostaria de chegar em Cusco e ir procurar as outras agências, pois poderíamos ficar sem comprar as passagens, já que a entrada para Machu Picchu é limitada por cada dia de visitação. Melhor prevenir... Logo em seguida fomos conhecer a cidade: deslumbrante, tudo limpo e bonito, pessoas corteses, muito policiamento, muito turista, muito brasileiro e muito, muito frio! Depois de trocarmos alguns dólares por soles nas diversas casas de câmbio (convém pesquisar, pois os preços são diferentes) fomos ao Mercado de Artesanatos e compramos, luvas, cachecol, touca de lã e um agasalho para cada um. Bonitos, quentes e baratos. Nos ajudou bastante. O mês de janeiro não é muito propício para conhecer Cusco, época das chuvas, mas resolvemos arriscar assim mesmo, pois era a oportunidade única que teríamos. Primeira vez que tiramos as férias juntos. Chovia bem leve, tipo uma garoa, logo em seguida saía um sol tímido e assim foi durante todos os dias. Compramos guarda-chuvas e capas de chuva (bem baratos nos ambulantes). Passeamos o dia todo. A Sra Juana mandou o taxista seu amigo (Sr Aníbal) nos pegar e levar ao alto de um morro que se avista da Praça Maior, onde tem um Cristo, que se debruça sobre a cidade e é um dos pontos turísticos muito visitado, pois lá de cima se tem uma vista panorâmica de toda a cidade. Fotografamos e filmamos muito. Pode-se chegar de táxi (30 soles), o mesmo te espera durante uns vinte minutos, ou pegar o ônibus turístico que sai da Praça Maior e vai para outros pontos turísticos também. Almoçamos num dos diversos restaurantes, o prato principal em quase todos é frango com batatas fritas e arroz. Pagamos 44 soles. Passeamos muito a pé pela cidade, que é pequena e muito bonita, rodeada de igrejas e com várias festividades apresentadas pelas diversas escolas públicas e particulares, sempre com um tema religioso. A cada cem metros precisávamos parar para descansar, minha respiração estava ofegante por causa do ar rarefeito e muita dor de cabeça. Engraçado que minha mulher não sentiu tanto. E Cusco tem muita ladeira, não é uma cidade plana, exceção da praça. Retornamos ao hotel, descansamos um pouco, falamos com os familiares pelo Whatsapp, postamos fotos. À noite saímos para comprar mantimentos para o tour a MP amanhã.

4º DIA – MACHU PICCHU – Dia 05 de janeiro – 2ª feira

- Acordamos às 04h. O micro-ônibus da Agência da Sra Juana chegou às 05h. Depois de recolher mais alguns turistas nos hotéis da redondeza, seguimos para a Estação de Trem Ollantaytambo, a duas horas de Cusco. Existem três tipos de trem, de diferentes preços e horários. O nosso foi o Inka Rail e saiu pontualmente às 07.20h. Luxuoso, bonito por dentro e por fora, com refeições ligeiras a bordo, toiletes impecáveis, comissários gentis e amáveis. Chegamos a Pueblo Machu Picchu (antiga Águas Calientes) às 09h. Pegamos um ônibus, já incluído, e 30 minutos depois chegamos na entrada de Machu Pichu. Parecia com o documentário de Serra Pelada: muita gente chegando, gente saindo, gente gritando, guias chamando os grupos com suas bandeiras penduradas no ombro, guias independentes oferecendo seus serviços, asiáticos, sul-americanos, norte-americanos, europeus, africanos, negros, brancos e amarelos, numa mistura incrível nessa Babilônia de raças e línguas, todos com uma só finalidade: conhecer uma das Sete Maravilhas do Mundo atual: Machu Picchu! Como esperei por esse momento, quantas vezes me imaginei nesse lugar.... valeu a pena todos os anos de espera. A recompensa foi enorme! Não sei como descrever. Cada lugar é um cartão-postal. Acabei com o cartão da filmadora, da máquina fotográfica e do celular. O único senão foi que não encontramos o nosso guia. A Sra Juana nos disse o nome, mas esqueci. Pensei que ele estivesse esperando com os nossos nomes. Perguntei a um outro guia e o mesmo prontamente fez uma ligação pelo celular para a Sra Juana em Cusco, que nos encaixou com esse guia. Mais tarde a Sra Juana nos lembrou que tinha nos mandado procurar pelo guia Lino. Fica a dica: anotem o nome do guia, pois são dezenas e tem muitos turistas, todos os dias, toda hora, de segunda a segunda. Apesar de o tempo não estar muito bom nesse dia, muito enevoado, deu para ver perfeitamente aquela paisagem linda dos cartões-postais. O guia foi explicando muito minuciosamente cada construção feita pelos antigos Incas, como viviam, como se alimentavam, como faziam para viver, etc. Como MP foi descoberta, por quem e em que ano. Estava fazendo frio, mas, de repente, o sol saiu com toda a força; esquecemos de levar o protetor solar, voltei tão queimado, não tinha levado boné também, que a pele da testa e das orelhas descascaram depois de três dias. Só pra “tirar onda” eu estava vestido com uma camisa amarela do Brasil, de mangas compridas, que tinha comprado no Carrefour de Manaus, por ocasião da Copa do Mundo. Dezenas de brasileiros faziam questão de me cumprimentar. Muita gente de outras nacionalidades também se exibiam usando a camisa de seu país. Muito legal a confraternização entre todos. É preciso bom preparo físico para subir e descer em todas as construções. Minhas pernas ficaram muito doloridas, precisei comprar um diclofenaco depois. Ainda bem que Machu Picchu fica a uma altitude menor do que Cusco: 2400 m. Depois de umas duas horas com o guia, ele nos dispensou para irmos aonde quiséssemos, alertando que o parque fecharia às 18h. Nós ficamos até as 14h. Pegamos o ônibus até Pueblo Machu Picchu, onde tem muitos artesanatos e muitos restaurantes. Almoçamos, compramos algumas lembranças e fomos para a estação esperar o trem. Minha surpresa: quando olhei o ticket, vi que o nosso trem só sairia as 19h. Vimos vários trens chegando e partindo, nada para nos distrair. Por fim embarcamos e chegamos em Ollantaytambo às 21.30h, onde pegamos o nosso ônibus (tinha uma placa com os nossos nomes) de volta ao hotel. Chegamos as 23h. Chovia muito e a temperatura estava em 5 graus. Fizemos um lanche e fomos dormir, cansados, com frio e felizes.

5º DIA – ÚLTIMO DIA EM MACHU PICCHU- Dia 06 de janeiro – 3ª feira

- Tomamos café às 08h. Cumprimentamos quatro motoqueiros brasileiros que haviam chegado na noite anterior, vindos do Paraná e os mesmos disseram que pegaram neve na estrada. Ainda iriam para a Venezuela.

Fizemos o pagamento do hotel e nos despedimos da Sra Juana, que fez questão de nos cumprimentar e mandar o taxista Aníbal nos pegar no dia seguinte para nos levar ao aeroporto, onde pegaríamos o voo para Lima.

Ás 10h fomos ao escritório da Star Peru fazer o chekin. Estava fazendo um bonito dia de sol. Fomos caminhando e apreciando as lojas, essa é a parte moderna de Cusco, com vários museus, bancos, praças, muita gente. Agora eu estava vestido com uma camisa do Flamengo e mais uma vez muitos chegavam perto de mim e falavam alguma coisa, a maioria, brasileiros. Almoçamos, tiramos milhares de fotos, passeamos, compramos várias lembranças (chaveiros, artesanatos, camisas do Peru, etc). Voltamos ao hotel às 18h, onde lanchamos e fomos arrumar as malas. Nesse dia não choveu, mas fazia frio (principalmente à noite e de madrugada) mesmo assim.

6º DIA – CUSCO A LIMA – Voo 1112 da Star Peru – Dia 07 de janeiro – 4ª feira

- O Sr Aníbal nos pegou no hotel e seguimos para o aeroporto internacional de Cusco (R$ 20,00 a corrida). Nosso voo saiu às 11h, com uma hora de atraso, devido a problemas técnicos. Chegamos ao aeroporto internacional de Lima às 12h, onde nos aguardam a Ana Nery (sobrinha da Silvia, casado com um peruano) e seu filho Alexandre (17 anos), ambos fluentes em português e espanhol, o que muito nos facilitou para pegar um táxi ou comprar alguma coisa, além de sua agradável companhia.Fazia muito calor! Como Lima fica ao nível do mar e estávamos em pleno verão, sentimos uma grande diferença. Acabou também a pressão na cabeça. Céu muito azul, sem nuvens, esfria um pouquinho à noite. Pegamos um táxi e cerca de uma hora e meia depois estávamos no hotel já reservado anteriormente pelo Booking.com.: Hotel “Casa Bella Miraflores”, no bairro nobre chamado Miraflores, como se fosse Copacabana, no Rio de Janeiro. A diária mais cara que pagamos (R$ 200, 00), mas valeu a pena. Acomodações ótimas, quase luxuosas, a 100 metros da beira do mar (Oceano Pacífico), lugar tranquilo, bonito e superlimpo. Cama de casal, banheiro privativo, água quente, wi-fi, toalhas, shampoos e sabonetes, TV tela plana 42 polegadas (pra quê?) Cofre particular, mas optamos por deixar nossas coisas de valores dentro das malas, trancadas com cadeados. Logo no chekin nos pediram o famoso papel branco da imigração. Estou repetindo porque é muito importante, não o percam, os nossos ficaram juntos com os passaportes. Nesse hotel é obrigatório deixar a chave do quarto ao sair e te devolvem no retorno. Eles mudam as toalhas e roupas de cama diariamente, além de fazerem também a limpeza e arrumação do quarto. Acho que foi no segundo dia que esquecemos de trancar uma das malas, que ficou com a tampa aberta e com nossos dólares bem à vista. A gente sempre saía de manhã e retornava ao anoitecer para tomarmos banho, trocar a roupa e sair novamente. Qual não foi nossa surpresa quando ao chegarmos vermos nossa mala aberta e com todos os nossos pertences intactos. Nada havia sido mexido! Fizeram a limpeza, trocaram as roupas de cama e toalhas e nem mudaram nossas malas de lugar. Vale a pena pagar um pouco mais e termos essa segurança!

Nesse primeiro dia, depois de trocarmos de roupa, saímos para conhecer o bairro, que fica à beira-mar. Não se vê uma ponta de cigarro no chão, lugar muito bem policiado, muita gente bonita, muitos turistas, muito brasileiro, um dos lugares mais bonitos que já vi. O pôr do sol é indescritível, filmei até ele se por no oceano. Coisa boa voltar a usar bermudas, camisetas regatas e chinelos de dedo (havaianas)! Paramos num shopping à beira de um penhasco, chamado Larcomar. Almoçamos num restaurante com vista para o mar, o preço foi razoável, para não dizer caro, mas valeu a pena. Comida de primeira, com uma vista de tirar o fôlego....Pagamos com cartão de crédito Ourocard. Por que o bairro se chama Miraflores? Simples: todo o calçadão é cercado de jardins floridos e muito bem cuidados. Não existem ambulantes nem pedintes, os policiais que fazem a ronda não os deixam importunar ninguém. Esse calçadão não fica no nível do mar e sim a uns trinta metros acima, deixando a paisagem mais deslumbrante. Não há perigo de cair, pois toda orla é murada. Lá embaixo o mar, algumas pessoas banhando, duas pistas para o tráfico de veículos, tudo muito limpo e bonito. Acima de nossas cabeças o pessoal fazendo voo de asa delta, inclusive com turistas e afins. Voltamos para o hotel à noite.

7º DIA – LIMA – Dia 08 de janeiro – 5ª feira

- Tomamos um excelente café da manhã no hotel, deixamos sete peças de roupa na lavanderia do hotel, para nos entregar no dia seguinte, ao custo de 3 dólares cada peça. Sacamos alguns soles no caixa eletrônico próximo e aguardamos a chegada da Ana e o Alexandre. Depois que chegaram pegamos um táxi e fomos conhecer o Centro Histórico, que fica afastado mais ou menos uma hora de Miraflores. É uma grande praça, chamada como em quase todos os países sul-americanos de Plaza Mayor. Ao seu redor ficam os Palácios Presidencial, da Prefeitura, Câmara de Deputados e Vereadores. Também tudo muito bonito, muita árvore e flores, grupos de turistas, com ou sem guias, pessoas que estão indo ou voltando do trabalho, ou simplesmente passeando. Tiramos muitas fotos e fomos almoçar em um dos inúmeros restaurantes tradicionais. Comemos um prato típico (cebiche) bom e barato. Fazia muito calor! Depois do almoço pegamos um trem numa estação próxima só para conhecermos, mas nos arrependemos. É uma espécie de metrô, só que o trem trafega sobre viadutos e não, como no Brasil, sob as avenidas. Embora não estivesse na hora do pico, a plataforma estava apinhada de gente. Entramos espremidos e saltamos duas estações depois. Saímos e pegamos um táxi de volta a Miraflores (8 soles= 8 reais). Os táxis no Peru são muito baratos, mas não usam o taxímetro, é necessário acertar antes com o motorista, pechinchar é bom. Ao chegarmos em Miraflores pegamos outro táxi para um bairro próximo chamado Barranco, lugar incrível, bonito, peçam para lhes deixar na Ponte dos Suspiros, esse lugar é cercado por barzinhos e sorveterias e os casais de namorados suspiram ao atravessar a ponte, de tão linda que é, principalmente à noite, por isso o nome. Fica bem próxima da praia, é só descer uns 200 metros. Show! Também frequentado por muitos turistas e aí encontramos mais brasileiros. Ambiente agradável. Muito seguro também. Retornamos ao hotel às 22h.

8º DIA – ÚLTIMO DIA EM LIMA – Dia 09 de janeiro – 6ª feira

- Depois do café, arrumação das malas para viajar amanhã rumo ao norte do Peru, para a casa da Ana Nery. Ela foi em Lima só para nos esperar e ficou hospedada na casa de uma cunhada, irmã do marido. Ela e o Alexandre chegaram às 10h. Fomos caminhando pelo calçadão até chegarmos ao shopping Larcomar, onde almoçamos. De lá pegamos um táxi até a Praça Presidente Kennedy, centro de Miraflores; este lugar é muito bonito, muitas árvores e jardins, tem até um restaurante brasileiro; muitas famílias levam seus filhos para brincarem no parque dessa praça, tudo grátis, com muitos gatos, que são cuidados pela prefeitura, sendo uma atração à parte, pois estão acostumados com os humanos e são muito carinhosos, gordos e bonitos. Desta praça saem, de hora em hora, os ônibus de turismo, chamados de Mirabus, de dois andares, sendo a parte superior descoberta. Entramos os quatro para um tour de duas horas a 25 soles por pessoa (vinte e cinco reais). Cuidado: em nenhum lugar do Peru aceitam o real, é necessário fazer o câmbio antes ou sacar nos caixas eletrônicos. Saiu às 16h e retornou ao mesmo lugar às 18h. Só lugares bonitos e em cada ponto turístico (ruínas, prédios, edifícios, praças, etc) o ônibus parava e um guia explicava com microfone em espanhol e depois em inglês. Ao retornar pela estrada que circunda ao mar, o ônibus fez uma parada de 10 minutos num determinado ponto, para que do ônibus pudéssemos apreciar, fotografar ou filmar uma pessoa que mergulhava de um penhasco em frente, de uma altura aproximada de 30 metros. Isso já faz parte do passeio. Logo depois o mergulhador se envolve num roupão e sobe no ônibus para que os passageiros o presenteiem, não é obrigatório, mas nós demos 10 soles e a maioria contribuiu com algum trocado. De volta pegamos um táxi para o hotel.

9º DIA – LIMA A CHICLAYO – Dia 10 de janeiro – sábado

- O ônibus da Empresa Cruz del Sur saiu pontualmente às 08h, da rodoviária de Lima, chegando em Chiclayo às 23h (quinze horas de viagem), ao custo de 60 soles a passagem (sessenta reais). De novo nos pediram os passaportes e os papéis da imigração. Melhor empresa do Peru, ônibus luxuosos, de dois pisos e, como sempre, viajamos na parte superior para melhor apreciar a paisagem: à esquerda o oceano Pacífico e à direita o deserto e a cordilheira dos Andes. Estrada muito bem pavimentada e com diversos pontos de pedágio. Passamos em algumas localidades mas não paramos. O ônibus só fez uma parada técnica para troca de motoristas e limpeza do veículo. Estava fazendo muito calor. Viajei de bermudas e chinelos. Café e almoço servidos a bordo, excelente, com opção de escolha: carne, frango ou vegetariano. Tudo bem limpo, quente e gostoso. O único senão foi (de novo) o volume excessivo do som da TV, colocadas na frente, no meio e no final do ônibus, por cima da cabeça do passageiro. Não tem como regular o som, ainda bem que eu já estava prevenido e coloquei os tampões nas orelhas, mesmo assim o som ainda incomodava. Não adianta pedir ao comissário, que ele diz que é norma da empresa. Fazer o quê? Na rodoviária de Chiclayo, pegamos um táxi para a casa da Ana e quinze minutos depois chegamos. Ela tem um apartamento no 3º andar de um condomínio fechado, boa localização e muito seguro. Depois de um banho reconfortante, fomos dormir.

10º DIA – CHICLAYO E PIMENTEL – Dia 11 de janeiro – domingo

- Chiclayo é uma cidade pequena, com poucos edifícios, lembra um pouco os bairros dos subúrbios do Rio. Como venta muito, tem muita poeira nas ruas. Poucos coletivos e táxis em demasia, o que os tornam muito barato. Muto cassino aqui também, muita fruta (algumas que os brasileiros não conhecem), muito legume, tudo muto fresco e saboroso. Em janeiro é verão, muito sol, pouca ou nenhuma chuva.

Nessa manhã o marido da Ana, Mílton, nos levou de carro até um museu arqueológico, cerca de quinze minutos do centro. É uma atração turística, visitada por pessoas de todos os cantos do mundo. Tem um livro de registro de visitantes na saída e vimos assinaturas de sul-americanos, principalmente, e também de europeus, asiáticos e americanos.

Nesse lugar foram encontradas as Tumbas Reais do Senhor de Sipan, da cultura Mochica, semelhante aos Incas e habitaram o Peru na mesma época. Paga-se 10 soles para a visitação, com opção de guia à parte. Proibido a filmagem e fotografia. Necessário deixar os pertences na portaria. Tudo fica registrado em nossas cabeças. O interior é escuro e na primeira sala há uma demonstração do que vamos ver num vídeo explicativo, que dura uns 10 minutos. São mais ou menos umas trinta salas, com diversos adornos que essa civilização usava, principalmente a realeza, com braceletes, cocares, penachos, etc, tudo feito de ouro puro. A riqueza é incalculável, tudo colocado em vitrines, com dizeres explicativos. Na última sala, onde se encontram as múmias do Senhor de Sipan, suas esposas, animais e diversos adornos, há uma demonstração de como viviam, com apresentação de bonecos em tamanhos real, vestidos como viviam, inclusive com seus vassalos, esposas, concubinas, guarda pessoal e cachorro, tudo com movimento e som que imita a natureza e os diversos sons de outrora. Gostei demais!

Dali fomos para a praia de Pimentel, balneário situado a cerca de 40 minutos de Chiclayo. Como era domingo tinha muita gente na praia. Eu só molhei os pés, a água estava gelada e diferentemente do Oceano Atlântico, a areia do Pacífico é negra, embora limpa. Muito calor, havia diversos barcos de palha, chamados “caballitos de totora”, semelhantes aos usados no lago Titicaca, onde pescadores trazem seus peixes para venderem ali mesmo. Nenhuma mulher usa fio dental ou tanga, são muito recatadas, mesmo as jovens usam calções curtos ou bermudas e olha que a praia estava cheia.

Como em todos os lugares do Peru, aqui também é muito policiado, ostensivamente.

Almoçamos num dos diversos restaurantes de frente para o mar; cebiche e lomo saltado (bife a cavalo). Bom e barato. Retornamos às 18h para casa e não saímos mais.

11º DIA – CHICLAYO – Dia 12 de janeiro – segunda-feira

- De manhã fomos ao mercado municipal comprar frutas, legumes e carne. Mercado enorme, com muita variedade, vende de tudo, desde gêneros alimentícios, como também roupas, sapatos, bijuterias, artesanatos, etc. Muito calor! Fomos ao caixa eletrônico e sacamos 200 soles com o cartão de bandeira Mastecard. Bandeira Visa só retira 50 soles por vez e com 29% de imposto a cada saque. Não vale a pena! Almoçamos em casa e não saímos à noite. O fuso horário no Peru é de duas horas menos que o horário oficial de Brasília.

12º DIA – CHICLAYO – Dia 13 de janeiro – terça-feira

- Muito calor, quase igual ao Rio de Janeiro. Passei o dia descarregando as fotos e filmes no netbook e atualizando o Facebook e Whatsapp.

13º Dia – CHICLAYO A GUAYAQUIL – Dia 14 de janeiro – quarta/quinta-feira

- Saímos de Chiclayo exatamente às 17.30h do terminal de ônibus CIVA, 1º piso, assentos de 180º, aqui também nos pediram os passaportes e os papéis da imigração. Todos os passageiros são fotografados e passados por uma revista antes de embarcar. Jantar excelente a bordo, filmes com o som muito alto até as 22h. Por volta de 3h chegamos na fonteira Peru/Equador, creio que era Tumbes, estava fazendo muito frio e todos tiveram de desembarcar. O pior é que havia outros ônibus na frente e já paravam outros atrás de nós. Então não dá para ficar de bobeira. As duas imigrações funcionam juntas num grande balcão com vários guichês. Filas imensas, mas os funcionários são bem competentes, de modo que uma hora e meia depois todos já estavam de volta ao ônibus. Lembram do papel de imigração? Tivemos de deixar na imigração peruana e fazer um outro de entrada na aduana equatoriana. Sai de uma fila e entra em outra. Tudo organizado, sem gritaria, espaço muito grande, banheiros, lanchonetes, etc.

14º Dia – GUAYAQUIL – Dia 15 de janeiro – quinta-feira

- No terminal rodoviário de Guayaquil, que é imenso, bonito e superlimpo, com vários restaurantes, lanchonetes e shopping, tomamos café e fomos comprar a passagem de ônibus para Quito amanhã; existem várias empresas, com o mesmo preço (R$ 30,00) e eu caí na asneira de escolher a pior, porque o guichê estava vazio e não queria enfrentar uma pequena fila nos outros. Escolhi uma tal de San Cristovan. Pegamos um táxi (10 dólares) e depois de cinquenta minutos estávamos no Hotel Eloy Alfaro, cuja reserva fizemos pelo Expedia.com. Boa localização, quase às margens do rio Guayas, que dá o nome à cidade. Hotel simples, com ar-condicionado, banheiro privativo e wi-fi, sem café da manhã, diária de 90 reais. Só ficamos um dia, pois nosso objetivo era Quito e não tem ônibus direto saindo do Peru. É necessário passar por Guayaquil antes. Então tiramos esse dia para “descansar” da viagem. Depois de fazermos o chekin no hotel, mostra de passaportes e papel de imigração da aduana, trocamos as roupas e saímos para tomar café e passear. Ao longo do rio Guayas existe um calçadão chamado Malecón 2000, com mais ou menos uns quatro km de extensão. É o principal ponto turístico de Guayaquil. Esse calçadão lembra muito Copacabana, só que de um lado está o rio e do outro um parque com árvores e flores, separado da avenida por um gradil, que acompanha todo o Malecón. Muito limpo, bonito, seguro, sem ambulantes, bem policiado e ao contrário do que li neste site, não vimos nenhuma ameaça por parte de ninguém, não sei à noite, pois em todos os lugares evitamos sair depois das 22h. Estava fazendo muito calor, os termômetros marcavam 35 graus. Guayaquil fica no nível do mar, ainda bem que estávamos de bermudas, chinelos e bonés. Todos sabiam que éramos turistas, pois os equatorianos, assim como os peruanos e colombianos não são despojados assim como os brasileiros, não se vê ninguém de bermudas ou chinelos. Um grupo de estudantes chegou perto de mim e perguntou de que país nós éramos, devem ter escutado a gente falar e também por causa de nossas vestimentas. Ao longo de todo Malecón existem muitos atrativos e bonitos lugares para fotos: várias praças e jardins, tudo arborizado, monumentos, estátuas, criadouros de peixes, shoppings, restaurantes, quiosques e mais quiosques para almoço, tira-gosto, cervejas e refrigerantes, sanduíches, cinemas, etc. Almoçamos num restaurante já no final do calçadão, enorme, com vários tipos de comida e sanduíche. Lembrem-se que a moeda no Equador é o dólar. Bom ter bastante trocado, se possível, moedas, para um refrigerante, uma cerveja, ou mesmo tomar um táxi. Não costumam dar troco para cédulas de grande valor. 100 dólares, nem pensar. Em todo o percurso do Malecón tudo é muito bonito. Tiramos centenas de fotos. Ficamos “fazendo hora” no restaurante até o sol baixar um pouco para subirmos ao alto de um morro no final do Malecón, chamado “Cerro de Santa Ana”, bairro Las Peñas, um dos lugares mais visitados pelos turistas. É como se subíssemos ao alto do Corcovado ou Pão de Açúcar, sem teleférico ou elevador. São 444 degraus, lugar tombado pelo Patrimônio Histórico. As ruas são estreitas e as casas antigas, sem veículos, levamos quase uma hora para chegarmos ao alto, é bastante cansativo, mas compensa a visão que se tem ao chegarmos lá em cima. Há uma pequena praça com uma igrejinha num extremo e um farol pintado de azul e branco do outro. Embaixo a cidade de Guayaquil e toda a extensão do Malecón 2000 e o rio Guayas. Descemos já de noite, pegamos um táxi e retornamos ao hotel. Saímos de noite para lanchar nas redondezas. Ficamos no hotel vendo TV. Amanhã outra viagem: rumo a Quito, a capital do Equador.

15º Dia – GUAYAQUIL A QUITO – Dia 16 de janeiro – sexta-feira

- O ônibus saiu às 09.30h, com meia hora de atraso, sendo o motorista chamado a atenção na saída por um guarda que fica no controle. Ônibus velho, sem conforto e sem ar-condicionado, tivemos de abrir as janelas para nos refrescar. Filmes com som barulhento (de novo!). Usei os tampões de ouvido outra vez. Às 14h fez uma parada num restaurante na beira da estrada para almoçarmos e limpeza do veículo e troca de motoristas. Já fazia frio, pois estávamos de novo subindo a cordilheira. Nove horas depois estávamos em Quito, debaixo de chuva e muito frio. A capital fica a uma altura de 2400m a.c.n.m. Chegamos às 18.30h, nove horas de viagem. Nos hospedamos no hotel Yumbo Imperial, reservado pelo Booking.com., centro histórico de Quito. A diária custou 80 reais, sem café da manhã, quarto com banheiro privativo, água quente, toalhas e sabonetes, espelho, armários e wi-fi.

Depois do chekin (passaportes e papéis da imigração), saímos para lanchar num dos vários restaurantes ao redor. Muito iluminada, limpíssima, muito policiada, muito turista, muito bonita, muita gente e muito, muito frio! Entramos num restaurante pequeno e simpático, com música ao vivo, luz ambiente, com velas nas mesas, comida de primeira, excelente cerveja Pilsen e preço razoável. Retornamos às 23h ao hotel, uns quinze minutos a pé, bastante tranquilo. Depois de um excelente bando quente, fomos dormir enrolados com muita roupa, meias, luvas e todos os cobertores por cima. Nem ligamos a TV (a cabo).

16º Dia – QUITO – Dia 17 de janeiro – sábado

- Tomamos café no hotel (pago) e saímos às 10h para visitar a feira artesanal indígena de Otavalo, um município distante duas horas e meia de Quito. Funciona todos os dias, mas o dia mais importante é o sábado, não sei dizer porquê. Pegamos um dos vários ônibus articulados, chamados Troler, tipo os ônibus de Curitiba, com corredores exclusivos. A passagem custou 1 dólar e depois de cinquenta minutos descemos no terminal final e pegamos outro ônibus que tem o letreiro dizendo Kennedy. O percurso de Quito até Otavalo é impressionante: sobe e desce serras, com muitos rios correndo no fundo dos vales, estrada bem pavimentada, larga e segura. A cidade é pequena, almoçamos num restaurante e fomos conhecer a feira e comprar algumas lembranças, a maioria roupa e agasalho e bolsas e chapéus e chaveiros e mais um montão de outras coisas. As vendedoras (todas são mulheres) se vestem com a sua vestimenta tradicional: saia preta, blusa branca rendada, de manga comprida, chapéus e sapatos pretos, com uma fita larga, também preta ao redor da cintura. Não compramos quase nada. Pra mim foi um dia perdido! As mesmas coisas têm por quase o mesmo preço num mini shopping de artesanatos no centro de Quito. Nem precisava ir lá. Chegamos de volta ao hotel às 19.30h. Não saímos. Fazia um frio de doer os ossos!

17º Dia – QUITO – Monumento Metade do Mundo – Dia 18 de janeiro – domingo

- Aqui um dos lugares mais bonitos que já visitei em toda a vida! Só se pega um ônibus para ir e outro para voltar, distante uma hora e meia de Quito, ao preço de US$ 0,25. Não esqueçam, de novo, de levar dinheiro trocado, muita moeda de dólar. Esse ônibus são bonitos, confortáveis e não enchem, pois é um atrás do outro. A maioria dos passageiros é turista. Saímos ás 09h e retornamos às 18h. Tem de perguntar aonde se pega o ônibus. Em cada hotel eles nos dão um mapa com a localização e ruas e pontos turísticos e também cinemas e restaurantes próximos. É só perguntar, as pessoas são muito corteses. Ao chegar, tem uma bilheteria, com vários guichês. Os mais baratos só dão direito de conhecer o Monumento por fora. Em seu interior tem um elevador que leva até a parte mais alta, de onde se vislumbra toda a cidade e se você subir as escadas, em cada andar (são cinco) existem várias atrações de sítios arqueológicos: múmias incas, ornamentos de prata e ouro, tudo com letreiros explicativos, muito bonito, mas tem de pagar outro tipo de boleto. Então prestem atenção: Logo na bilheteria você já tem de se decidir, pois não dá para trocar depois, tem de pagar outra entrada. Nós optamos pelo bilhete full, isto é para tudo que se tem direito de ver, afinal viemos de tão longe e quem sabe a única e última vez? As entradas são diferenciadas por braceletes distintos que nos são entregues. Visitamos três museus e depois subimos pela escadaria o interior do Monumento e descemos de elevador. Aqui tem tanto turista como em Machu Picchu, fazia um pouco de frio e chovia levemente, com um pouco de saída do sol. Tiramos muita foto na linha do Equador e “pagamos mico” como todo mundo fazia, com um pé de um lado e o outro do hemisfério norte e sul, plantamos bananeira, nos equilibramos num pé só, etc. Todos queriam se superar em incríveis malabarismos para tirar a foto mais exótica. E ainda tem o lance de tentar colocar um ovo em pé sobre o apoio de uma espécie de prego.

Tem vários lugares para comprar bonés com o símbolo do monumento, bolsas, chaveiros, etc. Banheiros e lanchonetes também.

Almoçamos num dos vários restaurantes e tomamos uma Pilsen bem gelada, assistindo aos diversos shows grátis, ao redor de uma quadra coberta, com palco para os diversos artistas e embaixo apresentações de danças típicas, inclusive com aulas de dança para casais das diversas nacionalidades que se voluntariaram, inclusive com alguns brasileiros, tudo para o entretenimento dos turistas. DEMAIS! NOTA 10! Fizemos o trajeto de volta pelo mesmo itinerário, chegando ao hotel às 18h. Por causa do cansaço e principalmente do frio, compramos hambúrgueres e refrigerantes em uma lanchonete e lanchamos no hotel, sem sair mais nesse dia.

18º Dia – QUITO – Cerro El Panecillo e Vulcão Pichincha – Dia 19 de janeiro – 2ª feira

- Logo depois do café, nós quatro pegamos um táxi (US$ 5,00), que primeiro nos levou ao alto de um morro, chamado Cerro El Panecillo (pãozinho em espanhol), uma alusão ao nosso Pão de Açúcar, onde também há uma estátua enorme simbolizando um anjo, todo feito com placas de alumínio, cujas asas ficam abertas protegendo a cidade de Quito, distante uns 10 minutos. De toda Quito se pode avistá-la e no alto tem uma praça rodeando-a, de onde se pode tirar fotos e admirar a cidade embaixo. Estava fazendo um solzinho até quente, tanto que pela primeira vez tirei o abrigo e coloquei na minha mochila, minha companheira em todas as ocasiões. Depois de uns 10 minutos retornamos ao táxi que nos aguardava e em seguida pedimos para nos levar ao vulcão Pichincha, outro ponto turístico muito visitado. Distante uma meia hora do centro de Quito. Pagamos 10 dólares cada um, com direito a subida e descida do teleférico que nos leva até o cume, com 4200 metros de altura. Pena que estava muito nublado, quase não vimos nada da cidade embaixo. E quanto mais subíamos, mais nublado e frio ficava. A estação, muito limpa, bonita e cheia de restaurantes fica num platô. Saímos e fomos passear nos arredores, tem algumas estradinhas de terra que levam a lugar nenhum, só mesmo para passear. Ao longe divisamos uma pequena igreja no meio do nevoeiro e ao nos aproximarmos ela ia ficando mais visível, parecia um filme de terror. Imagem surreal! Fotografamos muito. O frio aqui estava a 1 grau. Eu tinha comprado um relógio com mostradores de altitude, bússola e temperatura, cuja dica encontrei neste site. Foi bastante útil.

Pegamos outro táxi para voltar (US$ 5,00) e quarenta minutos depois desembarcamos na Praça Foch, centro moderno de Quito. Aqui também tem várias opções de hospedagens para aqueles que gostam das baladas e atrações noturnas, com muita casa de show, restaurantes, lanchonetes, hotéis e albergues. Próprio para os mais jovens. A praça e o centro são muito bonitos. Almoçamos e seguimos a pé para o centro histórico (duas horas caminhando bem devagar, conhecendo as lojas, shopping e o mercado de artesanato chamado La Mariscal, uma mini-feira de Otavalo. Aqui compramos muita blusa com o logotipo da cidade, artefatos de cerâmica, couro, metal e muito chaveiro para presentear os parentes e amigos. Chegamos ao hotel às18h. Fazia tanto frio (dois graus) que, de novo, optamos por comprar um lanche e ficarmos no hotel descarregando as fotos no netbook e bater papo com a família e amigos pelo Whatsapp. Em nenhum dos três países pega as operadoras do Brasil. E não vale a pena comprar um chip para ficar tão pouco tempo.

19º Dia – ÚLTIMO DIA EM QUITO – Centro Histórico – Dia 20 de janeiro – 3ª feira

- Apesar de estarmos hospedados no Centro Histórico, parte antiga de Quito e um dos mais visitados pontos turísticos, ainda não tínhamos tirado um dia para visitar, então aproveitamos o último, começando a caminhar desde o hotel, logo após o café. A primeira parada foi na Plaza Mayor, que é a principal praça da capital. Assim como em Bogotá, Cusco e Lima a Praça Principal (Plaza de Armas ou Plaza Mayor) é uma praça cercada pelos palácios do governo, câmara dos deputados e vereadores e Prefeitura. Lugar muito policiado, bonito, limpíssimo, com muita gente passeando ou descansando nos diversos bancos que rodeiam a linda praça, cerca de cinco minutos de nosso hotel. Em seguida fomos caminhando até outra atração turística: Basílica del Voto Nacional, uma imensa catedral de construção medieval, datada do século XVIII, aberta ao público mediante a entrada de 3 dólares. Do alto de uma de suas torres pode-se observar toda a cidade e o Panecillo. Não entramos, pois estávamos sem tempo. Ainda tínhamos de arrumar as malas para minha viagem e de Sílvia amanhã para Bogotá e a de Ana e o Alexandre ainda hoje para Guayaquil, de onde pegariam um ônibus de volta para Chiclayo.

- Ana e Alexandre pegaram um táxi para a rodoviária às 20h. De lá seguiriam para Guayaquil e por fim, Chiclayo, Peru, onde residem. Foi muito bom tê-los conosco em parte da viagem.

- O Equador, um dos dois países da América do Sul que não fazem fronteira com o Brasil, me surpreendeu em todos os sentidos: tudo muito bonito, limpo e bem cuidado. Paisagens de cartão-postal. Povo educado e cortês, logradouros públicos muito bem cuidados, policiados. Não se vê uma ponta de cigarro no chão e os lugares são muito visitados todos os dias, muita gente, muito turista. Tudo muito barato em relação ao nosso país: alimentação, vestuário, transporte, etc. Ah, se o Brasil fosse assim...

- Tem muitas lojas, tipo locadora de vídeos, que vendem os mais diversos filmes e músicas atuais e antigas, com ótima qualidade e preço muito bom; comprei uns vinte dvds a 3 dólares cada. “Corações de Ferro”, “The Imitation Game”, “Hércules”, etc, que ainda estão em cartaz nos cinemas nacionais, entre outros.

- Se forem tomar café fora do hotel peçam num dos vários restaurantes uma “humita”, que é uma espécie de pamonha, gostosa e barata, típica do Equador.

- Diversos pratos típicos para almoço: cebiche (peixe marinado muito gostoso, com pedaços de camarão e frutos do mar), cuy (porquinho da índia assado, não provei), etc.

- Muitas lanchonetes, inclusive Mac Donald's, com os mais variados sanduíches e sopas. Um Subway custa 3 dólares.

- Uma coisa interessante e quase ninguém nota ou comenta: não tem sombra. Como o Sol passa diretamente na linha do Equador, que divide os dois hemisférios, ele está sempre a pino, como se fosse meio-dia a qualquer hora do dia, exceto de manhã bem cedo e ao anoitecer. Na “Metade do Mundo”, precisamente às 12h pode olhar para o chão: você não vê sua própria sombra. Interessante! Questão de física. Se você algum dia for ao Equador preste atenção nas sombras dos carros: estão diretamente embaixo deles, seja a que horas for. Nem para um lado, nem para outro.

- O Equador deixou saudade e um gosto de “quero mais”, pena que o clima não ajudou: era nossa intenção conhecer o vulcão Cotopaxi e a Laguna Quilotoa. Deixamos de comer a cereja do bolo.

20º Dia – QUITO A BOGOTÁ – AVIANCA – Dia 21 de janeiro – 4ª feira

- O próprio gerente do hotel telefonou para um amigo que possuía um táxi e acertamos o valor de 20 dólares pela corrida do hotel ao aeroporto, distante cerca de uma hora e meia. Estrada larga e muito bem pavimentada, deu para descortinar entre nuvens, ele: o Cotopaxi, que pena! Chegamos às 09.30h. Nosso voo sairia às 11.18h. Tomamos café no aeroporto e fomos para o chekin. Novamente passaportes e papel da imigração, revista rigorosa, tudo que era líquido e que estava na bagagem de mão fomos obrigados a deixar: protetor solar, pomada de Voltarén para massagear as pernas, creme de cabelo, desodorante, água, etc. A única vantagem, talvez por ser voo internacional é que temos direito a 35 Kg de bagagem, ao contrário do Brasil, que é só 25 Kg. Foi ótimo porque já tínhamos adquirido mais uma mala, tamanho as bugigangas que fomos comprando em cada lugar. Aeroporto pequeno, moderno, bonito, muito organizado, poucas filas, exceção ao guichê que vende passagens para a Ilha de Páscoa. Aqui também se vê muito turista. Estava fazendo frio!

- Nosso avião saiu pontualmente às 11.18h, chegando em Bogotá às 12.58h. Que diferença! Aeroporto enorme, semelhante ao de Guarulhos-SP, muita gente, um pouco desorganizado, principalmente para nós, brasileiros, pela primeira vez na Colômbia e sem a ajuda de nossos sobrinhos. Não sabíamos se pegávamos as malas primeiro ou se iríamos para a imigração (Polícia Federal). Resolvemos pegar as malas, mas aonde?! Fomos seguindo as pessoas, mas eram tantas entradas, curvas, descidas e subidas, que acabamos nos perdendo nesse imenso aeroporto. Depois de uns quinze minutos encontramos a esteira correspondente ao nosso voo. Tivemos de esperar ainda meia-hora e olha o medo de algum extravio! Graças a Deus tudo correu bem. Pegamos todas, colocamos em dois carrinhos e fomos para a imigração: uma maratona. Dentro do avião os comissários tinham entregue para todos os estrangeiros os formulários de entrada na Colômbia, semelhante aos do Peru e do Equador, para que não se perdesse tempo preenchendo em solo. Apesar das filas imensas (três), até que foi rápido os trâmites. Entregamos os formulários do Equador e demos entrada no formulário da Colômbia e os vistos nos passaportes.

- Pegamos um táxi às 14.30h até o hotel Yumbo Imperial, reservado pelo Booking.com, situado no bairro da Candelária, centro de Bogotá, perto de todas as atrações turísticas. Uma corrida de uma hora pelo preço de 8000 pesos colombianos, mais ou menos 8 reais. Muito barato, ficamos com pena e demos 10.000 pesos colombianos. Nós tínhamos levado 500.000 pesos (500 reais). Levar dinheiro trocado, inclusive moedas, pois tudo é muito barato e raramente usarão cédulas de alto valor, que é muito difícil de trocar. Neste hotel, por coincidência, encontramos uma família brasileira nossa conhecida de Tabatinga-AM, que estava curtindo uns dias de férias.

- Fizemos o chekin (passaportes e formulários de imigração) e subimos para o apartamento com cama de casal, banheiro privativo com água quente, wi-fi e TV a cabo. Depois do banho e roupas trocadas, saímos para almoçar. Fazia muito frio, colocamos nossos agasalhos, toucas e luvas. Bogotá também fica na cordilheira dos Andes, a uma altura de 2400m. Então sempre faz frio, seja inverno ou verão. A avenida em que nosso hotel se localizava, Carrera Venezuela, é uma das mais importantes e movimentadas ruas do centro, com muitas lojas, bares, lanchonetes e restaurantes de ambos os lados. Almoçamos num restaurante bom, comida ótima e barata. É costume no Peru, Equador e Colômbia servirem um prato de sopa (muito saborosa) antes do prato principal, já incluído no preço. Tem de ter um estômago muito grande para comer tudo. Eu, normalmente, recusava a sopa. Sou carioca, acostumado com feijão, arroz, carne e ovo frito. Bom, tinha tudo isso, exceto o feijão. Por que esses países não comem? Não sei... questão de gosto.

- Bogotá é uma cidade grande, altos edifícios, fervilhante, muita gente na rua, não é tão limpa como Lima e Quito, barulhenta, trânsito pesado, carros de passeio, táxis, caminhões e ônibus disputando os espaços e buzinando freneticamente. Tivemos de mudar de quarto, que era de frente para a rua, por outro menor, nos fundos, mas sem o barulho, inclusive dos ambulantes, que depois que as lojas fecham colocam suas mercadorias e anunciam seus produtos aos berros.

- As pessoas se vestem elegantemente, talvez por causa do frio, todos exibindo seus casacões, sobretudos, botas, parece um desfile de modas a céu aberto. As mulheres com seus cabelos lisos e compridos, muito maquiadas e muito mais bonitas que as peruanas e colombianas.

- O transporte coletivo é feito por ônibus de faixas exclusivas, como o nosso sistema BRT.

21º Dia – BOGOTÁ – Dia 22 de janeiro – 5ª feira

- Depois de um excelente café num restaurante próximo, saímos a pé para conhecer os arredores. Depois de comprar algumas lembranças na feira de artesanatos (blusas, estatuetas, bolsas, porta-moedas, bonés, bem próxima ao hotel, fomos visitar o Museu do Ouro (Museo del Oro). Também bastante próximo. Fica numa avenida bonita, larga, arborizada e fechada ao trânsito. Aqui exite grande variedade de lojas, que vendem de tudo: eletrodomésticos, vestuários, malas, relógios, sapatos, celulares, dvds, equipamento para carro, o que você imaginar, a maioria de produtos importados e bem baratos. Comprei um relógio para mim e outro para minha mulher, da marca Casio. Também duas caixas de som, marca Genius, para TV, computador e celular (FM Stereo), ao preço de R$ 50,00. Fones de ouvido também stereo, mais uma mala, perfumes franceses Azzaro, Kouros e Gabriella Sabatini, pela metade do preço no Brasil.

- A visitação ao Museu de Ouro é grátis e começa num anfiteatro, com a demonstração em vídeo, da cultura pré-colombiana e tudo que iríamos ver. São mais ou menos umas vinte salas, com mostras de todo ornamento em ouro encontrado nos sítios arqueológicos, protegidos por vidros e com dizeres explicando o significado de cada peça. Magnífico!

- Saindo do museu fomos trocar uns dólares por pesos colombianos, pois estavam acabando. Depois disso nos dirigimos à Praça Bolívar (Plaza Mayor), também circundada pelos palácios governamentais. Muito visitada por turistas, essa foi a maior praça que estivemos. Lugar muito bonito, muito policiado e uma atração a parte: milhares de pombos, que vem comer em sua mão. Há alguns vendedores de milho, justamente para isso: alimentar os pombos. Eu e minha esposa compramos um saco cada um e ao jogar o milho, os pombos te cercam, chegando a lhe encobrir todo, muito gozado. Aqui também tiramos muita foto e fizemos várias filmagens.

- Depois de lancharmos retornamos ao hotel e descarregamos os celulares, máquina fotográfica e filmadora no netbook. Falamos com os familiares pelo Whatsapp e atualizamos o Facebook. Mais uma noite de frio! Todas as noites, depois do bando fazíamos massagens nas pernas com pomada de Voltarén, pois para turistar é preciso caminhar. Nunca caminhamos tanto. Saíamos de manhã e só retornávamos à noite para dormir. Como já somos de meia idade, não nos gusta mais as badalações da noite. Era nossa intenção sair uma noite para ir ao famoso restaurante Andrés Carne de Rés, que além de restaurante é também uma casa de show com música ao vivo para dançar, dividido em três ambientes, com salsa, cúmbia, merengue, etc. O frio tirou nosso ânimo e o cansaço também. Afinal, já eram 20 dias fora do Brasil e uma maratona de passeio a pé todos os dias, desde manhã ao anoitecer em países de alta altitude, o que cansa mais um pouco.

22º Dia – ÚLTIMO DIA EM BOGOTÁ – Dia 23 de janeiro – 6ª feira

- Depois do café fomos a pé conhecer mais alguns pontos turísticos: Casa de La Moneda, Museu Botero e Centro Cultural Gabriel Garcia Marques, bem perto uns dos outros. Entrada grátis, imperdível!

- Trocamos mais alguns dólares e logo em seguida pegamos um táxi para subir o Cerro do Senhor de Monserrate, uma montanha que fica a 20 minutos de táxi (8 reais). Lugar bonito e também muito policiado. Na bilheteria paga-se o equivalente a 30 reais para a subida e descida do teleférico ou funicular, o preço é o mesmo. Optamos pelo teleférico para fotografar a cidade embaixo e apreciar a paisagem. Muito frio lá em cima, não esqueçam de levar os agasalhos. No alto do morro tem uma pequena igreja, aberta a visitações, onde se encontra a estátua do Senhor Caído. Tem também lanchonetes e banheiros públicos. A vista é impressionante, de onde descortina todo o centro de Bogotá. Pena que estava muito enevoado, mesmo assim valeu a pena. Os arredores em torno da igreja são rodeados de jardins, com plantas e flores, que não existem no Brasil. Tem até um “Poço dos Desejos”, com moedas de todas as nacionalidades. Este, de fato, é um dos lugares mais visitados, tanto pelos colombianos, quanto por estrangeiros. Depois de uma hora pegamos o funicular de volta e embaixo entramos num táxi para nos levar de volta ao centro. Fomos caminhando até o Mercado de Artesanatos para comprar as últimas lembranças. Já anoitecendo retornamos ao hotel embaixo de uma chuva fina e fria.

23º Dia – BOGOTÁ A LETÍCIA– Voo LA 3114 da LAN – Dia 21 de janeiro – 4ª feira

- O gerente do hotel chamou um táxi e cinquenta minutos depois estávamos no aeroporto internacional de Bogotá. Sem grandes filas, fizemos o chekin no balcão da LAN e fomos para a sala de espera. Embarcamos num Airbus A320, que decolou às 09.07h chegando em Letícia às 11.12h. Como Letícia está situada em plena selva amazônica e a uma altitude ao nível do mar, estava muito quente e com um sol de rachar. Até estranhamos, mas estávamos chegando ao querido Brasil. Letícia é uma cidade pequena, situada no limite da Colômbia com o Brasil, ligando-se à cidade de Tabatinga, onde reside minha enteada, filha de minha esposa. Ela estava nos aguardando, pegamos um táxi e rumamos para a casa dela, onde ficamos até sábado.

- Nós residimos em Tabatinga por mais de vinte anos, quando eu estava na ativa do Exército e ela lecionava numa escola pública. Ainda temos nosso apartamento, que está alugado.

- Há cinco anos afastados de lá, notamos que Tabatinga mudou pouca coisa, assim como Letícia, a urbanização continua precária em ambas as cidades, sem grandes atrativos, pouco comércio, pouco turistas, apenas os que estão em trânsito. De bonito só mesmo o rio Solimões, que divide Brasil e Colômbia do Peru. Ele é o próprio Amazonas, que só passa a ter esse nome em Manaus, depois de receber as águas do rio Negro. Em Letícia vale a pena comprar perfumes franceses, relógios e uísques, bem mais baratos que no Brasil. Nas diversas casas de câmbio trocamos todo o dinheiro estrangeiro que tinha sobrado: soles peruanos, pesos colombianos e dólares americanos. Saímos ganhando, no final das contas, pois o real desvalorizou muito nesse mês.

TABATINGA A MANAUS – Voo 2801 da AZUL – Dia 31 de janeiro – sábado

- Nosso voo decolou às 15.25h (hora local), chegando em Manaus às 18.22h (1 hora a mais que Tabatinga e menos 1 hora que Brasília).

- Que bom retornar ao Brasil, ao nosso lar, rever familiares e amigos!

- Valeu a pena? Muito, agora retornar ao trabalho e aguardar as novas férias e novo destino, se Deus quiser!

- Espero que as dicas sirvam para os próximos viajantes, estou apenas retribuindo com minha experiência, um sonho que se tornou realidade, começando aqui no site Mochileiros. Obrigado aos organizadores e colaboradores por todas as dicas proporcionadas aos amantes da Liberdade e dos Desafios!

 

“No meio do caminho tinha uma pedra, até que dei o primeiro passo.” - Humberto Siqueira

 

- “Existe um lugar onde você constrói o seu dia a dia, e aonde você sempre quer regressar: esse lugar se chama LAR, e quando você o encontra, não há nada no mundo com que você queira trocar” - autor desconhecido.

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