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:arrow: Fonte: Veja SP (http://vejasaopaulo.abril.uol.com.br/revista/vejasp/edicoes/2124/agencias-butique-488649.html)

 

Agências-butique

As empresas especializadas em organizar as férias de paulistanos endinheirados não montam "pacotes". Fazem "roteiros especializados"

 

Por João Batista Jr.

| 05.08.2009

 

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Onde você pretende curtir suas próximas férias? No caso de paulistanos muito ricos, nunca foi tão certo responder que o céu é o limite. Mesmo. Duas agências de viagens de São Paulo, conveniadas com uma empresa internacional, agendam para 2010 pacotes em que o turista pode embarcar numa nave e visitar o cosmo terrestre para brincar de astronauta. Preço da experiência: 200 000 dólares (cerca de 380 000 reais). "Meu cliente já conhece bem as principais capitais do mundo", conta a empresária Teresa Perez, dona de uma agência que leva seu nome. "Preciso surpreendê-lo." Nem todos os seus roteiros são assim, fora de órbita. Mas têm em comum o fato de ser para poucos. Por 15 000 dólares, ou seja, quase 30 000 reais - passagens aéreas não inclusas -, é possível circular por locais de pouco acesso da China. "Sem aglomeração de turistas e com um almoço na Muralha", garante. Ela calcula que programa, no máximo, 200 viagens por ano, 80% delas individuais ou em dupla. "Jamais usamos a palavra pacote." Teresa apostou no público AAA em 1991, época em que nem se falava nessa classificação de consumidores. Nos últimos tempos, ganhou concorrentes. "É um nicho dentro do nicho que só existe aqui", explica Edmar Bull, presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens de São Paulo. Segundo Angela Belluco, coordenadora da Virtuoso, companhia internacional que presta serviços para as chamadas agências-butique, a cidade concentra 75% dos turistas brasileiros interessados em roteiros personalizados. Só esses paulistanos trariam, segundo ela, faturamento acima de 10 milhões de reais por ano para as cerca de dez top agências instaladas na capital.

 

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A Latitudes, inaugurada em 2005, aponta como seu diferencial o que classifica como viagens de conhecimento. Contrata um guia dotado de bagagem (cultural) não só para entreter como também para ensinar seus turistas. "Temos uma parceria com a Casa do Saber", diz um dos proprietários da empresa, Dedé Ramos. Segundo ele, o número de clientes cresceu de oitenta, no primeiro ano, para 1 000, em 2008. Índia, China e Camboja estão entre os países mais procurados pelos viajantes que a agência recebe. "Há quatro anos guio grupos interessados em conhecer a história da ioga", diz uma dessas professoras, Márcia de Luca. Por 15 000 reais, cada um de seus pupilos passa três semanas viajando, com direito a meditação num jardim que tem vista para o Taj Mahal e às margens do Rio Ganges. Determinada a não ficar para trás, Teresa Perez escalou o chef Jun Sakamoto para conduzir ao Japão um grupo de dezesseis pessoas (por 49 000 reais cada uma, sem passagens aéreas). "Vamos a restaurantes estrelados pelo Michelin e a um mercado de leilão de peixes que vende atum de qualidade raríssima por até 1 000 reais o quilo", adianta o premiado sushiman. A Gouté, que acaba de ser lançada pelas sócias Daniela Hispagnol e Tati Simões, chega a montar jantares na casa de quem contrata seus serviços. No último dia 27, elas promoveram uma degustação de pratos típicos da Provence francesa, destino de férias do casal de empresários Claudio Mello e Isabelle Carboni, no Itaim Bibi. Serviram vinhos, ostras frescas gratinadas ao sabayon e guisado de pescados. "Vou para o exterior três vezes por ano. Senti vontade de conhecer o inusitado", conta Mello.

 

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