Membros Al Cruz Postado Fevereiro 21, 2015 Membros Postado Fevereiro 21, 2015 Aventura Aventura na Chapada Aventura em Mucugê - 19/04/2014 https://sites.google.com/site/vidaalemdohorizonte/aventura/Imagem000.jpg "Andar pelas montanhas nos faz sentir uma espécie de hipnotismo, uma oportunidade que somente a natureza poderia nos proporcionar". As inúmeras montanhas que formam a Chapada Diamantina escondem lindas cachoeiras, além de diversas espécies de plantas nativas da região que servem para completar as belezas do lugar. As águas negras que brotam das rochas serpenteiam entre os paredões dos canyons. O escuro das águas provoca uma certa sensação de medo e de receio, pois é difícil saber se o lugar é fundo ou raso. Apenas entrando dentro d'água. Às vezes é possível ficar em pé em cima de uma rocha sob a água. Em determinados locais mais profundos, os pés não tocam o chão. Isto provoca um certo temor, uma sensação desagradável. Imagina-se que a qualquer momento alguma criatura existente no fundo das águas negras vão te atacar. Mesmo estando acompanhado é quase impossível não se sentir amedrontado. Depois de quilômetros de caminhada pelas trilhas da Chapada sob o sol ardente, ouve-se aquele barulho típico da água caindo das rochas. É uma deliciosa cachoeira. Ora passando por lugares íngremes, com subidas exaustivas e incontáveis rochas pelo caminho, ora passando por trilhas bem planas. A satisfação de visualizar uma queda d'água vale a pena o esforço. Melhor ainda quando o calor do corpo, banhado pelo suor, é substituído por um banho nas águas escuras e geladas da Chapada. https://sites.google.com/site/vidaalemdohorizonte/aventura/DSCF0741.jpg Imagem 1 - Cachoeira do Piabinha Aquele negro das águas passa a impressão de que existe um enorme buraco no fundo. De fato alguns lugares são muito perigosos devido à profundidade. Uma correnteza passando por baixo das rochas pode oferecer um enorme risco. Mesmo com o auxílio de um guia, saber se não existe uma passagem de água em algum ponto embaixo das rochas é meio duvidoso. O melhor mesmo é não se afastar, não se arriscar. As rochas são escorregadias e cortantes. Qualquer passo em falso pode ser fatal. https://sites.google.com/site/vidaalemdohorizonte/aventura/DSCF0738.jpg Imagem 2 - Turistas se banhando na Cachoeira do Piabinha Após longa caminhada sob o sol escaldante, é hora de renovar as energias nas águas negras e geladas da Chapada. Uma linda cachoeira escorrendo por entre gigantescos blocos de pedras é o ponto de parada obrigatória. A poucos centímetros da superfície as pedras adquirem uma tonalidade alaranjada. Uma piscina natural completa o cenário. Aos poucos o medo de entrar na água vai cedendo lugar ao desejo de um gostoso banho ao ar livre. De braçada em braçada até o meio da piscina natural, indo até o local onde a cachoeira escorre como um grande chuveiro fabricado pela natureza. A lenda fala da existência de uma criatura que habita as água negras da Chapada, é o Negro D'água. Enquanto andava pelas ruas da cidade de Mucugê, passei em frente a um museu, onde são expostos objetos pertencentes aos antigos habitantes da cidade. Alguns, inclusive, já foram usados por meus pais como o velho ferro à brasa, muito usado naquela época para passar roupas. E o fole, utensílio que era usado para avivar o fogo. Além desses objetos, vários outros artefatos interessantes compunham o mostruário de antiguidades. Quadros de famílias e moradores do passado da região. Infelizmente é proibido fotografar o acervo. A Tia Val, uma senhora de pele escura, muito simpática, atenciosa e bem humorada, que toma conta do pequeno museu foi quem me contou sobre o Negro D'água. Estava fazendo meu registro no livro de visitantes quando a ouvi mencionando este nome a uma turista que estava no local. Pedi que ela aguardasse um instante, pois estava interessado em saber. O Negro D'água é uma criatura que vive nos riachos da Chapada. Ele não tem olhos, nem boca, nem ouvidos, mas possui braços e pernas como um ser humano. Ele ataca as pessoas que se arriscam nas águas escuras e as arrastam para o fundo. É tão preto como as próprias águas dos riachos. Segundo Tia Val, os garimpeiros do passado da região já avistaram a criatura. Ela disse que não gosta de contar para não assustar os turistas, mas conta assim mesmo. Sorte minha que só fiquei sabendo quando já estava vindo embora. Além dessa lenda, Tia Val ainda me falou sobre Téu, um morador que se transformava em lobisomem. E ainda contou sobre Dona Otília, moradora do garimpo, filha de Rufino, que presenciou a história de um lobisomem que teria devorado um menino. Rufino foi quem notou os fiapos de roupas do menino nos dentes da fera, enquanto o lobisomem, já no seu estado humano, dormia embaixo de uma árvore. Me despedi da Tia Val, apesar de querer continuar com aquela conversa, de preferência até o dia raiar. Difícil não simpatizar com tão receptiva criatura humana. Como estava um pouco cansado devido às caminhadas durante o dia inteiro - das nove horas da manhã até às dezessete horas -, voltei ao lugar de hospedagem para descansar e preparar-me para deixar a cidade no dia seguinte. Uma surpresa desagradável ao chegar em Mucugê foi a falta de um lugar para hospedagem. Um atraso de três horas me fez chegar na cidade quando já passavam das vinte e uma horas. Um pneu estourado do ônibus já quase na entrada da cidade de Ituaçu foi a causa do atraso. Com o feriadão da Semana Santa, a cidade estava lotada de turistas, estrangeiros e brasileiros. As pousadas e hotéis estavam sem vagas. Perambulei pelas ruas durante alguns minutos à procura de um lugar já preocupado com a possibilidade de passar a noite ao relento. Finalmente encontrei um lugar com a ajuda de uma moradora que me indicou uma acomodação com aluguel de quartos. A noite estava salva. O lugar é conhecido como a pensão do Gordo, um senhor de baixa estatura, muito gentil e atencioso. Na manhã de sábado meu pensamento era colocar o pé na estrada, percorrer o maior número possível de trilhas. Os guias me orientaram que eu poderia correr o risco de me perder andando sozinho, mas não encontrei muitas dificuldades, procurando ficar o menos afastado possível. Pedindo informações aos moradores da cidade, peguei o asfalto e me embrenhei na primeira trilha que encontrei, sempre seguindo os rastros para não me perder. Se alguém passou por ali, então deveria ter alguma coisa à frente. Um pouco mais adiante deparei-me com um senhor que estava enchendo um carrinho de areia. Perguntei se havia alguma cachoeira por perto. Ele me disse que andando cerca de um quilômetro mais para frente eu poderia encontrar uma. Continuei seguindo, agora por uma trilha bem mais estreita. Não tardou a ouvir o barulho da água batendo nas pedras. Não era bem o que se pode chamar de cachoeira, apenas uma pequena cascata. Pelo visto não chovia na região há algum tempo, pois todas as cachoeiras estavam com o volume de água bem abaixo do normal. De volta ao asfalto, passei pelo museu do garimpo, localizado perto de outro ponto turístico chamado Sempre Viva, nome de uma planta da região que, após anos de exportação para Estados Unidos, Japão e Europa, tornou-se uma espécie rara. O Sempre Viva foi projetado mesclando arquitetura humana e a que foi produzida pela própria natureza. O resultado ficou interessante, apesar de que, gosto das coisas em seu estado natural, sem interferência humana. O objetivo é apenas a exploração turística. https://sites.google.com/site/vidaalemdohorizonte/aventura/DSCF0729.jpg Imagem 3 - Museu Sempre Viva A Cachoeira do Piabinha e a Cachoeira do Tiburtino compõem as outras atrações turísticas do Sempre Viva. Ambas são de acesso bem fácil. Estes foram o meu roteiro no primeiro dia de caminhada. No domingo juntei-me a outros turistas para conhecermos outros pontos mais distantes. Parte do percurso feito de carro, primeiro pelo asfalto, depois um pequeno trecho de estrada de terra. O resto do caminho só é possível percorrer a pé por uma trilha que dá acesso à cachoeira das Sete Quedas. O obstáculo mais difícil nessa caminhada foi um trecho com aclive bem acentuado, pois é preciso subir uma montanha. Os quilômetros restantes da trilha até a cachoeira é mais suave, passando por pontos onde os garimpeiros costumavam acampar, aproveitando os tetos naturais das rochas. As Sete Quedas são um conjunto de de sete pequenas cachoeiras em sequência. Para se chegar às demais quedas, somente passando pelas beiradas do rio e por dentro da água, escalando rochas. Como o rio estava baixo, seguir adiante não foi tão difícil. Esta é a última parte da aventura por Mucugê, o resto já foi contado. Tudo isto regado com o bom humor do nosso guia, o Petrônio, vulgo Pety Lovy, segundo ele. https://sites.google.com/site/vidaalemdohorizonte/_/rsrc/1406339450872/aventura/DSCF0775.jpg?height=150&width=200 Imagem 4 - Uma das sete cachoeiras Até a próxima. Aventura na Chapada A Gruta de Ituaçu e suas lendas - 09/02/2011 https://sites.google.com/site/vidaalemdohorizonte/aventura/BARRA_ESTIVA%20%286%29.JPG "Andar pelas montanhas nos faz sentir uma espécie de hipnotismo, uma oportunidade que somente a natureza poderia nos oferecer". Fazia bastante tempo desde a última vez que andei pelas belezas da Chapada. A saudade era imensa, e não pude desperdiçar a oportunidade de voltar a fazer o que gosto este ano. Diferente de outras páginas, nesta eu não vou escrever muito, pois talvez as imagens digam por si só tudo aquilo que eu gostaria de transmitir. https://sites.google.com/site/vidaalemdohorizonte/aventura/ITUACU%20%2823%29.JPG Nesta imagem (clique para ver em tamanho real) apresento o caminho para a entrada da Gruta da Mangabeira, em Ituaçu, local que eu já havia visitado anos atrás. Algumas coisas mudaram. Agora existem mais guias. Foi criado um centro de informações para os turistas e há pelo menos duas pousadas com um certo conforto e um preço bem em conta para quem desejar passear pelo local. Da cidade de Ituaçu até a Gruta são pelo menos quatro quilômetros de distância. A estrada é asfaltada. Até a parte onde segundo a lenda o vaqueiro que conduzia o gado caiu, descobrindo assim a caverna, é possível entrar e voltar sozinho sem a ajuda de um guia. Mesmo assim é um pouco confuso para quem está fazendo isso pela primeira vez. Eu mesmo fiquei meio perdido ao entrar sozinho no local. Nunca se aventure de maneira alguma em uma caverna sem ter o conhecimento necessário, pois se perder é a coisa mais fácil do mundo. https://sites.google.com/site/vidaalemdohorizonte/aventura/ITUACU%20%2822%29.JPG Esta é uma das escadarias que dá acesso ao interior da gruta. Antes não existiam esses ferros em formato de coração. Não contei os degraus, mas deve ser algo em torno de cem. É bom ter bom preparo físico para subir depois. A foto saiu um pouco desfocada, coisa de fotógrafo amador. https://sites.google.com/site/vidaalemdohorizonte/aventura/ITUACU%20%2821%29.JPG A escadaria principal acima, bem mais definida, onde podemos notar uma parte da igrejinha lá no fundo. A quantidade de degraus é praticamente a mesma da entrada anterior para chegar ao salão. Repare que as duas escadarias são bem parecidas. No mês de setembro muitos romeiros visitam a gruta. Segundo um dos guias locais, a demanda de gente é tão grande que eles não conseguem dar conta do trabalho. Enquanto eu apreciava a arquitetura da gruta a máquina se preparava para disparar o automático. Apesar de ser final de tarde, o calor estava bem forte. Uma dica para os marinheiros de primeira viagem é levar bastante água. Pessoas que perdem bastante líquido assim como eu precisam de bastante água para repor e hidratar o corpo. Mesmo assim eu quase não bebo água. Sou como os camelos. [/img] Da esquerda para a direita, o salão e a entrada principal da gruta vista de baixo. Na terceira foto, outra entrada não utilizada. Somente pelas escadarias é possível descer. Quem quiser se aventurar pode tentar descer pelo local sem escadas. Ainda na parte inicial da gruta, o desenho do Sagrado Sagrado Coração de Jesus com um pequeno presépio ao fundo e a igrejinha. Agora vamos nos aprofundar um pouco mais. Nas imagens seguintes podemos notar o buraco, onde reza a lenda, um vaqueiro ao conduzir o gado acabou caindo e descobrindo acidentalmente a gruta. Apelando para o Sagrado Coração de Jesus - nome que deu origem ao lugar-, o vaqueiro conseguiu encontrar a saída. Com a ajuda da população dos arredores, conseguiu também salvar os animais que caíram junto com ele. No local há uma homenagem representada por uma cruz de madeira com alguns dos pertences do vaqueiro pendurados nela. Apenas o chapéu não está lá. Foi levado por visitantes. Aliás, a gruta sofreu muita depredação nos últimos anos. Muitos visitantes quebram as formações, que demoraram centenas de milhares de anos para se formarem, para levar para casa como lembrança. Desse local onde caiu o vaqueiro em diante, a gruta é fechada, só permitindo o acesso com o auxílio de um guia. A iluminação, apesar de antiga, é boa até certo ponto. Existem muitas lâmpadas queimadas. Apesar de tudo é bom que fique assim, evitando tirar a naturalidade das formações. A parte onde não existe luz artificial é mais interessante. Podemos perceber de verdade qual a sensação de estar no interior da terra. Selecionei uma sequência de imagens que achei mais interessante. Na primeira foto, o encontro de uma estalactite (de cima para baixo) com uma estalagmite (de baixo para cima)formando uma coluna muito bonita. Na imagem do meio, "os coqueiros de pedra". Na terceira imagem, a "Torre de Pisa" (este nome eu que inventei). Seguindo mais para o interior da gruta vamos descobrindo mais formações naturais como a da "boca do tubarão". Eu achei que se parece mais com a boca de um jacaré. A árvore petrificada e a estalagmite com "focinho de foca". Após percorrer os três quilômetros e meio de gruta, finalmente chegamos à saída. A subida é através de uma escadaria bem íngreme com dezenas de degraus. A escadaria, o Morro do Chapéu e o Morro do Ouro. Aqui termina minha passagem pela cidade de Ituaçu. Agora vamos um pouco mais adiante. Aventura na Chapada As paisagens de Ibicoara. Trilhas, montanhas e cachoeiras - 11/02/2011 Depois de Ituaçu, passando por Barra da Estiva, cheguei à cidade de Ibicoara. Um dia para conhecer tanta beleza é pouco, principalmente porque os locais de acesso são bem longe. É preciso ter bastante tempo e um pouco de dinheiro no bolso. Sem a ajuda de um guia ou de alguém conhecido para levar a esses locais, fica difícil, além de ser preciso desembolsar uma graninha. Fora de época, como foi o meu caso, é possível encontrar pousadas com um preço bem acessível. Na verdade eu gosto mesmo é de me aventurar pelo mato da maneira mais rústica possível. Como eu estava sozinho, o jeito foi alugar um quarto com televisão e banheiro. De Ituaçu a Ibicoara o percurso é feito em uma hora mais ou menos, de ônibus. No intervalo dessa viagem é possível ir apreciando as belas paisagens. Isto é Chapada. Detalhes ao fundo das montanhas, na cidade de Barra da Estiva. As fotos foram tiradas de dentro do ônibus em movimento. Para visitar os pontos turísticos de Ibicoara o ideal é sempre ir em grupos, pois as despesas com os guias podem ser divididas. Quanto mais gente, mais barato fica. Como eu estava sozinho, o jeito foi aguardar mais algum visitante. Voltei à pousada onde estava, peguei minha mochila e logo quando fui chegando encontrei um casal que estava indo para a Cachoeira do Buracão. Me juntei a eles e partimos pela manhã. Seguimos de carro cerca de vinte e cinco quilômetros de estrada de chão. O Resto do caminho, uns oito quilômetros, percorridos a pé por uma trilha beirando o rio. Confira nas imagens seguintes as belas paisagens da cachoeira. Em certos pontos eu me senti dentro do filme Jurassic Park, em outras, no de Indiana Jones (rs). O acesso à cachoeira possui descidas muito íngremes. De cima das pedras a visão é espantosa, mas é preciso ter um certo cuidado, pois uma queda poderia ocasionar consequências desagradáveis. Não é aconselhável se aproximar muito da beira. Nas primeiras imagens, a Cachoeira do Buraquinho e a Cachoeira do Buracão. A água é totalmente preta, o que dá um certo medo. Na superfície da água, o tom da pele fica alaranjado. Agora arrume as malas e boa viagem. Até a próxima. Citar
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