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Volta ao Mundo - A Grécia de Metéora, Atenas, Naxos e Anafi


Enrico Luzi

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Oi pessoal!

 

Mais um relato aqui proveniente da minha volta ao mundo. Igual ao post da Albânia que fiz há pouco tempo, esse da Grécia vem primeiro com um texto livre sobre nossa experiência e em seguida as dicas mais diretas ao ponto. Se você quer ler um, outro, ou os dois já sabe onde ir.

A ideia, em vez de contar exatamente como fiz, é explicar como descobri a informação pra faze-lo e deixar cada um escolher e pesquisar o que quiser e se aprofundar mais no que interessa. Espero que gostem :D

 

Parte 1/2 - Nossa experiência

 

Grécia: a tão esperada, e o inesperado

 

O motorista que deveria nos deixar em Ioannina, no norte da Grécia, esqueceu de parar. Sinalizamos e ele nos deixou descer próximo ao cruzamento entre uma entrada para a cidade, o lugar nenhum e uma pequena farmácia. O sol era de rachar. Lá fomos nós perguntar por transporte. A simpatia do farmacêutico foi tanta! Fez umas ligações e nos explicou que não tinha jeito. Derretemos por alguns minutos na beira da rodovia até parar um senhorzinho, carro velho, banco de trás lotado: reorganizou tudo por nós! O rapaz do hotel serviu bebidas feitas em casa, as moças do trem deram umas aulas de grego básico. Os garçons eram sorridentes, a senhora da bilheteria do cinema fez piadas e, na ilha, o monge abriu a porta fora da hora. Até no correio (o lugar mais difícil sempre) tivemos ajuda!

 

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Nosso primeiro roteiro pelo país que inventou a democracia começava por subir ao Olimpo, o monte onde, diz a mitologia, moram os deuses. Como tudo na Grécia começa pela mitologia, parecia o correto a ser feito. No entanto, atrasados como sempre, chegamos no alto verão e isso não combina com visitas divinas que demandem tanto esforço físico. A temperatura, na realidade, influenciou muito da nossa experiência. Pensamos que a prática no verão brasileiro nos salvaria, mas a verdade é a que a aridez bateu em cheio nos nossos planos e a próxima visita será em outra estação.

 

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Mosteiros se equilibram em Meteora

Foi com essa exclamação engraçada que um amigo reagiu a algumas fotos que fizemos em Meteora, o complexo de mosteiros da Igreja Ortodoxa de Kalambaka, no norte da Grécia. Rimos bastante da observação profissional do geólogo, mas garantimos que a síntese se aplica para além do aspecto natural. Não há informação segura sobre a origem dos templos, mas evidências apontam para ocupação das cavernas por monges já no século XI e acredita-se que pelo século XIV iniciaram a construção dos mosteiros. Eram 20, apenas seis sobreviveram. E não devia mesmo haver melhor lugar para a reclusão: até 1920 não havia escadas! Soa intrigante como conseguiram colocar os mosteiros em lugares tão altos e inacessíveis, e como puderam viver lá, "equilibrados" sobre pilares de pedra de 305 (a mais baixa) e 549 metros (a mais alta) de altura.

 

Se toda a paisagem de Meteora nos impressionou, nos emocionou entrar em uma igrejinha de Kalambaka, a da Dormição da Mãe de Deus: por fora ninguém diz, mas trata-se de uma construção ainda mais antiga, do século XI. A falta de conservação das pinturas que cobrem todas as paredes e a escuridão do templo aprofundaram a sensação de volta ao passado. Ao mesmo tempo, as evidências de uso presente de um lugar tão antigo ajudaram a nos situar sobre o país em que pisávamos.

 

Ao perdedor, o melhor endereço

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Na versão mitológica para a criação de Atenas (aqui um rápido e roto resumo), disputando a opinião dos cidadãos sobre quem deveria ser seu patrono, os deuses fizeram oferendas. Poseidon presenteou os cidadãos com cavalos feitos de espuma do mar, indicando proteção em tempos de guerra. Atena lhes deu a oliveira, um símbolo para o conhecimento. E o nome da capital nos aponta a vencedora, honrada com templos na Acrópole, lugar de culto dos gregos antigos: ainda imponente, mesmo em ruínas há séculos, reina sobre a cidade, refletindo o sol ou flutuando na iluminação noturna.

 

Parece não haver um minuto de sossego para visitar a Acrópole. Provavelmente a maior das relíquias da arqueologia grega, certamente a mais conhecida, recebe milhares de turistas todos os dias. Vão subindo a colina, seguindo as placas e indicações dos guias que não param de apontar para as pedras e repetir diuturnamente detalhes e números difíceis de reter sobre a milenar história de cada um dos templos. Turistas independentes se mesclam na multidão em busca da sinalização do sítio, que ajuda a entender onde se está.

 

Mesma sorte falta a quem tiver curiosidade de ver a Ágora: no lugar onde Platão e seus discípulos teriam passado a vida argumentando, algumas árvores, algumas pedras, nem uma linha sobre o que elas significaram. Por ali, no chão, vimos o sinal "plataforma do orador" e supomos, decepcionados, que falavam a partir dali. Do ponto de vista da informação, bem mais interessante é uma visita ao moderno museu da Acrópole. Dizem que foi construído em resposta aos governos que se negam a devolver os tesouros do passado grego, com o recorrente argumento de que faltava estrutura adequada para mantê-los em segurança. Os itens que não foram saqueados foram comprados em negociações questionáveis, e os gregos requerem seu patrimônio, por genuíno orgulho e também porque quem expõe as peças arrecada alguns milhões em turismo. No moderno museu, placas que são um protesto indicam o lugar onde ficarão este ou aquele item quando (e se) repatriado.

 

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Atenas, além de ser a capital, é a área mais povoada da Grécia. É dessas cidades que sufocam – não apenas pela temperatura já mencionada, mas porque os prédios brancos, milhares de quadradinhos, se apinham lado a lado até o perder da vista. Entre eles, e nas escavações do subsolo para a construção do metrô, o passado vai emergindo em ruínas, entre a velocidade do presente e os mistérios do futuro da Grécia. Passamos o tempo visitando um ou outro dos sítios arqueológicos e vivemos de ótima comida, de sorvete para aplacar o calor, e do prazer de estar por ali. Mas distante não estava mal. A verdade é que, para os padrões atuais, o deus perdedor do tal concurso para patrono de Atenas ficou com o melhor endereço: em Cabo Sunion, a 70km do centro da cidade, o templo de Poseidon se debruça sobre o mar e garante um por do sol avassalador.

 

Ilhas e decisões difíceis

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Míkonos, Creta, Santorini. Algumas poucas ilhas gregas são tão famosas no Brasil que quase ofuscam um fato que pode ser atordoante: chegam a 6 mil se até as muito pequenas forem contabilizadas. Menos de 300 são habitadas e estão organizadas em grupos – Ciclades, Peloponeso... Podem estar a mais de 300km do porto de Piraeus, em Atenas, e são ligadas por um sistema de transporte até eficiente, mas muito caro. Para onde ir? Começamos a fazer essa pergunta meses antes de chegar e seguimos com ela a cada vez que encontrávamos um grego ou alguém que passou ou viveu por lá. A chocante verdade é que a cada vez que questionávamos surgia uma nova lista, com nomes que nunca ouvimos falar.

 

Decidimos evitar aquelas que são mais conhecidas, caras e cheias. Resolvemos que seria uma boa ideia ver ao menos duas – mas logo percebemos que mais que isso demandaria mais orçamento e tempo já que, para o que nos interessava, as barcas não são diárias. A bem conectada Naxos está no meio das Ciclades e é conhecida por ser mais fértil que as demais. Brindou nossa visita com muito vento contra a pedalada e fez valer o esforço com uma linda praia de mar turquesa. De lá seguimos para Anafi, por assim dizer, uma irmã pequena de Santorini. A chegada foi curiosa: centenas de passageiros desceram na irmã maior e os 20 que ficaram sorriram com a sensação de terem feito a escolha certa. E foi. A arquitetura é o clássico das casinhas brancas, a comida é fresca, as pessoas são sorridentes, o mar e o céu se confundem em azuis. Inesperada foi o único ônibus que circulava a ilha. O motorista, cantando, batucando e dirigindo, a essa altura já esperávamos mais um grego legal. Enfim, esperávamos tudo de bom da Grécia e, no final, o melhor foi aquilo sobre o que não pensamos: nos gregos.

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Parte 2 - Os bizús

 

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Faltou pouco para a Grécia não ser cortada do nosso roteiro. Por um lado, achávamos que o país merecia um tempo que não tínhamos. Por outro, já estávamos muito ansiosos para chegarmos à Turquia e ao Irã, nossos destinos seguintes. Pairava secretamente no ar, ainda, uma certa antipatia por aquele lugar das entendiantes capas de revistas de viagem... No fim, fomos. E nos hipnotizamos com o brilho do mar em longos cafés da manhã na varanda do nosso pedacinho de paraíso. Para um roteiro de duas semanas enxuto e bem aproveitado, com algumas ideias do que fazer diferente de nós, confira aí nossas dicas.

 

Nosso roteiro

 

Vindos da Albânia, descemos em Ioanina, ou quase, para pegarmos um ônibus até Trikala, a cidade que usaríamos como base para visitar os monastérios de Meteora. Saímos de trem para Atenas e de seu porto navegamos até as lindas ilhas de Naxos e Anafi. Uma opção lógica seria cruzar por mar até a Turquia e seguir viagem, mas era mais econômico retornarmos à Atenas e seguir (de ônibus) até Istambul, além do quê havia  desencontro de datas das barcas entre as ilhas.

 

No mapa, além da nossa rota, é possível ver alguns pontos de destaque, incluindo lugares que consideramos ir e que você poderia incluir no seu roteiro. Um deles é o Monte Olimpo, que pode ser subido em 1 cansativo dia, ou em 2 com pernoite em um abrigo. Outra parada interessante seria em Marathon. Ali os gregos resistiram a uma invasão persa em 490AC e o corredor Pheidippides partiu a pé até Atenas (depois de várias outras correrias...) para informar sobre a vitória no estádio Panathinaiko. A distância? Uns 40km. Soa familiar?

 

[googlemap]https://www.google.com/maps/d/embed?mid=zk9uJhq3uqhI.kMIgPFH-KSHM[/googlemap]

 

Moeda/câmbio

 

A Grécia utiliza o Euro como moeda e a cotação em Ago/2014 era de 1 Euro = R$ 3,2. Nossa média de gastos foi de 32 euros/dia/pessoa, a mais alta da viagem até então. Dois fatos explicam isso: não utilizamos Couchsurfing e ficamos apenas 13 dias, diluindo pouco o valor dos transportes caros, principalmente entre ilhas, que representaram 38% de todos gastos.

 

Alimentação

 

Contando todos os restaurantes e compras, gastamos 11 euros/dia/pessoa. É fácil se virar bem por lá com os mercados e restaurantes. Frutos do mar, salada grega, iogurtes... Refeições por 5 a 6 euros eram comumente encontradas, sem ter que apelar para os tradicionais sanduíches.

 

Visto

 

Brasileiros NÃO precisam de visto para a Grécia para estadias de até 90 dias num período de 180 dias. É a regra que se aplica aos países que fazem parte tratado de Schengen.

 

Data da viagem

 

Fomos entre 24/Ago e 05/Set de 2014. Não é uma boa época, conforme tantos nos avisaram. Fomos mesmo porque era o que dava pra fazer... O verão está em super auge e o calor de Atenas é realmente insuportável (não seja presunçoso como nós, achando que saiu do Brasil e qualquer calor é ok...rs). Como essa época é de férias na Europa, os preços costumam variar para cima, mais uma desvantagem.

 

Idioma

 

Não tenha medo do grego! Pode parecer muito difícil, mas para quem fala português as semelhanças logo aparecerão. Para se virar com mais facilidade, é bom aprender o alfabeto, pois nem todas as placas e avisos estarão traduzidas. Se você é matemático, engenheiro, físico ou transita em áreas afins, vai se dar bem: o som de cada letra grega é o seu nome. Quer ver só?

 

O nome da cidade que mencionamos anteriormente, Kalampaka, se escreve em grego assim: Καλαμπακα.

 

Pra ler você pega cada letra e vê o nome:

 

Κ - kappa

α - alfa

λ - lambda

α - alfa

μ - ni

π - pi

α - alfa

κ - kappa

α - alfa

 

Olha lá, Kalampaka, igualzinho. Decorar a tabelinha abaixo (ou levar de cola) pode facilitar.

 

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Atrações

 

Resolvemos dividir nossa estadia em três etapas: os monastérios de Meteora, Atenas e as ilhas. Muitas outras coisas nos interessavam, mas o tempo andava contado devido à estadia mais longa em alguns lugares dos balcãs (e a urgência de chegar à Rússia antes do inverno).

 

Meteora

 

A Grécia esteve em constante batalha contra invasores, fossem romanos, otomanos, persas... Buscando um pouco de paz, alguns monges resolveram se isolar nos pináculos de Meteora lá pelo séc. IX, morando nas reentrâncias das rochas. Séculos depois começaram a construir os monastérios, içando o material e permitindo a subida de poucas pessoas através de escadas, que eram baixadas apenas sob demanda.

 

O resultado foi a construção de mais de 20 monastérios, seis resistiram.

 

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O acesso pode ser feito por um tour ou por conta própria. Ônibus rodam entre o monastério principal, Meteoron, e a cidade de Kalampaka. Já entre os monastérios não há transporte, é necessário andar (alguns são próximos uns dos outros...) ou pegar um taxi. É possível também alugar uma scooter na cidade (se você tiver licença para dirigir).

 

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Uma boa fonte de horários atualizados para visitar os monastérios é o site Visit Meteora, pois em cada dia da semana um está fechado, então é necessário se programar de acordo caso esteja interessado em algum específico.

 

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Atenas

 

Bares, restaurantes, cinemas, festas, história e ruínas, muitas ruínas !! Tem muito para ver e fazer no lugar mais quente e abafado que fomos em toda viagem até o momento.

 

- A Acrópole é o ápice de uma visita à Atenas. Aliás, o nome também indica: em grego, acrópole quer dizer cidade construída no alto - e há várias acrópoles no mundo, mas esta é "A" Acrópole. O ingresso custa 12 euros e com ele você pode visitar todas as ruínas no morro da Acrópole de Atenas (o Parthenon, templos dedicados à deusa Atena, o balcão das cariátides - colunas em forma de mulheres -,  todos estes no topo, e atrações na parte baixa do morro, como o Teatro de Dionísio). O mesmo bilhete permite a entrada na Ágora, no Museu Arqueológico de Kerameikos e na Biblioteca de Hadrian, que estão em outras partes da cidade. Para detalhes atualizados dos descontos e dias gratuitos você pode acessar o site oficial aqui. Em geral, as atrações abrem de 8h às 17h. Chegamos às 8h à Acrópole e às 8h30 os visitantes do cruzeiros já estão no topo e ficar  superlotado! Irritado, fui embora e voltei no meio do horário do almoço, 12h30, para ver as atrações da parte baixa do morro. No  topo ainda parecia bem cheio, mas bem menos ruim do que de manhã. Só que é a hora de derreter também...

 

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- A Ágora não tem muitas explicações ou sinalização sobre as ruínas. Não fizemos, mas por este motivo acreditamos que pode ser interessante contratar um tour guiado. A região em seu redor tem vários bares e restaurantes, vale a caminhada.

 

- O Museu da Acrópole fica bem em frente a entrada principal da Acrópole. É mesmo imperdível e nós quase perdemos, deixamos pro último dia! Custa 5 euros (há várias possibilidades de gratuidade, inclusive para jornalistas). Confira os horários no site. Quando visitar, não se esqueça de que há "arqueologistas anfitriões" identificados com uniformes e dispostos a responder suas perguntas (em inglês) sobre a exposição de 9h às 17h. O museu foi financiado principalmente pelo governo britânico em forma de (quase) compensação pelas peças que estão no British Museum de Londres e que eles não querem devolver de jeito algum.

 

- Um programa que adoramos foi ir a um dos muitos cinemas ao ar livre na cidade. O Cine Paris foi nosso escolhido: é lindo! Do lado da tela você tem a vista incrível da Acrópole iluminada. Pegamos uma sessão de fim de tarde e vimos o sol baixar e as luzes se acenderem. A lista de opções cinematográficas e outras possibilidades da cidade pode ser acessada no Guia de Atenas.

 

- De uma tacada só é possível visitar a praça Syntagma, onde está o parlamento e o coração político da cidade, e a troca de guardas, que ocorre de hora em hora, quando o relógio marca 30min após hora certa, e o estádio Panathinaikos que tem mais de 2000 anos de existência.

 

- Por fim, um dos lugares, senão o lugar, que mais gostamos foi o templo de Poseidon, a 70km da cidade, de frente para o mar em Cabo Sunion. Fácil de chegar pegando o ônibus da Ktel no ponto do mapa abaixo.

 

[googlemap]https://www.google.com/maps/d/embed?mid=zk9uJhq3uqhI.kb-b1BU1_9jg[/googlemap]

 

Horários conforme a foto a seguir. Porém, fique atento porque há duas rotas: a cênica, e a sem graça (igual a que o Maps montou em cima...).

 

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As ilhas

 

A Grécia tem milhares de ilhas e escolher uma ou duas pra ir foi das tarefas mais difíceis na viagem. Primeiro, por indicações variadas das pessoas que encontrávamos e, depois, pela logística e preço.

 

As ilhas se dividem em alguns grupos com características diferentes de vegetação, clima, cultura e tipos de praias. Algumas matérias interessantes podem ser lidas no Telegraph e Lonely Planet.

 

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Nós decidimos investir nas Ciclades e acabamos em Naxos e Anafi. Com peso no coração, eliminei Amorgos pela dificuldade da logística de horários e dias das barcas. Mykonos, a ilha festeira, foi deixada de fora. Santorini é um hub de barcas no sul das Ciclades, muitas passam por ali e seguem para outros locais, como a que usamos para chegar em Anafi,  a vizinha menor.

 

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Amorgos

 

Ir pra Amorgos se resumiria a uma experiência cinematográfica. A ilha foi cenário do filme "The Big Blue" com o Jean Reno, e era um sonho de consumo. Terei que voltar para conferir...

 

https://www.youtube.com/embed/82onGmBx9ZM

 

Naxos

 

A ilha tem uma Hora (a cidade mais importante das ilhas é chamada assim) bem grande e várias praias, inclusive para prática de windsurf. A praia de Plaka foi nossa preferida com sua areia branca e mar transparente. Em qualquer lugar é possível alugar bicicletas, scooters, quadriciclos ou carros (motores apenas se você tiver licença para dirigir). A ilha é bem montanhosa, então para chegar ao lado leste é necessário um transporte que seja capaz de lidar com o sobe e desce. Não temos carteira de moto e apenas uma loja concordou em alugar, mas quando disse que seria para atravessar a ilha nos proibiram, perigoso demais! Achei que para não querer alugar o risco provavelmente era real e simplesmente pegamos um par de bikes e rodamos todas praias da costa oeste. Factível, mas cansativo: o vento não ajuda muito!

 

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Anafi

 

Que achado! A barca lotada me fazia imaginar a praia da minha ilha "deserta" já com música alta e gritaria... A cada ilha, o anúncio para que os passageiros se preparassem e apenas uns 10 ou 20 se mexiam. Ao ouvir "Santorini" uma multidão furiosa levantou, centenas de pessoas buscando suas malas. A ilha parece ser linda, com a clássica Hora de casas branquinhas iluminadas pelas cores do por do sol que se aproximava. Mas, junto com outros 30 passageiros, permanecemos e seguimos em direção à Anafi. O mesmo cenário nos aguardava lá :D

 

A ilha tem várias praias ao longo da costa sul. É possível ir caminhando pelas trilhas e experimentando uma por uma, ou alugar uma bicicleta/scooter/carro. Ao fim da estrada, um convento e uma super cansativa trilha ao topo, para encontrar uma pequena igreja com incrível vista da ilha.

 

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Acomodação

 

Trikala - Hostel Meteora

 

As acomodações em Kalampaka eram muito mais caras do que ficar em Trikala e ir até lá de ônibus ou trem. O Hostel Meteora ajuda com toda logística, mapas e simpatia.

 

Atenas - Usamos AirBnB

 

Os hostels em Atenas, mesmo "budget", são caros e tem notas medianas. Por isso não nos pareceram tão convidativos quanto alugar um quarto por 20 euros (para duas pessoas) num apartamento em que poderíamos usar cozinha, sala de estar, etc. A cidade tem um ar largado e até perigoso em alguns cantos, portanto é interessante preocupar-se em ler comentários prévios para saber se está se hospedando em uma boa região.

 

Naxos - Studios Alsos

 

Ficamos na Guesthouse Studios Alsos e foi ótimo. A localização é boa, pertinho do centro de Naxos e eles te buscam no porto e levam sem custo. Quarto privado ensuite por 20 euros. A família dona do negócio é simpática e qualquer coisa basta anotar no caderninho na portaria e rapidinho eles resolvem.

 

Opções mais baratas são os campings. Chegamos a considerar o Maragas, o Plaka Camping e o Naxos Camping.

 

Anafi

 

Poucas opções em sites de reserva, mas na realidade quase toda casa tem um cantinho para alugar. Ligamos para um hotel e ao chegarmos nos empurraram para a casa de uma senhora, que tinha, possivelmente , a varanda mais alta da ilha. Custou 25 euros por noite por um apartamento inteiro a nossa disposição. E o contato? Não tem! Tem que chegar lá e procurar a casinha que fica embaixo da igreja, no ponto mais alto da ilha!

 

Transporte

 

Andamos de ônibus, trem e barco na Grécia e juntamos os melhores lugares para consultar preços e horários possíveis a seguir.

 

Ônibus

 

Para ônibus a empresa Ktelestá por todo lado e o site deles é uma boa fonte de informação. No entanto, para "alegria" dos viajantes, eles dividiram o site na localidades. O link anterior por exemplo é o genérico e dali você encontra na seção "Information about all Ktel Companies" o link pra cada site! Pra achar ônibus originando em algum lugar você precisa encontrar o site adequado. Pra Trikala usávamos o Ktel Trikala, por exemplo.

 

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Trem

 

Queríamos usar trem para chegar a Atenas, e de lá para Istambul. Infelizmente o trem que corria direto até a cidade turca não circula mais. É necessária uma troca na fronteira ou, mais fácil, ir de ônibus diretamente.

 

Para Atenas a partir de Trikala, acessamos o site da ferrovia grega, OSE, e fiz de tudo pra conseguir comprar por lá, mas não foi eficiente. Pelo menos deu pra consultar os horários e preços... Um dos trens não envolvia troca, fomos nesse, o valor foi o do "Cost at issuing desk", 13 euros.

 

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Veja que na coluna WEB é possível ver que ainda tem 9 passagens promocionais a 9 euros. Li em alguns foruns que selecionando esse trem e percorrendo os vagões na tela seguinte deveria ser possível encontrar os assentos coloridos de acordo com o preço. Mostrei isso na estação e tentei convencer, mas não colou...Se você conseguir, me conte :D

 

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Obs.: a estação de Trikala fecha por 3 horas para o almoço, entre 12h e 15h. Longo, longo almoço...

 

Barcas

 

As barcas podem ser compradas diretamente nas lojas perto do porto de Piraeus, ficam espalhadas pelas ruas em volta do metrô. Você pode consultar o site uma a uma ou usar um agregador. Testei vários e percebi que alguns omitiam certas empresas!! O melhor que encontrei foi o Petas. A barca Atenas-Naxos, por exemplo, é só buscar assim:

 

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Observe que para achar a barca eu tive que colocar a origem como "Piraeus" que é o nome do porto em Atenas. Em geral os portos tem o nome das ilhas ou cidades, mas alguns não, segue uma listinha das exceções:

 

Porto de Piraeus em Atenas

Porto de Rafina em Atenas

Porto de Lavrio em Atenas

Porto de Chania em Creta

Porto de Heraklion em Creta

Porto de Rethymnon em Creta

Porto de Katapola em Amorgos

 

E caso prefira buscar site por site das companhias de ferry, pode usar essa lista como referência.

 

Atenção pois nem todas as barcas operam todos os dias, principalmente nos trajetos entre ilhas menores. Os maiores hubs são Naxos, Santorini, Piraeus... A partir desses lugares é mais fácil achar transporte para os outros lugares. Sendo assim, se a sua intenção é fazer um conjunto de ilhas fora do caminho mais comum, fique esperto pois poderá ter que esperar um par de dias pra conseguir seguir viagem.

 

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  • 2 meses depois...
  • 1 mês depois...
  • Membros

Fantástico seu roteiro e seus dicas são altamente valiosas! Sinto-me mais perdida agora, também vou fazer uma viagem sozinha à Grécia, saindo de Roma, ficarei do dia 24/08 ao dia 06/09!! Mas nunca fui a um lugar com informações tão confusas sobre transporte to com medo de me perder ou perder o transporte. Enfim...

 

Por esse site de ônibus eu consigo saber as linhas de ônibus que partem do aeroporto até o centro, e do centro até o porto? A maioria dos roteiro são para pessoas que alugam carro ou fazem tudo de taxi, e não queria gastar tanto, pelo menos em Atenas.

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