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Se existe uma palavra que define essa viagem para a Venezuela é EXTREMO. A praia mais bonita do mundo, a cachoeira mais alta do mundo, a montanha plana mais alta do mundo. A Venezuela é o extremo da beleza natural, o extremo da aventura selvagem, o extremo do cansaço físico e, infelizmente, o extremo da violência e da corrupção.

 

A viagem no total deu 23 dias e como há muito a ser dito, o relato será dividido em tópicos.

 

Resumo do roteiro:

20/12 – 21/12: Voo CFN – Caracas, pernoite em Maiquetia, translado Higuerote, voo LR

21/12 a 28/12: Los Roques

28/12: Retorno Los Roques, translado Higuerote

29/12: Voo Maiquetia-Puerto Ordaz, Voo Puerto Ordaz-Canaima, Passeios lagoa e cachoeiras no parque, pernoite no alojamento

30/12: Salto Angel e pernoite no redário

31/12: Voo Canaima-Puerto Ordaz, pernoite em Puerto Ordaz

01/01: Transporte Puerto Ordaz – Santa Elena de Uairén, pernoite em Santa Elena

02/01 a 07/01: Monte Roraima

08/01: Travessia fronteira e transporte até Boa Vista

08/01 a 10/01: Boa Vista

11/01: Voo Boa Vista - CFN

 

Meu namorado (Felipe) e eu, embarcamos em CFN dia 20/12 às 13:30h rumo a Caracas. Como fomos pela Copa airlines, fizemos conexão no Panamá, onde chegamos às 17:30h (hora local). No free shop do aeroporto do Panamá há basicamente eletrônicos, perfumes, óculos e roupas. Calçados só encontramos uma loja muito pequena e que com a conversão do dólar, não valia a pena comprar. Mas o que achei mais sensacional do free shop do Panamá foi a loja da National Geographic! É de pirar lá dentro!! ::otemo::

 

Saimos do Panamá às 21:46h e chegamos em Caracas às 00:40h – horário local (em relação à Brasília e ao horário de verão, Caracas é menos 2:30h).

Por causa do horário, o desembarque em Caracas já estava bem vazio. O Miguel Serrano já estava nos esperando na porta do desembarque com sua esposa e assim não fomos abordados por ninguém.

 

O MIGUEL SERRANO:

 

O Miguel é um venezuelano que trabalha como agente de turismo. Quando começamos a planejar a viagem (quase 6 meses antes), o nome do Miguel aparecia na maioria dos relatos e indicações no fórum dos Mochileiros e em um grupo do facebook sobre Los Roques (https://www.facebook.com/groups/losroques/). Começamos a trocar e-mails e whats com ele sobre passagens aéreas para Los Roques, transporte entre aeroportos, hotéis para pernoite em Caracas...

 

Já adiantando, todas as indicações e recomendações do cara são MUITO VÁLIDAS. Sério. O cara é um excelente profissional, muito confiável ( e pessoa mais desconfiada que eu tá pra nascer) e não te deixa na mão em nenhum momento. E se não fosse ele, nem metade das coisas que fizemos teriam dado certo.

 

Por mais que tentarei explicar, só vivenciando a situação política e econômica do país para entender a profundidade do que vou falar. Talvez a melhor forma de expressar a situação geral da Venezuela é: TÁ TUDO MUITO FUDIDO por lá (existe um tópico específico para isso mais embaixo).

 

Apesar de, obviamente, o Miguel incluir o valor dos serviços dele, valeu cada centavo que gastamos com ele. Primeiro por causa do dinheiro mesmo. O Bolívar forte (Bsf. - moeda da Venezuela) no câmbio oficial do governo é muito desvalorizado quando comparado com o câmbio negro. Existe um app pro celular (ou pode consultar no site tbm) chamado Dólar Today que é a base do valor do dólar no câmbio negro. Durante a viagem, em média, 1 dólar equivalia a aproximadamente 180Bsf no câmbio negro, enquanto no câmbio oficial 1 Usd valia cerca de 5 a 6 Bsf. Desde que comecei a acompanhar o valor do Bsf há cerca de 6 meses, a inflação do bolívar no câmbio negro aumentou mais de 100%. Então esse é um app importante de se ter para a viagem. Claro que vc nunca vai conseguir trocar exatamente o valor do dia que o Dólar Today dá, mas ele é uma boa maneira de se manter informado e não ser passado para trás.

 

Em Los Roques conseguimos o melhor câmbio (1Usd para 145Bsf) na farmácia da ilha. Em Santa Elena de Uairén, quando fomos para o Monte Roraima, estávamos conseguindo cerca de 1Usd para 120Bsf para notas grandes (por exemplo, se quiséssemos trocar 100 dólares, eles faziam o câmbio a 120Bsf. Mas se fosse pouco dinheiro, tipo 20Usd, eles faziam o câmbio a 70Bsf). Na fila da imigração na fronteira Brasil-Venezuela, ficamos sabendo que algumas pessoas conseguiram câmbio de até 195Bsf na Isla Margarita).

 

Resumindo: com essa discrepância entre o valor do Bsf no câmbio oficial e no câmbio negro, não valia a pena pagar nada com cartão de crédito, pois seria debitado o câmbio oficial. Tudo só valeria a pena se pagássemos com dinheiro vivo e convertendo pelo câmbio negro. Esse foi o primeiro grande motivo de termos fechado com o Miguel. Ele comprou nossas passagens aéreas para Los Roques, fechou nossa estadia em Los Roques, fez o transporte até o aeroporto de Higuerote e a garantiu a pernoite em Caracas. Pagamos ele somente quando chegamos lá. Isto é, tudo na base da confiança. Se não viajássemos, ele teria feito isso tudo e não veria o dinheiro. Também trocamos 100Usd com ele (com câmbio de 100Bsf) para termos dinheiro pra entrar na ilha (que só aceita Bsf para a entrada). E pagamos tudo para ele,inclusive a Pousada em LR. Quando chegamos na pousada, o pessoal já estava a nossa espera.

 

Outro motivo de ter fechado com o Miguel foi para termos o apoio de uma pessoa local. A Venezuela não está fácil e a segurança tem que ser prioridade absoluta. Quando chegamos no aeroporto de Caracas, ele e a esposa estavam nos esperando com uma plaquinha com o nome do Felipe bem no desembarque. Os dois super simpáticos, com o carro próprio, nos levaram para dormir em um Hotel (que não lembro o nome!), mas era ótimo, quase a beira mar. Nos buscaram na manhã seguinte, nos levaram até o aeroporto de Higuerote e praticamente só foram embora quando estávamos entrando no avião. Quando voltamos, a mesma coisa. Quando descemos do avião chegando de Los Roques, o Miguel já estava nos esperando.

 

A mala para Los Roques pode ser no máximo de 10Kg. Alguns quilinhos a mais até podem ir, mas vc paga o excesso de bagagem (que tem que ser paga em Bsf). Muitos quilos a mais não vão. Pq? O avião é um teco-teco de 8 ou até 20 lugares e que não aguenta carregar muito peso. Nossa bagagem excedeu uns 3Kg e não lembro exatamente quanto pagamos de excesso de bagagem, mas deu menos ao equivalente de 20 reais.

 

Mais uma vez graças ao Miguel! Como estávamos com muito peso pro Monte Roraima (barraca, sacos de dormir, roupas de frio...), ele ofereceu de deixarmos a parte da bagagem que não usaríamos em Los Roques na casa dele. Quando ele fosse nos buscar do regresso da ilha, passaríamos na casa dele para buscar nossas coisas antes de partir para outro destino.

 

O Miguel também oferece serviços turísticos para Canaima/Salto Angel. Após Los Roques e algumas mudanças de planos em nosso roteiro de viagem, fechamos com ele o passeio para Canaima/Salto Angel. Existe um esquema de corrupção monstruoso nos aeroportos e não estávamos conseguindo adiantar nosso voo para Puerto Ordaz e tbm não achamos passagens rodoviárias (em 3 ou 4 rodoviárias diferentes). Só conseguimos ir para Puerto Ordaz na data que gostaríamos por causa do Miguel. Ele e a esposa ficaram rodando conosco até de madrugada tentando trocar ou comprar passagens para Puerto Ordaz, arranjaram hotel de última hora...

 

Outra vantagem de ter fechado tudo antes com ele foi a garantia do nosso passeio. Nas altas temporadas, os voos lotam, as passagens esgotam. Da mesma forma, as pousadas na ilha. Então se o tempo está curto e vc não tem disponibilidade para ficar na cidade, caso não consiga passagens/hospedagem, não vale a pena arriscar. É melhor garantir no mínimo a passagem aérea para Los Roques com o Miguel. Em baixas temporadas eu até arriscaria tentar arranjar uma pousada na hora na ilha. Sai bem mais barato. Mas somente em baixíssimas temporadas. Do contrário, tbm não vale arriscar.

 

Existem várias pessoas que são agentes de turismo como o Miguel. Quando estávamos pesquisando e entrando em contato com várias pessoas, algumas delas, inclusive outros agentes de turismo venezuelanos, nos indicaram o seu contato. Assim, da minha parte e do Felipe, o Miguel tem a nossa total recomendação. Se voltarmos à Venezuela, especialmente Los Roques e Canaima, certamente entraremos em contato com ele novamente.

 

O e-mail dele é miguelserrano10@gmail.com

Whatsapp: +584141307231

Ele fala espanhol, mas entende bem português também.

 

LOS ROQUES – O paraíso

 

Não conheço outras praias no Caribe, mas pelas minhas pesquisas e todos os relatos que já li e ouvi, é unanimidade: Los Roques é o paraíso! Certamente voltarei naquele lugar!

 

Praias paradisíacas, com tons de azul que confundem com o céu, areia branca e fina e VAZIAS. Com exceção de um bar e a praça na Gran Roque (que é a ilha onde tem as as pousadas e o aeroporto), não há badalação. A maior parte dos turistas são casais ou famílias. Muitos, muitos estrangeiros.

Apenas duas empresas aéreas fazem o trecho para Los Roques: A Aerotuy e a Chapi Air.

 

Os voos da Aerotuy partem de Maiquetia (que é uma cidade metropolitana de Caracas e onde fica o aeroporto. É como se fosse o aeroporto de Confins em relação à BH). Essa empresa vende passagens pela internet, mas tem um histórico grande de atrasos. Quando estávamos fechando as passagens para Los Roques, a venda de passagens pela Aerotuy estava suspensa pelo governo exatamente pelo excesso de atrasos e cancelamentos. O voo é mais caro. Cerca de 160 dolares, mais imposto. O avião é um pouco maior (acho que deve ser pra uns 50 passageiros ou um pouco mais).

 

Os voos da Chapi Air partem de Higuerote, que é uma cidade que fica cerca de 2:30h de carro de Caracas com o trânsito livre. É bem longe, mas é mais garantido (desde que vc já tenha a garantia de passagem, como quando o Miguel comprou pra gente. Dependendo da época do ano, não há passagens, pois os voos lotam e esgotam). A empresa não vende passagens pela internet e custa cerca de 120 dolares, mais imposto (só pode ser pago em Bsf). O avião é um teco-teco de 8 a 20 lugares.

 

Fechamos com o Miguel a passagem para Los Roques com a Chapi Air (170Usd cada), a pernoite no Hotel em Maiquetia (Bsf 2.300 o casal), o translado ida e volta Caracas-Higuerote (90Usd cada), a Pousada Gremary em Los Roques com pensão média (35Usd cada a diária). Pegamos 7 diárias em LR. Trocamos ainda 100 dólares com o Miguel com o câmbio para 100, dando 10.000Bsf.

 

O volume de dinheiro é muito grande, então não adianta trocar muito dinheiro. Além de não saber onde por, o risco é maior de ser roubado. Além do mais, o limite de trânsito de dinheiro não declarado é o equivalente a 10.000Usd. Se a polícia te pegar com o dinheiro, além do crime de trocar dinheiro no câmbio negro, dependendo da quantidade de bolívar que trocar pode ultrapassar os 10 mil dólares (já que câmbio oficial é MUITO menor do que o câmbio negro). Ou ser roubado pela própria polícia, pois mais corruptos do que eles não há.

 

Los Roques é um conjunto de ilhas e quando o teco-teco começa a chegar perto, a imagem é absurdamente espetacular. Indescritível.

 

A Pousada Gremary (que fica bem na praça) é simples, mas tem uma boa infraestrutura. Os funcionários são muito simpáticos e a comida é muito boa. Parece que nenhuma pousada tem chuveiro quente (por mais luxuosa que seja, pois a ilha é movida a geradores. A energia cai toda hora e creio que se tivesse chuveiro elétrico, seria muito pior). A água também é escassa. A única coisa que é importante ter na sua pousada é: café da manhã e janta, wifi, uma cama confortável e, especialmente, ar condicionado no quarto. De resto, vc ficará na praia em outras ilhas o dia inteiro. Nas ilhas não tem nada pra comprar, salvo raras exceções em algumas ilhas. Então o lance é levar caixas térmicas (Cavas) com gelo e sua comida. As pousadas que oferecem pensão completa incluem esse serviço. Eles preparam a cava pra vc.

 

Nós optamos por pensão média, que incluía apenas o café da manhã e a janta. A cava nós mesmos montávamos. O Gregório (dono ou filho do dono da Pousada) nos emprestava uma cava. Nela levávamos água 2L, suco 1L, cerveja 6 latas, sanduíches da padaria, além do gelo e um biscoito doce na mochila. Pra gente era mais do que suficiente para um dia inteiro de praia. Essa nossa compra pra cava ficava em média uns 300 a 500Bsf por dia (que no câmbio a 145, dá cerca de 2 a 4usd). Financeiramente vale muito mais a pena comprar e montar sua própria cava. Se a pousada montar a cava pra vc no esquema de pensão completa, vc terá ainda mais conforto pela facilidade e praticidade, e maior variedade de comidas (macarrão, outros sanduíches, mini-saladas...), mas tbm pagará por isso.

 

Padaria, loja de gelo, cerveja e padaria são bem pertos uns dos outros. Pousada vc encontra de tudo que é jeito. Tem umas muito luxuosas de até 185usd a diária por pessoa. A maioria gira em torno de 85usd/pessoa/diária. Mas existem algumas mais simples, como a que ficamos ou outras mais simples ainda. Pagamos o valor de 35Usd a diária por pessoa pq fechamos com o Miguel e na alta temporada. Se conseguissemos fechar lá sairia bem mais barato, mas arriscaríamos não conseguir vagas. Na baixa temporada, ouvi falar de pousadas de até 10Usd a diária. Não sei quais são elas. E creio que a baixa temporada seja igual no Brasil: longe de feriados e férias escolares.

 

O que fazer em Los Roques? Cada dia ir em uma Ilha diferente. Cada uma tem suas características. Unanimidade é que a Cayo de água é a mais bonita. De fato. Fomos nela 2 vezes: no primeiro e no último dia.

 

Uma semana é tempo mais do que suficiente para conhecer as principais ilhas, onde existem barcos que vão para elas todos os dias (ou seja, as mais comerciais). Mas existem muitas outras ilhas não tão comerciais, mas que valem a pena demais serem visitadas. Mas conseguir barcos pra elas não é tão fácil. Os barcos geralmente são acertados pelas próprias pousadas. No nosso caso, conversávamos com o Gregório sobre qual passeio estava disponível para o dia ou falávamos qual ilha gostaríamos de ir. Ele por telefone logo arranjava o barco. O barqueiro nos buscava na pousada ou, geralmente, íamos até o píer e procurávamos algum responsável que já estava nos aguardando.

 

Tem 2 empresas de mergulho com cilindro. Se tem interesse em fazer, já procure elas logo quando chegar para ver a disponibilidade de passeios e fazer sua reserva. Não conseguimos e não tenho os nomes/contatos.

 

Fomos às ilhas Cayo de agua, Augustin, Carenero, Sarqui, Madresqui, Francisqui, Crasqui, Noronsqui, Espenqui, além da base Gran Roque. Dentre elas, Augustin é a única não comercial que conseguimos (ela é vazia. Só tinha eu e o Felipe e mais um casal da Aústria). Dizem que Boca de Sebastopol é incrível pra mergulho e snorkel, mas é menos comercial ainda, então não conseguimos. As que eu mais gostei foram Cayo de agua, Carenero e Augustin.

 

Levem máscara e snorkel. O aluguel é até barato, mas é muito mais prático e higiênico ter seu próprio equipamento. Vc os usará todos os dias.

Na farmácia havia acabado o repelente e havia pouco protetor solar. Há muitos pernilongos em Gran Roque. Então não se esqueça! É prudente levar remédios tbm. Não esqueça também os adaptadores para tomadas.

 

Se vc for na data de alguma festa grande, como no nosso caso o Natal, deixe para ir nas ilhas mais próximas no dia seguinte. Os barqueiros saem mais tarde pq enchem a cara com vontade. Mas foi bem interessante passar o Natal na ilha! Parece que a população é muito católica. Eles entupiram a igreja e todo mundo começou a cantar músicas ao redor do presépio bem ao estilo caribenho! Todo mundo empolgado, batendo palma, celebrando! Depois eles ligaram algumas caixas de som na praça e todos começaram a dançar músicas que fazem sucesso por lá. Até Show da Xuxa em espanhol rolou! Foi uma interação bonita de se ver! Pessoas de todas as partes do mundo dançando, sorrindo e divertindo juntas! :D

 

 

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Editado por Érica Munhoz
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A VENEZUELA – Um país em grave crise

 

Quando estávamos planejando a viagem e conversando com colegas de trabalho venezuelanos ou trocando informações com quem já foi, ficamos cientes do risco que estaríamos. Mas só chegando lá pra ver que o buraco é muito, mas MUITO mais embaixo do que imaginávamos.

Falar e conhecer um pouco sobre a crise política, econômica e social sobre a Venezuela é importante pra entender um pouco sobre as dificuldades que vc encontrará. Sempre viajei no estilo mochilão, sozinha ou não. E lá, pelo menos atualmente e vem piorando ao longo dos anos, é muito perigoso ir sem ajuda de agentes ou empresas de turismo.

 

Esse artigo eu li depois que voltei de lá e gostei muito dele pois retrata bem o que presenciamos por lá. Vale a pena ler: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2006

 

Também é interessante ler sobre a crise de produtos básicos. Já existem várias reportagens sobre esse tema. Dê uma procurada. Complementando as informações das reportagens com informações que obtivemos em conversas com vários nativos (ricos, classe média, pobres e índios), o cenário na Venezuela é muito triste e muito assustador.

 

A maior parte da população do país está concentrada na capital Caracas. E a maioria da população em todo o país ganha uma bolsa do governo (tipo a Bolsa Família). Acontece que lá já é nitidamente instalado uma coisa que vejo perigosamente aumentando no Brasil com pessoas que recebem esse tipo bolsa (e por favor não quero discutir sobre opiniões de programas e governos no Brasil): a acomodação.

 

O discurso geral das pessoas que conversamos (e não foram poucas!) é que as pessoas não querem trabalhar. Como ganham muitas coisas do governo, o dinheiro que recebem é relativamente suficiente para garantir a sobrevivência e não possuem a ambição de melhorar de vida. Resultado: as favelas e a violência geral aumentam muito.

 

Caracas tem muuuuitas favelas e gigantescas. Muitas possuem sistemas de milícias como no RJ. Andar em Caracas é muito perigoso, inclusive o aeroporto (que é bem menos, mas ainda assim tem que ficar muito esperto). Com essa coisa de tornar o país socialista, além de baixos preços do petróleo e inflação descontrolada, não existe dólares circulando no país. Assim, os turistas tornam-se o alvo preferido: primeiro pq tem dólar, segundo pq tem dólar em espécie (afinal não compensa levar cartão de crédito e pagar no câmbio oficial).

 

Casos de roubo, sequestro, estupro e até morte de turistas estão se tornando quase que diários, especialmente em Caracas. Muitos desses casos estão associados com pessoas turistando nos arredores de hotéis em que estão hospedados ou com táxis clandestinos em que fazem o assalto ou pré-combinam com os bandidos para simular assaltos. Então só pegue taxi do guiche oficial DENTRO do aeroporto.

 

E sei que vai ter gente que vai falar: “ah, mas qualquer centro urbano tem que ficar esperto”. Claro, mas tenha claro em mente que mesmo que não aja de maneira pra levantar suspeitas, certamente estará estampado na sua testa: sou turista. A violência não é uma violência de “dar bobeira” ou “pagar de turista”. Nós tivemos que refazer nossos planos de viagem lá por conta do risco. Não há dinheiro circulando no país e os turistas estão muito visados mesmo por causa de dólares. Los Roques, Canaima e Monte Roraima são seguros, qualquer outro lugar não. Logo quando voltamos de LR passou no noticiário que teve um arrastão em uma praia bem famosa na parte continental de mais ou menos uns 15 bandidos FORTEMENTE ARMADOS e roubaram cerca de 300 turistas, nativos ou não. Na semana anterior houve morte de turistas em que um taxista não oficial, além roubar, matou os caras. Ficamos sabendo de pelo menos uns 3 casos em que pessoas perderam tudo... enfim, a violência é grande e arma de fogo é encontrada em qualquer esquina.

 

Inclusive diferentes pessoas nos contaram que o próprio governo fornece armas para os traficantes para que eles instalem o medo na população de irem às ruas manifestarem contra o governo. E atualmente o presidente Maduro liberou o uso da força aramada pela polícia para conter a onda de manifestações. Praticamente todos estão insatisfeitos com o governo. A polícia e principalmente o exército, especialmente nas fronteiras, são comprados com o fornecimento gratuito e em grandes quantidades de gasolina (mesmo que a gasolina seja absurdamente barata – Aproximadamente R$1,00 enche um tanque de 40L de gasolina). Como ganham MUITO, MAS MUITO dinheiro com a venda de gasolina, é interessante para eles que o governo se mantenha no poder. Da mesma forma, quando começam ocorrer manifestações, os bandidos matam alguns civis para controlar a massa pelo medo, garantem o governo no poder, que por sua vez garante o fornecimento de armas, dinheiro e o não envolvimento da atuação da polícia. A polícia ganha com a extorção e propinas.

 

A polícia é muito corrupta, os pedidos de propina são na cara dura, o ar de superioridade é gigante (e eles conseguem tudo o que querem) e são bem sem eduação ou com mínimo de paciência para ajudar. Tudo lá é na base da propina. As rodoviárias e, principalmente os aeroportos possuem um sistema de corrupção CABULOSO. E apesar de não termos pagado nenhuma propina, vivenciamos diretamente isso e quase arruinou nossa viagem.

Há cartazes, pinturas, outdoor em TODO o país e em TODOS os lugares quase TODO o tempo com as imagens do Chaves e do Maduro (atual presidente), com frases sobre o socialismo, sobre o presidente e o quanto o governo “defende o povo”. Enquanto muitos estão na miséria e/ou enfrentando escassez de alimentos e dificuldades econômicas, os governantes e agentes do governo estão nadando no dinheiro. A presença e frequência de propagandas sobre o Maduro e o Chaves é tão grande que eu tive a sensação de regime autoritários, como na Coréia do Norte.

 

As estradas apesar de serem largas e o asfalto ser relativamente bom, não são bem sinalizadas e não se deve viajar a noite. Segundo relatos de nativos, bandidos costumam jogar objetos na pista para te obrigar a parar e eles realizam o assalto. Em Caracas, algumas saídas para as estradas são bem confusas e sem sinalização adequada. Então se for de carro, estude bastante o mapa e use um GPS.

 

Pra se ter uma ideia da crescente violência no país, até 2013 o governo exigia que o turista tivesse seguro de viagem com valor e coberturas mínimas para entrar na Venezuela. Apesar da violência só crescer, por questões jurídicas/diplomáticas, hoje o seguro de viagem não é mais exigido (confirmei essa informação em novembro de 2014 diretamente com o Consulado de São Paulo). Falando em documentos obrigatórios, o que eles exigem é o certificado internacional de vacinação contra a febre amarela. Acontece que NUNCA tem verificação/fiscalização, mas se vc der o azar de te pedirem e caso não tenha, terá problemas. Parece que essa obrigatoriedade ou não da vacina tem mudado muito ao longo do ano, ou os sites oficiais do Brasil e da Venezuela estão com informações divergentes, erradas ou atrasadas. Quando olhei no site da ANVISA em novembro de 2014, a vacina era exigida. Mas tem gente que afirma categoricamente que leu em fontes oficiais que não em outras épocas do ano. Na dúvida, vacine e tire o certificado. Vc só tem a ganhar: é rápido, de graça, vale pelo tempo da vacina (10 anos), alguns outros países exigem e verificam e tanto o Brasil, qto a Venezuela são países endêmicos. Essa região Norte da América do Sul então é uma área de grande risco.

 

Nosso plano inicial era sair de LR, alugar um carro e ir para a região do Parque Morrocoy, nas cidades de Chichiriviche e Tucacas. Apesar nem chegarmos a olhar carro para alugar, todos nos falaram que não conseguiríamos. Inclusive o Miguel antes mesmo de irmos pra Venezuela nos alertou sobre a falta de carros para alugar. O que acontece: comprar um carro novo hj na Venezuela é absurdamente caro. Muito mais do que no Brasil. Com a falta de dinheiro circulando e a proibição da instalação de algumas montadoras (principalmente norte americanas), não há a fabricação de carros no país. Tanto que as concessionárias não possuem nenhum carro na exposição. São comercializados poucos carros por mês, eles já têm destino certo e a venda, é claro, na base da propina. O valor da nota fiscal não é o valor real pago. Não sei valores exatos, mas vou citar um exemplo que nos foi dado. Imagine que a nota fiscal da venda do carro foi 300Usd, mas na verdade para comprá-lo vc pagou 1.500Usd. Carros novos e populares lá giram em torno de 30.000Usd. Resultado: além difícil comprar pela baixa disponibilizade, é absurdamente caro. A consequência é que as empresas de aluguel de carro não conseguem comprar carros novos para alugar e ninguém quer (ou creio eu, que eles mesmo nao alugam por conta do risco de acidentes) carros velhos. A quantidade de carros MUITO VELHOS é muito grande em todo país. Tem carro que vc não acredita ao ver que anda ou que pessoas têm coragem de viajar com aquilo. E se ele consumir muita gasolina não tem problema pq é um produto muito barato, então tbm o pessoal não tem interesse em trocar, aliado principalmente ao fato de ser muito caro. Peças para manutenção é muito caro e muito difícil de ser encontrado, já que todas têm que ser importadas. Assim, o roubo de carros para desmache e revenda de peças parece ser comum.

 

Dentre todos os absurdos que vemos e escutamos, o que mais tivemos contato foi com problemas em rodoviárias e aeroportos.

 

Há mais de uma rodoviária em Caracas: as privadas e uma pública. Todas são bem bagunçadas, mas a pública, claro, é a mais de todas. As rodoviárias privadas é como se uma ou poucas empresas se juntassem e abrissem uma rodoviária própria. Perrengues que passamos por lá com rodoviária foi quando queríamos ir a Puerto Ordaz. Nenhuma empresa, pelo que parece, vende passagem pela internet. Vc só compra diretamente no guichê. E detalhe: vc só compra pro dia. Não sei se o ano inteiro é assim, mas como fomos na época de festas de final de ano e a demanda é maior, eles não vendem passagem com antecedência para outros dias. Resultado: se vc quiser viajar, tem ir que ir pra fila cedo, mas muito cedo. Tipo, se há um ônibus saindo às 20h, vc tem que chegar na fila da rodoviária lá pela 4 – 6 horas da manhã e ainda assim não é garantia.

 

No aeroporto acho que é mais absurdo ainda. A maioria das empresas também só vendem passagens no guichê e as grandes cias, como Tam e Copa Airlines, só vendem em dólar por causa da inflação. Se você quiser comprar uma passagem pro mesmo dia ou para dias próximos, MESMO QUE HAJA VAGA nos voos, eles só vendem a passagem com propina. Isso vale para as grandes cias tbm caso vc compre no guichê.

 

Se vc conseguiu comprar a passagem, está com o boleto na mão e chegou dentro do horário, eles falam pra vc que chegou atrasado e que perdeu o voo. Mas se vc pagar propina, eles te embarcam e utilizam os boletos das pessoas “que perderam o voo”. Assim, para garantir seu boleto aéreo, voos nacionais ou internacionais vc tem que chegar com pelo menos horas de antecedência para embarcar tranquilamente. Esse esquema rola em TODOS os aeroportos. E a polícia não faz nada pq está dentro do esquema tbm. É absurdo e inconcebível. Não sei como as cias aéreas reagem a isso, acho que nada, afinal elas estão ganhando o dinheiro da venda normal das passagens do mesmo jeito, independente de propina que o pessoal do guichê cobra.

Vivenciamos isso. Quando voltamos de LR, dia 28/12, nosso objetivo era alugar um carro e ir pra Morrocoy. Mas mudamos de planos por conta do risco da violência lá e nas estradas, da dificuldade para o aluguel do carro e, apesar da beleza, quando comparado com LR, as praias e passeios seriam menos interessantes. Assim, optamos adiantar o nosso voo para Puerto Ordaz e ir para o Parque Canaima/Salto Angel. O Miguel havia conseguido com muita dificuldade um voo para Puerto Ordaz para o dia 01/01. Quando ele nos pegou no aeroporto em Higuerote voltando de LR conversamos com ele sobre nossa vontade de mudar os planos. Ele foi conosco até o aeroporto em Maiquetia (que é onde fica o aeroporto de Caracas). Esperamos durante umas 4 a 5 horas e não conseguimos adiantar o voo. Até conseguimos uma vaga, mas precisávamos de duas. O Miguel trabalhou muitos anos dentro do aeroporto, então tem alguns contatos lá dentro para facilitar e agilizar os processos.

 

Fechamos com ele um pacote em que o voo de Puerto Ordaz para Canaima saía no dia 29/01. Então obrigatoriamente deveríamos estar lá. Como não conseguimos adiantar o voo, tentamos conseguir vagas em ônibus nas rodoviárias para Puerto Ordaz, mas como chegamos mais de 20h, não conseguimos vagas para os ônibus que saíam às 22h (Caracas a Puerto Ordaz é umas 8 a 10 horas de viagem de busão).

 

O Miguel sugeriu então que tentássemos novamente no aerporto no dia 29/01 o primeiro voo, às 07:30h, nos arranjou um hotel de última hora e nos buscou às 4h da manhã para voltar ao aeroporto. Mesmo com os boletos na mão, pediram propina a ele para nos colocar no voo (que tinha várias vagas disponíveis) e ele recusou. Por sorte, chegou uma conhecida dele para atender, ele furou fila e foi até ela. Ela pediu pra esperar e se sobrasse vaga, nos encaixaria sem problema (primeiro eles vendiam o máximo de boletos dos desavisados que “perderam o voo”, se não vendessem tudo, eles encaixavam de última hora as pessoas que estavam na fila de espera tentando adiantar o voo – e não eram poucas).

 

Faltando 15 minutos para o voo, conseguimos despachar nossa bagagem. Saímos correndo desesperados para o avião, mas no final deu tempo. Fomos praticamente os últimos a embarcar, o portão já estava fechando. Assim, conseguimos adiantar nosso voo e não pagamos propina. Mas foi muito por pouco que não conseguimos e unicamente por mérito do Miguel.

 

E por isso mais uma vez eu reafirmo que quem for hoje, conte com o serviço de um agente de turismo. Claro que recomendo o Miguel. Ele fez de tudo para nos embarcar, seja de ônibus ou avião, e hospedar. Rodou de carro conosco até de madrugada. Se não fosse por ele, ficaríamos presos em Caracas até dia 01/01 ou até depois. Descobrimos que nada, absolutamente NADA abre no feriado do dia 01/01. Então fica mais uma dica.

Não tem posto de gasolina aberto, mesmo que vc tenha uma passagem comprada de ônibus rodoviário pro dia primeiro, os motoristas não trabalham, algumas cias aéreas não trabalham, é muito difícil encontrar comida... o país simplesmente para.

 

Dependendo do hotel que for pegar, é ideal fazer a reserva dele antes para garantir seu café da manhã ou outra alimentação que esteja inclusa por causa da escassez de alguns alimentos e produtos base. Por exemplo em Santa Elena, ficamos em uma pousada por um dia após o retorno do Monte Roraima. Como não reservamos nada, simplesmente fomos lá procurar por vaga, a diária incluía café da manhã e janta, mas eles não nos disponibilizaram. Como não reservamos, eles não compraram comida suficiente para armazernar. A comida era diária e somente para aqueles que haviam reservado para o hotel se programar. Como não ficaríamos mais do que uma noite, não tinha pq eles comprarem pra gente.

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CANAIMA E SALTO ANGEL – A melhor mudança de roteiro da história!

 

Nunca tive dúvidas que o Parque Canaima e o Salto Angel eram lindos. Só nunca poderia imaginar o qual fodástico foi! Top!

Seguindo as orientações do Miguel, que fechou o nosso voo eo pacote para Canaima, ao desembarcar no aeroporto de Puerto Ordaz procuramos a empresa Transmandu, que fica dentro do próprio aeroporto. Eles já estavam nos aguardando e devido aos imprevistos de transporte Caracas-Puerto Ordaz, já estávamos em cima da hora do voo Puerto Ordaz-Canaima.

 

O voo foi em outro teco-teco, porém um pouco maior (até 20 pessoas). Em Canaima, bem ao lado da pista do aeroporto, fizemos o pagamento e registro para entrada no Parque (200Bsf) e todos os turistas ficam concentrados em uma área esperando seus guias ou responsáveis chegarem com as caminhonetes para nos levar ao acampamento. Nesse lugar existem alguns artesanatos indígenas para venda e uma mini-lanchonete, que tinha uns refrigerantes e poucos salgados à venda.

 

A comunidade indígena é super organizada, bem como os alojamentos. Nos surpreendeu demais, pois nem sabíamos que teríamos isso. Acreditamos que íamos dormir em barracas.

 

Existem acampamentos bem luxuosos e acampamentos mais simples, como o Kavac, que é onde ficamos. O quarto era ótimo, limpo e super espaçoso. Só um pouco quente, pois não tinha ventilador, muito menos ar condicionado (quem tem isso é só acampamentos luxuosos). Mas durante a única noite que dormimos lá não nos atrapalhou em nada. Felipe e eu ficamos em um quarto sozinhos com cama de casal e uma cama de solteiro. O chuveiro é água fria.

 

 

Os cafés da manhã, almoço e janta estão incluídos no pacote. Chegamos no Parque mais ou menos na hora do almoço. Deixamos as coisas no quarto, almoçamos e saímos para os passeios no parque com o nosso grupo e o nosso guia, o Francesco. Ele é um índio local muito gente boa, mas mora e trabalha já há algum tempo em Puerto Ordaz. Quando ele entra de férias lá, viaja para Canaima para visitar sua comunidade e trabalhar como guia.

Nosso grupo era formado por 14 pessoas: uma família da Venezuela, mas que vive na Colômbia, uma Venezuelana, e um grupo de amigos que está viajando toda a América do Sul de carro há 6 meses. Esse grupo era misto, como homens e mulheres da Inglaterra, EUA, Nova Zelândia e Austrália.

Se quiser interagir com o povo, treine o inglês. A maioria esmagadora dos turistas que vão à Canaima são estrangeiros que falam inglês. O que menos se escuta por lá é o espanhol. Isso vale um pouco pro Monte Roraima também.

 

O passeio a tarde no parque inclui um passeio de canoa motorizada na Lagoa Canaima e algumas cachoeiras que desembocam na lagoa. São fantásticas! Algumas vc pode passar atrás da queda. Molha muito, então tem que proteger os equipamentos eletrônicos. A noite jantamos e dormimos no alojamento. No dia seguinte a saída para o Salto Angel é bem cedo. Vc toma café da manhã, arruma suas coisas para o Salto, guarda o resto da sua mala em uma sala especial (tem que desocupar o alojamento) e sai por volta das 07:30h.

 

Pega a canoa motorizada sobe o rio por cerca de 30 minutos, anda outros 30 min, pega novamente a canoa em outro ponto e encara mais umas 4 a 5 horas dentro dela. Na hora do almoço há uma parada de uns 20 min para comer e segue-se a viagem.

 

O rio tem muitas pedras, partes bem rasas que geram fortes corredeiras. Vc acha que a canoa não vai dar conta de subir, mas sobe! Jatos e banhos de água bem gelada na cara e no corpo são recorrentes. Então tem que proteger os esquipamentos eletrônicos e bolsas com roupas que serão usadas para pernoitar no redário.

 

O caminho é top! Paisagem maravilhosa! Os tepuys (que são as montanhas em forma de mesa) são absurdamente impressionantes!

Depois de quase 5 horas de barco, fazemos uma caminhada na mata amazônica fechada por quase 1:30h. A última meia hora é bem puxada, pois é só subida entre pedras e raízes e vc chega ao mirante do Salto Angel. Não existem palavras que descrevam aquela cachoeira! MA-RA-VI-LHO-SA!!!! Valeu todos os perrengues e cansaço de rodoviária/aeroporto que passamos em Caracas. Ficamos no mirante por uns 20 minutos admirando aquela belezura e depois fomos nadar em um poço acessível dela. A caminhada é mais uns 10 minutos e ficamos nadando por uns 30 minutos. A água é bem gelada, mas dá pra aguentar de boa.

 

Retornamos até o ponto de partida da caminhada (mais 1:30h), atravessamos o rio de canoa e fomos para o segundo alojamento, que era um redário. O que levar: repelente e protetor solar são indispensáveis para todo o caminho, roupa limpa, seca e quente para dormir. Há chuveiro para tomar banho, claro que com água muito gelada.

 

O redário da Kavac fica apenas sob um teto bem no meio da mata. Não tem paredes, então a noite pode fazer bastante frio, ainda mais se chover. Demos o azar de ter uma chuva bem forte a noite, o que fez muito frio durante a madrugada. Quase ninguém dormiu direito. Eles dão uma cobertinha para cada rede, mas pode não ser o suficiente. Se vc é friorento que nem eu, leve roupas boas para frio. Ninguém tinha termômetro para medir, mas certamente devia estar uns 18ºC. E cuidado com a sua coberta! Já li relatos nos mochileiros que alguns espertalhões pegam sua coberta quando vc não está por perto e ninguém está vendo!

 

De manhã, tomamos café e a saída foi às 7h. Por conta do horário, a água é mais gelada ainda. Então os jatos de água na cara ocasionais são de tirar o fôlego! Pegamos a canoa, descemos 3:30h de barco (pra descer todo santo ajuda!), 30 minutos de caminhada, mais uns 30 minutos de canoa de novo. Até que o caminhão chegou para nos buscar, era por volta de 10:30h e o nosso voo de volta a Puerto Ordaz era às 11h. Foi a conta de buscar o restante das bagagens e ir pro aeroporto na entrada do parque. Ainda tentamos adiar o nosso voo de novo pra passar o reveillon no parque, mas nao conseguimos. Além de não ter voos operando no dia 01/01, todos os voos são lotados. O fluxo do turismo lá é ENORME.

 

Para mais detalhes sobre os passeios no Parque Canaima e Salto Angel, vc pode ler tbm o relato da mochileira Vanilsa Potira (viagem-ao-salto-angel-e-outras-maravilhas-do-parque-nacional-canaima-t98901.html). Ficou bem legal o relato dela!

 

 

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MONTE RORAIMA – A saga:

 

Chegamos em Puerto Ordaz vindo de Canaima por volta de meio dia do dia 31/12. Praticamente tudo já estava fechado por conta do ano novo. Começamos a pedir informações sobre como ir para Santa Elena no dia 01/01. Todos que conversamos foram unânimes em dizer que não conseguiríamos passagens (aérea ou terrestre), pois mesmo que conseguíssemos os pilotos/motoristas não trabalham (mesmo que a passagem seja para o dia). O mais indicado seria fretar um táxi particular. Começamos a sondar e pesquisar preços.

 

Uma das pessoas que pedimos informação, coincidentemente, foi um brasileiro cearense e que mora na Venezuela desde criança. Ele é agente de turismo tbm e estava resolvendo um problema de um Chinês que perdeu o voo pra canaima, por isso não tinha ido embora ainda. O cara chama Álvaro (@Canaima3D2N) e vendo a nossa dificuldade de encontrar transporte e querendo ganhar um dinheirinho, nos ofereceu o transporte. Ele ia para Santa Elena de qualquer jeito, porém só no 05/01. E nós queríamos estar começar a subida no dia 02 ou no máximo dia 03/01. Ele conversou com a esposa (que estava no aeroporto esperando ele terminar de resolver com o chinês – que não falava inglês, muito menos espanhol!) e nos propôs de ir com eles. Ele nos levaria até um bom hotel em Puerto Ordaz (onde passamos o reveillon bebendo e ceiando com 2 hóspedes e 1 recepcionista! kkkk). Também nos encaixou em um grupo do roteiro de 6 dias/5 noite da Backpackers com tudo incluso (a mais famosa e recomendada empresa aqui no fórum). Pagamos um pouco mais caro, mas o custo benefício foi muito bom. Nos sentimos seguros com ele, não ficamos presos em Puerto Ordaz por falta de transporte no dia 01/01, tivemos uma boa cia e boas dicas durante as 8h de viagem de carro e garantimos a nossa subida para o Monte Roraima. Queríamos o pacote de 8 dias, mas obrigatoriamente deveríamos estar no aeroporto em Boa Vista no dia 10 a noite e os pacotes de 7 e 8 dias tinham saídas em dias que não nos atendia.

 

A estrada passa por dentro da Gran Sabana, outro parque nacional no qual o Monte Roraima está incluído. O parque é gigantesco e realmente é uma grande savana. Bem plana, muito quente, formado basicamente por mato seco, de pequeno a médio porte e alguns locais com cachoeiras. Ao longo do caminho e bem de longe vc visualiza os tepuys, inclusive o tepuy do Monte Roraima (E é emocionante!). Por lá é muito comum o passeio em grandes caravana e campings. E é muito cheio. Gasolina na Gran Sabana é um problema. Não há postos de gasolina e o caminho é muito longo. Então é comum ver os carros carregando galões e mais galões de gasolina na caçamba ou no teto dos carros e caminhonetes. Além disso, como no dia 01/01 nada funciona, a grande maioria dos postos de combustíveis estavam fechados. Antes de entrar na Gran Sabana, a cada cidade tínhamos que abastecer sempre que possível, nem que fosse 1 Litro para garantir. E depois da Gran Sabana tivemos que torcer para achar um posto aberto. Acabou dando tudo certo, mas tivemos que economizar, como por exemplo, não usando o ar condicionado (mas o carro do Álvaro bebia muito tbm).

Santa Elena de Uairén é a cidade que faz fronteira com o Brasil e cidade base das saídas das excurções para o Monte. A cidade é um lixo e, com a alta temporada, as hospedagens ficam bem cheias. A maioria dos hoteis são muito ruins, sujos, sem wifi, café da manhã e água quente. Custamos a arranjar um com wifi e, que por sorte, tinha água quente (bem meia boca, mas tinha): Hotel La Abuela. Fica na rua da Backpackers, uns 4 querteirões de lá. Não é um bom hotel, mas deu pra dormir e, dentre os que tinham vaga, era o melhor. Essa rua parece que é onde a maioria das empresas que oferecem pacotes para o Monte Roraima ficam.

 

Nas ruas de Santa Elena há vários cambistas para trocar dinheiro. Devido à alta temporada, eles estavam metendo a mão. Então se tiver a opção de trocar em outro lugar, talvez seja melhor. Em novembro, o câmbio estava R$1,00 para 50 ou 60 Bsf, e Usd1,00 para 150Bsf. Mas no período em que chagamos (primeira semana de janeiro), eles estavam trocando R$1,00 para 30Bsf e Usd1,00 para 100 ou 110 Bsf. Isso para notas altas e quantidades mais altas. Se fosse nota pequena ou valor pequeno (precisávamos trocar só 20 dólares), o câmbio diminuia mais ainda. Tipo, 1Usd para Bsf70,00.

Na manhã do dia 02/02, às 07h fomos para a Backpakers. Contratamos o serviço de um porteador para levar uma mochila, que coube as coisas de nós dois. Eles cobram cerca de R$300,00 por bagagem de até 15Kg. Como montamos uma mochila apenas para nós dois, pagamos apenas um porteador e rachamos o valor. No nosso pacote estava incluído o guia, café da manhã, almoço e janta e a barraca. Isolante e saco de dormir, vc leva o seu. Mas se não tiver, vc pode alugar com eles.

 

O porteador não leva a sua mochila. Vc coloca tudo em um saco plástico e ele leva esse saco junto com várias outras coisas que serão utilizadas, como barracas e comidas. Os caras carregam uns 30Kg ou mais! São alieníginas! Tenho certeza! Pq não tem condição a força e disposição que os caras têm. Inclusive tem muita mulher carregadora tbm. Uma coisa é certa: vale a pena demais pagar um porteador. A caminhada exige um esforço físico monumental e vc verá que R$300 é muito barato pelo serviço.

 

Não generalizando a empresa, mas 2 coisas que não gostei na Backpackers:

 

1 – Quando chegamos e fomos sair da Backpackers, o guia não foi apresentado/se apresentou e obtivemos poucas informações gerais, por exemplo, de como seriam as caminhadas, pq a saída estava atrasada e o caminho de carro até o ponto de partida da caminhada. O nosso guia, o Júnior, era até bonzinho, mas não dava muita informação ou explicação sobre o Monte. Durante as jantas que ele falava um pouco conosco e comunicava qual seria o horário de saída no dia seguinte. Uma boa coisa foi que ele pedia pra gente andar rápido, mas não botava pressão psicológica em ninguém. Pelo contrário, era paciente e e se preocupava com a nossa segurança, parando as vezes pelo caminho para o grupo se reunir um pouco e ninguém se perder em áreas mais complicadas (na nossa primeira noite no topo, uma mulher chegou DESESPERADA de madrugada pedindo ajuda, quase com hipotermia, pois o seu guia além de tê-la deixado para trás, ficou a humilhando durante o caminho pq ela não tinha força para subir rápido. Não sei de qual empresa era, mas foi muito tenso :shock: ).

 

2- Com exceção de um dos motoristas que nos buscou quando retornamos do monte, os outros dois que pegamos eram absolutamente idiotas no trânsito. Acredito que a maioria dos motoristas das empresas por lá têm direção agressiva, mas os caras que pegamos estavam muito sem noção. Fazendo ultrapassagens em locais com pouca visibilidade, correndo DEMAIS, fazendo curvas fechadas em altíssima velocidade, freiando de uma vez e em cima da hora, tirando fininho dos carros... E vc anda tipo em uma caçamba (não sei o nome) de caminhonetes/jipes. Não tem como segurar direito, todo mundo cai em cima um do outro. Péssimo. De asfalto andamos por quase 1hora, mais a estrada de chão (que tem muita erosão e buracos enormes) por uns 40 minutos. Vc sai de dentro do carro com o corpo todo doído.

 

Lá em cima é MUITO fácil perder do grupo. Então não recomendo ir sem guias. O parque informa que não pode subir sem guia, mas sempre tem alguns que fazem isso. Além da facilidade de perder, é muito fácil se machucar (e feio) escorregando em pedras (algumas são muito escorregadias) e o tempo lá em cima é muito instável quando há nuvens. Está tudo claro e quente, a nuvem pode chegar de repente, começar a fazer muito frio, chover e ventar muito. A experiência dos guias fazem toda a diferença, além disso eles possuem rádios para a comunicação com a base ou outros grupos para qualquer problema.

 

Nosso grupo era formado por 8 pessoas: um coreano do sul, um belga, um inglês que vive na Austrália, um colombiano que vive na Venezuela, dois venezuelanos e nós brasileiros. Além do guia, a sua namorada e os ajudantes e carregadores, eram todos índios da região.

 

A primeira coisa a se falar do Monte Roraima é: NÃO É FÁCIL. É EXTREMAMENTE DIFÍCIL. Eu estou muito acostumada com trekkings longos e foi a caminhada mais difícil que já fiz. Então esteja preparado fisicamente e emocionalmente. Se vc tem problemas de joelhos e coluna pense muito bem. Existem pacotes que o helicóptero te deixa lá em cima e busca, ou só te deixa e vc desce caminhando (apesar da descida ter sido muito pior na minha opinião). Mas prepare a grana preta!!! Não tenho ideia de quanto deve custar esses passeios, mas para comparação, o resgate de feridos é feito de helicóptero e a hora de voo é 2.500 dólares! \0/

 

A dica então é: ande com cuidado e atenção! Não se machuque!

 

Outra coisa, leve repelente e antialérgico. Lá tem uns mosquitinhos hematófagos MUITO chatos, vorazes e que a picada dói. Vi várias pessoas com alergia dele, coçando muito e bem empoladas. O calor é infernal, mas é aconselhável ir de calça. Alguns dias caminhei de bermuda e mesmo passando muito repelente, fiquei com as pernas completamente picadas.

 

Outra coisa: água para beber somente dos rios, banho tbm (e a água é estupidamente gelada). O xixi é feito no mato e o nº 2 tbm. Porém, as fezes devem ser feitas em um saco plástico para serem recolhidas e levada embora, afinal lá é uma área de conservação. No nosso caso, os guias montavam uma tenda com um banquinho como se fosse um assento sanitário em que vc encaixava a sacola. Terminado o serviço, vc jogava cal por cima, junto com o papel higiênico e deixava no canto da tenda. Um dos ajudantes reunia tudo e levava o nº 2 de todo o grupo! Algumas empresas/guias não fazem isso e vc mesmo que leva seu próprio saco. Ou algumas pessoas iam no mato mesmo deixava, literalmente, toda aquela merda lá. O resultado é que em vários locais existe fezes e papel higiênico sujos espalhados, atraindo muitas moscas e com um mau cheiro horrível. Então consciência galera! Se vc não quer carregar seu próprio cocozinho, seja responsável e contrate uma empresa que ofereça esse serviço.

 

A quantidade de lixo tbm espalhada é imensa. Durante a volta, vim recolhendo cada coisa que achei pelo caminho e enchi uma sacola. Todo turismo deve ser responsável, então não jogue nada, nem um palito, no chão ou no mato.

 

Durante a caminhada, cada dia tem suas dificuldades. A duração das caminhadas depende do ritmo que vai andar e do seu grupo. Nosso grupo andava muito rápido, os mais lentos eram eu e o Felipe, pois íamos com calma para não machucar e tirando fotos ao longo do caminho. Mas ainda assim, fizemos em um excelente tempo.

 

Não leve nada nas mãos, pois vc precisará delas livres em vários momentos, especialmente o 3º e 5º dia. Leve no máximo um bastão de trekking, mas apenas se tiver como guardá-lo nas costas em alguns momentos.

 

Leve meias extras para atravessar os rios, pois elas ajudam muito a não escorregar nas pedras.

 

Leve roupa de frio bem quente e adequada. Lá é MUITO, mas MUITO frio. Lá em cima, durante a noite acho que pegamos uns 5ºC, mas pode chegar a 0ºC. Nos acampamentos a temperatura deve girar em torno de uns 12-15ºC durante a noite.

 

1º dia: Sem sombra de dúvidas o primeiro é mais fácil. Fizemos em 4 horas de caminhada até o primeiro acampamento. A maior parte do caminho é plano ou com inclinações tranquilas. Que lembro, só no início que tem uma subida mais puxada.

 

2º dia: Para mim, foi o dia mais puxado da ida por conta do calor. Fizemos em 4h e meia de caminhada até o segundo acampamento. Há várias subidas bem inclinadas. O calor é de matar e coincidência ou não, os mosquitinhos hematófagos atacaram mais.

 

3º dia: A subida é muito, muito foda. Gastamos 3h e meia. Em alguns pontos, escalada, mas mesmo exigindo muito das pernas, achei mais tranquilo pq é mais fresco por causa das árvores e cachoeiras. Em alguns pontos será necessário capa de chuva pessoal e para a mochila. Deve-se tomar um cuidado gigante. Há muitas pedras soltas e precipícios. À medida que vc vai chegando no topo, já começa a ouvir os sapinhos pretos cantando (que é um sapinho endêmico de lá, isto é, o único lugar do mundo em que ele ocorre é lá em cima).

 

4º dia: Demos o azar de no nosso quarto dia uma grande nuvem ficar estacionada no topo o dia inteiro. Pegamos muita chuva e a paisagem só abriu um pouco quase 17h, quando parte do grupo subiu até no Maverick (que é o ponto mais alto). Ao longo do dia, fomos em algumas jacuzzis, vale dos cristais e la ventana (que obviamente não deu pra ver nada). Achamos vários sapinhos pretos lá em cima para a felicidade da bióloga aqui!! Por causa da nuvem, o tempo era muito instável. Começava a chover, ventar e fazer muito frio do nada. Então, leve uma blusinha de frio e capa de chuva para os passeios em uma mochila/sacola.

 

5º dia: Esse foi o dia mais extenuante para mim e para o Felipe. A exigência dos pés e das pernas foi absurda, além de ter que tomar muito mais cuidado do que na subida. Meus pés ficaram completamente tomados de bolhas de tanto “freiar o corpo”. O caminho de descida do 5º dia é a subida do 1º e 2º dia. Assim, vc sai do topo bem cedo, chega no segundo acampamento na hora do almoço, almoça rápido e continua a caminhada até o primeiro acampamento. Assim, foram quase 8h de caminhada. E realmente é preciso fazer 2 dias em 1, pq senão ninguém aguentaria descer em 3 dias por conta da dor no corpo. Ficamos realmente muito cansados e todos do grupo estavam com o corpo doendo demais. Durante a noite e a madrugada do 5º para o 6º dia, passei muito mal. Vomitei demais, muita dor abdominal e no corpo e cansaço absurdo. Foi realmente muito difícil.

 

6º dia: Equivale ao trecho do primeiro dia, ou seja, caminhada mais leve e 4 horas de duração. Mas como todo mundo estava com o corpo doendo tanto, a caminhada não foi tão fácil. O carro nos buscou mais ou menos na hora do almoço e na cidade comemos um frango assado muito gostoso.

Como estávamos muito cansados e eu passando muito mal ainda, resolvemos dormir em Santa Elena antes de ir para Boa Vista. Ficamos em uma pousada dos mesmos donos da Backpacker e ela era muito boa! Só não conseguimos café da manhã nela, pois chegamos de última hora e não tínhamos feito reserva com tempo hábil para eles comprarem alimentos (lembre que a Venezuela está com escassez de alimento e a comida é limitada).

 

Na manhã seguinte, tomamos um café em uma padaria e pegamos um táxi lotação até a fronteira. O taxista tentou nos cobrar bem mais caro do que o normal, mas recusamos e ele chegou a um preço razoável.

 

Na fronteira ficamos cerca de 1h e meia para carimbar a saída da Venezuela no passaporte. Existem duas filas: uma dentro do prédio para dar a entrada e saída somente de CARROS, e uma fila para entrada e saída de PESSOAS. Esta, fica fora do prédio e no sol, ao redor de uma espécie de trailer. Dali até a entrada no Brasil (Pacaraima) é 10 minutos a pé pela rodovia.

Chegando em Pacaraima, pegamos um táxi lotação para Boa Vista. A viagem demora cerca de 2:30h e não tem nada pelo caminho. O nosso taxista até chegou a parar em um lugar que tinha umas 3 lanchonetes/restaurante e banheiro. Mas é aquele comércio tipicamente de beira de estrada e praticamente só ele.

 

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Editado por Érica Munhoz
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BOA VISTA: a única capital do Brasil acima da linha do equador

 

Chegamos em Boa Vista no meio da tarde e fomos direto ao aeroporto para tentarmos adiantar o voo pela TAM, mas ficaria mais de mil reais de diferença para cada um. Assim, procuramos um hotel melhorzinho e fechamos 2 diárias e meia. O hotel (Uiramutan) tinha um ótimo café da manhã, ar condicionado, tv a cabo, piscina e banho quenteeeeeee!!!!! Para a nossa alegria! Além disso, super limpo e cama muito confortável. Além de um preço razoável entre os hotéis que cotamos e nos foram sugeridos.

 

Gostamos bastante de Boa Vista! Clima de tranquilidade e paz, pequena, pouco trânsito (óbvio que quando comparado com BH), lembra uma cidade do interior. Chega a noite muitas pessoas vão para a praça das águas brincar, dar uma volta ou ir para barzinhos. A cidade não tem muito ponto turísticos e a pé vc consegue com calma e em uma tarde conhecer todo o centro, principais monumentos e centro histórico. Mas prepara-se para o calor! É muito quente.

 

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Como estávamos absolutamente acabados fisicamente com o Monte Roraima, o hotel em Boa Vista foi nosso recarregador de baterias para ter pilha de viagem pro dia 11. Nosso voo foi às 03:30h, escala em Manaus, conexão em Guarulhos, pegamos um táxi e corremos pra Congonhas (o tempo tava muito curto pro ônibus da TAM, que só sai de 1 em 1 hora e tem fila quilométrica) e finalmente chegamos em BH, quase 15 horas depois.

 

Apesar de todos os problemas do país, principalmente sobre a corrupção nos aeroportos e a violência, recomendo demais a viagem para lá. Claro que auxiliado por um agente de viagens. Sairá mais caro? Óbvio, mas a vida e a segurança em primeiro lugar. Viagem é para se divertir e não criar mais problemas. Então planeje-se financeiramente para pagar um agente de turismo/empresa confiável.

 

A Venezuela tem belezas naturais únicas no mundo e devem, OBRIGATORIAMENTE, ser conhecidas! Tudo irá continuar lindo em outros locais, mas depois de conhecer LR, Canaima, Salto Angel e Monte Roraima, praias nunca mais serão as mesmas. As cachoeiras nunca mais serão as mesmas. As montanhas nunca mais serão as mesmas. Com tantas belezas naturais únicas no mundo, desafios incríveis e superação física e emocional... acredite meu amigo, vc também nunca mais será o mesmo! Vá! ::otemo::

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Parabéns pelo relato Érica Munhoz!!!

 

Irei para Los Roques no final de julho ficar 7 noites em uma viagem de lua de mel. Com certeza irei utilizar esse tópico para consultas.

Estou pesquisando bastante sobre o local também, vi em vários tópicos sobre o guia Jesus, ouviu falar algo dele?

Outra dúvida, e quanto aos frutos do mar? Comiam só nas jantas?

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Obrigada Lavor!

 

Esse Jesus é o Jimenez? Eu até vi o nome desse Jesus e de um José em alguns relatos aqui no fórum e no grupo de Los Roques do face. Além do Miguel, um sempre muito recomendado também é o Jimenez (que não lembro se o nome é José ou Jesus). Nós só não fechamos com ele (a diária de hospedagem com ele tava Usd 5,00 mais barata do que o Miguel) pq ele não vendiam os boletos aéreos e nos mandou procurar o Miguel. Assim, por uma questão de facilidade, fechamos tudo com o Miguel. Mas parece que esse Jesus é bem conhecido. Lá na pousada Gremary tinha um quadro ao lado da cozinha com o nome de alguns agentes (como o Miguel, José e Jesus) com informações sobre os hóspedes que eles enviaram. O nome de nenhum deles saía desse quadro. Sempre tinha algum hóspede enviado por algum deles. Então acho que deve ser um cara confiável tbm, mas não sei te dar maiores informações...

 

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Nas ilhas vc só como as coisas da cava, pois não comércios. Na ilha de Francisqui (se não me falha a memória) até tem um restaurante, mas nem chegamos a olhar. Mas bati uma foto do "cardápio":

 

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A comida nas pousadas é muito baseada em peixe ou ovo. Pelo menos na Gremary, diferentes peixes (ou diferentes formas de preparo) eram servidos todos os dias na janta. No café da manhã teve uma vez tbm. Saímos para comer lagosta somente 1 dia a noite em um restaurante italiano (e o mais romântico da ilha) que fica ao lado da igreja. Mas tem que reservar pelo menos com um dia de antecedência. No dia seguinte à lagosta voltamos ao mesmo barzinho para comer lula, mas como não havíamos reservado, além de não ter mesa disponível, a lula havia acabado. E justamente no dia em que fomos embora, a Gremary iria servir lula na janta. Mas dá uma olhada com a sua pousada se eles possuem um cardápio semanal e o que é servido.

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Parabens pelo relato Erica , eu e minha mulher acabamos de voltar da Venezuela totalmente desanimados com tudo que esta acontecendo por la em questao de governo , corrupçao , insegurança e medo , a parte boa fica ate de lado de tanta insegurança. Fomos de carro e entramos na venezuela por santa helena no dia 21 de janeiro e saimos dia 13 deste mes....fomos direto para puerto la cruz e fizemos o litoral inteiro ate guiria...passando por lugares lindos como parque nacional de mochima ,peninsula de araya e playa medina , na volta fomos para a isla de margarita , ilha totalmente comercial para brasileiros, o q nao curtimos, mas ja q estavamos la resolvemos ir.

Existem bases da guarda nacional a cada 1 kilometro na venezuela (modo de dizer) ... que sempre nos paravam pois nosso carro é brasileiro (puta encheçao de saco).

As filas pra entrar no posto de gasolina é ridicula e sao organizadas tbm pela guarda nacional , parece zona de guerra , filas kilometricas , triste de se ver ...assim como a farmacia , dia e noite com filas interminaveis em busca de coisas q eles nem sabem se tem.

Em 22 dias, fomos mira de olhares maldosos , foram raros o momento de tranquilidade.

Em isla margarita tudo mais caro por causa do turismo brasileiros, iamos ate Los Roques..mas nosso dinheiro acabou rapido em Isla margarita, pois so haviamos trocado 2 mil reais na fronteira (100 mil bolivares ). Ate na ilha anda tudo perigoso , fechei um carro sem querer e ele tentou me jogar pra fora da pista, nao feliz ele apontou uma arma pra mim, se eu nao tivesse freiado ele tinha atirado , concerteza.

Na volta para a gran sabana , fomos parados por uma base da guarda nacional , ja era rotina , porem desta vez eles vasculharam o carro inteiro ... e nos roubaram 4 mil bolivares , 50 reais , nosso gps, um carregador de iphone original e ainda tentou roubar nossos iphones..uma merda e um puta prejuizo !! Enfim ... estamos em boa vista dando um tempo da venezuela , pois iriamos fazer salto angel e monte roraima , mas estamos sem forças pra voltar la ... quinta estamos indo pra guiana conhecer o parque nacional e depois voltaremos com energias novas , para poder fazer monte roraima e salto angel.

Mas que fique a dica , a venezuela ta extremamente perigosa , mas pelos policiais do que pelas pessoas rs

  • 1 mês depois...
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Oi Erica!!!!Legal seu passeio!!!!Tô louco para ir...Mas só para Salto Angel e o Monte Roraima.Será que pode me ajudar?Vou em julho e queria contratar todos os passeios lá...o que acha?É melhor pagar em real,dolar ou bolivar?Valeu!!!!

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