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O deserto mais alto e mais árido e a maior planície de sal do mundo, com 10.582 quilômetros quadrados, são conceitos mais que suficientes para despertar o interesse de qualquer mochileiro, tanto é que estes destinos comumente aparecem ocupando cerca de uma semana em roteiros com um total de 15 a 25 dias passando por Bolívia, Peru e Chile, mas, combinados, o deserto e o salar justificam facilmente uma viagem inteira!

 

Estive por lá (na verdade estivemos = 2 pessoas) em dezembro de 2013, durante 18 dias, e escrevo abaixo opiniões e dicas pra quem quer conhecer a fundo essa região tão singular do planeta! Quem quiser ler o relato completo acesse a guia "Mochilão" do blog da Terra Média Trekking - http://www.tmtrekking.wordpress.com

 

Importante: antes de continuar lendo é bom saber que trocamos dinheiro na seguinte cotação: R$ 1,00 = C$ 228,00

 

- Como cheguei no Atacama:

 

Sai da Argentina: embora não tão utilizada, foi a forma de deslocamento que escolhi por que acabou sendo a mais barata. Fomos de avião até Salta (Argentina) e, de lá, seguimos de ônibus durante 10 horas (noite) até San Pedro de Atacama. Pra quem for até o deserto dessa forma, vale a pena ficar um dia em Salta e conhecer o Museu de Arqueologia de Alta Montaña, onde encontram-se expostas as três múmias de crianças Incas encontradas no topo do vulcão Llullaillaco (localizado no Atacama). Além disso, a viagem de ônibus de volta (Atacama -> Salta) é feita durante o dia e, de dentro do veículo, dá pra tirar umas fotos legais da Quebrada de Humahuaca (Jujyu – Arg), portanto, é uma viagem desgastante, mas turística ao mesmo tempo. Quem faz o trajeto de ônibus é a empresa Andesmar, na época paguei AR$ 475,00 (só ida).

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- Onde fiquei hospedado:

 

São várias as opções de hospedagem em San Pedro. Fiquei no Hostel Casa Adobe (C$ 18.000,0 = aprox. R$ 80,00 o quarto privado pra casal + banheiros e cozinha coletivos). O lugar é limpo, localizado na calle Domingo Atienza (próximo da rua principal) e, na época, foi o mais barato que encontrei, portanto, recomendo! Aliás, conheci no próprio hostel três guias turísticos que “moravam” ali durante a temporada, logo, é possível concluir, no mínimo, que o custo benefício do lugar é bom.

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- O que fazer?

 

Na hora de planejar seu roteiro, leve em consideração algo muito importante, a altitude! San Pedro de Atacama está localizada numa altitude de aprox. 2.430 m.s.n.m., enquanto alguns passeios chegam perto dos 5.000 m.s.n.m. Essa diferença na altitude (e consequentemente na disponibilidade de oxigênio) de uma forma mais ou menos intensa vai afetar seu rendimento, podendo em alguns casos resultar em sérias dores de cabeça e, consequentemente, acabar com seu passeio. Para minimizar esse efeito a aclimatação é fator fundamental, isto é, ir “subindo” aos poucos, portanto, sugiro um roteiro na seguinte ordem:

 

- Valle de la Luna e Valle de la Muerte: passeio cuja altitude máxima é similar a San Pedro de Atacama (2500 m.s.n.m.) por estas duas paisagens de areia, argila e sal moldados pela ação da água e do vento. O tour começa sempre no período da tarde (16:00 horas), dura umas quatro horas e termina com uma vista espetacular do pôr-do-sol. Custos: C$ 10.000,00 + C$ 2.000,00 para entrar no Valle de le Luna.

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- Passeio de Bike: ótimo pra aclimatação pois, além da altitude similar a San Pedro, ainda trabalha a parte aeróbica do organismo. Peguei as recomendações em um tópico aqui do Mochileiros ( http://www.mochileiros.com/deserto-do-atacama-de-bicicleta-t30805.html). De bike durante um único dia é possível conhecer as ruínas de Pukará de Quitor (ocupadas antigamente por povos atacameños e incas – de cima das ruínas dá pra fazer umas fotos panorâmicas da região), a Cueva del Diablo (caverna criada pela ação vento, onde há uma espécie de “portal” esculpido por mão humana) e a Quebrada del Diablo (um canyon/estrada natural incrível de se conhecer pedalando). Quem tiver mais perna pode seguir até Catarpe (outras ruínas, mas não tão legais quanto Quitor). Custos: 3.000,00 o alugel de cada bike + C$ 2.500,00 a entrada em Pukará de Quitor.

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- Laguna Cejar + Ojos del Salar + Laguna Tebinquiche: outro passeio com altitude igual a de San Pedro ( 2.300 m.s.n.m.), onde tem-se a experiência única de “boiar” na laguna Cejar, onde a concentração de sal é tão alta que você não afunda. Depois disso a van segue até os Ojos del Salar, que consistem em dois “buracos” redondinhos cujas origens são controversas (nesses buracos tem água doce e pode tomar banho pra tirar o sal excedente da laguna cejar) e, por fim, segue até a laguna Tebinquiche, onde se assiste um baita pôr-do-sol tomando pisco e comendo salgadinho (por isso o tour sempre é feito no período da tarde, as 16:00 horas). Custo: C$ 12.000,00 + C$ 2.000,00 a entrada na Laguna Cejar + C$ 2.000,00 a entrada na Laguna Tebinquiche.

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- Lagunas Altiplânicas: aqui a altitude já ultrapassa os 4000 m.s.n.m. Nesse passeio (que começa umas 09:00 horas e dura quase o dia inteiro), além das belas lagunas Miñiques e Miscanti, conhecemos a Laguna Chaxa (que fica no salar de atacama – 3200 m.s.n.m.), onde dá pra fazer umas fotos legais de flamingos, e os povoados de Socaire e Toconao, cada um com uma igreja antiga. Custos: C$ 28.000,00 + C$ 2.500,00 de entrada na Laguna Chaxa.

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- Geysers del Tatio: gêisers são fontes termais que entram em erupção periodicamente, lançando uma coluna de água e vapor e outros gases (como o enxofre, deixando um característico cheiro de ovo podre); sua formação requer condições bem específicas, portanto, são razoavelmente raros, o que torna esse passeio único. Ah, e segundo o guia, quanto mais frio, mais alto são os jatos d’água, por isso o passeio começa cedo, saindo de San Pedro as 05:00 horas (dura o dia inteiro) e indo até a região de El Tatio, numa altitude de 4300 m.s.n.m., e quem tiver afim pode curtir um banho de águas termais nos gêisers. Na volta ainda paramos no povoado de Machuca onde um menino (aquele da foto, com o cachorro nos braços) estava de férias da escola e vendendo plantas e ervas da região pra ajudar na renda da família; o gurizão era muito querido e nos deu uma verdadeira aula sobre biomedicida… Na hora eu não tinha nada em mãos e, pra ajudar, comprei uns pacotinhos de folhas, mas sugiro que quer for pra lá em dezembro, leva um chocolatinho junto pra dar pro garoto, ele é muito gente fina! Custos: C$ 14.000,00 + C$ 2.500,00 de entrada.

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- Salar de Tara: localizado numa altitude de 4800 m.s.n.m., na minha opinião foi o lugar mais bonito que visitamos no atacama. O passeio também começa as 07:00 horas e dura o dia inteiro. Boa parte do trajeto é feito fora da estrada e no meio das pedras (é um sacode sem fim na topic), mas as formações rochosas (como os monjes de la pacana) são incríveis e o salar, nem se fala… chegando no salar ainda rola um almoço, mas não se empolgue, comi umas saladas e frango (não sei se era a fome, mas eu curti). Custos: C$ 35.000,00.

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Na cidade: o Museo Arqueológico R.P. Gustavo Le Paige é ótimo, contando a história dos povos antigos que habitavam a região (atacameños, incas, etc…) até a chegada dos espanhóis, com uma quantidade de objetos (cerâmica, roupas, armas, objetos de caça) impressionante! E na entrada do museu tá o famoso “solmáforo” pra fazer uma foto. A entrada custa C$ 2.500,00 e vale cada centavo! Acabei não visitando o Museo del Meteorito, mas ouvi ótimas recomendações. A noite, o Tour Astronômico (com bastante informação científica) também vale a pena!

 

- Trekking no Atacama: muito bem, agora que tu já estás aclimatado, por que não tentar subir algum dos muitos vulcões da região? Esse foi o objetivo principal do meu mochilão, o grande problema é que os vulcões estão relativamente longe de San Pedro e não há transporte público pra estes locais, ou seja, fiquei dependendo das agências de turismo que cobram o olho da cara pra te levar até lá (mais caro que os passeios “convencionais”). Nesse caso, tive que reduzir meus planos e acabei indo somente até o Cerro Toco e o vulcão Lascar. Pra não deixar o tópico mais extenso, deixei informações detalhadas sobre estas duas montanhas e mais algumas no blog: https://tmtrekking.wordpress.com/mochilao/chile-e-bolivia-do-deserto-do-atacama-ao-salar-do-uyuni/

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- Salar do Uyuni:

 

O salar dispensa apresentações, por isso, vou me focar somente em alguns detalhes do passeio. O passeios é feito em veículos 4×4, com um total de seis passageiros; no primeiro dia você cruzará a “Reserva Nacional de Fauna Andina Eduardo Avaroa”, onde vai ver mais lagunas e o famoso “arból de piedra”, finalizando num hostel com quarto coletivo para seis pessoas e um banheiro extremamente sujo (pelo menos no dia em que estive lá); no segundo dia mais lagunas e terminará dormindo no hotel de sal, que é uma experiência legal (quem tiver perna pode sair do hotel e dar uma baita caminhada até chegar na borda do salar e fazer aquelas fotos legais onde céu e a fina camada de água sobre o sal se fundem numa única imagem). É no terceiro dia que você anda sobre o salar mesmo, visitando a Isla Incahuasi (no meio do salar e cheia de cactus gigantes); nesse mesmo dia visitamos a “Necropolis e Moseu Kawsay Wasi” no povoado de San Juan del Rosario, onde são expostas algumas ossadas humanas de povos antigos; o povoado de Uyuni e o cemitério de trens de lá (que achei bem sem graça). Não lembro onde dormimos nesse dia, porque foi um caos (deu problema no motor do carro, a gente deu azar de não pegar a água sobre o salar e ficar sem aquelas fotos sem horizonte definido e por aí vai, mas mesmo assim valeu e recomendo o passeio. No dia seguinte é só a volta pro Atacama. Custos: C$ 210.00,00 (tour) + Bs$ 150 a entrada na reserva de fauna andina + Bs$ 30 a entrada nas necropolis de Kawsay (não lembro a cotação que peguei os “bolivianos”).

 

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Resumidamente, é isso que recomendo...Pra ler o relato completo com todas as fotos e algumas informações adicionais acesse a guia "Mochilão" no meu blog www.tmtrekking.wordpress.com

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