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Usuários Mais Ativos no Tópico

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Acompanhando Isabelli, não suma...

Agora em abril, irei fazer Bolívia, Chile e Peru...

Aguardo a sua "raiva" referente ao Atacama...

Tbm aguardo o restante dos valores atualizados... Please!!!

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Isa, seu relato é um dos mais irados que eu já li na minha vida.

 

É divertido, bem escrito e bem ilustrado.

 

Cara, você deveria fazer isso profissionalmente!

 

Parabéns pela viagem iradassa que você fez!

 

Tô indo com a minha mulher agora dia 30/03 e suas experiências ajudaram pacaraiii!

 

::otemo::

  • 2 meses depois...
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Chegamos ao deserto. Êta calor da miséria! Tava com saudades de sair sem casaco, mas nem tanto. O trâmite na fronteira pra sair da Bolívia é rápido: carimba e entra na van - se não tiver fila. Esqueci até de colocar no post anterior (já atualizei na parte de custos), mas carimbamos nossa saída da Bolívia na cidadezinha de Uyuni, antes do tour. Pagamos 15 BOL, sem fila. Eles colocam a sua data de saída pro último dia de tour e chegando na fronteira é só entrar na van. Os bolivianos costumam cobrar por coisas que não devem ser cobradas, infelizmente.

 

Escutamos gente que pagou mais na fronteira e também conhecemos um casal que carimbou sem pagar absolutamente nada. Não tem regra, se você tem cara de tabacudo, paga (eu acho). O caminho até a fronteira chilena é ostentação de asfalto novo. Pra quem veio das estradas da Bolívia, feels like heaven! Daí paramos o carro e descemos para o trâmite, era muita gente e nem todo mundo coube na sombra. Deve ter sido uns 15 minutos fritando até a fila andar e o carinha carimbar o passaporte de entrada, daí você passa a mochila no raio-x e volta pra van. Mais uns 10 minutinhos e a van deixa todo mundo no centro ou no terminal de SPA, como preferirem. O casal de russos já tinha hotel reservado e nos despedimos no centro, mas o peruano e a brasileira foram pro terminal rumo a Arequipa e combinamos de nos ver por lá, claro. Guia local free? <3

 

Daí vem uma enxurrada de galera oferecer hotel/hostel. Não fizemos reservas pra nada antes da viagem pq não tínhamos uma data certa de chegada e saída. Quando sabíamos certinho, dois dias antes, fazíamos as reservas do Wild Rover (La Paz, Cusco e Arequipa) pq sempre enxe os quartos baratos. Na rua, de mochila nas costas e com um calor de 40º, chegaram a nos oferecer quartos de 8 mil a 12 mil pesos a diária. NÃO, GENTEEE, QUE É ISSO, EU NÃO SOU GRINGAAA!

Achei uó a abordagem inicial hahaha

Daí um carinha insistiu na gente, falou que o mínimo que iríamos conseguir era 9 mil e eu já fui começando a pegar ar. Primeiro que o cara tinha uma pinta de playboy uó, segundo que ele falava como se a gente não soubesse de nada (inocente). Daí um outro cara surgiu e disse que poderia ajudar, que tinha uma agência e Dilla aceitou acompanhar eles até o tal lugar. Tudo cmg querendo chutar o pâncreas dela, óbvio. Onde já se viu, ir numa agência de turismo fechar hostel? Na minha cabeça ninguém faz nada de graça nesse negócio de turismo, mas qnd ela começou a entender minha relutância já era tarde, estávamos a caminho. Ele percebeu que eu tava bem cética, o outro cara saiu de cena e ele se desculpou pela abordagem do coleguinha dizendo que ia ligar pra uns hostels pra evitar que a gente fosse caminhando de porta em porta atrás de uma vaga. Depois de ligar pra dois hostels com dormitório e sem vagas ele lembrou da existência de um hostel-salvação. Primeiro disse: "eu acho que é um pouco alternativo pra vocês..."

"BICHO, TU TÁ DUVIDANDO DA MINHA ROOTZCIDADE?" O cidadão olhou meio desconfiado e eu realmente achei que a gente tivesse indo pra woodstock. Um exageiro, diga-se de passagem.

Tinha vaga por 7 mil pesos. Esse. Amamos. Queremos. E ainda mandaram um carro pegar a gente lá. Deus existe e é Chileno.

No final das contas ele de fato ajudou e não recebeu nada em troca, vejam que bonito. Aí chegou o carro daqueles com a mala aberta e um motorista de sessenta e nove anos super mal humorado (mais a frente vcs entenderão pq eu sei a idade dele). Parou, disse pra gente colocar as mochilas atrás do carro num espanhol "pra-dentro" e não deu nem o impulso amigo do mochileiro pra subir a bagagem! Continuou sentadinho de cara feia. Foi calado até lá, meio emburrado, pegando altos buracos, levantando altas poeiras e eu comecei a desconfiar se Deus era chinelo. Chegamos a Casa del Sol Nasciente.

 

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Sem impulso pra descer o mochilão também, claro, mas com uma recepção mais calorosa. A dona do hostel nos colocou pra dentro logo dizendo que ali era uma casa de família (não com o tom "se comportem como mocinhas", tava mais pra vibe "todo mundo se ama") e pedindo desculpas pq o quarto de 7 mil que ela tinha oferecido no telefone estava ocupado... Só tinha o de 6 mil... DEUS É CHILENO E ARRASA! Nos mostrou o quarto com quatro beliches e disse pra acertarmos o check-in depois de um banho. O astral do lugar era ótimo.

Não tinha muito o que conhecer, o hostel era de fato uma casa que foi transformada naquilo por destino. Tinha um pseudo-bar com garrafas velhas, móveis velhos, cozinha com fogão e geladeira velhos, panelas faltando braço, a sala com sofá e cadeiras empoeirados. Na verdade tudo ficava empoeirado, inclusive a gente depois de 10 min. As vezes batia uma ventania louca e eu entendi que não adiantaria limpar (e ninguém tava nem aí pra isso mesmo). O quintal era um camping e estava bem cheio, esqueci de perguntar o preço. Três banheiros com chuveiro de água morna, melhor que o padrão-deserto-uyuni. Fomos felizes ali por 6 mil pesos a diária.

O calor de dia amolecia qualquer um, gente. E não tinha um ventilador, nem na sala nem no quarto. Não foi um problema pra dormir pq a noite esfriava.

Apesar de cansadas e com muita moleza de sair, nos arrastamos atrás de comida. O próprio carinha da agência, qnd viu que a gente tinha topado o hostel, indicou um lugar pra gente almoçar barato. Os restaurantes no Atacama cobram de 4 mil pra cima o menu completo. O prato principal deve sair em torno de 3 mil, mas nada se compara aos 2 mil pesos que pagamos para almoçar todos os dias muaaahahahah. Confesso que fui um pouco tensa, achei que iríamos encontrar um bocado de chola fazendo cholice de embrulhar o estômago, mas a surpresa foi muito boa. Parecia comida de mãe, finalmente. Um prato de arroz, frango assado ou carne e salada de cenoura/beterraba/tomate. Que felicidade!

São vária tendas com banners da coca-cola, uma colada na outra, que oferecem esse almocinho principalmente aos trabalhadores locais e hippies de plantão. Cadeiras e mesas de plástico, chão batido e cachorro no pé pedindo comida. Super indico, deixem pra provar e gastar com a culinária peruana se for pra Lima (ou até em Santiago). Comemos em duas tendas diferentes que foram aprovadas no controle de qualidade. Se joguem! Tudo no Atacama é mais caro que em qualquer outro ponto de parada que fizemos (muitas saudades do almoço de 15 BOL em santa cruz :S).

O café da manhã e o jantar preparávamos no hostel pq tinha cozinha. Nos mercadinhos você encontra pão, manteiga, queijo, etc, mas as frutas estavam um pouquinho caras. Assim como a água, claro! haha

Vale a pena entrar com calma em mais de um, os preços variavam absurdamente de uma esquina pra outra. Mercadinho na rua principal (caracoles) nem pensar. Comprei um picolé e só não me arrependi pq Bruno Gagliasso surgiu na minha frente, lindo, maravilhoso e com meio metro de altura (pra minha decepção). É que na semana que chegamos tava rolando uma maratona de brasileiros no deserto e ele tava lá com a esposa pagando de gatinho atlético. Era verde e amarelo pra todo lado. Eu não entendi a instiga da galera de correr no lugar menos umido do mundo... Mas arrasaram.

 

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Mas vamos ao que interessa... BOM DIA, MINHA QUERIDA, QUANTO TÁ O TOUR?

Foi assim que entramos em umas três agências, se não me engano. Muito mais confortável que caminhar na rua Florida em Buenos Aires com um mói de promotor te abraçando. No máximo tem alguém em pé na frente dando bom dia, achei tão lindo. Simpatizamos com a colombiana da agência Pacha Mama. Muito tranquila e didática, nos vendeu três tour: Piedras Rojas, Salar de Tara e Laguna Cejar. O único que deixamos de fazer lá foi o Vale de La Luna, uma aventura à parte. Diferentes agências vendem o mesmo passeio, então não vai fazer diferença escolher entre uma ou outra nesse esquema. Pechinche e pesquise. Elas só se encarregam de vender o passeio, outra empresa é responsável pelo tour efetivamente (guia, carro) e isso é FODA! Se tem uma coisa que enxe meu saco é tour com muita gente... Eles atolam 20-30 pessoas num microônibus, atrasa um - atrasa tudo, ninguém interage pq o grupo é imenso e parece uma excursão escolar (sem ser divertido), sempre tem um que perde a hora tirando fotinha ou você mesmo tá lá querendo arriar a lombra na paisagem e o cara chega com um apito apressando a vibe.

 

Paisagens maravilhosas que perdem um pouco do encanto quando tem aquela aglomeração barulhenta e pau de selfie pra todo lado. Não me entendam mal, eu amo foto (foram mais de 4 mil), mas esse turismo de "pacote", tira foto e vaza, é deveras superficial. Pegamos guias ótimos, com formação acadêmica e experiência de anos com informações valiosas e boa parte da galera nem aí. Não sejam desses! hahaha

 

E a lua? PQP, QUE LUA INCRÍVEL! Não fizemos o tour astronômico pq tudo fica muito claro, mas a vista de qualquer lugar ficava um charme com ela lá em cima super cheia. Em algum momento passou pela nossa cabeça fazer o tour ao Vale de la Luna alugando uma bike e indo por conta própria, por isso não fechamos nada com a agência (insira sua risada aqui, né?). No hostel conhecemos um israelense que tinha programado com mais dois amigos e nos convidou. Esse bicho cochilou na rodoviária e levaram a mochila dele com todo o dinheiro e documentos. Tava lá, liso e indigente, esperando os amigos chegarem pra trazer dinheiro. Inicialmente topamos, mas com o passar do dia no deserto percebemos que seria uma missão escrota do cacete. Calorzão, poeira fina na cara e nos óculos, subidas e descidas... Os outros dois amigos do menino desistiram, nos desmotivando ainda mais, e a nossa última opção era sair com o tour do hostel. Melhor escolha que fizemos!!! Se você não é atleta, não vale o esforço hahaha. O israelense queria sair as 3h da tarde, era fato que a gente ia passar mal no meio do caminho, sem preparo físico nem equipamento. Tem que sair cedo pra não se lascar com as condições climáticas e voltar com o sol ainda lá em cima pra não correr riscos no caminho (sem iluminação). Com o tour vc sai a tardinha e pega um pôr do sol maravilhoso no final, pra gente valeu super.

Passamos por altas galeras no caminho e agradecemos a Jah pela escolha que fizemos. Chegar no Vale é rápido, sem muitos obstáculos. Porém, passear por lá exige mais. Como estávamos num grupo pequeno e com um guia LOUCO, aproveitamos demais esse lugar. Outras pessoas que conhecemos pelo caminho acharam sem graça, mas a experiência de cada um é única e depende muito de boas companhias. Lindo é, viu?

 

VALLE DE LA LUNA

 

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Sabe aquele senhorzinho escroto que foi nos buscar de carro pra levar no hostel?(vou inserir o nome dele assim que Dilla me lembrar)

Essa criatura estava o dia inteiro no hostel enxendo o saco de geral pra fazerem o Vale de La Luna com ele. Eu já tava indignadíssima, já tava abusada, já tinha decidido não fazer tour nenhum com ele. Mas depois de desistir do aluguel das bikes ele era nossa última alternativa para não perder o dia no Atacama. E tava mais barato que na agência mesmo, como ele insistia em dizer. Pegamos as duas últimas vagas no carro, todos navegantes eram do hostel também: cinco chilenos, um koreano, dois franceses e nós duas. Até então não tínhamos interagido com ninguém, foi uma excelente oportunidade para quebrar o gelo. O nosso guia já entrou no carro agoniado, falando um espanhol difícil de entender até pros chilenos de Valparaíso, o que logo virou motivo de piada.

A primeira parada foi num mercadinho pra enxer o cooler de cerveja. Ele disse que quem quisesse comprar pra tomar assistindo o pôr do sol, seria ótimo, e é claro que fizemos isso. A forma de falar dele era impagável! Grosso, cheio de palavrão, xingava os meninos quando demoravam pra voltar, gritava pra gente não pular na beira de precipícios (essa foi cmg )...

 

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Contava a história desde o pedaço de pano até o pedaço de pedra. Na real eu me pergunto até que ponto tudo aquilo era verdade, mas olha, foi divertido. O circuito do vale de la luna é mapeado, inclusive eles entregam o "tour" impresso na entrada. Primeiro conhecemos um pequeno museu com as formações de pedra, sal e areia organizadas e etiquetadas para quem quiser saber um pouco mais sobre a região mais árida do planeta (não sei se é a mais, mas é pra carai haha). Não tem vida, não tem umidade, tome sangue no nariz. As formações geológicas realmente nos remete à superfície lunar, o que pode ser observado logo na segunda parada.

Subimos no carro até a entrada das cavernas, o Cânion das Cuervas de Sal. Vamos entrando, emburacando e subindo até chegar no topo e dar de cara com o vulcão Licancabur. A vista é incrível, mas excepcional mesmo foi a gente lá no breu (expressão utilizada para indicar blackout, escuridão, ausência de iluminação).

 

Nosso guia mandou todo mundo apagar as lanternas e se concentrar pra escutar o coração da caverna. Calamos a boca por no máximo 5 segundos, até que um outro guia trazendo um mói de gringo se aproximou berrando alguma explicação, morgando a nossa vibe. Tome esculhambação pro cara calar a boca, mas não deu certo. Seguimos o passeio sem escutar a bendita caverna. As passagens são bem apertadas, em alguns pontos é preciso se arrastar, deitar, pular... Um pouco claustrofóbico pra quem tem noia. Dica: leve lanterna e não leve mochila.

 

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Passamos direto das Três Marias, que inclusive só tem duas agora. Uma carreata de gente, parecia micareta, muitos flashs e pouco atrativo. Exploramos um pouco mais ao redor aqueles cenários lindos, privilégio de um grupo reduzido. Fizemos uma pequena trilha no deserto até um ponto mais alto pra observar aquela imensidão por um tempinho razoável e depois paartimos para o pôr do sol no último ponto de parada. As cervejas já estavam geladas e inclusive o nosso guia/motorista tomou duas latinhas pra tornar ainda mais emocionante o final do passeio. Parecia um tiozão que faz vergonha e traz alegria pro passeio com a família. Olha, eu não sei se faz sentido, mas ficamos todos rapidamente bêbados. Muito mais rápido que o normal. E aí já éramos melhores amigos, o koreano já desenrolava espanhol, já tínhamos casa em Valparaíso e em Santiago, etc. Encontramos o casal de russos no meio da risadagem e eles ficaram levemente preocupados com o alegria do condutor. A mulher me abraçou como se fosse a última vez, e o pior é que foi mesmo. Mas a fatalidade não foi acidental, ficamos vivas e estamos aqui com essa história pra contar. Nosso guia era o maior instigado em linha reta da américa latina. A história dele (a parte que eu me lembro) era a seguinte: falava espanhol, português, francês, inglês e outra língua que eu não lembro.

 

Trabalhava como guia há muitos anos, inclusive muitos desses no Brasil recepcionando gringos no Rio. Daí que ele sabia o bom e velho "vai tomar no cu", o "vai te fuder", o "seu otário" e outras cositas más. Foi terminando a lata de cerveja e arriando com a cara de geral, contando que tava no auge do sucesso com 69 anos (com direito a piadinha da posição sexual) muito bem vividos em várias partes do mundo. Trabalhava, se cansava e partia. Lá no Atacama ele ficaria por mais um mês ou dois juntando uma grana pra seguir viagem. E eu achando que ele era só um coroa que ia enxer o saco e falar merda :)

Assistimos aquele pôr do sol massa com a lua cheiona do outro lado, tomando Escudo e aprendendo um pouco da vida com esse grupo doido. E a volta, com pouca luminosidade e o motorista calibrado de duas latinhas foi executada com sucesso. Ainda paramos pra buscar outras cervejas e continuar a socialização no hostel.

 

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Essa noite foi incrível. Provamos Piscola (pisco com coca) chilena, apesar dos peruanos brigarem pela patente. É uma disputa real, mas acho que os peruanos se doem mais. Em Cusco encontramos vários quadros decorando bares e cartazes com os dizeres: "El Pisco és peruano" HAHA. Particularmente, eu acho que o pisco é peruano mesmo. Me apaixonei pelo pisco suor (se pronuncia sáuer). Mas chegaremos nesse tópico, o que importa agora é: ficamos bêbadas no Atacama. Meu espanhol inexistente se tornou fluente com meu amigo chileno que queria aprender português. Ensinei da melhor forma: cantando nação zumbi. Esse dia foi foda:

 

Mais gente chegou, mais bebidas chegaram e todo mundo queria falar o que? PORTUGUÊS! Fomos as rainhas do camarote. O dono do hostel se juntou, contou uma parte da vida, alguma coisa que não lembro... A pauta era Brasil, sempre. E o quanto tá caro viajar pra lá. Temos um continente a disposição, parece que os gringos valorizam mais que os brazucas no fim das contas, mas não vou entrar nesse mérito agora. O mochileiros tá aqui pra mostrar que tem muita gente desbravando o território nacional, boto fé :)

Deu meia noite e tivemos que recolher os cacos, essa era a regra do hostel. Afinal, quem não participava da bagunça tinha que dormir. Alguns instigaram pra festinha clandestina, mas a gente tava satisfeita. Partiu caminha, não poderíamos desperdiçar diárias com ressaca. Essas festas rolavam sempre e não são tão escondidas assim, se não me engano era 2.000 CLP pra chegar lá.

 

PIEDRAS ROJAS

 

Bueno! Acordamos super cedo pra esperar o carro. Eles vão buscar no hostel quando o passeio começa muito cedo, nesse caso as 7h. Um pouco tímidos no início, os brasileiros foram se revelando com o passar do tempo e o aumentar da fome: éramos 7 dessa vez. Esse é um dos passeios mais caros, dura o dia todo, talvez por isso o público era menos lost. Achávamos que ia ser careta, mas que nada! Reencontramos a Sabrina, com aquele sotaque mineirinho encantador. Nos conhecemos no hotel de sal, em Uyuni, e lá estávamos nós no mesmo destino novamente. Conhecemos a Paula que viajava sozinha até conhecer os outros dois brasileiros que eu esqueci o nome, mas que eram massa! Tinha mais um casal paulistano e um outro brasileiro viajando sozinho.

Pessoal de papo bom, com experiências de viagens completamente diferentes, outras referências e outro ritmo. O grupo todo interagiu bem, inclusive as duas chilenas que entendiam português (E UMA DELAS ERA A CARA DE DEBBIE MORGAN, A IRMÃ DE DEXTER, TENHO RAIVA ATÉ HOJE PQ NÃO FIZ UMA SELFIE PRAETERNIZAR O MOMENTO), mas a alemã ficou na dela a maior parte do tempo. Ela falava pouco inglês e entendia um pouco de espanhol. Bicha, eu até tentei, mas era foda. haha.

Nosso guia era super simpático e tinha afeição pelo diminutivo das palavras em português. Ele amava dizer tudo com "inho" e repetia sempre com aquele tom de gringo "olha que boniTINHO", "isso é muito fofINHO"... Fora que a trilha sonora fez todo sentido durante o tour. Eu respeito pessoas que sabem escolher trilhas sonoras. Tipo Pink Floyd quando tá todo mundo de bucho cheio do café da manhã, apenas calado, admirando a paisagem que corria cada vez mais linda pela janela.

Até que surgiu nossa primeira vicuña, imponente no meio da pista. Coisa linda! Ele desacelerou até parar poucos metros antes dela. A bicha posou pra foto, depois saiu caminhando like a diva pro acostamento, onde parou novamente para mais clicks desesperados PQ ERA MINHA PRIMEIRA VICUÑA e, ao contrário das lhamas que são domesticadas, essa espécie é selvagem. O que implica no seguinte: dificilmente nos aproximaríamos de uma. As alpacas tb sãosuper assustadas, vc vai chegando devagarzinho e elas vão saindo de fininho...

 

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Primeira parada: Salar do Atacama. Lá descobrimos que os flamingos são rosinhas pq comem micro camarões. Fiquei lá agachada, tentando enxergar eles na piscininha. Mas foi que nem estrela cadente, disse que vi pra entrar no grupo e não ser a loser. Caminhamos pra lá e pra cá com nosso guia e humildes equipamentos, quando chega um grupo de chineses e suas nikons com lentes de um metro e meio, passando na cara o cartão de 1TB de memória pra clicar os piolhos dos flamingos. Sério, malditos asiáticos. Expressão desconhecida pela brasileira com descendência japonesa que fazia o tour com a gente. Tive que explicar que a expressão, longe de ser depreciativa, resume o recalque da internet inteira pelas habilidades dos olhinhos puxados.

 

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Na estrada novamente, passamos por um monte de priminho itch *.*

"Para, moço! Precisamos de registros". E ele nem contestou, encostou o carro essa e outras vezes que pedimos, um amorzINHO. Esse dia ficamos encantadas com a estrada, completamente vazia. Cena de filme mesmo, asfalto recém pintado.

 

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O carro chefe do passeio, as pedras vermelhas, no fim das contas não estavam vermelhas. PEEEON! hahahhaha

As pedras do outro lado eram bem mais interesantes. Não tinha nenhum outro grupo quando chegamos e nosso guia não tinha pressa, que combinação perfeita. O cenário pedia um momento de contemplação, as fotos a seguir condizem com a realidade: uma pintura.

A paisagem era um quadro 360º. A gente tá tão acostumado com esse tipo de cenário no cinema que se deparar com isso ao vivo nos remete primeiramente à uma grande projeção.

 

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Esse passeio inclui as lagunas altiplânicas, que optamos por não entrar por motivos de: chega de laguna. São lindas e maravilhosas, mas sabe quando a vista já tá anestesiada? Só se vc veio do Uyuni pra nos entender!

Chega uma hora que é tudo parecido, de verdade. Sem contar que pagava mais 2500 pra entrar, Dilla tava mal com a mistura ressaca + altitude, eu tb dei sinais de falha... Chegamos a 4.200m e ficamos esperando lá na entrada até o povo voltar comendo um biscoitinho pra aguentar até o almoço. Esse tava incluso no passeio, assim como o café da manhã, e foi ótimo. Ainda teve menu vegetariano invejável pra quem tava na carninha de lhama. Tudo foi muito bem programado nesse tour, adoramos. Não pretendo voltar ao Atacama tão cedo, mas se bater a vontade, com certeza vou alugar um carro pra fazer esses passeios. A estrada é muito boa, bem sinalizada, não tem mistério. Na volta ainda paramos numa cidadezinha antes de São Pedro pra conhecer, tipo interior. E enfim chegamos a Casa del Sol Nasciente, mortas. Mas essa noite guardava surpresas: os israelenses estavam no nosso quarto.

 

Round 01: Chegar da festa clandestina bêbado fazendo barulho no quarto. Acender luz, conversar merda, fazer piada com o coleguinha da cama ao lado... TUDO ISSO NAQUELA LÍNGUA AMEDRONTADORA. Sério, parece que vão começar uma guerra toda vez que uma conversa é iniciada. Eu não me abusei tanto pq tenho o sono pesado, mas Dilla demorou a voltar a sonhar. Mas isso não foi o suficiente!

Round 02: Acordar com uma rádio ISRAELITA em alto e bom som no celular de um dos sujeitos. Dessa eu escapei total pelo sono pesado, mas Dilla acordou pra lançar o olhar matador que acabou com aquela transmissão bizarra. Onde está a nocão dessas pessoas? ME AJUDE A NÃO DETESTAR AS PESSOAS, SE AJUDEM.

Acordei com uma cortina de papel higiênico na minha cama, pq o rapazinho que dormia em cima não guardou na mochilinha e chegou bêbado o suficiente pra derrubar o rolo.

Round 03: Vou pular logo pro dia seguinte pra narrativa não ser cortada, aquele que eu dormi cedo pra acordar cedo pro Salar de Tara E os filhos da puta insistiram em incomodar novamente. Insistiram em entrar e sair o tempo todo do quarto, deixando a porta aberta pro barulho todo nos acordar. Levantei, se não me engano, 4 vezes pra fechar a porta, até que na quinta eu precisei dar uma de russa e dizer, mais educadamente que minha vontade interna real, pra fecharem a porra da porta. Não era um doende que tava levantando e puxando o rabo a cada entra e sai. QUE ÓDIO, E ELE AINDA TENTOU PUXAR CONVERSA, SER MEU AMIGO, VÁ SE FUDER MEU QUERIDO.

Round 04: Eu e minha mentalidade de adulta que tem um espacinho pra guardar rancor, acordamos derrubando a lata de desodorante com toda força no chão. Em seguida mexemos em todos os sacos plásticos disponíveis, batemos a poeira da botinha no chão, deixamos a porta aberta enquanto preparávamos o café da manhã, calmamente. Saímos para o tour com Dilla me segurando preu não sacodir as camas. "É demais amiga, pare".

Esse foi o último dia deles lá, infelizmente. Pq eu tinha mais pra eles! QUE ÓDIO. Respira... Vamo falar de coisa boa.

 

[CONTINUA EM ALGUNS MINUTOS RS]

  • Colaboradores
Postado (editado)

LAGUNA CEJAR

 

O tour sai da agência mesmo, num micro ônibus atolado de gente. Já critiquei esse formato no começo do relato, mas esse é um dos passeios mais baratos, tivemos sorte com o Vale de la luna e o tour doideira pq geralmente é no mesmo esquema. Reza a lenda que os preços das entradas das Lagunas vão subir consideravelmente esse ano, isso foi confirmado pela nossa guia sob a justificativa de que o fluxo de gente era muito grande e estava modificando o ecosistema. Isso fez muito sentido quando eu desci do ônibus com 20 pessoas e me deparei com um piscinão de Ramos. Boa Viagem na década de 90, sem tubarões. Apenas gente para caralho! Daí vc imagina o povo com protetor solar, óleo, coisas que entram na água e ficam.

A guia nos deixou no lugar menos crowdiado e disse: não pulem. Era exatamente o que eu ia fazer, bicha.

Mas daí eu entendi que os 80% de sal não só faziam todo mundo boiar pra sempre, como tb faziam arder pra cacete qlqr cortezinho ou queimadura que vc tivesse (Dilla com sua queimadura de sol nas pernas que o diga). Pegando no olho então, era bem de leve o incômodo (só que não). Vi gringo dar um flecheiro e permanecer por alguns segundos sorrindo antes de sair com a mão nos olhos "MY EYES, MY EYES".

Ainda criando coragem na beira, assistimos ao desfile de pó das pessoas saindo da água. Não demorava muito pra o sal aparecer na sua pele, pq num instante a água sumia. Era uma coisa linda! Ok, já sabemos dos prós e contras, 3, 2, 1... Que água gelada do cacete.

Mas nos acostumamos. Quem já esteve em Goiás, na Chapada dos Veadeiros, passa por isso numa boa, pode botar fé.

Nos divertimos muito com a impossibilidade de mergulhar por uns 15 minutos. E aí pensamos, "tá bom né? vamos tomar um banho de água doce logo, antes que o pessoal resolva ir tb e fique muito cheio..." que morte horrível!

Uma fila do carai pra tomar um banho de bica EXTREMAMENTE GELADO E NA SOMBRA. Foi tipo tortura: uma fila em cada bica, acho que eram 4, quanto mais se aproximava da minha vez, mais pingos batiam na pele quente recém saída do sol do deserto. E não podia enganar o banhozinho, o sal grudado no corpo denunciava. Era preciso pelo menos esfregar um pouquinho todas as partes do seu corpo que mergulharam. No meu caso só escapou a cabeça.

Daí tinha vestiário do lado pra trocar de roupa e depois ainda sobrou um tempinho pra caminhar nos arredores.

 

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Nos atrasamos por causa de um casal que perdeu a hora, claro. Entraram no ônibus recém saídos da laguna, nem banho tomaram, os dois cobertos de sal. Fiquei com muita agonia HAHA, mas na parada seguinte tb dava pra tomar banho: os Ojos del Salar. Dois buracos com água docee e muitas teorias a respeito da sua origem. Uns dizem que foi meteorito, outros ET's... As pessoas pulavam desse caminhãozinho, dava uma aflição:

 

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Já estávamos satisfeitas, tomadas banho, apenas admiramos e circulamos por ali, onde encontramos essa magnífica Kombi com esse lindo casal sentado com as portas abertas. Estavam ali observando o movimento, trocando olhares até que eu cheguei com minha cara lisa pedindo pra eternizar esse momento. Uma pena que não peguei o contato pra mandar essa foto, eles deram uma risada tão boa com a minha abordagem.

 

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Seguimos o passeio de ônibus com uma aula da nossa guia - não me perdôo por não ter anotado nomes, até à laguna Tebinquiche. Esse foi o pico do pôr do sol, onde tivemos batatinha, salaminho e Pisco Sour inclusos no pacote. Parece que nesse lugar é onde tem o sal mais branco do Atacama. Uma amostra grátis do Uyuni, lembrava até neve. Lincabur presente novamente no cenário!

Do lado oposto, uma imensidão a nosso dispor. Super sol laranja descendo, a lua mais uma vez nos presenteando, enooorme! Foi um passeio legal pra gente, mas o grupo não interagiu. Pagamos de casal hahaha

 

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SALAR DE TARA

 

O Salar de Tara fica distante 120km de SPA e está a 4.400m de altitude. Sem correria pra não abusar! Esse tour é na mesma faixa de preço do Piedras Rojas e dura o dia inteiro também. Saímos, dessa vez sem ressaca, com mais um grupo repleto de brasileiros, e digo mais: pernambucanos! E mais ainda: DE RECIFE! hahahaha

Claro que tínhamos amigos em comum, o mundo parece tão pequeno nesse momento.

 

A primeira parada é no Salar de Águas Calientes, onde tomamos o café da manhã. Visual massa!

 

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O Salar de Tara fica dentro da Reserva Nacional Los Flamencos, fomos aos pouquinhos explorando o local. Uma série de formações rochosas incríveis foram surgindo (os conhecidos monjes de la pacana), sempre parávamos uns 15 minutos e seguiamos de carro. Os paredões são magníficos, olhem as fotos! O parque é enoooorme.

 

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Esse foi o nosso último passeio no Atacama. No geral, eu achei o Chile bastante preparado para o turismo.

Só não fez o meu estilo! Claro que é tudo lindo e vale a pena demais a experiência, mas se eu tivesse que escolher entre o Atacama e o Uyuni, definitivamente seria Uyuni. Sempre me sentia mais explorada em SPA, tudo extremamente caro e pacotes pouco flexíveis... Sei lá, cada experiência é única. Ficamos influenciadas pelo Salar boliviano, com 3 dias de alimentação inclusa hahaha.

Saímos correndo em busca de um lugar mais a cara do nosso bolso, com o nariz sangrando pelo clima seco, e achamos suficiente os dias que passamos lá. Não saímos para tomar uma cerveja, não comemos em restaurante caro, sem ostentação! Daí em diante teríamos uma saudade chamada Paceña...

 

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HOSPEDAGEM - Casa Sol Nasciente (c/ 8 no quarto)

>> diária 6.000 CLP

 

REFEIÇÕES

>> CAFÉ DA MANHÃ - Mercadinho

>> ALMOÇO - Entre 2.000 e 2.500 CLP

>> JANTAR - Mercadinho

 

MERCADINHO - 4.600 CLP

>> Água 6L - 1.600 CLP

>> Banana 4U - 640 CLP

>> Pão 4U - 300 CLP

>> Queijo - 1.700 CLP

>> Manteiga - 360 CLP

 

MERCADINHO 2 - 5.000 CLP

>> Banana 5U

>> Maçã 2U

>> Laranja 4U

>> Pão Sírio 8U

>> Tomate 1U

>> Cebola 1U

 

TOURS

>> Pacha Mama - 100.000 CLP

Piedras Rojas | Laguna Cejar | Salar de Tara

>> Vale de la luna - 8.000 CLP

>> Entradas- 2.500 Piedras Rojas, 4.000 Laguna Cejar, 2.000 Vale de La Luna

>> Cerveja Escudo - 2x 2.700

>> Água 2L no meio do tour - 1.400 CLP

 

GASTOS TRAJETO

>> Banheiro Rodoviária | 0,5 SOL

>> Alfajor | 1 SOL

>> Empanada | 0,7 SOL

Editado por Visitante
  • Colaboradores
Postado
Isa, seu relato é um dos mais irados que eu já li na minha vida.

 

É divertido, bem escrito e bem ilustrado.

 

Cara, você deveria fazer isso profissionalmente!

 

Parabéns pela viagem iradassa que você fez!

 

Tô indo com a minha mulher agora dia 30/03 e suas experiências ajudaram pacaraiii!

 

::otemo::

Amarion, valeu!

Queria viajar profissionalmente tb hahahaha

Que bom poder ajudar, espero que você tenha tido uma experiência fantástica e conte por aqui.

Beijo!

  • Colaboradores
Postado

Galera, escrever esse relato toma muuuito tempo.

Perdão pela demora, mas não tinha encontrado uma brecha pra me concentrar ainda. Achei meu bloquinho de notas e dei um super gás no feriado aqui na Argentina haha. MachuPicchu vem aí! :*

  • Membros
Postado

CARAI. To fritando de saudades desse mochilão!

 

Amiga, o quarto de 6 mil era com 8 camas. No primeiro dia tinha só um casal de franceses educadíssimos. Nos outros dias, tinha 5 israelenses uó e o coreano fofo!

Israelenses são difíceis, especialmente se eles ficam afim de vc. A maioria dos que estão viajando, terminaram o exército recentemente (são obrigados a servir por 1 ano) e saem desesperados mochilando pelo mundo. Minha resposta foi: I do what you do, but I do it better (if you know what I mean). Isso fez com ele ficasse puto e n oferecesse mais comida pra gnt. hahah A dica é: mantenha distância, eles são, além de chatos e mal educados, uns machistas ridículos. Espero que não todos...

 

Deb Morgan: 01 saudade.

 

No primeiro dia em SPA, eu esqueci de passar protetor solar na parte da coxa logo onde termina o short. Fiquei com uma queimadura ROXA que parecia uma cinta liga. Se liguem nisso. PROTETOR E BENPANTOL SÃO MAIS QUE FUNDAMENTAIS, tanto pro Uyuni quanto pro Atacama.

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