Colaboradores fernandobalm Postado Janeiro 22, 2015 Colaboradores Postado Janeiro 22, 2015 Considerações Gerais: Não pretendo aqui fazer um relato detalhado, mas apenas descrever a viagem com as informações que considerar mais relevantes para quem pretende fazer um roteiro semelhante, principalmente o trajeto, preços, acomodações, meios de transporte e informações adicionais que eu achar relevantes. Nesta época eu ainda não registrava detalhadamente as informações, então preços muitas vezes vão ser estimativas e hotéis e meios de transporte poderão não ter informações detalhadas, mas procurarei citar as informações de que eu lembrar para tentar dar a melhor ideia possível a quem desejar repetir o trajeto e ter uma base para pesquisar detalhes. Sobre os locais a visitar, só vou citar os de que mais gostei ou que estiverem fora dos roteiros tradicionais. Os outros pode-se ver facilmente nos roteiros disponíveis. Os meus itens preferidos geralmente relacionam-se à Natureza e à Espiritualidade. Informações Gerais: Em toda a viagem houve bastante sol. Estava no auge da seca. Não me lembro de chuva em nenhum momento. As temperaturas também estiveram altas, chegando a mais de 30 C ao longo do dia, principalmente no Maranhão e no Pará. À noite, a temperatura ficava perto dos 20 C, à exceção de uma noite, quando estava viajando para São José do Xingu, e ela caiu provavelmente a cerca de 13 C no meio da floresta. A população de uma maneira geral foi muito cordial e gentil. :'> Não consegui fazer uma visita a comunidades indígenas dentro do Parque Nacional do Xingu, porque eram necessárias várias autorizações, algumas das quais vindas de Brasília, que demoravam. O representante local, Jeremias, falou na possibilidade de ir sem elas, mas não me pareceu seguro. Decepcionou-me o clima de hostilidade entre os índios do Parque Nacional do Xingu e os habitantes locais, o que inviabilizou minha visita a suas comunidades. Decepcionou-me também o fato do seu representante, Jeremias, usar uma caminhonete nova e falar que era necessário pagar as lideranças indígenas Raoni e Megaron pela visita, enquanto alguns outros indígenas disseram-me que não bastava pagá-los, mas era necessário também levar algo para a comunidade, como camisas, etc. Eu imaginei que o pagamento que eu fizesse às lideranças iria ser usado em prol da comunidade e não para seu uso pessoal, como comprar carros caros novos. Acho que eles herdaram algumas práticas do nosso sistema, infelizmente as piores. As paisagens ao longo da viagem agradaram-me muito, passando por áreas de florestas, rios, lagoas, cachoeiras, dunas, areia, chapadas e pela capital federal. A caminhada pelos locais no geral foi tranquila. Houve apenas três incidentes, dois em Marabá (um no hotel) e outro em São Felix do Xingu. De qualquer forma, a área no sul do Pará e nordeste do Mato Grosso não me pareceu muito segura, ainda mais considerando os inúmeros conflitos por terra ali existentes. Ouvi muitas histórias de mortes e assaltos contadas pelos habitantes locais. Vi muitos acampamentos do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) na região. Numa ocasião no Pará membros do MST pegaram o mesmo ônibus em que eu estava para voltar para um destes acampamentos. Até pensei em conversar com alguns deles para saber como era sua vida, mas logo entrou um que estava alcoolizado e eu decidi não iniciar a conversa, pois com ele naquele estado poderia acabar havendo alguma confusão. Passei e parei de ônibus nas cidades de Eldorado dos Carajás e Ourilândia do Norte onde tinha sabido dos massacres ocorridos em meados da década de 1990. Não sei se foi psicológico, mas achei o clima meio pesado nelas. Houve alguns problemas com lugares em ônibus no sul do Pará e norte do mato Grosso, pois as companhias às vezes afirmavam que não havia mais vagas, mas quando o ônibus chegava descobria que havia. Outras vezes informavam que provavelmente haveria vagas, mas quando o ônibus chegava descobria que já estava lotado e teria que viajar em pé, se desejasse. Na viagem que cruzava a fronteira do Pará para Mato Grosso o atendente do guichê da viação de ônibus informou-me que vendia a passagem direta do Pará para o Mato Grosso, mas que naquele dia não estava vendendo, mas não explicou porque. No meio do trajeto subiram fiscais da ANTT perguntando se alguém tinha passagens que iriam diretamente ao Mato Grosso e ninguém se pronunciou. Acho que foi por isso que a viação não vendeu naquele dia (deve ter sido informada da fiscalização). Alguns estabelecimentos comerciais aceitaram cartão de crédito (principalmente companhias de ônibus), mas a maioria não aceitou. Fui de SP a Imperatriz pela TAM, pagando cerca de R$ 408,60, incluindo a taxa de embarque. Voltaria pela Avianca, mas o avião teve um problema antes da decolagem e fui transferido para a Gol. Paguei cerca de R$ 127,62, incluindo a taxa de embarque. A Viagem: Esta foi minha viagem de aposentadoria. Fui de SP (Congonhas) a Imperatriz em 13/07/2010 pela TAM (http://www.tam.com.br). O vôo saía às 9:48. A volta foi de Brasília a SP (Congonhas) em 18/08/2010 pela Gol (http://www.voegol.com.br/). O voo saía por volta de meio dia. Em Imperatriz fiquei hospedado perto da rodoviária, numa espécie de hotel-pensão. Jantei em restaurantes perto do hotel. Não aceitaram cartão. Fiz compras no Mateus Hipermercado (http://www.grupomateus.com.br) perto da rodoviária para o café da manhã. Ele aceitou cartão. Para as atrações de Imperatriz veja http://www.turismo-ma.com.br/imperatriz.php, http://www.ferias.tur.br/fotos/2475/imperatriz-ma.html e http://pt.wikipedia.org/wiki/Imperatriz_(Maranh%C3%A3o). Os pontos de que mais gostei foram o Rio Tocantins e suas praias, :'> a ponte que divide o Maranhão e o Tocantins, o espaço para caminhadas e exibições na orla na região central e as construções históricas. Apesar de não ter tido problemas de segurança, quando estava assistindo o jornal local à noite, vi a notícia de que um radialista local conhecido havia sido assassinado a tiros por homens de motocicleta enquanto estava no jardim de casa da mãe após chegar do trabalho. Conversando com uma visitante frequente do local no trem que me levava para Marabá, ela falou que isso era comum por ali e que, durante sua estadia de poucos dias, ouvira falar de mais casos semelhantes. Logo que cheguei, enquanto passeava, entrei num local para ver uma exposição. Comecei a conversar com pessoas locais e elas pareceram não acreditar que eu estva a passeio, aconselhando-me como me comportar se fosse fixar residência lá, onde conseguir trabalho, quais os perigos, etc. Perguntaram-me repetidas vezes se eu estava fazendo algum trabalho para o governo. No dia seguinte, durante os passeios, pude ver um festival de cinema ao ar livre patrocinado pela Petrobrás e uma mostra folclórica dos estados do Brasil. À noite, quando cheguei ao restaurante para jantar, vi um homem conversando com a atendente (provavelmente dona) sobre Serra Pelada. Perguntei-lhe se era permitido visitar Serra Pelada (eu não sabia se o acesso era restrito) e ele respondeu rispidamente que sim e ficou irritado. Por aí percebi que o clima lá poderia ser um pouco hostil baseado na história que conhecia pelo noticiário quando era criança (ainda não existia o filme). Na 5.a feira à tarde, 15/07, peguei um ônibus até Açailândia, onde ficava a estação do trem mantido pela Vale (http://www.vale.com/brasil/PT/business/logistics/railways/Passenger-Train-Service-Carajas/Paginas/default.aspx), que me levou até Marabá. Cheguei no começo da noite em Marabá, já no estado do Pará. Ao chegar lá, entrei num ônibus para ir até um terminal mais próximo do centro, pois a estação era cerca de 7 Km afastada e me disseram que era perigoso andar a pé por ali naquele horário. Já dentro do ônibus conheci franceses e brasileiros radicados na França que estavam fazendo um documentário sobre a região e, ao saberem da minha viagem, filmaram-me e me deram seus contatos para obter mais informações posteriormente. E até tentei entrar em contato, mas não tive sucesso. Após o ônibus chegar ao terminal, caminhei um pouco em direção a uma praça onde havia vários hotéis. Num deles, após eu ver as instalações e dizer que iria andar um pouco mais e talvez voltasse, a dona creio que ficou um pouco aborrecida e me disse com a voz um pouco alterada que eu não iria encontrar nada melhor por aquele preço. Realmente não encontrei e decidi ficar lá, embora tivesse achado a postura da dona meio desequilibrada. Para as atrações de Marabá veja http://maraba.pa.gov.br/pontos-turisticos e http://www.ferias.tur.br/fotos/4677/maraba-pa.html. Os pontos de que mais gostei foram os rios e suas praias, :'> suas construções históricas e alguns trechos de verde, especialmente um na estrada próxima com floresta. Quando eu pesquisava sobre a segurança de ir até Serra Pelada, um motorista de táxi contou-me histórias do tempo do garimpo. Disse-me que ele havia perdido a conta do número de vezes que tinha pego passageiros na rodoviária com malas cheias de dinheiro em espécie indo para Serra Pelada. Os motoristas disseram que era viável, mas que havia ainda um pouco de violência, mas nada comparado com o passado. Num passeio no dia seguinte, 6.a feira, 16/07, no final da orla, onde já havia acabado o calçadão e havia somente barracos de madeira rudimentares, avistava-se o encontro dos rios Itacaiúnas e Tocantins. Era uma imagem bela, mas o local deixou-me um pouco preocupado e eu estava andando com cautela e atenção, pois me parecia de algum risco, com alguns meninos observando. De repente apareceu um homem com aparência e atitudes que considerei suspeitas (típico personagem matador de aluguel de filmes). Eu virei de lado, sem tirar a visão periférica dele, mas ao ver um outro homem, aparentemente pescador, passando de barco, acenei para ele, na esperança de que o homem que considerei suspeito achasse que eu conhecia as pessoas e desistisse de fazer qualquer coisa contra mim. Realmente, depois que o pescador, que eu nunca tinha visto, cumprimentou-me de volta, ele parou de se aproximar e só ficou olhando. Eu esperei que o suspeito fosse embora, mas ele ficou por ali, bem perto do meu caminho de volta. Resolvi então me virar e olhei em seus olhos. Aí ele me perguntou algo que eu ouvi assim: "Está ..ando o que?". Eu respondi: "Como?". Aí ele falou alto e claro: "Está caçando quem?". Aí eu fiquei um pouco preocupado e respondi prontamente: "Não estou caçando ninguém. Só estou vendo os rios.". Ele se surpreendeu, deu um sorriso constrangido e falou:"Então fique à vontade". Mas eu resolvi sair dali rapidamente, porém sem correr nem fazer movimentos bruscos, voltando para o calçadão. No dia seguinte de manhã, sábado, 17/07, quando acordei, a recepção do hotel estava vazia e havia algumas pessoas olhando para a descida da ladeira em frente ao hotel. Fui até lá perguntar sobre o café da manhã e um dos homens que estava lá estava comentando que a dona do hotel havia saído correndo com uma machadinha na mão atrás do gerente do hotel. Dizia que tinha sido uma cena muito forte. Logo em seguida o gerente e sua mulher, que estavam na descida da rua voltaram e quando lhes perguntei sobre o café disseram-me que estavam abandonando o hotel e que eu visse na geladeira. "E a chave do quarto, onde deixo?", perguntei. Responderam-me que poderia deixar ali na recepção, mesmo não tendo ninguém. Eu ainda estava bocejando, sem pentear o cabelo e eles estavam acabando de carregar um veículo tipo caminhonete, com armários e demais pertences (acho que tinha até um fogão). Eu até caçoei dizendo-lhes "Puxa, esta é a primeria vez em que os donos, os gerentes e os atendentes do hotel vão embora e eu fico". Mas, assim que foram embora, resolvi não ficar por ali muito tempo, pois poderia haver algum tipo de problema se a dona voltasse transtornada. Tomei rapidamente o café, arrumei minha mochila, falei para alguns pintores que estavam trabalhando num dos cômodos que deixaria a chave na recepção ou na porta (não me lembro bem) e saí do hotel rumo a Serra Pelada. Ao chegar à rodoviária que tinha ônibus para Serra Pelada, descobri que o ônibus só sairia por volta de 14 ou 15 horas. Eram cerca de 11 horas e eu decidi ir andar um pouco pela estrada na direção oposta, pois poderia haver paisagens belas. Antes sofri um pouco para conseguir alguém que aceitasse guardar a minha mochila, até que a atendente (talvez dona) de uma pequena loja aceitou. Perguntei às pessoas sobre atrações e me disseram que havia uma espécie de reserva florestal 5 Km adiante. Pouco antes da reserva, passei por um homem sentado próximo ao acostamento e lhe perguntei sobre a reserva e a permissão para entrar e ele me indicou e disse que era permitido. Entrei por uma estradinha de terra e achei bastante interessante, com densa floresta rodeando-a. Fiquei até meio preocupado com a possibilidade de aparecerem animais hostis, mas achei que como era uma reserva aberta à visitação isso seria improvável. Depois de sair da reserva e voltar para a estrada principal, encontrei novamente o mesmo homen sentado. Perguntei-lhe se num trecho com mata dos dois lados à frente não era perigoso aparecerem onças. Ele respondeu-me: "Ali não tem onça. Onça tem na reserva em que você entrou." Eu lhe disse: "Legal, lá têm onças presas." Ele respondeu "Não, soltas mesmo". Eu lhe disse "Que perigo!", mas ele falou "Mas não tem problema, elas não atacam durante o dia". Na minha primeira viagem a Amazônia em 2002 eu já tinha caído nesta conversa e não foi bem assim. Fiquei pensando porque as pessoas não me avisaram disto antes de eu entrar na reserva. Após pegar minha mochila de volta, perfeitamente guardada, peguei o ônibus para Serra Pelada e cheguei no anoitecer. Lá pesquisei vários locais para ficar e acabei ficando numa hospedagem feita numa casa de madeira, muito simples, mas na qual fui muito bem atendido. Por incrível que pareça, achei as pessoas muito cordiais e amistosas em Serra Pelada. Como a iluminação era precária, à noite realmente o clima parecia um pouco pesado, mas não houve nenhum problema. Para as informações sobre Serra Pelada veja http://www.ferias.tur.br/fotos/4809/serra-pelada-pa.html e http://pt.wikipedia.org/wiki/Serra_Pelada. Os pontos de que mais gostei foram a vista do antigo garimpo, a visita a um garimpo atual (o dono recebeu-me muito bem e me explicou cada etapa do seu trabalho), a vista da região de cima de um dos montes, o banho num dos lagos e o céu noturno com suas estrelas visíveis. :'> Não havia mais quase ninguém garimpando por lá, mas deu para imaginar como era antigamente. Também era possível ver ao longe locais que a Vale pretendia explorar no futuro para outros minérios. O lago principal ao pé da serra onde o garimpo foi intenso era belo, mas me disseram para não nadar nele, pois estava contaminado com mercúrio. Ainda havia uma disputa entre uma empresa multinacional (canadense) e a associação dos garimpeiros, que frequentemente causava atritos entre os garimperios e havia gerado assassinatos. No domingo à tarde, 18/07, saí de Serra Pelada com destino a Paraupebas e Carajás. Peguei uma van que me levou até Curionópolis (tem este nome devido a Sebastião Curió, representante do governo na época do auge do garimpo). De lá peguei um ônibus para Paraupebas. Cheguei a Paraupebas por volta de 16 horas. Fiquei hospedado num hotel simples, próximo a Rodoviária, com banheiro no quarto. Após deixar minha mochila no hotel, saí para andar e conhecer um pouco a cidade. Chamou-me atenção a Igreja da Assembleia de Deus, em que eu entrei para conhecer. Quando estava saindo alguns membros pediram para que eu ficasse e assistisse ao culto. Eu agradeci mas disse que iria e um deles pediu licença e creio que foi rezar por mim (talvez para que um dia eu voltasse para assistir ao culto). Para as informações sobre Paraupebas e Carajás veja http://www.feriasbrasil.com.br/pa/parauapebas e http://g1.globo.com/pa/para/noticia/2013/07/parque-zoobotanico-de-carajas-e-atracao-para-ecoturistas-no-para.html. O ponto de que mais gostei foi a vista da floresta. No dia seguinte, 2.a feira, 19/07, fui em direção à cidade de Carajás. Fui andando (cerca de 1 hora) até a entrada controlada pela Vale para pegar um ônibus que me levaria à cidade de Carajás. Chegando lá, o sistema informatizado do posto do Ibama (ainda não era cuidado pelo ICMBIO) estava fora do ar e eu não pude obter a autorização. Na portaria tentei argumentar com a atendente e depois, por telefone, com a responsável, mas ambas não foram sensíveis aos meus argumentos. Disseram-me que eu precisaria ir até a sede do IBAMA e obter a autorização. Fui caminhando, mas vi a Câmara Municipal e, para evitar longo percurso, resolvi tentar pedir lá uma autorização. Forneci minha carteira de identidade e consegui a autorização, sem problemas. Voltei à portaria e enquanto esperava conheci uma bióloga (Lilian) especializada em macacos que também estava esperando autorização para entrar na área da Floresta Nacional. Ela explicou-me como era o núcleo populacional (falou-me que parecia a cidade de Lost) e me falou sobre riscos e modos de agir em caso de ataques de onças. Após conseguir a autorização, peguei o ônibus para o núcleo populacional de Carajás, trajeto que durou cerca de 30 minutos. Foi floresta dos dois lados da estrada o tempo todo. Chegando lá andei para conhecer a cidade, que era toda cercada por alambrado alto para evitar entrada de onças (havia ocorido um acidente com uma onça pegando uma criança tempos atrás). A cidade destoava completamente de tudo o mais na região. Planejada, muito bem cuidada, equilibrada, com os habitantes aparentando serem de classe média e média-alta, boa parte de origem mineira. Havia muita área verde fora do núcleo principal, onde se podia andar. Quando me afastei um pouco mais, fiquei meio preocupado com a possibilidade de aparecerem onças, mesmo sabendo da existência do alambrado, pois havia trechos de mata fechada nas laterais. Depois do passeio fui tentar conhecer o parque zoobotânico, mas me disseram que eu não poderia, pois era necessário transporte em veículo (devido ao risco de ataque de onça) e que o pequeno corredor cercado por alambrado que havia para lá eu só poderia usar para a ida e não teria como voltar, pois a chave ficava com o cuidador. Assim sendo, desisti de ir lá e aproveitei para andar o resto do dia pela área de mata da cidade. No fim da tarde peguei o ônibus de volta para Paraupebas. Na 3.a feira 20/7 peguei o ônibus bem cedo (perto de 6h) para São Félix do Xingu pela Viação Transbrasiliana (http://www.transbrasiliana.com.br/web/site/'>http://www.transbrasiliana.com.br/web/site/). Paguei R$ 43,00 no cartão de crédito. No caminho passei por Xinguara, onde uma paranaense ou gaúcha dona de uma padaria contou-me como havia sido a colonização do local na década de 1980, com uso constante de motosserras. Cheguei no início da tarde. Fiquei hospedado num hotel simples perto da rodoviária. Deixei minha mochila no hotel e fui dar uma volta pela cidade, que me pareceu simples, mas interessante. Havia uma agência do Bradesco onde pude sacar dinheiro. Chegando ao fim da parte urbanizada encontrei o Rio Xingu, em toda a sua majestosidade. Para as informações sobre São Félix do Xingu veja http://www.ferias.tur.br/informacoes/4781/sao-felix-do-xingu-pa.html. Os pontos de que mais gostei foram o Rio Xingu :'> e a vista da mata. Na 4.a feira 21/7 fui explorar melhor a área em torno do rio, onde havia algumas áreas de mata e algumas pequenas elevações que permitiam uma bela vista do redor. Andei até uma espécie de madeireira e depois voltei para tomar banho de rio e conhecer o pequeno atracadouro (porto). Quando voltava, passando por uma espécie de Praça de Eventos, um homem almoçando com a mulher ou namorada estendeu-me a mão para me cumprimentar e não queria largar mais, mas como minha mão estava suada acabou escapando. Ele parecia alcoolizado e falou-me impropérios após eu soltar a mão. À noite fui saborear o ótimo e barato sorvete. Na 5.a feira 22/7 fui em direção a São José do Xingu. Foi uma viagem difícil. Fiz novamente escala em Xinguara e precisei pernoitar em Redenção, num hotel próximo à Rodoviária. Fiz este trecho pela viação Transbrasiliana (http://www.transbrasiliana.com.br/web/site) pagando R$ 40,00 no cartão de crédito. No dia seguinte (6.a feira, 23/7) de manhã peguei ônibus para Confresa pela mesma viação, pagando R$ 30,00 no cartão de crédito. Cheguei em Confresa no fim da tarde e lá esperei um ônibus para São José do Xingu que estava lotado, com pessoas em pé (só não fui em pé porque era muito de tempo de viagem previsto). Enquanto esperava dei uma rápida volta pela cidade e fui conhecer os missionários redentoristas, que inclusive ofereceram-me o banheiro para tomar banho, que educadamente recusei. Alguns trabalhadores das viações e passageiros disseram-me que não gostavam muito de índios, quando lhes falei da minha intenção de visitar suas comunidades. O ônibus para São José saiu já de noite (perto de 22 horas). Algum tempo após a sua saída ele deparou-se com outro ônibus atolado na estrada. Ele foi tentar pegar um desvio para poder passar porém acabou entalando e atolando. Ficamos cerca de 1 ou 2 horas no meio da floresta, em meio a uma temperatura que chegou a cerca de 13C, tentando retirar o ônibus da situação. Ficar exposto a este tempo custou-me uma forte dor de garganta, catarro e febre, que eclodiram cerca de 2 dias depois. Após ser liberado, o ônibus deixou os passageiros do outro ônibus na floresta e foi até algum local procurar apoio. Como não conseguiu, retornou para o mesmo ponto e acomodou todos os passageiros até a próxima parada, para que eles não ficassem expostos ao clima e ao que fosse na floresta. Com isso, o ônibus que já estava cheio, ficou superlotado. Mas logo que chegaram ao próximo ponto, eles desceram para esperar uma solução e nós prosseguimos para São José. Era para termos chegado lá perto de meia noite. Chegamos cerca de 7 horas da manhã do sábado 24/7. Em São José do Xingu (também conhecida como Bang ou Bang-Bang) fiquei hospedado na casa de alvenaria de uma índia Txucarramae, que me tratou muito bem. Porém ela me disse que os índios do Parque do Xingu não gostavam muito de visitas de estranhos e que eu poderia ter problemas se lá fosse. Outras pessoas de ONGs ambientais disseram-me o mesmo e, quando lhes perguntei se poderia pegar uma carona com eles até lá, em princípio concordaram, mas depois disseram que ficariam numa situação ruim com os índios e que eu poderia ficar bastante encrencado. Disseram-me para assegurar-me falando com Raoni e Megaron, que eram os mandatários, para que não houvesse problemas na visita, como os índios sequestrarem-me para fazerem reinvidicações. Fui então falar com o representante local, Jeremias, que estava conversando com um policial. Enquanto o policial estava presente ele não deu muita atenção ao que eu estava perguntando. Assim que o policial se retirou, ele disse que eu poderia ir lá, mas se fosse ficar mais de um dia (dormir) precisaria pagar uma espécie de taxa de visitação. Para ir e voltar no mesmo dia não precisaria pagar nada. Mais tarde, falando com a índia que me hospedou, ela disse que não bastava pagar para ele, pois a comunidade também desejaria coisas para ela, como camisas e calçados (eu pensei comigo: quer dizer que o dinheiro que eu pagar para ele não vai para a comunidade? ele vai usar em benefício próprio? ele tinha uma caminhonete aparentemente nova - isso lembrou-me algumas práticas correntes dos políticos). Para as informações sobre São José do Xingu veja http://www.tipoalfa.com.br/sjx/editorial/1/1497/turismo-historico-cultural-em-sao-jose-do-xingu e http://www.saojosedoxingu.mt.gov.br. O ponto de que eu mais gostei foi a floresta. :'> No próprio sábado eu decidi então caminhar pela estrada dentro do parque, antes da travessia do rio, onde ficam as comunidades propriamente ditas. Ao caminhar por ela pude ver uma pequena comunidade, que não tinha ninguém no momento e apreciar a preservada floresta de um dos lados da estrada. Um fazendeiro disse-me que eu podia andar sem problemas, pois era uma estrada pública. Já um homem decendente de índios disse-me para andar somente até o ponto em que não houvesse floresta dos dois lados, pois a partir daí era perigoso ter problemas com índios. De qualquer modo, mesmo um pouco preocupado, andei cerca de 2 a 3 horas de ida e depois retornei. Acabei nem me preocupando muito com possíveis onças (a floresta era fechada) devido a ficar pensando em possível hostilidade dos índios. Num determinado trecho ouvi barulho vindo da mata, como se pessoas estivessem lá fazendo algo ou mesmo espionando, mas ninguém apareceu na estrada. Não sei se eram pessoas ou era o barulho natural da selva. No fim do dia fui apreciar a lua e as estrelas, que naquele local preservado e sem muita iluminação artificial agradaram-me muito. Sentei no chão para contemplar o pôr do sol e o céu e as crianças indígenas não entenderam e ficaram perguntando o que eu estava olhando. Após a minha resposta a índia que me hospedava falou que era ainda mais belo quando aparecia a lua cheia e depois disseram-me para não ficar sentado ali, pois ficaria cheio de carrapatos. A índia que me hospedava ainda disse que tinha conseguido um meio de eu visitar o Parque, indo como ajudante dos repositores de combustível, mas eu não quis, pois não ficaria livre nem poderia conversar amplamente com os índios. No domingo 25/7 peguei o ônibus em direção a São Félix do Araguaia. Foi uma viagem demorada porque precisei fazer uma conexão em Alô Brasil, onde esperei algumas horas pelo próximo ônibus. Cheguei em São Féliz do Araguaia no início da noite. Lá fiquei hospedado num hotel perto do centro, sem banheiro no quarto. Para as atrações de São Félix do Araguaia veja http://souturismologa.blogspot.com.br/2009/08/conhecendo-sao-felix-do-araguaia-mato.html, http://www.feriasbrasil.com.br/mt/sfelixdoaraguaia/ e http://www.saofelixdoaraguaia.mt.gov.br. O ponto de que eu mais gostei foi o rio. :'> Na 2.a feira 26/7 eu estava com dor de garganta, um pouco de febre e catarro. Mesmo assim fui passear pela cidade. Gostei muito do Rio Araguaia, que já havia visto na noite anterior. Gostei também das áreas de mata perto da cidade e da vista da Ilha do Bananal. Até pensei em seguir minha viagem para Tocantins atravessando a Ilha do Bananal, mas o preço, bem maior do que o do ônibus, fez-me mudar de ideia. Como me disseram que a comunidade indígena que ficava na outra margem do rio, já na ilha, tinha tido sua cultura muito alterada pela nossa, eu decidi não ir conhecê-la. Mesmo assim conheci alguns índios carajás vendendo artesanato na cidade. Foram muito simpáticos. Um colega havia pedido um pequeno presente para seus filhos pequenos e numa loja da cidade eu encontrei algumas peças de artesanato em forma de araras e onças que acredito que seriam ideais. Mas como não eram de índios, decidi esperar um pouco mais para ver se achava outras dos próprios índios e acabei ficando sem elas. Acabei vendo a opção de ir de avião até Gurupi, pois havia um preço promocional caso não houvesse passageiros até algumas horas antes da decolagem, mas resolvi ir de ônibus mesmo. Na 3.a feira 27/7 andei por alguns outros pontos próximos à cidade e voltei para apreciar novamente o Rio Araguaia e passear pela orla e descansar um pouco, afinal de contas estava de férias e o ritmo estava um pouco forte. Na 4.a feira 28/7 peguei um ônibus para Paraíso de Tocantins. Fizemos a travessia do Rio Araguaia de balsa no pôr do sol, no município de Caseara. Achei espetacular esta paisagem. Durante a viagem uma passageira que já havia sido cobradora de ônibus, contou a seguinte história: "Numa época em que havia uma festa em determinada localidade da região, eu e o motorista aceitávamos pessoas além do número de assentos do ônibus e ficávamos com o dinheiro para nós. Numa ocasião fomos assaltados e os ladrões nos pediram o dinheiro, porém o motorista arrancou e nós conseguinmos fugir sem dar o dinheiro. Fizemos isso porque tínhamos ganho muito dinheiro e não queríamos perder para os ladrões. Depois tomamos tudo em cachaça." Eu pensei comigo: Isso é que é gostar de cachaça (imagino que fosse cerveja). Arriscaram suas vidas e a de todos os passageiros por cachaça. Ela também contou histórias de homens armados que foram ao local onde sua família morava durante a madrugada dizendo que estavam ali para comprar verduras (o que ela falou ser mentira, pois ninguém vai comprar verduras de madrugada). Ainda nesta viagem, o motorista do ônibus, provavelmente por engano, colocou um filme de sexo explícito para ser exibido, que só durou alguns minutos, pois alguns passageiros foram reclamar. Em Paraíso de Tocantins fiquei hospedado num hotel perto da rodoviária. Não pretendia ficar lá para visitar. Era apenas um ponto intermediário para ir até Lagoa da Confusão. Na 5.a feira 29/7 de manhã peguei um ônibus para a Lagoa da Confusão. Lá fiquei hospedado num hotel perto da Lagoa. Para as atrações de Lagoa da Confusão veja http://www.ferias.tur.br/informacoes/9872/lagoa-da-confusao-to.html, http://portal.to.gov.br/lagoa-da-confusao/654 e http://www.t1noticias.com.br/turismo/lagoa-da-confusao-surpreende-com-potenciais-turisticos/40306/. O ponto de que eu mais gostei foi a lagoa, as pedras dentro dela e as grutas. Na própria 5.a feira fui conhecer a lagoa e a orla. Gostei muito e aproveitei para descansar. Perguntei para os habitantes locais se havia algum problema em ir até longe das margens, posto que a lagoa possuía piranhas (tinha ouvido que não eram muito agressivas) e eles disseram que não sabiam o que poderia acontecer se eu me ferisse bem longe da margem e sangrasse. Resolvi então não ir muito longe, apenas o suficiente para encobrir um pouco a minha estatura. Além da lagoa em si, pessoas praticando esportes como wind surf proporcionavam uma bela vista. Na 6.a feira 30/7 além de voltar para apreciar a lagoa, resolvi ir por uma trilha para conhecer uma gruta de que haviam falado e uma formação rochosa que ficava dentro da lagoa. Andei por uma trilha na margem da lagoa e por alguns caminhos rurais para chegar até a gruta. Precisei subir em algumas rochas, o que me permitiu uma ampla vista do belo local, apesar de certa dificuldade para transpô-las. Não sei se cheguei na gruta de que haviam me falado, mas de qualquer forma gostei muito do passeio e pude observar muitas formações rochosas e uma espécie de caverna com grandes rochas à frente. Fiquei algum tempo procurando antes de achar a caverna, inclusive passando por uma área onde havia gado. Na volta decidi não voltar pelas margens da lagoa e tentar sair por uma trilha. Descobri que este caminho era muito mais fácil, embora não tivesse as paisagens espetaculares do caminho da ida e que também precisava passar por dentro de uma propriedade privada. Encontrei os proprietários e lhes pedi para passar, explicando o ocorrido. Eles permitiram sem problema algum. Após sair da propriedade rural peguei uma estrada de terra e voltei para a cidade. No caminho pude saborear alguns cajus pegos no pé, algo que nunca tinha feito antes. À noite agradou-me a vista da lagoa também. No sábado 31/7 peguei o ônibus para Palmas. Cheguei em Palmas na hora do almoço e fui procurar um lugar para me hospedar. Fiquei relativamente perto da rodoviária (uns 2 km), num hotel de um ambientalista (se bem me lembro ele era piauiense), feito com estruturas de madeira muito criativas. Palmas é uma cidade muito extensa e a rodoviária não é no centro. Assim sendo, andei muito para poder conhecê-la. No próprio sábado fui dar um passeio pelo Parque Cesamar, onde passei várias horas e de que muito gostei. No fim do dia fui tentar saber como ir ao Jalapão e descobri que não havia ônibus saindo da própria rodoviária, apenas um que fazia o percurso 2 vezes por semana e passava na avenida em frente à rodoviária. Para as atrações de Palmas veja http://roteiro-turistico-em-palmas.blogspot.com.br. Os pontos de que eu mais gostei foram a arquitetura dos prédios do centro, os monumentos, a urbanização planejada (embora as distâncias fossem grandes para quem está a pé), a vista da grande ponte, as praias do Rio Tocantins e o Parque Cesamar. :'> No domingo 1/8 fui em direção ao centro para conhecer a arquitetura das construções e os monumentos. Gostei muito e achei a cidade com espaços bem amplos, resultado de ser planejada (pelo que entendi ela foi construída a partir do projeto que ficou em segundo lugar na disputa para fazer Brasília). Depois, fui até a ponte que cruza o Rio Tocantins para apreciar tanto a vista dela própria como do rio e da paisagem no entorno. Voltei em direção ao hotel pela orla do rio, parando em cada praia para aproveitar a vista e o banho em alguns locais. Existiam telas de proteção nos locais de banho pois havia ocorrências de piranhas nesta região (disseram-me que eram bem menos agressivas que as do Pantanal, mas poderiam incomodar um pouco). À medida em que fui afastando-me do centro, fiquei um pouco apreensivo por andar por caminhos desertos na beira do rio, mas não houve nenhum problema de segurança. Quando voltava da última praia e o sol já estava se pondo, comecei a conversar com um rapaz sobre qual era o melhor caminho de volta. A conversa avançou, foi por outros assuntos e no final da rua, quase no acesso à avenida principal, ele pediu para eu sentar com ele na calçada para continuar a conversa. Ele me pareceu não ter más intenções e eu aceitei, porém num lugar iluminado, diferente do que ele havia proposto. Ele começou a falar sobre religião e perguntar meus hábitos de vida. Disse que eu tinha hábitos parecidos com os dos adventistas (não comer carne, quase não beber) e começou a citar trechos da Bíblia, parecendo querer convencer-me ou converter-me à sua crença. Como a minha interpretação de vários pontos era diferente da dele, ele começou a citar exemplos para embasar o que falava. Mas quando tentava mostrar-me que todo o mundo era corrompido pelo diabo e me falou que a Ivete Sangalo havia sido inspirada pelo demônio na música em que cita "meu Anjo Querubim", achei melhor levantar, dizer-lhe que nós tínhamos pontos de vista diferentes, agradecer pela conversa e seguir meu caminho de volta. Alguns instantes depois deste episódio, quando cheguei à avenida principal, passou um homem de bicicleta e me ofereceu uma carona na garupa. Eu aceitei. Assim que ele começou a andar ele me perguntou como eu sabia que ele iria passar por ali naquela hora. Eu respondi que havia sido coincidência. Pouco a frente ele repetiu a pergunta e eu repeti a resposta. Pouco depois depois ele me perguntou há quanto tempo eu estava esperando por ele e eu repeti que não estava esperando por ninguém e havia sido coincidência. A seguir ele perguntou o que havia no meu bolso. Era a minha carteira. Eu saltei da garupa, agradeci a carona, atravessei a avenida e resolvi voltar a pé. Ele pareceu meio chateado de eu ter saltado, disse-me "Não ...", mas eu fiquei preocupado com o rumo que a situação estava tomando. Na 2.a feira 2/8 fui até uma praia que não tinha visitado no dia anterior. Acho que era a Praia do Prata ou alguma outra à sua esquerda. Apesar da praia ter infraestrutura com barracas, não estava lotada, pois era dia útil. Mesmo assim não estava deserta e havia algumas famílias. Aproveitei este dia para descansar e ficar contemplando a Natureza e tomar vários banhos de rio. Na 3.a feira 3/8 peguei um ônibus em direção a Mateiros, no coração do Jalapão. Como não sabia direito onde pegar o ônibus e nem o horário preciso fui caminhando em direção à rodoviária e quando estava quase lá vi um ônibus passar por mim com as características que me haviam descrito. Saí correndo atrás dele e gritei para para parar que eu iria. Imagino que ele não me ouviu, mas parou na avenida em frente à rodoviária para pegar outros passageiros. Aí deu tempo de eu chegar e embarcar. A passagem custou cerca de R$ 55,00. Saímos cerca de 8h e chegamos cerca de 16h. Gostei da paisagem. A estrada tinha alguns trechos um pouco difíceis para o ônibus, mas nada crítico. Ainda deu para dar uma volta no fim do dia e conhecer o povoado. Em Mateiros fiquei hospedado numa pousada (era uma casa com moradores) em frente ao restaurante da Rosa. Paguei cerca de R$ 20,00. Jantei no restaurante da Rosa por cerca de R$ 10,00 podendo comer à vontade (para quem comia carne era R$ 12,00). A comida era caseira, semelhante à do interior de SP. Para as atrações de Mateiros e do Jalapão veja http://jalapao.to.gov.br, http://www.dentrodomochilao.com/2013/12/jalapao-fervedouros-e-cachoeira-da-formiga e http://www.viagenscinematograficas.com.br/2013/11/jalapao-fervedouro-cachoeira-formiga.html. Os pontos de que eu mais gostei foram as Dunas, as cachoeiras, o fervedouro, o céu noturno e o pôr do sol do mirante no alto da montanha. Na 4.a feira 4/8 fui conversar com o pessoal do ICMBio para saber como chegar às localidades, se havia algum perigo a evitar e demais informações. Atendeu-me a Cassiana, que me pareceu ser a responsável pelo escritório. Disse-me que não havia transporte público, que não havia animais que poderiam atacar (como onças), que não havia relatos de problemas de segurança e me deu uma ideia da região e das distâncias. Quando falei que pretendia visitar os locais a pé, se não conseguisse transporte, sorrindo ela me disse que havia alguns loucos que faziam isso. Consegui transporte na caçamba de um veículo do serviço público que iria passar pela entrada da trilha da Cachoeira da Formiga. Levei cerca de 30 minutos na trilha até a cachoeira e cheguei lá no meio da manhã. A trilha parecia ter uma paisagem típica do Jalapão. A cachoeira em si agradou-me bastante. :'> Sua água limpa, fria (naquele calorão) e sua paisagem com vegetação no entorno eram um belo cenário. Para quem gostava, havia infraestrutura para alimentação e suporte a programas familiares. Fiquei lá durante várias horas nadando e apreciando o local, pois era possível andar nos arredores também. A entrada era paga (não me lembro do preço exato, mas era algo em torno de R$ 5,00). Saí de lá no meio da tarde e fui conhecer o Fervedouro. Ele consistia em um poço natural em que brotavam bolhas de ar do fundo (era a nascente de um rio subterrâneo). Era cercado por bananeiras e vegetação, o que fazia seu clima bem mais ameno do que fora dele e com sombra. Gostei muito de ficar brincando nele (tentando afundar), depois o contemplando de dentro e depois boiando sem fazer nenhum esforço. :'> Fiquei também relaxando em um balanço de madeira que lá havia. Havia limite de pessoas que podiam entrar no poço simultaneamente, mas como estava sozinho, pude ficar o tempo que quis. A entrada era paga (não me lembro do preço exato, mas era algo em torno de R$ 2,00). Quando o sol estava quase se pondo resolvi começar a voltar (eram cerca de 25 Km). O rapaz que cuidava do Fervedouro passou por mim de moto e eu pensei em pedir uma carona. Mas ele parecia estar carregando uma espingarda e me disse algo que eu não entendi, mas que provavelmente significava que ele não iria para o povoado. Como não ficou claro para mim para que era aquela espingarda eu desisti de ao menos tentar pedir a carona. Voltei caminhando. Saí cerca de 17:30 e cheguei cerca de 21:30. Foi tranquilo. Só encontrei pessoas uma vez, provavelmente conversa entre vizinhos, quando já estava escuro. Não houve nenhum problema de segurança nem de eu errar o caminho. Somente algumas topadas no pé... Perto de Mateiros comecei a ouvir muitos latidos e fiquei atento para não haver nenhum problema de ataque de cachorros, pois muitas pessoas no interior costumam soltar os cachorros à noite. A vista do céu estrelado sem iluminação artificial próxima pareceu-me maravilhosa. Ainda cheguei em tempo de jantar e assistir a final da Copa do Brasil entre Santos e Vitória. No jantar conheci um casal de São Paulo que falou de algumas experiências positivas que havia tido na viagem deles pelo Jalapão que estava acabando. Na 5.a feira 5/8 voltei ao escritório do ICMBIO para saber informações sobre a outra parte do passeio, referente às dunas. Foi uma outra atendente que me recebeu e deu bastante informações. Fiquei esperando carona por cerca de 30 minutos no começo da estrada para as dunas. Como não consegui, resolvi tentar ir andando (eram cerca de 35 Km). Porém, após cerca de 30 minutos andando, vi a sede do Parque do Jalapão e fui perguntar se poderia visitar aquele local e se sabiam de alguém que iria passar pelas dunas. Disseram-me que poderia visitar o entorno, mas que ali era só sede administrativa e não havia nada mais profundo a visitar. Havia um funcionário que iria sair dentro de instantes e passar pela entrada da trilha para as dunas. Esperei por ele e ele me levou até lá. Na entrada passei pelo bar, armazém e restaurante da encarregada das dunas (acho que o nome era Benita). Para entrar precisei pagar algo em torno de R$ 5,00. Já haviam me avisado no ICMBIO e ela repetiu que havia uma cobra (provavelmente sucuri) no lago que ia para as dunas e portanto não era prudente nadar lá. Gostei muito das dunas. Lembraram-me as dunas do Rio Grande do Norte, próximas a Natal, com uma extensão global menor, mas, por estarem distante de povoações grandes, em completo estado de preservação natural. Inicialmente o caminho já me agradou, com seu ar aparente de vegetação natural. Depois de chegar até elas fiquei andando por cima delas algum tempo, depois fiquei admirando-as, depois fiquei admirando a vista do entorno a partir delas e por fim fiquei em estado de contemplação do ambiente, chegando até a meditar, apesar do sol forte (consegui uma pequena sombra rudimentar). Retornei perto de 16 horas e falei com a dona do restaurante que iria até o Mirante da Serra do Espírito Santo e, como ela me disse que iria para a cidade no começo da noite, pedi que prestasse atenção para ver se me encontrava na estrada, pois eu estava interessado em uma carona. Fui caminhando até o pé do mirante (cerca de 5 Km) e depois o subi. Achei que não chegaria até a outra ponta do platô, pois a trilha lá em cima ficou um pouco menos clara e com mais vegetação, mas consegui. Achei a vista espetacular. Era possível ver uma ampla área abaixo e também as dunas, de maneira global. Após apreciar o pôr do sol a partir do mirante comecei a descida no crepúsculo. Pouco antes de eu completar a descida ouvi o barulho de um caminhão e lamentei perder o que seria provavelmente a salvação de 5 horas de caminhada e me permitiria ver a semifinal da Libertadores entre São Paulo e Internacional. Quando completei a descida já estava totalmente escuro. Quando estava no início do pequeno caminho entre a trilha de subida e a estrada ouvi barulho de outro caminhão. Saí correndo para a estrada e consegui chegar no exato momento em que o caminhão passava, mas como estava escuro ele não me viu. Gritei então "Mateiros" e eles pararam. Aí gritei de novo e fui correndo até eles. Perguntei-lhes se iriam para Mateiros e disseram que sim, porém não havia lugar na cabine, pois havia o motorista, seu ajudante e material agropecuário (não me lembro exatamente o que era). Mas ele disse que se eu quisesse poderia ir na caçamba, junto com o gado. Perguntei-lhe se não haveria problema com os bois e ele disse que não, bastava não mexer com os bois que eles não mexeriam comigo. Decidi ir. Quando subi um dos bois levantou a cabeça e fiquei preocupado, mas creio que foi só a curiosidade e ele voltou a descansar. Aí percebi que havia vários outros bois (a caçamba estava cheia) e não dava nem para se mexer direito. Por um lado foi bom, pois pude encostar em um deles (como era grande acho que nem sentiu) e me acomodei para o trajeto. A estrada era irregular, mas o caminhão não corria muito o que tornou o trajeto relativamente tranquilo. Após uns 5 Km, eles pararam (não sei para fazer o que) e vieram ambos com uma lanterna até mim e me perguntaram "O doidinho, o que você estava fazendo na estrada numa hora dessas?", ao que eu respondi "Eu fui ao mirante ver o pôr do sol". Eles repetiram "Você é doido de estar num lugar destes agora?" ao que eu respondi rindo. Chegamos a Mateiros em menos de 1 hora e na descida, após agradecer-lhes, disse-lhes que desejava ir para Palmas no dia seguinte e, se soubessem de alguém que iria, eu estava disposto a pagar pelo transporte o equivalente à passagem do ônibus. Tendo chegado cedo jantei, assisti o jogo e fui dormir. Na 6.a feira 6/8 fiquei esperando por alguém que fosse a Palmas perto da saída da cidade. Mas não apareceu ninguém. Depois de cerca de 1 hora resolvi desistir e ir andar por uma estrada que não havia conhecido, na direção oposta dos pontos turísticos. Achei interessante a paisagem e parei para tomar banho em um pequeno rio que a cortava. Fui um pouco além e depois parei para contemplar a Natureza debaixo da sombra de uma árvore. Voltei caminhando com o sol mais baixo. Encontrei a Cassiana e creio que outras pessoas do ICMBIO tomando cerveja num barzinho após o expediente. Na pousada encontrei um casal de Brasília (um funcionário público e uma empresária de estética), que falou de suas viagens pela região e da Cachoeira das Velhas, que eu tinha perdido. No sábado 7/8 voltei à saída da cidade para tentar conseguir alguém que me levasse a Palmas, pois só havia ônibus no domingo. Depois de esperar uns 30 minutos apareceu uma caminhonete e disse que iria até Ponte Alta, de onde eu poderia pegar um ônibus para Porto Nacional e de lá seguir viagem. Eu disse que tinha interesse e que pagaria a passagem do ônibus para eles, que foram fazer algo e disseram que voltariam para me pegar. Porém, quando voltaram aparentemente só havia lugar na caçamba. Eu disse que neste caso pagaria apenas R$ 10,00. Eles não quiseram e foram azer algo mais. Depois de cerca de 30 minutos voltaram e disseram que tudo bem, eu poderia ir por R$ 20,00. Pela caçamba achei que não valia e reiterei os R$ 10,00. Depois de uma longa negociação, subi pelos R$ 10,00. A viagem era na mesma estrada que levava às dunas, portanto cheia de burados e atoleiros de areia. E como a caminhonete corria moderadamente, foi um pouco desconfortável. Eles pararam pouco depois da saída para por mais carga na caçamba (creio que sacos de cereais), que já estava bem cheia. E mais uma pessoa conhecida deles juntou-se a mim nela. Aproveitei para passar protetor solar e trocar de camisa, pois na caçamba estava exposto ao sol e à terra. Ela já havia ficado suja naquele pouco tempo e minha calça descosturou quando subi na caminhonete. Pararam também no restaurante das dunas e pude ainda falar com a dona, que disse que há dois dias atrás tinha parado perto do mirante e visto minhas pegadas no chão com uma lanterna e ficado sossegada porque tinha achado que eu tinha conseguido transporte para voltar para a cidade. Depois da parada no restaurante, o motorista resolveu acelerar (acho que a mais de 100 km/h) e a viagem na caçamba tornou-se bem mais desconfortável e perigosa. A apreciação da paisagem por uma lado era melhor, pois havia a visão global, mas por outro ficava prejudicada pelo forte vento na cara, pelo sol inclemente e pela posição (até que os sacos de cereal serviram como almofadas). No meio do caminho encontramos um carro atolado e paramos para ajudar. Neste intervalo aproveitei para conversar com uma passageira da caminhonete, que me mostrou uma planta do Jalapão que tinha água dentro e poderia ser usada numa situação de sobrevivência no ambiente. Depois de ajudar a desatolar o carro seguimos viagem e chegamos a Ponte Alta. O motorista ainda me falou "R$ 20,00 né?" ao que eu respondi dando a nota de R$ 10,00 e rindo. Ele disse que iria gastar no bar e que talvez ainda fosse para Palmas mais tarde e, se eu quisesse, poderia ir com ele. Agradeci, mas preferi o ônibus. Em Ponte Alta analisei a situação e percebi que o melhor era ir até Porto Nacional, pois ganharia tempo e economizaria quilômetros de viagem, visto que meu destino era Goiás. Aproveitei para dar uma volta pela cidade enquanto esperava o ônibus que sairia no fim da tarde. Fui à praça, igreja e ao rio, que tinha uma estrutura de pedras, espécie de praia, onde muita gente estava divertindo-se. Também dei uma pequena volta pela cidade, para conhecer melhor sua realidade social. No fim da tarde peguei o ônibus para Porto Nacional. Lá, jantei numa churrascaria perto da rodoviária por R$ 7,50 (buffet) e tomei o ônibus da Viação Real Expresso (http://www.realexpresso.com.br) para Alto Paraíso de Goiás, pagando R$ 48,00. Cheguei em Alto Paraíso perto de 3 horas da manhã do domingo 8/8. O ônibus deixou-me na rodoviária e estava tudo deserto e fechado. Só ouvia um som ao fundo, que parecia de música de festa. Andei brevemente pelos arredores e vi duas pessoas ao longe caminhando em minha direção. Resolvi voltar para a rodoviária, para ver se ainda encontrava o ônibus. Ele ainda estava lá e, conversando com o assistente do motorista sobre algum lugar para passar o resto da noite, este disse que havia um posto de gasolina na entrada da cidade que era 24 horas e que poderia deixar-me lá, comentando que poderia ser perigosa a cidade à noite, ao ver os dois caminhantes que eu citei passarem pelo ônibus. Após o ônibus me deixar no posto fui procurar uma entrada e percebi que ele estava fechado, mas que havia vários motoristas com seus veículos, principalmente caminhoneiros, passando a noite lá. Achei um local mais ou menos aquecido (a temperatura havia caído) para tentar descansar sentado um pouco. Tentei falar com o rapaz que estava dentro da loja de conveniência, se era possível abrigar-me lá, mas ele disse que não podia abrir a porta até o amanhecer. Pouco antes de amanhecer perguntei a um caminhoneiro se aquele local fazia parte de Alto Paraíso e ele me respondeu "Não tenho". Mais tarde, quando o sol já raiava ele foi até mim e disse "Aquela hora você estava perguntando sobre onde nós estávamos?" Acho que na hora ele entendeu que eu estava pedindo algo. Após o dia amanhecer fui a uma espécie de bar padaria ao lado do posto e comprei algo para comer como café da manhã. Um homem (provavelmente viajante e/ou caminhoneiro) ofereceu-se para pagar algo que eu tinha perguntado o preço e não tinha comprado. Agradeci, expliquei-lhe que não estava comprando por falta de dinheiro, mas sim porque iria andar pela cidade e ver outras opções. Minha aparência depois de uma semi noite ao relento devia estar deplorável. Fui procurar um hotel para me hospedar e encontrei um barato (acho que era cerca de R$ 20,00 a diária) nas margens da rodovia. Mesmo assim fui pesquisar outros. Quando voltei para aquele que havia encontrado a dona (uma mulher de cerca de 60 ou 70 anos) mostrou-se chateada por eu não ter ficado logo na primeira vez, dizendo que seu hotel era muito simples e era melhor eu não ficar lá. Depois de um tempo conversando com ela e explicando que eu não tinha desgostado do hotel, ela aceitou que eu ficasse, mas disse que dali a alguns dias chegariam hóspedes do Rali dos Sertões e que nestas datas seu hotel já estava lotado e eu não poderia ficar. Para as atrações de Alto Paraíso veja http://www.feriasbrasil.com.br/go/altoparaisodegoias/oqueverefazer.cfm, http://www.altoparaiso.com/atrativos-naturais e http://www.altoparaiso.go.gov.br/Cachoieras.php?Cat=% Depois de me instalar e refazer um pouco da noite, fui passear pela cidade. Comecei indo ao parque municipal, cuja entrada era gratuita. Disseram-me que a água era poluída e acabei não entrando nela. Realmente havia algum lixo no parque e a cor da água pareceu-me um pouco suspeita. Mas a paisagem não deixava de ser bonita. Depois fui a cachoeiras particulares, com entrada paga (cerca de R$ 10,00). Escolhi uma propriedade que tinha várias cachoeiras, desde pequenas até outras bem maiores e tinha bastante vegetação e trilhas em seu interior. :'> Fui a pé até ela por uma estrada de terra. Passei o dia lá, deliciando-me com o local. Na volta, aproveitei para entrar por algumas estradas de terra rurais e apreciar a paisagem do entardecer, incluindo os seus pássaros. No dia seguinte, 2.a feira 9/8, fui em direção ao Vale do Amanhecer, para ver se conseguia conhecer a comunidade. Não havia portões ou grades, mas os templos estavam fechados. As imagens e locais que pude ver pareceram-me interessantes, mesclando cristianismo com outras crenças e destacando a Natureza. Não havia ninguém lá. Fiquei procurando por alguém a quem pudesse perguntar se visitas eram aceitas, mas não encontrei. Fiquei meio preocupado de estar visitando a área, pois apesar de não haver portões, era possível que não fossem aceitas visitas. Já havia ouvido falar que era uma comunidade um pouco fechada. Enquanto esperava e andava pela parte de fora das instalações, depois de mais de uma hora lá, subitamente vi 2 pessoas na entrada do templo, aparentemente um sacerdote e um seguidor em algum tipo de rito ou consulta. Quando fui perguntar ao sacerdote se podia conhecer o local e os templos ele me disse para ir embora de forma ríspida e voltou a entrar no templo. Fiquei mais um pouco para dar uma última olhada e resolvi ir embora. Aproveitei então para passear pela área e apreciar a vegetação nativa. Na 3.a feira 10/8 resolvi ir para a Vila de São Jorge conhecer o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. Mas antes quis ir a mais uma cachoeira particular (entrada paga - cerca de R$ 5,00), que ficava no começo da estrada para lá. Fui caminhando por cerca de 8 Km e cheguei à Cachoeira São Bento (https://www.google.com.br/maps/uv?hl=en&pb=!1s0x934579cfa16fc997:0xc6fb53245d88a2c3!2m5!2m2!1i80!2i80!3m1!2i100!3m1!7e1!4shttp://www.panoramio.com/photo/12353298!5scachoeira+s%C3%A3o+bento+alto+para%C3%ADso+-+Google+Search&sa=X&ei=cP2_VLjMGIaYNrzugLAN&ved=0CIwBEKIqMA4), que ficava na fazenda de mesmo nome. Além da cachoeira havia uma grande piscina natural, pequenas trilhas e vegetação aparentemente nativa. :'> Por volta de 15 ou 16 horas eu fui para a estrada para pegar o ônibus para a Vila de São Jorge. No ônibus havia aparentemente várias pessoas que estavam indo lá a passeio, incluindo estrangeiros. Gostei bastante da Vila de São Jorge. Fiquei hospedado no hotel da Dona Chiquinha. Logo após chegar lá conheci várias outras pessoas também recém chegadas. Em especial conheci o Erivelton do Nascimento Silva, com quem mantenho contato até hoje, posto que morava em Diadema, na Grande São Paulo. Ele estava procurando um camping onde pretendia ficar. Comentamos que provavelmente iríamos nos encontrar depois durante os passeios e foi o que ocorreu. Pesquisei um local para jantar e descobri uma espécie de bar e restaurante. Porém uma das donas disse-me que só fazia comida até cerca de 17 horas. Argumentei com ela que chegaria tarde dos passeios e ela concordou em fazer até as 19 horas, depois de uma longa negociação. Ainda deu tempo de tentar ir a um mirante para ver o pôr do sol, mas não consegui identificá-lo. Na 4.a feira 11/8 fui até o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (http://www.icmbio.gov.br/parnachapadadosveadeiros/guia-do-visitante.html). Lá verifiquei quais os passeios possíveis (Trilha dos Saltos e Trilha dos Cânions) e formamos um grupo para o primeiro deles. Era obrigatório o acompanhamento de um guia, que recebia R$ 10,00 por pessoa. Pelo que me lembro, no grupo estávamos eu, o Erivelton, um rapaz carioca, um casal de cariocas e mais algumas pessoas. Fizemos a Trilha do Salto, passando pelo antigo garimpo e indo para as cachoeiras, mirantes e rio. Gostei muito do local, tanto da paisagem quanto da aproveitabilidade. Pude nadar, caminhar e contemplar. Imaginando que começaríamos a voltar perto de 17 h, pois o parque fechava às 18 horas, deixei para entrar nas cachoeiras da última atração a que chegamos mais tarde, pois queria preservar o protetor solar e contemplar o lugar. Porém, para minha surpresa o guia chamou pouco depois das 15 horas para voltarmos. Então pedi a ele alguns minutos e fui banhar-me nas cachoeiras rapidamente, o que durou cerca de 15 minutos. Eles esperaram por mim, mas aí eu descobri que poderia voltar com um outro grupo que voltaria mais tarde. Quando cheguei na portaria o rapaz carioca disse-me que o guia e alguns membros do grupo ficaram bastante aborrecidos comigo, mas eu nunca iria imaginar que eles iriam querer voltar no meio do dia (que estava com um enorme sol) e não sabia que podia mudar de grupo para voltar. Abaixo estão algumas das fotos que o Erivelton tirou: Após voltar fui ao mirante ver o pôr do sol. Havia uma Estrela de David no chão para identificar o local. No dia anterior havia ido lá, visto a estrela, mas não havia achado que aquele era o local. Desta vez, após conversar com o carioca, identifiquei-o e consegui apreciar o pôr do sol do ponto indicado. :'> O Erivelton foi até uma torre próxima e tirou bonitas fotos do pôr do sol. Jantamos no local que eu mencionei antes, tendo chegado antes do horário combinado devido à volta prematura do passeio. Na 5.a feira 12/8 fomos novamente até o parque para o segundo roteiro. Formamos um grupo, desta vez maior, incluindo a mim, ao Erivelton, um casal de Jundiaí, duas moças (uma de Recife e outra acho que era do Rio), um brasiliense, uma espanhola, um italiano e acho que havia mais algumas pessoas, Pagamos novamente R$ 10,00 por pessoa para o guia Jamaica. O italiano era o Giordano, morador de Bolonha, que estava passando férias no Brasil. Fui conversando com ele e o Erivelton boa parte do caminho. Fizemos a Trilha dos Cânions, passando por várias cachoeiras e cânions. Desta vez pedi ao Jamaica que me avisasse 30 minutos antes de regressarmos. Novamente gostei muito do local. Pude nadar, caminhar e contemplar. Começamos o retorno deste passeio bem mais tarde, perto de 16:30, o que permitiu usufruir mais do local. À noite jantamos no mesmo local (além de mim e do Erivelton), as duas moças e o Giordano. Abaixo estão algumas das fotos que o Erivelton tirou (ele está à minha direita na primeira foto): Na 6.a feira 13/8 fui com o Erivelton até o Vale da Lua, local privado (paguei cerca de R$ 10,00) em que havia cachoeira, piscina natural e estruturas que faziam lembrar a superfície lunar. :'> Fomos a pé por uma trilha em meio à vegetação. No caminho passamos por alguns locais elevado que permitiram belas vistas e cruzamos um pequeno curso de água de que bebi, mas que ele não achou seguro. Quando chegamos estavam saindo de lá o brasiliense e a espanhola. Ficamos lá em contemplação o dia todo. O Erivelton acho que preferiria ter aproveitado para visitar mais locais, mas acabou ficando comigo para fazer companhia. No final do dia ainda tirou fotos, umas das quais está abaixo: E este à direita é o Giordano, conversando comigo na Vila de São Jorge: Antes de ir embora ainda deu para ver o resto do Festival de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros, que ainda tinha exposições, apesar de já ter acabado. No sábado 14/8 despedi-me deles e peguei um ônibus para Brasília pela manhã. O Erivelton e o Giordano pegaram uma carona com as duas moças até Alto Paraíso, para poderem sacar dinheiro. Cheguei na rodoviária interestadual de Brasília no começo da tarde e fui hospedar-me no Núcleo Bandeirante. Lá fiquei no Hotel Micro (http://www.entrei.net/empresa/hotel-micro-ltda-me/3462500.html). Paguei R$ 30,00 a diária, com televisão, banheiro fora do quarto e direito a café da manhã (bem farto). Para ir e voltar do Plano Piloto (cerca de 20 Km) peguei ônibus urbanos. Para as atrações de Brasília veja: http://www.soubrasilia.com/brasilia/pontos-turisticos, http://www.guiabsb.com.br/pontos-turisticos-brasilia-df, http://www.conhecabrasilia.com.br/ e http://wikitravel.org/pt/Brasilia. No domingo 15/8 fui ao centro de informações turísticas no aeroporto e obtive um mapa turístico e muitas informações sobre a cidade. De lá peguei um ônibus para o Plano Piloto (que aos domingos tem maior intervalo entre horários de passagens). Gostei muito de Brasília. Achei Brasília bem mais segura do que São Paulo. No entorno da rodoviária do Plano Piloto e na área verde perto da Torre de TV, principalmente à noite, foi-me recomendado ter cuidado. Os pontos de que mais gostei foram: 1-) Parque Nacional de Brasília (Água Mineral), que possuía piscinas naturais para banho e trilhas no cerrado e mata (cheguei a ver um veado campeiro). Veja http://www.icmbio.gov.br/portal/o-que-fazemos/visitacao/ucs-abertas-a-visitacao/213-parque-nacional-de-brasilia. A entrada era paga. 2-) A vista da Torre de TV (de dia e de noite). 3-) Parque Ecológico Ermida Dom Bosco, em que se podia nadar no Lago Paranoá. A entrada era gratuita. 4-) Templos Religiosos: igrejas católicas de arquitetura e correntes filosóficas peculiares, Ermida Dom Bosco (há um mosteiro também perto de lá), igrejas protestantes, LBV - pirâmide, maçônicos - matriz nacional, budistas - Terra Pura, sheicho-no-ie e mesquita muçulmana. 5-) Espaços e museus específicos para Oscar Niemeyer, Lúcio Costa e o projeto/construção de Brasília. 6-) Museu do Banco Central, que era gratuito. 7-) A visitação dos prédios públicos por dentro (Itamaraty, Congresso, STF, etc). 8- ) Memorial JK. 9-) A arquitetura dos prédios e construções em geral. Um ponto não muito divulgado de que gostei foi o Centro Cultural Banco do Brasil, que era no caminho para a Ponte JK, era bem grande e estava com várias exposições. Na 4.a feira 18/8 ainda aproveitei para cortar o cabelo e dar um passeio no Núcleo Bandeirante, que apesar de não ser relacionado nos pontos turísticos, pareceu-me muito equilibrado e agradável. Fui a pé até o aeroporto para retornar para São Paulo. O avião da Avianca teve um problema técnico e a companhia ofereceu-me ir pela Gol para Congonhas (em vez de Guarulhos), o que prontamente aceitei. Os gaúchos do voo estavam preocupados, pois não queriam se atrasar para ver a final da Libertadores entre o Internacional e um time mexicano no Beira-Rio. 1 Citar
Membros de Honra deiafranzoi Postado Janeiro 22, 2015 Membros de Honra Postado Janeiro 22, 2015 Nossa, que viagem essa viagem!!! Lugares super diferentes, muito legal! Parabens! Déia Citar
Membros de Honra Pedrada Postado Janeiro 22, 2015 Membros de Honra Postado Janeiro 22, 2015 Eai Fernando! Muito bom seu relato por demonstrar como é possível conhecer os interiores do Brasil Já passei por vários desses locais, do Tocantins/Araguaia ao Xingu, então sabemos dos perrengues kkk mas sempre vale, pq isso amplia nosso conhecimento da realidade brasileira.... Apenas faço observação quanto ao ingresso em territórios indígenas, que ainda não tem regulamentação para "atividades turisticas" apenas para pesquisa/projetos... Então ficamos sujeitos aos trâmites "ilegais".... Tem locais onde é mais fácil/possível outros caros e/ou perigosos mesmo! E nessa região de São José não é o parque do Xingu, mas kapoto jarina, dos Kayapó, por isso eles falaram do Megaron e do Raoni, dois líderes dessas etnia. Valeu demais pelo relato e boas viagens !! Citar
Membros Márcio/Sp Postado Fevereiro 18, 2020 Membros Postado Fevereiro 18, 2020 Que viagem alucinante, pena que é uma dificuldade imensa de transporte regular, tem que estar com a mente aberta. Citar
Colaboradores fernandobalm Postado Fevereiro 18, 2020 Autor Colaboradores Postado Fevereiro 18, 2020 @Márcio/Sp Realmente há trechos que são mais difíceis, como no entorno do Xingu e no interior do Jalapão. Mas se você pegar só as vias principais, saindo de Brasília, passando pela Chapada dos Veadeiros, Alto Paraíso e seguindo o ramal principal do Tocantins, até que o transporte não é complicado. No Pará também não é, desde que você siga as rodovias principais, sem entrar muito nas áreas mais remotas. Só te recomendo cautela, pois em termos de segurança aquela área já era complicada e agora deve estar bem mais. Se precisar de algo estou à disposição. Abraços! 1 Citar
Membros Gleiseane Martins Postado Junho 6, 2020 Membros Postado Junho 6, 2020 Belo relato, um dia eu pretendo conhecer o norte do país, embora seja terra de muitas brigas... é o nosso país e precisamos nos apropriar deste lugar culturalmente e turisticamente falando, tenho um canal no youtube que compartilho minhas viagens também e gostaria de compartilha com você também Fernando. Citar
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