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Fala Galera,

 

Vou relatar parte de uma viagem ao Espírito Santo, que incluiu 2 destinos: Pancas, no noroeste do Estado, e Pedra Azul, distrito do município de Domingos Martins, um pouco mais próxima de Vitória. Nesse relato vou abordar somente Pancas. Pedra Azul procurarei contribuir em outros tópicos já criados. A explicação é simples, tem muito pouca informação sobre Pancas aqui no Mochileiros, e no meu entendimento os outros relatos existentes sobre esse lugar incrível foram um pouco diferentes da minha experiência por lá.

 

Tudo começou quando eu e minha esposa, Priscila, paramos para pensar sobre o que fazer no Reveillon 2014/2015. Não tinhamos muitas opções, pois estava meio em cima da hora e as passagens aéreas já estavam bastante caras para os destinos mais turísticos. Por outro lado, nós buscávamos algum lugar mais tranquilo, sem muvuca. Eis que do nada, nos deparamos com uma foto de Pancas, tirada da Pedra da Colina (pista de Paraglider). Foi aquela sensação de :o "Temos que conhecer esse lugar!!!". (digite "Pancas" no Google Imagens). E um amigo nosso, que já morou no Espírito Santo, disse que Pancas seria um bom destino de isolamento. Ninguém iria para aquele fim de mundo.

 

Foi aí que, pesquisando mais um pouco sobre o lugar e insistindo em tentar viabilizar a logística, consegui encontrar passagem para Vitória num preço bom, GIG - VIX por R$300 ida e volta. Sem poder parar para pensar direito, compramos. Com a passagem comprada, nosso destino estava decidido, exploraríamos o Espírito Santo. Teríamos 6 dias pra isso.

 

A primeira abordagem de planejamento foi "Vamos passar os 6 dias em Pancas e vamos escalar pelo menos uns 2, o resto faremos trilhas". Como somos iniciantes na escalada, precisaríamos de alguém para nos guiar na escalada. Encontramos informações sobre a empresa Planeta Vertical, de Vitória, e fomos procurar saber se seria possível alguém nos guiar. Entramos em contato direto com o Oswaldo Baldin, dono da Planeta Vertical. Bom, ele demorou para nos responder, o que nos prejudicou um pouco no nosso planejamento, mas depois descobrimos o por quê. Ele era o único guia a atuar profissionalmente com escalada no Espírito Santo ::hein: e estava tentando remarcar um outro compromisso para poder nos guiar em Pancas. O chato é que não deu, então melou as escaladas. :( Não há guias profissionais na região de Pancas. Agora, se você você não é iniciante na escalada, continue lendo o relato. Falarei um pouco mais das escaladas a frente.

 

Diante da impossibilidade de praticarmos escaladas, tivemos que incluir um outro destino no roteiro, Pedra Azul. Ficou 3 dias "úteis" para Pancas, 2 dias para Pedra Azul e, no último dia, Vila Velha e um pulo em alguma praia de Guarapari.

 

Depois de lermos tudo o que havia disponível sobre Pancas aqui no mochileiros (não é muito) decidimos que esse roteiro seria uma exploração motorizada. Alugaríamos um carro em Vitória e rodaríamos os 6 dias com ele. ::otemo::

 

Agora vamos aos fatos.

 

Dia 30/12 - Ida Rio de Janeiro >> Vitória >> Pancas

 

Nesse dia fizemos a viagem Rio de Janeiro >> Pancas. Nosso voo para Vitória era as 16:30, +/-. Saí do trabalho um pouco mais cedo e lá fomos nós para o Galeão. O Vôo RJ-VIX é muito rápido, tipo uns 45 min. Bom, como saiu tudo nos conformes, 17:30 estávamos no aeroporto de Vitória procurando a agência da Localiza, onde retiraríamos o carro.

 

Sobre a reserva do carro: Pela primeira vez utilizei um serviço online que se chama RentCars. Gostei, consegui um bom preço reservando com a Movida, carrinho classe A, ou seja, básico. Mas funciona assim, vc faz a reserva e a RentCars vai procurar saber se a empresa pode arcar com o compromisso. No nosso caso a Movida não poderia, então a própria RentCars providenciou outra reserva pra mim no preço próximo ao que eu havia selecionado anteriormente. Ficou reservado com a Localiza. R$99 a diária.

 

Continuando. Pegamos o carro, tanque cheio, bagagem no lugar e fomos nós. Lá pelas 18:00 pegamos a BR-101 sentido Norte até a cidade de Fundão, depois pegamos à esquerda a rodovia ES-261, que leva a Santa Teresa, e de lá pega a ES-080 rumo a Colatina. Se tiver dúvidas, dá uma olhada no Google Maps.

 

Atenção: Essa não é opção mais rápida para chegar em Pancas. A opção mais rápida é ir pela BR-101 até João Neiva e depois pegar a BR-259 até Colatina. Depois de Colatina só tem um caminho, continuando pela ES-080 e depois pegando a ES-341. Não fomos por esse caminho pois queríamos fugir do trânsito das BR 101 e 259. Deu certo, mas demorou muito mais, o caminho passando por Santa Teresa é muito mais montanhoso e subir serra com o carrinho 1.0 demora. Levamos umas quase 5 horas para chegar a Pancas. Já era quase 23h quando estacionamos na pousada Ninho da Águia.

 

Chegamos cansados e com fome. Para nossa sorte, ainda havia uma lanchonete na cidade disposta a fazer uma última entrega de Lanche. Foi banho, comer, dormir.

 

Mas antes de ir dormir, uma olhadela a partir da varanda, e a luz da lua revelava o contorno das montanhas que cercam a cidadezinha, só pra deixar a gente ansioso para o próximo dia.

 

Dia 31/12 - Reconhecimento da cidade, em busca das trilhas a fazer + Fim de tarde na Rampa de Voo Livre

 

Acordamos lá pelas 9h. Aprontamos e fomos tomar café. Só havia nós hospedados na pousada. O café da manhã é bem bonzinho. Tinha bolo, pão, queijo, presunto, suco, frutas.

 

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Esse seria um dia para sondar o que daria para fazer nos próximos 2 dias e, pelo menos, subir no alto da Pedra da Colina, onde fica a pista de voo livre.

Começamos batendo um longo papo com a Nádia, proprietária da Pousada. Muito gente boa!!! Ela foi nos ouvindo e tentando nos colocar em contato com as pessoas certas. Fez umas ligações, explicou algumas coisas, alguns caminhos, etc. Ela nos passou o contato do Nilton, proprietário do "Cantinho do Camelo", que costuma fazer umas guiadas em algumas trilhas para o lado da Pedra do Camelo. E lá fomos nós bater um papo com o Nilton. O Cantinho do Camelo fica no córrego São Luiz, cujo acesso é na Primeira entrada de estrada de terra à esquerda de quem sai de Pancas sentido Colatina. Tem uma plaquinha indicando a entrada na estrada e depois que vc pega a estrada de terra também está tudo sinalizado. Não tem erro.

 

O Papo foi bem descontraído. O Nilton é uma pessoa super disposta a ajudar. Ele propôs que fizessemos duas trilhas para aqueles lados: 1. Subir no cume da cabeça do camelo; 2. Subir na base da Pedra da Agulha, até aonde começa a via da escalada da maior chaminé do Brasil (500m), a chaminé Brasília. Gostamos da ideia.

 

Em ambos os casos teríamos que acessar propriedades particulares e agora os moradores estão cobrando para permitir o acesso. No caso da trilha da cabeça do camelo, teríamos que entrar em 2 propriedades, pagar R$10 p.p, o que daria R$40 só de acesso. Porém, como uma das propriedades é o Sítio Cantinho do Céu, ele sugeriu que essa trilha nós fossemos guiados pelo Fabinho, proprietário desse sítio, o que diminuiria R$20 de acesso. Como fica próximo ele se dispôs (não pedimos para ele fazer isso) a ir conosco até o Cantinho do Céu para conversarmos com o Fabinho.

 

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Sobre o sítio Cantinho do Céu: O Sítio fica no córrego Palmital. Seguindo pela rodovia saindo de Pancas sentido Colatina, depois da entrada para o córrego São Luiz, alguns quilômetros a frente tem uma placa azul escrito "Igreja da Paz". Ali fica a entrada para o Palmital. Depois é só seguir até se deparar com a porteira da foto acima. O Sítio conta com área de camping e é muito utilizado pelos escaladores que frequentam a região. Há várias vias abertas no entorno do sítio. A área de camping é sombreada por árvores altas, não tem gramado, mas o chão de terra é bem plano e limpo. Tem banheiro masculino e feminino com chuveiro quente e uma ducha fria, para refrescar nos dias mais quentes.

 

Sobre as escaladas: Um outro motivo para os escaladores ficarem acampados no sítio Cantinho do Céu é que ali há uma pasta contendo croquis da maioria das vias abertas na região. Uns bem feitos no computador e outros feito a mão mesmo, dependendo do capricho dos conquistadores das vias. Mas de forma geral, tudo muito legível e compreensível. Várias das vias foram abertas pelo Oswaldo Baldin, dono da Planeta Vertical, que eu citei lá atrás. A maioria das vias da região estão entre 3º e 5º grau, com níveis de exposição E2 e E3, mas há também vias de maior graduação, e exposição E4, E5, ou seja, menos protegidas. Uma coisa rara é que ali ainda há muito o que se explorar, então os escaladores dispostos a abrir vias terão um prato cheio a sua frente. O tipo de rocha não fornece muitas agarras, sendo a aderência muito utilizada. Tem via com diedro, tem vias que dá pra fazer Big Wall. Resumindo: Tem de tudo um pouco e ainda pode ter muito mais. É um paraíso da escalada subexplorado e subutilizado. A temperatura nessa época do ano não favorece muito. É quente pra chuchu e a rocha ferve. Ideal creio que seja no inverno, como de costume. O Fabinho, proprietário do sítio, fez o curso de escalada com o Oswaldo Baldin e tem plena condição de conversar sobre as escaladas usando os termos técnicos adequados e fornecer as dicas para as vias catalogadas na pasta de croquis.

 

O Fabinho nos chamou para entrar e depois de um longo bate papo, fechamos a programação: Subiriamos a Cabeça do Camelo com o Fabinho no dia 01/01 e no dia seguinte iríamos com o Nilton na base da Pedra Agulha.

Havia uns mineiros de Berzonte acampados no Cantinho do Céu que disseram que talvez iriam fazer a trilha da Cabeça do Camelo junto com a gente, dependendo de como fosse a passagem do ano (ressaca).

 

Saímos de lá já era umas 15h. Esquecemos completamente do almoço. Era dia 31/12 e já não tinha nenhum restaurante aberto. Sorte nossa que os supermercados ainda estavam abertos, então conseguimos comprar coisas para montar um lanche. Depois do supermercado fomos direto para a pista de voo livre em busca da paisagem que tinha inspirado toda a viagem. O Caminho é muito fácil, embora um pouco longo. Boa parte asfaltado e tudo sinalizado. Também não tem erro.

 

Chegando lá foi só disfrute.

 

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Dia 01/01 - Trilha da Cabeça do Camelo

 

Acordamos cedo, tomamos café da manhã às 7:00 e partimos para o Cantinho do Céu. Chegamos lá, o pessoal já estava nos esperando. A minerada que estava acampada resolveu fazer a trilha junto com a gente. O grupo agora devia ter umas 10 pessoas. Começamos às 7:50, com quase 1 hora de atraso, em boa medida por nossa culpa, mas tranquilo, era primeiro dia do ano e ninguém estava com pressa.

 

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A trilha começa seguindo uma estrada pelo meio do cafezal que vai até um ponto onde há uma árvore alta no topo do cafezal. Dá pra chegar de carro até ali, mas não foi o nosso caso. O sol já "pocava" a essa hora. Nessa árvore grande, deve-se pegar a esquerda por dentro do cafezal em direção a uma matinha. A trilha atravessa essa matinha e você se depara com uma laje de pedra com uma inclinação razoável. Segue pela laje de pedra para cima e à direita. A partir daí, a trilha alterna trechos longos de laje de pedra bastante inclinada e trechos curtos de trilha de terra. Aqui vale uma observação: Não é fácil achar o caminho sozinho e não há sinalização, portanto o mais recomendado é mesmo ir guiado pelo Fabinho. Aliás, acho que eles não gostam que o pessoal suba sozinho, principalmente se passar direto sem o consentimento dos proprietários. A dica é, mesmo se quiser subir sozinho, procure o Fabinho ou quem estiver na casa, bata um papo, pague o acesso (caso necessário).

 

Bom, depois do trecho de escalaminhada a trilha volta a entrar na mata. Vinhamos bem até que minha esposa manda um grito "Ahhh, uma cobra". A bichinha tava ouriçada, balançando a cauda e com a cabeça em pé, naquela posição de bote. Uma jararaca segundo o Fabinho. Ele tomou a providência de tirar a cobra da trilha para podermos prosseguir. Antes da Priscila gritar eu já tinha passado pela cobra, e nem notei, devo ter quase pisado nela. Sorte minha não ter acontecido nada. O Fabinho disse que foi a primeira vez que se deparou com cobra naquela trilha.

 

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A trilha segue pela mata até chegar em uma parte mais complicada, onde ou você sabe escalar e vai superara o trecho ou vai precisar de uma corda. O Fabinho instalou a corda e foi subindo um por um. Passamos com tranquilidade. Outras pessoas do grupo tiveram dificuldade, mas no fim todos conseguiram superar esse trecho.

 

Mais um pouco de caminhada pela mata e CUME!

 

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Na descida as mesmas pessoas que empacaram na subida, empacaram de novo, mas era o primeiro dia do ano e estávamos a passeio. Então estávamos tranquilos. A única coisa que tava pegando em relação a demora é que a água já tinha acabado e o calor tava foda!

 

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Chegamos de volta na casa do Fabinho por volta de umas 15h e a mãe dele já nos aguardava com uma vasilha grande de água com gelo. Cada um deve ter bebido uns 4 copos d'agua.

 

Antes de ir embora ainda resolvi dar uma entrada na ducha de água fria pra resfriar as engrenagens. No caminho tinha umas mangas recém caídas do pé. Mandei ver. Delícia.

 

Considerações gerais sobre a trilha: Eu classificaria essa trilha como difícil, primeiro porque não é trivial encontrar o caminho, segundo porque é bastante íngreme, com trechos de laje de pedra onde a pessoa fica exposta a uma queda razoável, terceiro pelos obstáculos, como o trecho que necessita de corda. Não é uma trilha muito longa. Nós demoramos para atingir o cume pois estávamos num grupo grande com pessoas de diferentes níveis de prática/experiência, medo, etc. Tinha uma pessoa com uma ressaca braba, vomitando a cada curva (ela chegou ao cume, guerreira!). Uma pessoa com boa prática e bom condicionamento físico deve concluir a subida em umas 2 horas. Nós levamos o dobro. O Fabinho se mostrou um guia excelente: Gente fina, paciente, calmo e conhece a trilha como a palma da mão. Deu conta do grupo de 10 tranquilamente. Perguntamos para ele quanto seria a nossa parte pela guiada, ele disse que normalmente ele cobra R$50, mas que o valor seria rateado com o pessoal do camping, então era para darmos o que achávamos justo. Como achamos que R$50 é muito pouco pela guiada que ele acabara de realizar, demos R$50 para ele (por duas pessoas). Não sei quanto ele cobrou do pessoal do camping.

 

Saímos de lá umas 16:00 e estávamos famintos. Sabíamos que não encontraríamos restaurantes abertos a essa hora. Fomos para a pousada, rezando para a Nádia ter alguma coisa para nos servir de almoço. Bingo. Ela tinha um peixe, salada e arroz, ovo frito e uma jarra de suco de abacaxi. Perfeito! Ela cobrou R$50 pela refeição. Ela tinha também a opção de carne de porco, que foi o que restou aos outros 3 hóspedes que chegaram na noite de 31/12 e naquele dia também tinham feito a trilha da cabeça do camelo, mas não subiram junto com o nosso grupo (encontramos com eles no cume). Claro que eles também estavam famintos e a Nádia seria a sua única salvação.

 

Depois de almoçar e descansar brevemente resolvemos ir curtir o final de tarde na rampa de voo livre de Lajinha (distrito de Pancas com 80% da população descendente de Pomeranos). Valeu a pena.

 

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Dia 02/01 - Trilha da Base da Pedra Agulha

 

Como no dia anterior, tomamos o café às 7:00. Às 7:40 estávamos no Cantinho do Camelo. O Nilton já nos aguardava e disse que o seu filho mais velho (acho que tinha 11 anos) iria conosco. Sem problema. Entramos no carro e fomos em direção a propriedade onde fica a trilha, que salvo engano está no córrego São José. O acesso é o seguinte: saindo de pancas pela rodovia sentido colatina, depois de passar as entradas do córrego São Luiz e do córrego Palmital (ambas à esquerda), haverá uma entrada à direita com um ponto de ônibus próximo. É ali que entra.

 

Chegando lá o Nilton foi falar com os donos da propriedade dos nossos planos. Tudo na boa, seguimos com o carro até onde o uninho aguentou e eu quis encarar. Deixamos o carro parado numa entrada do cafezal e continuamos pela estrada dentro do cafezal. O cucuruto fálico bem à frente. No topo do cafezal começa a trilha pela mata.

 

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Essa trilha mescla trechos de mata com alguns trechos de laje de pedra bastante inclinadas, como na cabeça do camelo. Mas aqui é um pouco mais fácil e o caminho mais curto. A segunda laje de pedra permite uma visão formidável do Vale do Córrego São Luiz.

 

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Depois de caminhar cerca de 1hora e meia, chega-se a um mirante, com uma visão ampla da região de uma lado e a Pedra Agulha atrás. A trilha prossegue até a base da pedra Agulha até a base da via de escalada da chaminé Brasília. Dá para ver o primeiro grampo da via. Objetivo atingido! Da próxima vez que voltarmos aí será para escalar...rrsrsrs.

 

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Ficamos lá cerca de meia hora. A descida foi rápida e tranquila. Não podíamos demorar pois tinhamos que voltar a pousada para fazer o chekout até 12:00 e queríamos tomar um banho antes de ir embora, pois naquele dia ainda viajaríamos para Domingos Martins.

 

O Nilton nos cobrou R$80 pela guiada + entrada na propriedade do cumpadre dele. Foi caro pelo que é a trilha, mas foi um passeio muito maneiro.

 

No check-out a Nádia me presenteou com uma caixa de manga coquinho (aquela manga pequenina super doce) colhida no quintal dela. Comi tudo até o final da viagem!!! ::hahaha::

 

O almoço naquele dia foi mais tranquilo. Os restaurantes estavam abertos. Acabamos indo almoçar no Degas na saída de Pancas. O PF c/ arroz, feijão, frango, salada e ovo custou R$10.

 

Sobre o Degas: Antes de ir embora o Seu Degas fez questão de perguntar o que estávamos fazendo em Pancas. Dissemos que já estávamos de saída, mas que tinhamos feito as trilhas da Cabeça do Camelo e da base da Pedra Agulha. Nesse momento ele pediu para esperarmos e trouxe uma pasta cheia de fotos em papel, soltas e completamente desorganizadas e começou a falar das coisas que tem para fazer em pancas. Citou algumas cachoeiras, uma trilha que começa na cidade e dá a volta nas montanhas que margeiam a cidade, saindo próximo da pedra do leitão (ou pedra da Rita). A Nádia também tinha nos falado dessa trilha. Não nos pareceu ser a melhor referência para trilhas e escaladas na região. O negócio dele é o paraglider, pois ele recebe muitos praticantes ali em seu restaurante e atua na associação de voo livre que há ali. Todas as vezes que passamos no restaurante ao longo do feriado estava fechado, com exceção desse último dia. Mas ele jurou de pé junto que abriu todos os dias.

 

Almoçados, partimos para Domingos Martins, mas essa parte fica para outros tópicos.

 

DICAS:

 

Onde ficar na cidade:

- Pousada Ninho da Águia (R$120 a diária p/ casal) - Link

- Hotel Acácia (R$115 a diária p/ casal) - Link

 

Camping:

- Sítio Cantinho do Céu (Facebook)

 

Hospedagem rural:

- Cantinho do Camelo (o Nilton trabalha com grupos grandes, podendo receber até 150 pessoas, sendo o público de igreja o seus maiores clientes) - Link

 

Onde comer:

- Lanchonete Raio de Luz (ela salvou a nossa vida na noite em que chegamos e na noite de reveillon) - (27) 99600-0156. Serve lanches, panquequas, lasanhas e outras coisas.

- Restaurantes no centro da cidade: tem umas 3 opções. Não comemos em nenhum deles, pois estavam fechados nos horários que voltávamos das atividades.

- Supermercados: tem uns 3 ou 4, todos na avenida principal.

 

RESUMO: O que encontramos em Pancas foi uma paisagem maravilhosa e única no Brasil. A atividade turística em Pancas está deveras subexplorada. Falta visão política e estratégica. Acredito que o histórico de criação do parque nacional na forçação de barra deixou o pessoal da região meio arredio aos ecoturistas. Apesar disso, não tenho o que reclamar das pessoas com quem estivemos lá esses 3 dias. Pessoas super educadas, atenciosas e receptivas. O ICMBIO está completamente ausente na região. Não há nenhum indício que a área é uma unidade de conservação (Monumento Natural). Precisa de um plano de manejo urgente. É preciso também um bom trabalho de envolvimento das pessoas da região que hoje trabalham com agricultura, para que se envolvam com o ecoturismo em parceria com o parque e assim obtenham uma fonte de renda extra. As pessoas que tocam o turismo na região hoje não tem apoio de ninguém, nem da prefeitura, nem do estado, nem do icmbio, verdadeiros guerreiros. Apesar da pouca estrutura, VISITAR PANCAS VALE A PENA!!!!! VÃO E VEJAM COM SEUS PRÓPRIOS OLHOS!!!

 

É isso galera. Se tiverem alguma dúvida é só perguntar.

Abraço

Marcos

  • Membros de Honra
Postado

E aí Marcos

Valeu pelo relato, sempre bom conhecer novos destinos nesses interiores do Brasil !!

Monumento natural como estes devem mesmo serem melhores preservados

Boas viagens!!

  • 1 mês depois...
  • 4 meses depois...
  • Membros
Postado

Muito útil esse relato, obrigada por compartilhar a sua experiência em um local mais fora dos roteiros mais tradicionais.

 

Devidamente anotado, final do mês vou conhecer pessoalmente essa maravilha! ::otemo::

  • 2 semanas depois...
  • Membros
Postado

Que relato bacana. Meu pai nasceu em Pancas e eu já visitei a cidade, infelizmente com pegada de visita familiar, mas me encantei com as belas montanhas, que aliás no verão fazem a cidade virar um caldeirão.

Na próxima vez que eu for a cidade quero explorar o eco turismo e espero ajudar com relato.

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