PQ. Nacional do Itatiaia - RJ/MG - Nascente do Aiuruoca

sargentoph · Julho 23, 2009

Sexta feira - 17/07/09 - 17h00min – Itatiba – SP: Saída rumo a Pindamonhangaba encontrar o grupo, fazer compras e arrumar as mochilas para a trilha.

Sábado - 18/07/09 - 5h10min – Pindamonhangaba – SP: Saída rumo ao Parque Nacional do Itatiaia – RJ/MG onde encontraríamos o nosso guia Felipe na portaria e foi onde começou o problema, pois nosso guia não estava lá. Como conseguimos autorização do parque para ocuparmos o Abrigo Rebouças, que fica no inicio da trilha que faríamos, fomos direto para lá organizar o abrigo e nossas mochilas para podermos partir rumo a Nascente do Aiuruoca logo que o guia chegasse. Estávamos em um grupo de 30 pessoas e as trilhas seriam feitas por dois guias levando uma parte do pessoal ate o Agulhas Negras e a outra, na qual eu estava incluso ate a Nascente do Aiuruoca.

Algum tempo depois chegou um guia (Edson) dizendo que seria o nosso guia e como a trilha ate o Agulhas Negras requer maior preparo e técnica em função da escalada achamos normal que o Felipe, mais experiente e muito bem recomendado fosse com o outro grupo. O segundo problema apareceu nesse ponto, pois o guia que contratamos também não foi junto deste grupo, que como quem contratou o serviço do Felipe estava indo para Nascente do Aiuruoca, imaginou que ele estivesse fazendo este caminho.

Saímos rumo a nascente por volta das 9h30min, bem mais tarde do que pretendíamos, e como estávamos com um grupo grande, dezesseis pessoas, a caminhada foi lenta e com muitas paradas para reunir o grupo e tirar fotos.

Um pouco a frente da metade da trilha e próximo ao meio dia, um dos membros do grupo que estava mais para trás teve câimbras e resolveu para, foi onde apareceu o terceiro problema, pois o guia não teve a preocupação de saber se a pessoa ficaria esperando voltarmos, se ela tentaria voltar e se ela sabia voltar, apenas seguiu a trilha, desta vez apertando o passo em função do horário e deixando para trás três pessoas, já que alguns resolveram ficar fazendo companhia.

Apos algum tempo e alguns erros de caminho chegamos ate nosso destino.

Ficamos algum tempo por lá descansando, tirando fotos e aproveitando para hidratar e comer, eu arrisquei ate mesmo um mergulho na água congelantemente fria, o que posteriormente considerei um erro, pois me prejudicou muito na volta, deixando as pernas extremamente doloridas provavelmente em função do choque térmico.

Na volta, fiquei para trás em função das dores na perna em uma parte bem difícil da trilha, pois alem de subida, o trecho era de arbustos grandes e fechados, impedindo que eu visse o restante do grupo e fez com que eu saísse da trilha caminhando aproximadamente 60° fora do percurso feito pelo resto do grupo, mostrando a falta que faz um fecha trilha, especialmente em uma trilha fechada e com um grupo de 15 (no momento 12) pessoas.

Neste momento começou a chover, e foi onde o maior problema começou, pois o Fabrício, minha carona ate Pinda acabou escorregando em uma pedra e aparentemente rompendo o ligamento do joelho em um momento onde apenas parte do grupo havia ficado para trás, o guia e mais 2 pessoas, alem de mim e do Fabrício. Estávamos um pouco a frente da metade do caminho, faltando pouco mais de uma hora para o final da trilha e com o dia querendo chegar ao fim (16h15min) e tendo que chegar ao abrigo as 17h00min em função do regulamento do parque, como celulares não funcionavam e constatamos que o guia não tinha um radio, kit de primeiros socorros ou sequer um mínimo de preparo para lidar com uma situação destas tivemos que seguir caminhando e levando o Fabrício da melhor maneira possível enquanto uma das pessoas tentava chegar ao abrigo para buscar ajuda.

Por volta de 40min depois de o Fabrício se machucar o grupo que fazia agulhas negras nos encontrou e tivemos uma boa ajuda na empreitada ate o abrigo, porem com a chuva apertando, a neblina adensando e a noite cada vez mais próxima, a trilha se tornou um desafio ate mesmo para aqueles que estavam bem, imagine para uma pessoa sendo carregada e para aqueles que a carregavam. Nesta altura nosso guia (Edson) havia desaparecido, descobrimos depois que ele havia ido para o abrigo, e eu que estava apenas com uma camiseta de dryfit por ter emprestado as blusas de frio para o Fabrício resolvi apressar o passo na trilha e tentar encontrar o pessoal voltando do abrigo e guiar eles, alem é claro de evitar que o frio e a roupa molhada me tornassem mais um problema.

Neste trajeto que eu fui conseguir ver o tamanho do problema que tínhamos, pois ainda havia muito chão pela frente e o caminho tinha trechos extremamente lisos e com cerca de 10cm de água que fazia desaparecer a trilha. Subindo em um local acima da neblina consegui ver a caixa d’água do abrigo e me localizar finalmente e encontrar o abrigo. No caminho encontrei algumas pessoas levando cobertores de emergência e bebidas quentes para o pessoal que ainda ajudava o Fabrício e também cordas para fazer uma cadeirinha e conseguir levar ele pelos trechos piores. Quando estava quase no abrigo já, vi lanternas fora da trilha e comecei a sinalizar com a minha lanterna para tentar indicar o caminho correto, porem a neblina e o fato de estarem de costas para onde eu estava não permitiu, fato que foi resolvido com a mudança de posição e o uso de um apito para chamar a atenção, com a luz como norte o pessoal foi conseguindo sair da trilha e indo para o abrigo, onde o pessoal estava com toalhas quentes e chocolate quente para esquentar o pessoal, alguns à 4h na trilha molhados com um frio de 8°C. Felizmente todos chegaram ao abrigo bem, alguns com principio de hipotermia, porem nada de maior gravidade, exceto o joelho do Fabrício, que foi imobilizado com as barras da estrutura de uma mochila e decidiu ir para o hospital apenas no dia seguinte em função da distancia, do horário e da chuva.

Apos toda esta confusão e de muita discussão com o Felipe, o guia que nos deu o cano e da presença de representantes do parque conseguimos acalmar as coisas. Insatisfeitos com a atitude, o despreparo e o desrespeito dos guias e do Felipe, que no caso foi apenas agente dos guias através da http://www.picus.com.br, apesar de termos contratado especificamente ele, porem seguros e a esta altura já secos e quentes acabamos aproveitando a comida para o segundo dia de trilha, que não faríamos mais, para fazer um belo jantar com direito a musica ao vivo.

Domingo - 19/07/09 - 5h40min – PQ. Nacional do Itatiaia – RJ/MG: Durante a noite ainda tivemos problema com outro membro do grupo que resolveu ter uma pedra no rim e teve de ser levado as pressas a um hospital a 2h e muitos buracos de onde estávamos. Saimos do parque por volta do meio dia, apos o pessoal conseguir voltar do hospital e arrumarmos o abrigo e as mochilas e voltamos a Pindamonhangaba e de lá para Itatiba.

Enfim, um passeio completamente zicado, porem em um lugar lindo e que eu recomendo, o parque nos deu todo o apoio antes e depois, nos liberando o abrigo e indo ate lá nos ajudar e saber o que aconteceu quando precisamos, quanto a isso não tenho do que reclamar, porem, dos guias e da seleção e treinamento dos mesmos, deixa-se muito a desejar.

[t1]Tabela da Viajem[/t1]

Tempo:

. . . Itatiba>Pindamonhangaba = 3h (mesmo p/ volta)

. . . Pindamonhangaba>Itatiaia = 2h20min (mesmo p/ volta)

. . . Abrigo Rebouças>Nascente do Aiuruoca= 6h00min (ida e volta descontando os problemas ocorridos)

Gastos:

. . . Comida = R$36,00 (porem foi exagerado)

. . . Transporte(comb.+pedag.) = R$50,00/pessoa (carro c/ 2 pessoas)

. . . Abrigo = R$44,00 (dois dias, opção de camping no Alsene a R$12,00 p/ dia)

. . . Guia = o preço varia de R$20,00 a R$40,00 de acordo com o guia e trilha a ser feita

Fotos:

. . . by pH