Caraiva - Maus tratos aos jumentos e cavalos de Caraiva

[Karina.fernandes]

Ola pessoal!!

Gostaria de compartilhar esta experiencia, principalmente com o intuito de conscientizar turistas e futuros turistas que pretendem visitar Caraiva - BA

 

Para quem não conhece, Caraiva é um distrito de Porto Seguro muito visitado pelos turistas, principalmente final de ano e carnaval, devido as lindas praias paradísicas e o rio que encontra com o mar. O distrito não permite a entrada de veiculos, portanto os nativos utilizam carroças e cavalos como meio de transporte para tudo, inclusive como taxi para transportar turistas e bagagens. No entanto esses animais são submetidos a trabalhar dia e noite sem descanso, em condições precarias de alimentação e agua. Uma vez que o rio é salubre, verifica-se que não apenas os cavalos, mas os outros animais como cachorros morrem de sede neste local, pois não vi um nativo colocar vasilhas com aguas para esses animais. Inclusive eu mesma comprei agua para dar a um cachorro morto de sede que tentava beber a agua do rio, mas não dava por causa do sal. A maioria desses cavalos estão doentes e muito machucados, principalmente com sangramento na boca. Tambem estão todos cheios de carrapatos, sem nenhum tipo de tratamento veterinario, obrigados a transportar pesos em excessos e apanhando muito.

 

Gostaria de compartilhar essa experiencia, principalmente para conscientizar as pessoas de que é possivel viajar para la e não utilizar esse meio de transporte. Eu mesma viajei com uma barraca, um colchão de ar, lona, edredon e mochilão para la e consegui transportar tudo sozinha a pé. O distrito é muito pequeno e não existe lugar que gaste mais de 15 min a pé. Muitos vão dizer que carregam muitas malas e todas pesadas, outros vão dizer que evitar os taxis não acabara com esses maus tratos, mas acredito que resta a nós, pequenos grãos de areia nessa imensa praia, mudar o amanhã ou o destino desses animais. Mas ainda há os que preferem fechar os olhos para esta situação e ficar no seu mundo egoísta e egocêntrico. É justamente devido a esses tipos de pensamentos, que este lugar maravilhoso durante as altas temporadas ficam parecendo camarotes open bar, cheios de lixo que ninguem é capaz de recolher. Na minha opinião, os piores lixos não são aqueles jogados na praia, pois esses ainda podemos catar, o piores são aqueles recebidos pelo local, que só vão para denegrir o local e não podemos evitar.

 

A todos aqueles que amam a natureza e os animais ou que são contra essas crueldades, não utilize esses "taxis", de agua a um animal com sede, não suje as praias, recolha seu lixo.

 

Um pouco mais sobre esses "taxis".

http://www.ranchodosgnomos.org.br/noticia.php?id=274

 

Forte abraço a todos!

[jmbenedetto]

Olá, Karina.

É muito triste constatar que se passaram 8 anos e nada mudou.

O local é um paraíso para qualquer pessoa, menos para os cavalos que puxam as carroças com as malas dos turistas. Nos dias em que estive em Caraíva, vi:  
- um cavalo ser chicoteado seguidamente para andar mais rápido, em um local onde a princípio não há pressa para nada.  
- 2 cavalos amarrados a uma árvore em frente ao embarcadouro tarde da noite (21h). Os cavalos estavam amarrados com uma corda que não deixava mais do que 50 cm entre a cabeça do animal e o tronco da árvore.  
  
Só de olhar para os animais fica clara a situação deplorável em que se encontram. Um olhar de tristeza profunda está presente em cada animal.  
  
Estamos em 2023 e Porto Seguro (a cidade à qual pertence o distrito de Caraíva) é um dos principais destinos turísticos do país. Em Caraíva temos lojas lindíssimas, e restaurantes que cobram 260 reais em um prato para duas pessoas. Será que não conseguimos encontrar outra forma de transportar as malas dos turistas? Carrinhos elétricos, eco-táxis, ...  
  
Cada vez que vejo uma carroça sinto vergonha de estar aqui, conivente com essa exploração sem sentido. Ainda assim, vou-me embora hoje, e em uma semana só lembrarei da sorte dos cavalos quando contar da viagem para um amigo. Os cavalos, por sua vez, viverão até o fim dos seus dias em uma situação de desespero, sem esperança de melhora.