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Travessia realizada entre os dias 19 e 27 de dezembro de 2014 por mim, por Adilson e no meio do percurso também pela Fátima!

 

DIA 1 - 19/12/2014 (Abraão – Saco do Céu)

 

Adilson e eu saímos de São Paulo pela viação Reunidas Paulista (R$76) rumo a Angra na noite anterior, assim chegamos por lá pela manhã, às 6h40.

 

Nos ajeitamos, sacamos dinheiro num posto de gasolina em frente à rodoviária e fomos direto para a porta da TurisAngra (15 minutos a pé, na praia do Funil), que só abria às 8h, pegar a autorização para a estadia na praia de Aventureiro. Li em alguns lugares que a autorização só é necessária para quem chega de barco. Na dúvida, achamos melhor levá-la conosco.

 

Nesse meio tempo, tomamos café da manhã num tiozinho que vendia lanches em uma barraca próximo à TurisAngra (uma quadra à frente, numa rua sem saída). Aberta a agência, descobrimos que eles não liberavam a autorização para Aventureiro para dias específicos no futuro, e somente para todo um período a partir do dia em que você faz a solicitação. Não tivemos dúvida. Mentimos e dissemos então que ficaríamos lá os 8 dias a partir daquele.

 

Autorização em mãos, partimos em direção ao cais, onde tomamos um barco rápido (R$40) que em 30 minutos estava em Abraão.

 

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Abraão ainda vazia

 

De lá, partimos às 10h para o início da pernada! Não tivemos dificuldades com o trajeto a ser seguido em nenhum dos trechos da volta completa, a não ser entre Caxadaço e Lopes Mendes. Na dúvida ou não, pergunte sempre para algum local, fique atento à sinalização das placas e das marcações nas árvores pelo caminho. De Abraão até Araçatiba, guie-se pela fiação elétrica, que será sempre um norte.

 

 

Em poucos minutos estávamos no Aqueduto e depois de uns 30 minutos chegamos à Cachoeira da Feiticeira, que estava bastante lotada de turistas que chegam de barco na praia da Feiticeira. No caminho, ainda perto de Abraão, ouvimos um grupo de macacos bugios assustadores! No entanto, eles estão por toda a ilha, uma hora você até acostuma. Fizemos uma hora pela Cachoeira e partimos passando pelas praias de Caramiranga, Perequê e Saco do Céu, onde chegamos cerca de 15h.

 

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Camiranga

 

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Perequê

 

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Saco do Céu

 

Resolvemos parar nessa praia e então fomos em busca de moradores que pudessem ceder um espaço no quintal. Conversamos com dois que não gostaram muito da ideia até acharmos um Camping! Não sabia da existência desse camping então foi uma grata surpresa! O local chama-se “Gata Russa” e a dona, Sra. Ilma, cobra R$30,00 o pernoite por barraca. O preço é bem salgado, e na verdade trata-se de uma pousada com um pequeno quintal gramado onde arma-se a barraca. O banheiro é impecável, mas não há cozinha.

 

No Saco do Céu (que fica na Enseada das Estrelas) comemos em um delicioso restaurante chamado “Refúgio das Caravelas”, onde pagamos R$68 num peixe para 2 pessoas e R$8 na garrafa de cerveja. Trata-se de uma praia aconchegante, com predomínio de manguezais e infelizmente, porque o tempo estava nublado, não vimos muitas estrelas.

 

Camping: http://www.pousadagatarussa.com.br/

Restaurante Refúgio das Caravelas: http://refgiodascaravelas.blogspot.com.br/

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Dia 2 - 20/12/2014 (Saco do Céu – Bananal)

 

Estávamos bastante cansados da viagem à noite de SP a Angra da noite anterior, então simplesmente acordamos já quase 10 horas da manhã. A sra. Ilma não servia nenhum tipo de café da manhã e nem achamos onde pudéssemos comprar, então comemos o que levei, nos despedimos e partimos já quase 11h acompanhando a fiação elétrica que seguiu nos orientando até o destino final daquele dia.

 

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Japariz

 

Passamos pela praia do Funil e paramos para comer um açaí na praia de Japariz, depois de umas ladeiras desgraçadas. Nessa praia é possível almoçar, pois existem vários restaurantes, inclusive por quilo. Seguimos em direção a Freguesia de Santana, agora com um caminho bem mais suave.

 

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Trilhazinha

 

Nossa intenção nessa praia era poder nos enfiarmos em alguma excursão para a Lagoa Azul, ou então fretarmos uma lanchinha/barco que nos levasse até lá. Chegamos e a praia estava lotada de turistas! Nos cobraram R$120 reais para irmos até a outra Ilha e então abortamos a ideia na mesma hora.

 

Caminhamos uns 15min até o que eles chamam de “Freguesia de Fora”, ou “praia de baixo” e de lá pegamos uma pequena trilha até a praia de Grumixama, a praia mais próxima da Lagoa Azul.

Resolvemos ficar por lá mesmo, e tenho certeza que o visual de snorkel que apreciamos não fica devendo em nada ao da turística Lagoa.

 

Dessa praia voltamos à Praia de Baixo, ou Praia de Fora e tomamos a trilha que segue para o Bananal às 15h! Estávamos bastante cansados e fizemos o trecho em 1h30, chegando em Bananal somente às 17h30, onde também não foi fácil acharmos lugar para dormir e para comer.

 

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Bananal quando chegamos

 

Achamos um bar que vendia lanches e mandamos ver uma refeição muito nutritiva: X-Tudo e refrigerante (R$16)! Sabíamos da existência de um hostel (Mi casa, su casa) nessa praia, e nele é que acabamos hospedados naquela noite (R$40/pessoa sem café).

 

A praia do Bananal foi um espetáculo! Areia com muitas pequenas pedras, mar extremamente calmo e um pôr do sol que certamente está enquadrado nas minhas melhores lembranças.

 

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Bananal ao entardecer

 

Hostel Mi Casa, Su Casa: https://www.airbnb.com.br/rooms/1900298

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Dia 3 - 21/12/2014 (Bananal – Praia Grande de Araçatiba)

 

Novamente não havia lugar para tomarmos um café e nos viramos com o que tínhamos. Dessa vez saímos cedo de Bananal, por volta de 9h.

 

Em cerca de 40min chegamos em Matariz, onde havia uns três ou quatro restaurante e muitos barcos de turismo. Resolvemos continuar a caminhada e pelo caminho avistamos duas cobras, uma caninana e uma cobra verde!

 

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Caninana

 

Em Passaterra paramos para mais um açaí (R$8) e uma empada de frango que nos sugou todo o líquido do corpo (R$4). De lá partimos para Sítio Forte, uma praia diferente, com um enorme gramado (parece um sítio mesmo!) e um bonito manguezal.

 

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Sítio Forte

 

Depois de uma pausa e uma conversa com o sr. Aplínio, em 15 min estávamos em Tapera e logo em seguida em Ubatubinha, onde paramos para um snorkel mais do que merecido!

 

Muitas fotos e vídeos da rica fauna marinha depois, seguimos numa caminhada mais pesada até a praia da Longa, onde pretendíamos almoçar e talvez até dormir. Não havia camping e apenas um bar que vendia salgadinhos. Um morador de nome Moisés até nos ofereceu o quintal de sua casa para passarmos a noite, mas acabei convencendo o Adilson a seguirmos até Araçatiba.

 

Foi uma má ideia, pois chegamos em Araçatiba exaustos e famintos, já cerca de 19h30! No caminho, para ajudar ainda pegamos a trilha que seguia para a Lagoa Verde e depois tivemos que voltar um trecho para poder seguir até Araçatiba.

 

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Grande de Araçatiba quando chegamos

 

Paramos para comer duas porções de peixe/lula (R$25 cada) num lugar muito agradável chamado “Boteco Cultural”, ao som de Jorge Ben e Gilberto Gil. De lá, nossa intenção era chegarmos ao camping Bem Natural (http://www.ilhagrande.org/campingbemnatural), mas descobrimos que ficava no final da praia e como não tínhamos mais força, paramos no Camping do Bené (R$15), que tinha uma estrutura de camping mais ou menos, ficou com o som alto até tarde, mas quebrou um galhão!

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Dia 4 - 22/12/2014 – Lagoa Verde

 

Inicialmente íamos nesse dia até a Gruta do Acaiá, mas resolvemos tirar o dia para descansar. Então acordamos tarde, nos alimentamos bem, aproveitamos a praia e fomos com um grupo de quatro pessoas (Fátima, Marcos, Jefferson e Zé) que conhecemos ali para a Lagoa Verde, aproveitarmos um dia de snorkel e tranquilidade.

 

O Adilson foi o mais esperto. Estava com a coxa doendo devido à caminhada e pegou emprestada uma canoa do sr. Bené e foi remando até lá!

 

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Grande de Araçatiba

 

Aqui, várias fotos do mergulho e um videozinho que montei do snorkel na Lagoa Verde e em Ubatubinha.

 

 

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Dia 5 - 23/12/2014 (Grande de Araçatiba – Aventureiro)

 

Acordamos cedo no meio da maior chuva. Fiquei um pouco indecisa sobre seguir a pernada ou não, mas lá pelas 11h a chuva deu uma trégua e resolvemos partir. O caminho até Provetá pode ser resumido a uma puta duma subida seguida de uma baita duma descida. Estávamos receosos de chegar em Provetá por ser uma comunidade muito evangélica e também porque não tínhamos ouvido falar bem do lugar.

 

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Vista de Provetá

 

Chegando lá, fomos recebidos como em qualquer outro lugar. Logo no fim da trilha demos de cara com um mercadinho, onde nos abastecemos de bolachas e sardinhas. Almoçamos um PF de frango (R$15) na casa de uma senhora que ouvia Raul Seixas (essa não era de Deus rsrsrs) e tentamos fazer uma ligação pra casa no telefone público da cidade, mas sem sucesso.

 

Seguir de Provetá para Aventureiro foi quase um déjà vu: novamente uma puta subida, com outra baita descida. Esse trecho pareceu mais aberto e, consequentemente, muito mais escorregadio por conta da chuva. Só aqui contabilizamos três tombos, foram 7 no total da viagem, sendo quatro deles meus ::hãã2::

 

No caminho, encontramos os quatro amigos de Araçatiba e ficamos todos no Camping do Sr. Luis, que é o primeiro de quem chega por trilha e tem a melhor estrutura para receber os caminhantes, com um ótimo conjunto de banheiros/chuveiros, área para cozinhar, locais cobertos para armar as barracas e eles servem refeições durante todo o dia. Isso tudo é refletido nos preços, que não são baratos: R$25 o camping; R$25 o PF; R$4 um pão na chapa; R$4 um café com leite, R$7 um latão de skol).

 

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Camping do Luis

 

A praia de Aventureiro tem um clima extraordinário. O mar é muito mais agitado, uma vez que é voltado pro oceano e não para o continente; é cheio de visitantes com diferentes intenções (surf, relax, vida loka rsrsrs); além de ser cheia de pequenos/grandes encantos: o tal do coqueiro torto, o costão do demo, dois mirantes incríveis e a família do sr. Luis, que é uma lindeza!

 

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Aventureiro

 

Camping do Luis: Camping 18 – Luis – (24) 99815-3404

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Dia 6 - 24/12/2014 – Aventureiros

 

Acordamos já meio tarde e vimos que nossos colegas de Araçatiba tinham voltado para Angra, cada um com seu compromisso. Menos Fátima, que, muito corajosa, resolveu seguir a caminhada conosco e realizar sua “1/2 volta na Ilha Grande”!

 

O dia não estava muito bom para seguirmos viagem, além disso, queríamos passar um tempo ali naquele paraíso. Decidimos que partiríamos de barco para Parnaioca (como já estava planejado que faríamos) apenas no fim da tarde.

 

Nesse meio tempo, aproveitamos a praia e seus muitos encantos! Conhecemos um argentino de Córdoba (Manolo) que também queria um barco para Parnaioca e ele resolveu ficar conosco para dividirmos o valor.

 

Para nossa tristeza, o mar deu uma grande revirada, e logo na hora do almoço já não era mais possível sair de barco de lá e muito menos chegar em Parnaioca, que é uma praia sem cais para atracar o barco.

 

Ficamos pensando se iríamos a pé até lá ou não, afinal não havia nenhuma fiscalização, sequer pediram nossa autorização para estar lá (parece que de fato só pedem para quem vai de barco ou no período do ano novo, do dia 26 ao dia 5). O argentino Manolo resolveu ir a pé, com mochila, prancha e tudo mais!

 

Fátima, Adilson e eu ficamos com receio de passar pelo Costão do Demo com a chuva que tinha caído, e também porque poderíamos ter problemas para atravessar o mangue entre as praias do Sul e Leste. Resolvemos ficar mais uma noite por lá e partirmos de barco no dia seguinte.

 

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Mirante Sundara: Aventureiro, Demo, Costão do Demo, do Sul, Ilhota e do Leste (esq - dir)

 

Aproveitamos o restante do dia para darmos uma volta com o Danilo, que conhecemos por lá e já estava na praia há uns dias. Fomos com ele no mirante Sundara, na praia do Demo, passamos pelo Costão sem a mochila e conhecermos o início da praia do sul.

 

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Costão do Demo. Medo!

 

Para nossa triste surpresa, achamos um pinguim totalmente perdido e já desmaiando naquela praia! A família do Sr. Luis disse que é muito comum eles se perderem da corrente das “Falklands” que vem da Antártica e caírem por lá.

 

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Pinguim na praia do Sul

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Dia 7 - 25/12/2014 (Aventureiros – Caxadaço)

 

Logo às 7h da manhã partimos com a lanchinha do Joel em direção a Parnaioca (R$50/pessoa). Lá fomos recebidos pelo Sr. Rogério, uma das pessoas mais simpáticas que encontramos pelo caminho. Um senhor pescador e metiroso, super de bem com a vida, que nos divertiu um monte com suas histórias mirabolantes.

 

Paramos para tomar um café na casa da Dona Marta, que estava num momento de confraternização com sua família, comemorando o Natal (É mesmo, era Natal!). Mesmo assim, ela parou tudo e nos fez um delicioso café com leite, rabanada e pão com manteiga e mortadela (R$15/pessoa).

 

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Parnaioca

 

Ficamos ali naquele momento em família, sentindo muita vontade de voltar e ficar algum tempo naquele lugar incrível. A praia era simplesmente linda! Surreal de linda! Uma pena as fotos não terem ficado tão boas. Só uma coisa desabona o lugar: a quantidade de vespas é também surreal. Se você tem medo ou se incomoda, esse não é o lugar para você.

 

De lá, seguimos pela trilha até Dois Rios. Acho que foi o trecho de trilha mais bonito que fizemos. A mata bem mais fechada que todos os outros trechos, diversos cursos d’água, árvores enormes e uma vegetação muito rica. Novamente os bugios apareceram e tivemos que enfrentar uma árvore caída que deu um baita trabalho para ser atravessada!

 

Em Dois Rios a cidade parecia abandonada, apesar de bonita. Comemos em um bar logo no fim da trilha que foi montado em uma antiga sala da administração do presídio que lá existiu. Até as janelas altas com grades foram mantidas. Comemos um PF delicioso feito pela Dona Teresa (R$20), reabastecemos as energias e por volta das 16h20 seguimos para o Caxadaço.

 

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Dois Rios

 

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Um lindo flamboyant no lugar do antigo presídio de Dois Rios

 

O início da trilha é o mesmo para quem vai dali direto para Abraão, e há uma guarita com um guarda parque que questiona seu nome e seu destino. Como não tem nada no Caxadaço e não é permitido ficar por lá, achamos melhor não vacilar e dissemos que iríamos até Abraão.

 

O trecho Dois Rios-Caxadaço foi feito em 1h30, sem grandes dificuldades. Chegando lá, um casal que vinha de Lopes Mendes também esperava o pôr do sol para poder armar a barraca e dormir.

 

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Um tatu!

 

Por volta das 18h armamos nossas barracas, preparamos uma deliciosa janta de bolachas, atum e sardinhas no meio do mato e fomos dormir ao som de todos os sons incríveis, bizarros e assustadores que surgem quando você está a uns quilômetros da civilização.

 

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Acampamento improvisado (e ilegal) em Caxadaço

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Dia 8 - 26/12/2014 (Caxadaço – Palmas)

 

Acordamos umas 7h, arrumamos as tralhas todas e ficamos lá embasbacados com a beleza da praia do Caxadaço ao amanhecer. Se deixar, você passa algumas horas ali, só olhando as ondas baterem nas pedras! Acordados da miragem, partimos rumo a Lopes Mendes.

 

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Caxadaço ao amanhecer

 

Esse é o trecho de maior dificuldade de orientação de toda a volta. Se você não tem experiência em trilhas, arrume um guia, sem dúvida! Além de difícil orientação, ela é bastante pesada, com subidas íngremes e muitas, muitas árvores caídas.

 

Fomos com um tracklog para GPS muito bom, o que nos deixou no caminho certo por todo o tempo, exceto por um, que rapidamente nos demos conta. Assim chegamos na bifurcação que leva à praia de Santo Antônio em 2h30.

 

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Um sagui

 

Recebemos uma dica valiosa de alguns moradores: indo de Caxadaço a Lopes Mendes, na dúvida, siga à esquerda, pela subida! De fato, nos momentos em que tínhamos dúvida era esse o caminho certo. Preste muita atenção nos contornos de pedras grandes e nas árvores caídas. Esses lugares costumam oferecer mais de uma opção de trilha e, geralmente, a que vemos primeiro é a errada.

 

Bom, na bifurcação, seguimos os 300m até Santo Antônio e sem dúvidas Fátima e eu elegemos a praia como a mais bonita pela qual passamos. Era incrível! Acho que a mais bonita que já vi na vida, ainda que eu não tenha visto tantas assim.

 

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Santo Antônio

 

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Santo Antônio

 

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Santo Antônio

 

Fizemos um tempinho lá e seguimos até Lopes Mendes. Desse trecho para frente, você encontra muita gente na trilha, diferente do restante dos outros caminhos pelos quais passamos, que simplesmente não víamos uma alma.

 

Em Lopes Mendes comemos um lanche natural de um carrinho que estava na praia e tomamos uma cerveja (R$10 lanche, R$7 latão). Achei a tal da praia bem mais ou menos, em comparação à fama que ela tem. Mas ok, acho que eu já estava muito exigente, rsrs.

 

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Lopes Mendes

 

Partimos para Palmas (passamos por Pouso e Mangue) e chegamos lá com 1h20 de subidas e descidas, já perto de 14h.

 

Os campings do começo da praia estavam já todos cheios ou esperando pessoas que fizeram reserva para o fim de ano, afinal já estávamos no dia 26! Andamos um pouco e encontramos já pro final da praia, ao lado de uma bonita igreja, um camping e pousada chamado Acorde, que nos cobrou R$20. O camping é excelente: banho quente, muito arborizado, tem área coberta, tanque para lavar roupas, uma ótima cozinha, vende café da manhã por R$10 fora de temporada e R$20 na alta. Não entendi muito bem, ou não cheguei a descobrir o porquê, mas estava vazio, enquanto os outros estavam todos lotados!

 

Almoçamos um PF ao lado do camping (R$20) e acho que foi o pior que comemos. A Fátima achou cabelo na comida umas 2 ou 3 vezes, o atendimento era ruim e a cerveja era mais cara que nos outros lugares (R$7 a lata da Antártica).

 

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Curtindo Palmas

 

Passamos o resto do dia por lá, aproveitando a praia o sol e o gelinho/sacolé (R$4) de coco da Dona Ana, dona do camping, que era uma delícia!

 

À noite, jantamos deliciosos pastéis de camarão (R$20) no restaurante “Morango das Palmas”, que é simplesmente uma delícia! Além de ser mais barato que outros, embora tenha aparência de chique.

 

Camping Acorde: http://www.campingacorde.com.br/

 

Restaurante Morango das Palmas: https://www.facebook.com/MorangoDasPalmas

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Dia 9 - 27/12/2014 (Palmas – Abraão)

 

Como havia prometido, estava eu às 5h40 da manhã de pé, com a máquina fotográfica em mãos, preparada para fotografar o nascer do sol. E lá surgiu ele, majestoso como sempre!

 

Óbvio, depois voltei a dormir, rsrs.

 

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Amanhecer em Palmas

 

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Amanhecer em Palmas

 

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Amanhecer em Palmas

 

Mais tarde, arriscamos um snorkel no costão, mas não vimos nada. Aproveitamos a praia até cerca de 12h, quando partimos para Abraão para a parte final da nossa Volta!

 

O trecho é realmente pesado! Eu não tinha fôlego algum, enquanto a Fátima disparou na frente como um foguete. Se eu me visse subindo aquela ladeira, jamais acreditaria que eu tinha dado a volta na ilha inteira, rs.

 

Chegamos em Abraão com 1h30 de caminhada e fomos direto procurar um lugar em que pudéssemos tomar um banho, trocar de roupa para seguir viagem até Angra e depois, infelizmente, partir para SP.

Paramos em um hostel chamado EcoHostel e a dona foi super grosseira conosco, dizendo que não tinha como tomarmos banho porque a ilha inteira estava com racionamento de água (Loka!). A funcionária ficou um pouco indignada com a forma como ela nos tratou e nos indicou irmos até o Camping Sombra dos Coqueirais, bem próximo ao cais de onde saem as lanchas para Angra. Lá procuramos o dono que nos permitiu tomar um delicioso banho (R$5) sem criar caso nenhum.

 

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Chegada em Abraão

 

Deixamos nossas coisas por lá e fomos atrás de comprar nossos tickets de volta (R$25) e também almoçarmos. Comemos em um restaurante por quilo bem ao lado do camping. O quilo não era barato (R$39/quilo), mas devia ser o mais em conta dali, já que a praia já estava extremamente muvucada por conta do fim do ano.

 

Pegamos a escuna às 17h, chegamos em Angra às 18h30, passamos no mercado em frente ao cais e comemos um burguer por ali mesmo. De lá, caminhamos até a rodoviária e encontramos o Danilo, que havíamos conhecido na praia de Aventureiro. Segundo ele, a praia já estava abarrotada de gente e então ele resolveu ir embora. De fato, na frente da TurisAngra, pessoas acampavam esperando a agência abrir no dia seguinte. A fiscalização pega pesado nessa época e, sem autorização, esquece, você nem entra no barco pra lá.

 

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Partindo :(

 

De lá, Adilson partiu para a 2ª etapa de seu fim de ano, numa viagem com seus amigos. Danilo e eu voltamos pra São Paulo. Fátima, ainda foi até Londrina.

 

Camping Sombra dos Coqueirais: http://www.campingsombradoscoqueirais.com.br/

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Final!

 

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Certamente essa foi a travessia mais rica que já fiz. Na natureza, foi surpreendente a quantidade de espécies de animais selvagens que avistamos pelo caminho, muitos impossíveis de fotografar... Plantas e suas flores, então! Lindíssimas! A quantidade e a beleza das praias é de elevar seu grau de exigência para nunca mais você se contentar com qualquer mar: foram 34 praias, uma mais bonita que a outra. E é claro, no sentido humano, o mais rico foi ter convivido com pessoas que desconhecia até então e ouvido inúmeras histórias de pescadores, caiçaras e de gente da cidade que foi surgindo pelo caminho.

 

É uma travessia que precisa estar na lista de qualquer trilheiro!

 

Aconselho muito a compra de um livro escrito por Bernardo José que descreve cada trecho das trilhas da região. Você pode adquirir diretamente com ele aqui: https://www.facebook.com/pages/Caminhos-e-Trilhas-da-Ilha-Grande/237511669703803?pnref=lhc

 

Se tiverem dúvidas sobre os trechos, adorarei ajudar quem precisar!!

 

Por aqui ou por bruna.favaro@hotmail.com (E-mail e Facebook)

 

Boas trilhas pra todos nós!! ::otemo::

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