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Mochilão Peru-Bolívia 15 dias =)


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marlonschaf, sempre muito bom ajudar!!! =) Obrigada pelo elogio!!

 

No outro dia de MP acordamos uma uma leve ressaca e super cansados. Descemos, tomamos nosso desayuno de pão com geleia de morango e um litro de chá de coca e pegamos o ônibus de volta para Ollantay super cedo. Eram umas 8h30 da manhã. O plano era tentar conhecer alguma coisa do Vale Sagrado (eu ainda não tinha desistido dele :( ) mas descobrimos que para entrar nas ruínas tem que comprar o ticket completo que custava cerca e 120 Solis. Nessa altura, a gente estava meio preocupado com o nosso dinheiro. Eu realmente achava que as coisas no Peru eram mais baratas que no Brasil mas isso é LEDO ENGANO. É um país turístico então as coisas são bem valorizadas. O preço da cerveja assustou. Não sei se eu bebo demais ou se os peruanos bebem de menos... acho que um pouco dos dois. A verdade é que uma garrafa custa mais ou menos a mesma coisa que uma refeição completa! Eu e o Henrique começamos a dividir as refeições para comprar mais cervejas!!!

 

Desistimos de Ollantay e confesso que fiquei com o coração na mão. Acho que aquela cidade merece um pouco mais de atenção. Mas nunca, nem planejamento é perfeito, então me perdoei. Esse dia foi bem entediante - mas diferente - porque voltamos para Cusco umas 11h00 da manhã e percebemos que nossa passagem para Puno era apenas as 22h00 da noite!!! 12 horas livres!!!

A ideia inicial foi ir para a estação tentar trocar as passagens. A gente andou por aquela tal de Cusco para achar daonde saia o ônibus da Cruz del Sur. Compramos essa passagem aqui no Brasil no site da companhia http://www.cruzdelsur.com.pe/. Mas o único horário para ir para Puno era as 22h00 da noite mesmo. Deixamos nossa mala lá e ficamos andando por uns lugares desconhecidos de Cusco, entrando em umas ruelas, sentando na praça e tomando um Sol. Acho que foi um dia em que vivemos como um cusqueño. Comemos em uns restaurantes bem simples lá no centrão, meio longe da área turística para gringo ver. Foi legal.

 

Então, as 22h00. Rumo a Puno. Acho que esse ônibus foi o melhor da minha vida. Wi-fi, serviço de bordo e poltrona totalmente reclinável! Ganhamos até lanchinho. Luxo e riqueza para um mochileiro!

 

Puno

 

Era dia 15/10 e chegamos em Puno às 5h00. Claro que ainda meio tontos de sono fomos abordados por uma moça insistindo pra fecharmos os passeios, logo ali.

Pegamos um táxi (5 Solis) até nosso hostel que ficava em uma ladeira que nem o taxista sabia onde que era.

Na real era mais a casa de uma família. Foi muito barato (custou 6 dólares a noite) e é bem arrumadinho. O dono, o Enrique que nem meu irmão, nos tratou como filhos. Nos deu um desayuno que ele estava comendo (devíamos estar com uma cara de acabados hahaha) e nos deu um desconto no passeio para a Ilha de Uros. Tinham dois passeios, um até as ilhas flutuantes - que durava apenas meio dia - e outro até uma ilha mais distante que retornava para a ilha ás 17h00. Ficamos com o passeio de meio período que custou 30 Solis. O nome do hostel era Puma Backpackers Puno (Jr. Antonio Arenas 150, Puno, Peru).

 

Ilha de Uros foi algo peculiar.

Entramos em um barquinho que estava repleto de pernambucanos em ritmo de Carnaval. Rimos muito com eles.

E eles também tinham se encontrado por acaso lá. O pior que é uma parte tinha pagado 90 Solis por esse passeio :shock: !!! Eu iria ficar muito muito puta da vida porque não vale pena tudo isso!!!

 

O passeio em si é muito interessante. Mas sinceramente, é algo meio nada demais. Andamos pelo Titicaca no barquinho, tinha um guia que nos explicou que o nome do lago significava Titi-Kaka (Puma cinza) e um pouco da história dos habitantes da Ilha, ensinou umas palavras para falarmos com eles em aimará - uma das três línguas oficiais do Peru - e descemos lá. Eles explicaram como que funciona as totoras, uma base flutuante de uma planta bem parecida com o nossos junco - e como eles faziam para amarrar e fazer a manutenção. Depois, basicamente, não tinha mais nada para fazer. A gente ficou tirando umas fotos, falando com as cholitas com aquele voizinha assustadora de criança pedindo dinheiro para comprar os artesanatos, brincando com umas criancinhas que tinha por lá e conversando sobre como seriam as eleições com os pernambucanos. Você podia andar nas embarcações deles por mais 10 Solis. Depois fomos para uma das ilhas principais (moram cerca de 1500 pessoas nessas ilhas :shock: ) onde vendiam algumas comidas e tal. Nós não pegamos nada. Voltamos para Puno meio-dia.

 

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Confesso que esse dia foi meio entediante. Nossa passagem para Copacabana era apenas no dia seguinte às 14h30. Foi legal porque estávamos em uma cidade diferente mas particularmente não tem muita coisa para fazer. Ficamos no Píer, subimos para a Plaza das Armas, andamos no centro, tentamos comprar Bolivianos (disseram que na fronteira era mais barato), andamos mais pelas ruas... nos perdemos, contamos com a ajuda do povo peruano para nos acharmos, e ai nos perdemos de novo. E lá para umas 18h00 fomos para o hostel. Detalhe que esse dia a gente conheceu o poder do lago Titicaca. Mais ou menos as 18h30 a temperatura estava 9ºC e estava caindo.

Esse dia o Henrique foi meu salvador porque eu fiquei embaixo das cobertas e dormi das 19h00 até umas 22h00 quando ele apareceu com uma comida X que ele comprou embaixo do vento em um mercado X. Não tinha nada ao redor do hostel. Ai comemos presunto, pão, tomamos chá de coca e ai dormimos mais até umas 9h00 do dia seguinte.

 

Sinceramente, eu não iria para Puno se eu soubesse. Achei dispensável. No entanto, foi muito bom para descansarmos de MP. A gente ainda não tinha parado! E com certeza isso foi essencial para os dias seguintes!!

Na rodoviária de Puno trocamos a primeira passagem do site Ticket Bolívia (http://www.ticketsbolivia.com/) que compramos pela internet sem grandes problemas.

Claro que passagem impressa é lenda naquelas bandas. E ainda tinha que pagar acho que uns dois Solis de taxa de embarque separadamente - tem que ir em um outro guichê da rodoviária para pagar. Essa foi a única vez que alguém nos avisou dessa taxa.

 

Quando o ônibus chegou eu fui perguntar para o motorista se era aquele ônibus mesmo. A companhia era Trans Titicaca e o motorista parecia um traficante. Ele respondeu gentilmente: "Está escrito na sua passagem, você não sabe ler?".

 

Aiiiii Bolívia....rs.... :D

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Copacabana

 

Depois que a gente entrou no ônibus para Copacabana, o motorista que parecia um traficante nos entregou um cartão de imigração para mostramos na fronteira. A viagem foi curta, acho que são apenas quatro horas de viagem, e lá pelas tantas o motorista parou o ônibus e gritou alguma coisa. A gente conclui que era a fronteira. Descemos no ônibus, nós e os gringos todos completamente perdidos. O motorista deu umas instruções em espanhol,naquela velocidade totalmente fácil de entender, e ficou olhando para a nossa cara como quem diz "porque vocês ainda estão aqui??" E depois gritou: "Vamos vamos vamos!!". Eu e o Henrique entramos na primeira casa que era uma lanchonete onde as pessoas poderiam ir ao baños (no Peru, em alguns lugares os banheiros são pagos. Na Bolívia, em TODOS OS lugares os banheiros são pagos. Vai de 1 bs até 5 bs.) e tinha uma mulherzinha fazendo cãmbio. Chegamos falando REAL e a moça colocou 2 na calculadora! Eu só disse: "Você deve estar de brincadeira???". O dólar custa 6,95 bs. A mulher zuando nosso dinheiro!!!

 

Eu sai indignada e fomos para um prédio da imigração peruana do outro lado da rua. Encontramos dois mineiros na fila, o Thiago e um amigo dele muito engraçado que não vou lembrar o nome, que tinham ido para o Peru com uma van que saiu de Corumbá cheio das muamba :D . Essa parte do processo foi, normal, rápida. O oficial da imigração peruana carimba e pronto. Como estávamos com o passaporte, tudo bem. Os mineiros doidões estavam com RG e o cara mandou eles para uma fila do outro lado tirar um xerox. Não sei porque isso.

Ai você atravessa a fronteira a pé mesmo. Antes de ir embora tem um símbolo do Peru grandão, super bonito para tirar fotos. A gente saiu correndo e tiramos algumas rapidinho antes que o motorista trafica xingasse mais ainda a gente. Então atravessamos o portal!

 

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Do outro lado estava a imigraçao boliviana. Eu confesso que estava com uma pulga atrás da orelha porque tinha lido vários relatos que rolava propina, que os caras te tratavam mal... não vi nada disso.

Ta bom que credito que os brasileiros tenham algum tratamento meio especial... tinha uma fila para os países do Mercosur (apesar da Bolívia não fazer parte eles tem alguns acordos diplomáticos e está tentando entrar no bloco) e que o guarda que fica na porta com uma metralhadora na mão parece que vai rasgar seu cartão e dizer "try again", ou melhor, "Inténtalo de nuevo". Mas nos trataram bem, carimbaram nosso cartão e disseram "não percam" (apesar de que não pedem o cartão nos lugares como no Peru). O Henrique ainda queria tirar uma foto do poster gigante do Evo que estava na porta mas eu puxei ele. Melhor não brincar com a sorte... ::lol3::

 

Tem várias barracas ao lado da imigração e tentamos comprar alguns bolivianos. Esse povo é muito maluco, nem para rolar um cartel, tinha uma mulher que estava trocando um real por 2,30 bs e a do lado trocou por 2,50bs. Trocamos R$ 100,00 apenas para não chegar em Copa com as mãos abanando.

 

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O ônibus parou na frente do hotel Mirador e os caras do ônibus disseram que a diária estava 15 dólares por dia. Não tem rodoviária em Copa, esquece. A gente tinha uma reserva no Hotel Perla del Mar que era bem legalzinho mas era um hotel mesmo e foi meio carinho. Eu lembro que a gente reservou um hotel mais bonitinho porque todos do hostelworld pareciam ser bem velhos e feios. Esse hotel Mirador tinha meio cara de hotel gigante abandonado mas a gente terminou entrando por causa de umas meninas que conhecemos e ele parecia ser ok.

A cidade é muito pequena com clima de praia. Totalmente diferente de Puno. Os bolivianos são mais abertos do que os peruanos apesar de serem mais desorganizados. Mas eles sorriem, conversam... parecem que levam a vida mais na boa. E o lago Titicaca desse lado... parecia outro lago! Impressionante.

 

Deixamos nossas coisas no hotel que ficava mas para o centro e voltamos para a rua principal que tem vários restaurantes e bares. Se você é fã de balada, esquece!!! Mas sentamos em um bar com climinha de praia, tava tocando um Mano Chao, pedimos uma truta típica e uma garrafa de Paceña (igualmente cara, custa certa de 25Bs). E parecia que tudo estava incrivelmente bem. A gente comprou no hotel mesmo o passeio para a Isla del Sol no dia seguinte. Compramos para conhecer o Norte e o Sul da ilha e custou 30 Bs. Tem várias agências de turismo que vendem os mesmo tickets e eu acho que é mais ou menos o mesmo preço porque acho que apenas uma companhia faz esse passeio. Mas não custa perguntar e ainda por cima pesquisar. Não compre absolutamente NADA na Bolívia de primeira. Como eu disse, eles não sabem MESMO fazer cartel.

 

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A Isla del Sol.

Caramba, como descrever?

Acordamos no outro dia cedinho (o passeio saia às 9 da manhã). Tomamos um belo desayuno no hotel, o melhor da viagem, tinha até huevos revoltos! A gente fez alguns sanduíches de geleia, colocamos na mochila para mais tarde, na maior farofagem e fomos.

Entramos em um barquinho com qualidade igualmente duvidosa como o de Puno e saímos. As paisagens são muito muito muito bonitas! ::otemo::

 

Em momento algum você acha que pode estar em um lago. É água a perder de vista. Disseram que no ponto mais distante de uma margem a outra do lado dá mais ou menos 160 km e o menor 650 m! E frio hein...

O barco vai devagar. Bem devagar. A gente dormiu em alguns momentos. Sem contar que ele para várias vezes para dar carona para várias coisas diferentes. Digo isso porque em um momento ele parou e entrou uma chola com uma cabra. Depois de um tempo, parou de novo e então eles desceram somente a cabra. O Henrique estava inconformado com o fato de que a gente tinha dado carona para uma cabra!!!! :D

 

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Primeiramente, o barco para no Sul da ilha depois de uma hora e meia. Depois mais uma hora e meia para o Norte. Quando descemos, surpresa!

 

Pagar pelo baño não era nada surpreendente. O que foi supreendente foi o guia contar que você precisa pagar 10 Bs para entrar no Museu do Sol, assim de caro, só para começar o passeio - na verdade é uma taxa para dar uma voltinha na ilha. Sabe, 10 Bs não é nada. Mas você se sente inseguro por não saber o preço real das coisas sabe. O passeio custava 30 Bs e do nada tinha mais 10 Bs... mas na Bolívia é assim.

 

O guia era um velhinho enrrugado. Mas ele corria hein. Pela amor de Deus. Eu, dois anos de academia, yoga... e a altitude deu uma rasteira em mim. Tentei acompanhar o velhinho mas sem condições. São quase 5000 mil metros de altura. O ar não vem. Cansa mesmo. E da-lhe coca. ::mmm:

Mas a vista, olha. Indescritível. Subiria todos os dias da minha vida. E de novo e de novo....

 

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