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BOLÍVIA E PERU (SETEMBRO/OUTUBRO 2014) - Meu primeiro mochilão: histórias, gastos, fotos e vídeos.


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26 DE SETEMBRO – 9º Dia

La Paz

 

 

 

Acordamos cedo, tomamos nosso café de sempre e ficamos aguardando nos virem buscar na recepção do hostel. Logo chegaram, nos chamaram e fomos em direção à van. Novamente seguimos por El Alto e pegamos uma estrada rumo a Chacaltaya, que ficava há umas 2h de La Paz. No caminho, ele nos cobrou as entradas, já pagamos as duas (Chacaltaya e Valle), 30 bolivianos.

Estava sol e dessa vez vimos El Alto pelo alto, estava numa grande subida, afinal, o Monte Chacaltaya fica há mais de 5000 metros. Assim como no dia anterior, nossa van tinha bastante estrangeiros, principalmente franceses, que ocupavam todo o fundo da van, e, a exemplo do dia anterior, o guia falava em espanhol e em inglês, mas esse falava melhor o inglês. Ao lado, tinha um rapaz da República Tcheca, que até puxou assunto, e quando viu que eu tinha folhas de coca, vi que ele se interessou e ofereci, ele aceitou na hora, assim como uma mulher que estava a minha frente, era suíça se não me engano. À medida que íamos subindo, era possível avistar o monte ao longe, no caminho fizemos algumas paradas pra tirar fotos, o visual era incrível, no caminho tinha vários lagos e vales. Era possível avistar também Huana Potosí, onde o pessoal faz alpinismo, fica depois de Chacaltaya.

 

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El Alto, do alto

 

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Por que ladrón bueno és...

 

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Eu estava ansioso, pois veria neve pela primeira vez na minha vida, :D e aos poucos o cenário mudava, assim quando fui para o Salar, o branco começava a dominar a paisagem. Mas essa não era a única mudança, o clima também começava a mudar, quanto mais subíamos, mais o tempo ia fechando.

 

Trecho da estrada

 

 

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Finalmente chegamos ao ponto onde a van para e temos que prosseguir andando, estávamos a uns 5150 metros se não me engano (tinha uma placa, mas não lembro bem) e borá camelar morro acima. Por mais que eu já tivesse me acostumado com a altitude, acima dos 5000 metros a coisa muda, é quase uma altitude da altitude. ::essa:: Taca le pau nas folhas de coca!

Na subida, acabamos puxando conversa com um casal de idade, eles eram franceses mas falavam o espanhol muito bem, costumavam sempre viajar pela América do Sul, inclusive foram algumas vezes ao Brasil. Fomos conversando em espanhol mesmo (ou algo parecido com isso) com eles, eram bem simpáticos. Como de costume, ofereci folha de coca para ambos, a mulher aceitou. À medida que subíamos, íamos vendo o grupo distanciando, principalmente os suíços, que como estavam acostumados, parecia flutuarem pela neve. Em compensação, o lusitano aqui foi de tênis, resultado: escorregava toda hora, até uns rolas eu tomei. Descobrimos que o macete era caminhar intercalando os passos entre as partes não nevadas com partes nevadas, pois as não nevadas também escorregavam um pouco, afinal basta imaginar que eram rochas molhadas. Nessa hora começou a cair neve \o/ \o/ \o/

Logo chegamos a estação de esqui e lá era onde o guia esperava com os demais, e aqueles que estivessem bem e quisessem poderiam arriscar subir os 150 metros finais até o topo. A neve caia mais forte, mas eu queria subir e parti, o Renan ficou porque a Marina não teria condições e ele ficou com ela. O problema é que eu já era um dos últimos que chegou e o guia havia dado até 13h para voltarmos a van, e já eram umas 12h30, então tinha que virar queniano e acelerar. Só que essa parte é bem íngreme, e tinha muita neve, o pé afundava a cada passo, além de estar escorregadio. O fôlego era o pior possível, eu dava 4 ou 5 passos e parava pra puxar ar, porque precisava fazer muito esforço pra tentar ficar em pé. Estava mais ou menos na metade e percebi que os suíços (malditos!) já estavam voltando do topo e conclui que não daria tempo, então tirei as fotos e filmei ali mesmo e resolvi voltar. O problema é que pra voltar percebi que estava meio perigoso, porque era íngreme e a camada de neve era bem alta, fui dar um passo e levei um capote, meu tênis não tinha aderência nenhuma, e então nessa hora resolvi aliar a diversão á necessidade: comecei a descer de “skibunda” ::hahaha:: . Nunca me diverti tanto hahahaha, imaginem a cena, eu lá sentado e descendo impulsionado pelos braços, não andava muito por vez, mais tava indo. Gritei umas 3 vezes pelo Renan e quando ele olhou pedi pra ele filmar (aliás, se você estiver lendo isso Renan...ME ENVIA ESSA MERDA LOGO ANIMAL! ::vapapu:: ).

Já todos juntos, começamos a descer rumo à van, já começávamos a escutar trovões e a neve caia mais forte. Mais algumas derrapadas e um capote e chegamos na van, a essa altura comecei a perceber que minha bunda estava molhada (coitado, a anta não sabia que neve nada mais é que água congelada ::putz:: ).

Debaixo de um puta temporal, seguimos morro abaixo rumo ao Valle de La Luna. Para isso, teríamos que atravessar toda a cidade de La Paz, pois entraríamos pela parte alta, e o Valle fica na divisa da cidade, na parte sul. O tempo, que era chuvoso no caminho, foi melhorando e em La Paz já abriu sol de novo e junto com ele um baita calor.

 

 

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Neve ::otemo::::otemo::::otemo::

 

 

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O senhor francês que nos acompanhou

 

 

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Temporal na descida

 

 

Sobre parte sul de La Paz, era o puro creme do milho verde aquele lugar, só casarão, condomínio fechado, umas praças muito bonitas, depois soube que é a parte rica da cidade, pois é mais quente que a parte alta.

Depois de rodar bastante tempo, chegamos lá. Fica na beira de uma estrada, a van parou e descemos na portaria.

Eram umas formações rochosas bem altas, você vai caminhando por elas através de umas passarelas ou por caminhos nas rochas mesmo, é bem seguro. Em vários pontos, havia mirantes onde parávamos para tirar fotos e ouvir explicações do guia, e tinha outros grupos também com seus guias fazendo o passeio, isso é muito comum de acontecer. Caminhamos acho que por quase uma hora lá, é bem grande o lugar. Lembro que tinha uns trechos que você olhava e não via o fundo dos buracos, imagina a profundidade daquilo, portanto, um pouco de cuidado ao caminhar, ás vezes você passa em algum buraco, é pequeno, mas sei lá né.

Terminado o passeio, saímos e enquanto aguardávamos a van aparecer (eles estacionam longe dali), atravessamos a rua fomos até uma vendinha que tinha ali, o Renan tinha ido comprar algo pra comer (a larica já batia àquela hora), mas não tinha nada, apenas bebidas (quentes, claro) e sorvetes. Cada um comprou um sorvete (era bom até) e ele ainda comprou um pra Marina, nisso o guia já estava esperando apenas nós voltarmos.

 

 

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Entrada do parque

 

 

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Buracos sem fim

 

 

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Os teleféricos de La Paz

 

 

A van seguiu e como de costume nos deixou na igreja de São Francisco, seguimos o mesmo caminho do dia anterior, pois iríamos passar pela casa de câmbio que vimos na Calle Camacho, nossa grana estava meio curta e pelas contas, faltaria pouco pra pagar a conta do hostel (além da diária, várias brejas, uma porção de nachos, e pelas contas daria um valor meio alto), fora que precisaríamos comer em Copacabana, no outro dia. Lá chegando, o câmbio tava igual ao dia anterior: 2,72. Eu cambiei uma nota de 100 dilmas e o Renan trocou uns quebrados que ele tinha.

No caminho do hostel, estávamos com muita fome e resolvemos procurar lugar pra comer, mas assim como em Sucre, seria difícil achar lugar pra almoçar as quatro e pouco da tarde. No final, acabamos indo parar no Salpics de novo, dessa vez resolvi encarar o prato que o Renan pediu no outro dia, lembro que vinha uma tonelada de arroz (escondida embaixo dos bifes), bastante batata, dois bifões de carne bovina (tem a opção de frango também) e um tipo de molho parecido com vinagrete; e ele pediu o maior pra dividir com a Marina. ::otemo::

 

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Servidos?

 

Voltamos ao hostel, demos uma descansada, tomamos banho e saímos de novo para procurar umas empanadas e umas salteñas pra comer mais tarde e talvez algo pra comermos no outro dia, pois o dia seria muito corrido e a fome apertaria.

Já era de noite e La Paz é uma cidade que, apesar de ser uma capital de país, não tem uma vida noturna muito ativa, e tudo fecha meio cedo, e no final das contas acabamos comprando umas empanadas (salteñas não tinha porque eles só vendem isso pela manhã, de noite ninguém come, vai entender!) numa lugar ali na Calle Comércio. Na volta, ainda paramos numa outra vendinha, e compramos uma garrafa de 2,5l de Tampico (aliás, é o suco que mais vende por lá).

 

 

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A vista do morro à noite ficam muito legal

 

 

 

Voltamos, comemos umas empanadas e fomos pro bar, o tema da noite era Putas e Cafetões, mas o povo nesse dia não tava muito animado não, além do bar estar menos cheio que nos outros dias, quase ninguém estava fantasiado, só mesmo povo que tava atrás do balcão. Nessa hora, começava um baita chuva lá fora.

O Renan foi deitar mais cedo nesse dia, e fiquei lá mais um tempo, mas tava chato demais nesse dia, dos brasileiros encontrei só alguns e ainda tinha um cara (acho que era colombiano) que tava mais louco que o Batman, não sei o que deram pra ele, mas tava foda. Ele do nada começava a fazer umas caretas absurdamente estranhas, e socava o chão, depois parecia fazer algum ritual de energização, tipo, punha as mãos no chão, “concentrava” e jogava as mãos pro alto berrando. Medoooooooooo!!!! ::ahhhh:: E não é que esse doido começou a encher meu saco, vinha falar comigo com um bafo algo alcoólico que era forte pra burro, e falava segurando o braço ::grr:: . Aloprei e fui pro quarto.

Estava arrumando minha mochila pra deixar pronta pro outro dia, pois iríamos embora, quando o Scott chegou com uma mina. Ele chegou do meu lado e começou a falar comigo, mas eu já não entendo muito inglês, e ele tava bebaço, fodeu! Depois de muito tempo, e com a ajuda da mina, que não lembro de onde era mas falava espanhol bem, entedia o que estava ocorrendo: o cara queria dar uma :twisted: . Estava com sono e entediado, mas não ia empatar a foda do cara, então combinei que daria um tempo pra eles, ficou combinado uns 20 minutos a meia hora. Voltei ao bar e fiquei lá, mas tava muito chato aquilo, então sentei em uns dos dois computadores que ficavam ao lado do bar e fiquei um pouco na Internet, até que os dois voltaram e lá fui eu pro quarto, crente que finalmente deitaria e dormiria, só fui guardar algo que esqueci na mochila e entra uma mina do nada, tomou um susto e saiu. Achei estanho, mas pensei, se enganou de quarto. Logo entra a Ellen, e ela veio falar comigo. Demorei pra entender o que ela queria, mas era nada mais do que saber se eu não me incomodava dela e a amiga (a que havia entrado antes e saído) darem uma “Aéciozada”. Dei uma risada e disse que não, por mim não tinha problema, cada um cada um, na verdade eu só queria era deitar e dormir. Elas fizeram o bang delas rapidão lá, conversei um pouco com as duas, a outra era inglesa.

Logo elas saíram e finalmente pude dormir, afinal, o outro dia seria cansativo.

 

 

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Greeeeaaaat shooooots

 

 

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Olha o que o álcool faz, ainda bem que não bebo...

 

 

 

 

Gastos do dia

 

Entradas: b$ 30,00

Sorvete: b$ 5,00

Cambio: b$ 2,72 (R$ 100,00 - b$ 272,00)

Comida: b$ 25,00

Salteñas: b$ 12,00

 

 

 

Continua...

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Boa tarde, o seu relato esta excelente, irei em junho de 2015, mas irei fazer atacama tb, c alguem quiser ir!

 

 

Boa tarde, quer dizer, boa noite Luciano! Obrigado pelo elogio! Pois é, também queria ter feito o Atacama, tenho mó vontade, mas pra essa viagem era inviável, já foi corrido só os dois países, e pode ter certeza que companhia não faltará, todo mundo faz esse tipo de roteiro.

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Termina o ralato ate dezembro pq quero ler o seu antes de ir, please!!!!

 

kkk

 

Abraços!

 

 

Calma Luiz, tô indo, devagarinho, mas tô indo hehehe

Desde que voltei de viagem, minha vida tá pura correria, mas dentro do possível vou postando o que consigo. Espero ter tempo de terminar tudo antes da tua viagem, ou pelo chegar próximo disso.

Abraços e boa viagem!

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27 DE SETEMBRO – 10º Dia

La Paz - Copacabana - Isla del Sol - Copacabana - Puno

 

 

Como de costume, acordamos cedo, tomamos café, nos arrumamos, pegamos nossas coisas e bora pra recepção fazer check out e esperar o ônibus que nos levaria a Copacabana, ficou acertado que ele nos buscaria no hostel. Pedimos pra fechar a conta, mandando que somassem o valor total de nós três juntos e dividisse, tirando a média, afinal consumimos algumas coisas e ora um marcava na sua conta, ora o outro marcava (cada vez que você consome algo, ele anotam o número da sua pulseira e depois é cobrado na hora do check out). No final, deu 900 bolivianos, 300 pra cada um redondo (só em diárias daria 222 de cada, totalizando 666 :evil: ). O problema é que achávamos que dava pra pagar com cartão, mas o hostel não aceitava (aliás, nenhum aceita, pelo menos em nenhum que nós ficamos) ::putz:: . Eu tinha o dinheiro, mas o Renan não tinha o suficiente, faltou um pouco, então ele e a Marina saíram pra sacar dinheiro, próximo dali tinha um caixa que dava pra fazer saque, ficava na própria Calle Comércio. Nessa hora torci para o ônibus atrasar, pois já eram 7h e ele estava pra chegar, mas deu certo, os dois voltaram logo, pagamos a conta e pouco depois vieram nos buscar.

Tratava-se de um micro-ônibus meio fuleiro, estranhamos mas entramos, tinha pouca gente e seguimos, achando que aquele seria o nosso transporte até Copacabana. No caminho, ele fez mais umas paradas e aí sim o micro encheu, e então continuamos, até que chegamos na rodoviária e descobrimos que na verdade o ônibus era outro, o da Titicaca Tour, esse sim grande e mais confortável.

 

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Busão da Titicaca Tours

 

 

Após despachar as mochilas e nos acomodarmos, nos despedimos da simpática La Paz e seguimos viagem, passando por El Alto. Uma coisa que esqueci de mencionar sobre La Paz é a grande quantidade de casas que não tem acabamento, são todas em tijolo mesmo, aquele vermelho, e isso também acontece em El Alto. A explicação é que o governo só tributa casas que já estão acabadas, e o fato delas não terem reboco ou pintura as classifica como casas em construção. E vou dizer, tem uns baita casarões que dá até pena ver sem acabamento, mas fazer o que.

 

 

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A viagem seguia e depois de algum tempo começávamos a avistar o Lago Titicaca. A estrada seguia margeando o lago, e como o dia estava muito bonito, o azul do lago era algo que impressionava, era tão intenso quanto o vermelho da Laguna Colorada, era quase um Caprichoso e Garantido essa disputa pra ver qual tinha a cor mais viva.

 

 

DICA DO PORTUGA: Quando pegar o ônibus na rodoviária, tente ficar do lado esquerdo, é o lado onde fica o lago. Isso indo de La Paz pra lá, se estiver fazendo o trajeto contrário (de Copacabana a La Paz), óbvio, venha do lado direito.

 

 

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Próximos a San Pedro de Tiquina

 

 

Mais um pouco e chegamos a San Pedro de Tiquina, uma pequena cidade que fica às margens do lago, onde nós descemos do ônibus e pegamos um barco para atravessar o lago. Compramos os tickets (custava 2 evos) e fomos para o barco, muito parecido (pra quem é da Baixada Santista ou conhece aqui) com as barquinhas que fazem a travessia de Santos para o Guarujá. Enquanto isso, os ônibus vão numa espécie de balsa, sem passageiros e apenas com os motoristas, e do outro lado todos sobem de novo e seguem viagem. A travessia é rápida, deve durar de uns 5 a 10 minutos, não lembro bem, mas é rápido (até nisso é bem parecido com a travessia de Santos para o Guarujá, mas com um cenário melhor).

 

 

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Monumento a Pachamama

 

 

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Balsa levando os ônibus

 

 

Já do outro lado, embarcamos e seguimos por uma estrada que era coisa de cinema, sem dúvida é a estrada mais bonita que eu vi, e olha que quase todas eram lindas, mas essa era demais, você via o lago que ora sumia e ora reaparecia, intercalando com um visual de montanhas encantador, até as nuvens eram mais bonitas que o normal.

Logo começamos a avistar Copacabana, estávamos mais altos que a cidade e fomos descendo até ela, serpenteando por uma estrada cheias de curvas, e logo adentramos a pequena e bonita cidade que inspirou o famoso bairro carioca.

 

 

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Visual muito feio

 

 

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Cenário de filme de terror, não acham?

 

 

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Antes de descermos, o ônibus parou em frente a um hotel, e uma moça subiu oferecendo um desconto pra quem estava naquele ônibus caso se hospedasse nele, não lembro qual era agora, mas tinha cara de bom, lembro que com o desconto saia 50 bolivianos. Ninguém topou (a moça ficou com mó cara de bunda, deu até dó), muito menos nós que não dormiríamos na cidade, ao contrário do roteiro original, e logo ele parou na frente da agência, pegamos nossas mochilas e saímos com duas missões: comer e fechar o barco para a Isla del Sol. Antes, deixamos as mochilas no locker da agência e saímos apenas com as de ataque.

Estávamos com fome e pouca grana, o que o Renan sacou era suficiente para pagar o hostel e comer algo, eu estava na mesma, contando até as moedas. Seguimos a avenida principal e logo saímos no lago, tinha várias embarcações paradas nos piers, vimos alguns homens sentados e descobrimos que eles eram dos barcos, fomos falar com eles e ver quanto era, estava em média 40 bolivianos a viagem de ida e volta e sairia às 13h30, eram umas 12h15. Resolvemos ir comer algo e pensar bem, vimos que “à beira mar” tinha vários restaurantes, um colado no outro, mas por experiência adquirida resolvemos não procurá-los por imaginar que fossem mais caros, pela localização, por isso voltamos pela avenida principal para achar algo. Podemos dizer que essa avenida se divide em duas partes: a primeira (indo do lago pra dentro) é só com restaurantes, hotéis, casas de câmbio (na verdade, são banquinhas que ficam na calçada com alguém trocando dinheiro); e a segunda parte são empresas de ônibus e agências de turismo. Acabamos entrando em um restaurante que ficava logo no começo, tinha uma cara simpática e era todo decorado, estava vazio. Uma senhora nos atendeu, e depois de olharmos o cardápio escolhemos um menu com sopa de entrada, prato principal e sobremesa, custava 25 bolivianos. Pedi um creme de champignon (muito boa), a famosa trucha que estava afim de experimentar e a sobremesa só tinha uma opção: banana com chocolate. Apesar de estar vazio, demorou para chegar a comida e estávamos quase desistindo, pois não daria tempo se demorasse mais um pouco. Enquanto o rango não chegava, o Renan pediu pra eu trocar pra ele os últimos 50 reais que ele tinha por um pouco de bolivianos e um pouco de soles para podermos pegar algum táxi no Peru. E lá fui, pra resumir a desgraceira, passei em duas banquinhas e o câmbio era o pior possível: o boliviano tava 2,50 e o nuevo sol, pasmem, 90 centavos pra um real. VTNC! ::vapapu:: Resolvi só trocar por bolivianos e depois se sobrasse trocaríamos os pesos por soles, voltei com 125 bolivianos. Expliquei ao Renan, ele ficou aziado, não comigo, lógico, mas com o câmbio. O rango ainda não tinha chego e ele decidiu dar um pulo no cais pra fechar logo o barco, pois estava próximo da hora e até comermos nos atrasaríamos. Ele voltou e disse que havia conseguido um esquema, conversou com um cara e ele indicou o barco de um outro cara chamado Efraim (o mesmo nome do Primo, do tour do Salar, coincidência não!), e ele faria a 30 bolivianos para nós. Boooooaaaa garoto!

Junto com o Renan, chegou o rango, sinceramente a trucha até é boa, mas não é nada daquilo que falavam, achei bem pequeno e pelo preço não compensou muito não, mas a fome era grande então mandamos bala, comemos a banana (que estava uma delícia, era pequenininha, mas muito saborosa, o chocolate era até desnecessário), pagamos e partimos pro píer pra pegar o barco. Eram mais ou menos 13h10.

 

 

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O restaurante

 

 

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A tal da trucha

 

 

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Chegando lá, procuramos o tal Efraim, ele era sobrinho do cara que o indicou, seguimos ele até o barco e entramos, estava quase vazio, fomos em cima junto com duas mulheres e um engradado de Paceña (ah se não estivessem quentes... :lol: ) e mais umas trangalhadas. Notamos que nos outros barcos a lotação era total e o povo usava coletes salva-vidas, enquanto no nosso nem tinha isso, e no nosso só entrava população local, conclui que na verdade fomos numa espécie de barco local, tipo ônibus circular, aqueles em que só a população local anda, por isso era mais barato. Na moral, chegando na ilha tá ótimo, podia ser até um pneu jogado na água com remo, tipo cubano indo pros E.U.A. hahahaha.

O motor ligou e o barco partiu rumo a ilha, o percurso levaria cerca de 1h30, o sol estava bem forte e ventava bastante, era um vento bem gelado, eu estava de agasalho e gorro. A imensidão do lago era de espantar, parecia que estávamos em alto mar, não tinha fim a vista. E o azul de uma intensidade incrível!

 

 

 

 

 

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Chegando à ilha

 

 

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Chegamos na ilha eram umas 15h mais ou menos, descemos no píer e o Efriam avisou que na volta viríamos com o tio dele no outro barco, tínhamos a opção de pegar o barco ali mesmo às 16h ou subir o morro, fazer a trilha pelo alto e pegar o barco no outro píer às 16h30.

O lugar era incrível, fomos recepcionados por muitas lhamas e burros, tinha um grande morro e bastante casas e hospedagens, admiramos a paisagens e começamos a subir as escadarias até o alto. Como o horário era meio apertado, preferimos não fazer a trilha com medo de perdermos a hora, preferimos só subir, ver a ilha do alto, e descer ali mesmo. A vista de cima é incrível! Tinha uma parte que não podia passar pois era só pra população local. No caminho, ainda encontramos uma senhora vendendo uns artesanatos locais, paramos para dar uma olhada, o Renan estava na saga de comprar um lhama para a Marina desde La Paz (lá estava caro pra burro) e ele de comprar um condor, mas não tinha lá.

Paramos num lugar pra descansar, tinha uma boa sombra e uma fonte de água que tava trincando de gelada, enchi minha garrafa e mandei bala.

Próximos do horário, descemos o morro e fomos aguardar o barco no píer, às 16h em ponto ele estava lá e embarcamos, pois ele ainda iria buscar o restante do povo no outro pier. Lá chegando, ele ainda nos deu 10 minutos para conhecermos o Templo do Sol, tinha uma pequena subida e fomos eu e o Renan, a Marina ficou no barco. Era uma pequena construção, não tinha nada demais, mas não deixa de ser interessante! Tinha uma doida lá que tava brisando numas paradas estranhas, parecia que ela tava fazendo um ritual sei lá pra quem, e ela tocava num sininho e mentalizava, tipo energizando, enfim, sai andando que vai que baixa uma entidade doida nela e já viu né ::sos:: (nada contra macumba)!

Tiramos umas fotos e voltamos ao barco para de vez retornar a Copacabana. Estava muito sol e calor, mas estava cansado, e dessa vez viemos na parte de baixo, e deu um puta sono, só me lembro do barco sair e de repente olhei e já estávamos atracando em Copacabana, dormi quase 1h30.

 

 

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Lhamas e burros

 

 

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Mais lhamas e um burro... ::hahaha::

 

 

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Renan, sempre um lorde!

 

 

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Templo do Sol

 

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Tiazona brisada!

 

Como ainda tínhamos um bom tempinho até sair até sair, demos uma volta pela orla do lago, a tarde começava a cair e o cenário é paradisíaco. Resolvemos procurar algo pra comprar, pois seriam umas 6 ou 7h de viagem, sentiríamos fome, além do almoço não ter sido aquele almoço ideal. Na orla só havia restaurantes, então seguimos a avenida principal e achamos um lugar que vendia empanadas e saltenãs. Compramos tudo o que ela tinha lá e a Marina ainda foi contemplada com um pacotão de Lays, cujas lombrigas clamavam desde os tempo mais primórdios por isso.

 

 

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Deus me livre, que coisa horrível esse visual!

 

 

Dali já seguimos pra agência da Titicaca Tour, pegamos nossas mochilas, trocamos o voucher que o cara da agência em La Paz havia nos dado pelas passagens e ficamos esperando o cata-osso pra Puno, que sairia 18h30, e quando ele chegou, um certo tumulto misturando quem ia despachar as bagagens com quem iria entrar no busão. Antes de entrar, eles perguntavam quem iria descer em Puno e quem seguiria pra Cusco, destino final do ônibus. Entramos e fomos pro andar de cima, ele era mega confortável, bem espaçoso e tinha até aquele treco onde você encaixa sua perna. Aí sim hein!

Saímos por volta de 18h30, como previsto, já começava a escurecer e em mais ou menos meia hora chegamos à fronteira. Nessa hora, todo mundo desce do ônibus (as malas ficam) e vai até a imigração encarar uma mega fila, pois só havia dois funcionários atendendo, enquanto os ônibus saem vazios para nos aguardar em solo peruano. Era de noite e tomamos uma bela canseira, formamos uma fila do lado de fora. Vimos que tinha duas banquinhas de câmbio ao lado da imigração e o Renan aproveitou para ver o que dava pra fazer. Ele voltou rindo, falou que fui na primeira e o senhor mandou ir na do lado, era uma mulher e ela queria dar 0,70 por real. No final, ele trocou o que tinha sobrado dos pesos (acho que uns 50) por 15 soles. Acho que dava pra pegar um táxi na rodoviária de Arequipa pelo menos.

Finalmente fomos atendidos, carimbamos os passaportes, devolvemos as tarjetas verdes e bora pro segundo tempo. Seguimos a rua andando, logo avistamos uma espécie de portal, estava bem escuro, mas dava pra ver ao lado dela a placa de bem vindo do lado bolivianos e atravessando o portal vimos aquele símbolo grande com a palavra Peru escrito com aquele “p” estilizado. Ao todo andamos uns 100 ou 200 metros e chegamos à imigração peruana, o ônibus estava parado bem na frente e lá pelo menos aguardamos do lado de dentro para sermos atendidos. Mesma coisa, só duas pessoas atendendo, mas nesse foi mais rápido, um guarda ainda na fila nos dava o papel para preencher. Eu, cabaço como sempre, errei e tive que preencher outro, mas tudo bem, foi rápido até. Passaporte carimbado, tarjeta na mão e bora pro busão! Assim que saímos, eles fecharam o local.

Já eram mais de 19h30 e nosso ônibus em Puno sairia às 21h30, então bora seguir viagem. Nessa hora, vimos os primeiros relâmpagos, logo começaram os trovoes e quando demos conta, estava um puta temporal, mas um temporal daqueles de filme de terror.

 

 

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Imigração boliviana

 

 

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Perto da fronteira

 

 

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Lado boliviano da fronteira

 

 

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Fronteira

 

 

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Imigração peruana

 

 

O tempo passava e começávamos a nos preocupar com o horário, pois o ônibus sairia às 21h30 (detalhe, o fuso no peru era 1h a menos em relação à Bolívia), já era quase isso quando estávamos entrando na cidade. Resultado: chegou na rodoviária às 21h50 e o ônibus já havia saído. Mas não ficamos desamparados, um funcionário da empresa acompanhou o grupo que ia pra Arequipa até o guichê e lá nos entregaram passagens de outra empresa, a Transzela, que tinha um ônibus partindo às 22h30 (no final, atrasaria uma meia hora a saída). A chuva havia diminuído, mas estava muito frio, o ônibus estava parado na plataforma, mas nos abrigávamos no coberto até o motorista chegar. Nisso notamos uma família que estava com um botijão de gás, um saco de farinha (daqueles que se carrega no porto), um velotrón estilo Tico Tico da Bandeirantes e um Pula Pula do Gugu. Eu e o Renan olhamos aquilo e já imaginamos que iriam no nosso busão. E estávamos certos!

O motorista chegou e já abriu o compartimento de bagagens, fomos os primeiros a despachar as mochilas, e em seguida chegou a família Dó Ré Mi e seus “apetrechos”. Tinha um cara que ficava dentro do bagageiro organizando as bagagens e etiquetando, entregando uma via com o número para os passageiros. Galera, vocês precisavam ver a cara dele na hora que subiram o botijão de gás, era de total incredulidade, foi cômico ver o botijão rolando pro fundo do bagageiro, e o golpe de misericórdia foi o saco de farinha, que na hora que bateu levantou aquela poeira branca. ::hahaha::::lol4::::otemo:: Eu e o Renan tivemos uma crise de riso que durou muito tempo, no outro dia ainda lembrávamos e riamos daquilo.

Entramos e nos acomodamos, o ônibus era excelente, acho que até mais confortável que o da Titicaca, valeu até a pena perder o ônibus anterior, e ainda, assim que o busão saiu, serviram um chá de camomila, pra mim foi ótimo por duas razões: além de estar frio, minha garganta começava a doer, sinal de que ficaria gripado. Ai ai, viu! E borá que tínhamos umas 6 ou 7h pela frente!

 

 

 

 

Gastos do dia

 

Barco p/ ilha: 30,00

Almoço: 25,00

Conta do Hostel: 300,00 (diárias e coisas consumidas, minha parte na divisão)

Salteñas e empanadas: 24,00

Isla del Sol: 5,00

Banheiro na Ilha: 2,00

Taxa de Puno: 2,00

 

 

 

Continua...

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Cara, que lástima, a truta a beira mar é inteira e custa 20/25 bol. A que vc comeu era meia truta ou até menos que isso. É na beira do lago que ficam as melhores trutas. Ow saudade!

 

 

Pois é xará, depois, já em Arequipa descobri que a truta pode ser maior que aquilo e fiquei puto, mas é o que falei, usei aquela regra de "evitar pontos turísticos" e me dei mal, mas é importante ficar relatado pra ninguém cometer o mesmo erro, inclusive a sua postagem ajuda.

E saudade é pouco, espero voltar com mais calma e curtir bem mais aquele lugar, e claro, comer a truta certa!

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Fala Alexandre,

 

Passando aqui para deixar um alô, muito bom seu relato cara, continue que está ficando show! ::cool:::'>

 

PS: A Miriam está acompanhando e se divertindo com seus perrengues e lembrando dos nossos HAHAHhahhahaha...

 

Abraços.

 

 

Salve Nogy! Valeu por estar acompanhando, tô tentando passar minhas impressões da melhor maneira possível, assim como fez no seu! O meu tempo tá meio corrido, mas ainda essa semana já começo a postar a parte peruana do rolê!

E apesar de ter passado alguns perrengues, eles nem se comparam aos que vocês dois passaram, ali foi realmente um rolê dos campeões!

 

Abraços!

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