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Olá amigos do Mochileiros.com! Como muitas pessoas por aqui me sinto grata por todas as informações que consegui adquirir lendo tudo o que eu podia no site e por isso venho através deste tópico contribuir com meu relato de nossa viagem realizada neste mês (de 06 a 21 de setembro de 2014) para a Espanha (Madrid, Sevilla, Granada e Barcelona). Foi a primeira viagem que realizamos por conta própria. Até então tínhamos viajado para Buenos Aires, na Argentina e para o Chile (Santiago, Viña del Mar, Valparaíso e Valle Nevado) através de agência de viagem que, convenhamos, a viagem é mais cara e você fica preso ao roteiro deles, mas tem suas vantagens, pois você não precisa se preocupar com muita coisa, tem sempre uma pessoa que pode te ajudar e te levar para algum lugar que você queira ir, se você pagar a quantia estipulada. E eu confesso que me sentia com medo e até um tanto incapaz de viajar por conta própria e me virar bem em um país diferente. Mas resolvemos arriscar (culpa da insistência do meu marido e do custo maior de um pacote de viagem por agência) e eu fui traçando um roteiro do que poderíamos fazer, ver, visitar, e somando os custos de tudo. Foi difícil pois nessa época meu marido estava trabalhando muito (e eu também, mas como fiquei obcecada com a ideia da viagem, não conseguia parar de planejar! ) e não tínhamos muito tempo disponível. E foi aí que comecei a ler o Mochileiros.com e blogs de viagem e anotar tudo o que era importante para contribuir com o resultado final. E fomos ajustando o orçamento, cortando algumas coisas da viagem (foi com muito pesar que cortei Portugal do planejamento, que queria muito conhecer, mas o dinheiro não deu!) e quando vimos que era possível, começamos a comprar as passagens de avião, passagens de trem, ingressos dos lugares que queríamos visitar e que todo mundo recomenda comprar com antecedência... e a viagem foi tomando mais forma.

Antes de tudo, quero explicar o porquê da Espanha... Sempre tive uma "quedinha" pela Espanha. Por conta do destino, fui trabalhar com imigrantes espanhóis que vieram há muito muito tempo atrás para o Rio de Janeiro e, sempre que posso, fico conversando com eles sobre suas cidades. A imensa maioria veio da Galícia, de Orense e Pontevedra, que são duas cidades não tão ricas dessa região, mas parecem ser lindas... Mas nessa viagem também não deu para conhecer a Galícia... Outra história da minha vida é que depois que assisti uma apresentação de dança Flamenca, fiquei doida atrás de algum lugar em que pudesse ter aulas dessa dança. Depois que consegui encontrar, nunca mais parei e sou apaixonada por essa dança, que é originária da Andaluzia (e seu berço é em Sevilla). E também depois que vi fotos da Alhambra, em Granada, um dos meus sonhos era ir lá e ver tudo de perto... O meu marido adora violão... e os espanhóis também! Hehehehe. Então ele se juntou a mim nesse sonho de conhecer a Espanha. Ele adicionou ao roteiro Madrid e Barcelona e fomos em frente!

As passagens de avião foram compradas mais ou menos em maio. Em abril elas estavam mais baratas (pouca coisa), mas não podíamos comprar em abril ainda, então, fazer o quê! As passagens da TAP pareciam a melhor opção em termos de preço e de conexão e então foram elas mesmas!

Não conseguimos comprar as passagens de trem entre uma cidade e outra pelo site da RENFE (tivemos o mesmo problema que muita gente por aqui ao usar o cartão, mesmo usando cartão Itaú ou Santander, desbloqueado para uso internacional) e compramos pela Rail Europe, mesmo sendo um pouco mais caro, mas estávamos com as passagens nas mãos e era isso o que nos preocupava (chegar lá e não conseguir comprar as passagens na hora). Só as passagens para o passeio para Toledo que não conseguimos comprar antecipado pois deu erro no site e decidimos comprar lá em Madrid mesmo.

Na semana da viagem o chefe do meu marido fez ele trabalhar feito um condenado para terminar tudo o que estava pendente antes das férias e ele não teve muito tempo para pensar nos preparativos (e ele que iria traçar as rotas de deslocamento dentro das cidades via metrô e ônibus) e nem de fazer as malas (ele fez a mala no dia da viagem! Mas a minha eu consegui fazer antecipado. Levamos duas malas médias (como eu vi recomendado por aqui e alguns amigos recomendaram também, pois antes dessa viagem sempre levávamos uma mala grande) Nós íamos misturar as nossas roupas nessas duas malas, para o caso de alguma sumir no aeroporto, mas devido à arrumação em cima da hora do meu marido, nem foi possível.)

Olhamos pela internet para ver o clima lá na Espanha em Setembro e vimos que em Madrid estava fazendo 30º... mas em alguns dias fazia 22º-24º... isso sem contar que todo mundo com quem conversávamos nos alertava que em setembro faz frio e que tínhamos que levar casacos... Então levamos casacos e pouca roupa de calor e nos arrependemos muito pois fez muuuuito calor durante a viagem!

Bem, vou começar logo o relato da viagem e mais pormenores vou explicando durante ele... Eu sei que sou meio prolixa (sempre fui), mas espero não fazer um relato chato de se ler!

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Nossa viagem começou com um vôo atrasado, que era pra sair às 22h e saiu quase 23h por um problema em um banheiro. Ficamos imaginando se era o banheiro que estava próximo aos nossos assentos! A viagem foi tranquila e só não foi melhor porque é impossível dormir bem uma noite inteira em uma poltrona que não reclina muito e que fica próximo ao banheiro e sempre que alguém precisa utilizá-lo de noite, a luz acende na sua cara! Mas antes de descobrir esse problema da luz, eu tinha ficado bem feliz pois no avião dava pra assistir filmes e tinha "Malévola" na seleção, que eu ainda não tinha conseguido assistir!

Chegamos em Lisboa quase 13h (era para chegarmos por volta de 12:15) e o nosso próximo vôo para Madrid saia as 15h. Fomos caminhando pelo aeroporto de Lisboa e nos deparamos com uma fila imeeeensa que estava escrito algo do tipo "passaportes em geral" e uns guichês vazios que era para quem tem passaporte europeu. Todo mundo que estava na fila estava meio perdido e tinha só uns três funcionários andando para lá e para cá que não se comunicavam direito com a gente. Bem, concluímos que se o único jeito de passar para o lado de lá era encarando essa fila, então aquela era a fila da imigração. Após quase 1h na fila (os funcionários passavam de vez em quando gritando os nomes das cidades que os vôos estavam pra sair e passavam as pessoas que estavam na fila que iam para essas cidades na frente das outras) chegamos finalmente na cabine e o funcionário olhou nosso passaporte, perguntou para onde íamos e de onde vínhamos e carimbou nosso passaporte e nos desejou boa viagem. E nem olhou a pasta com os milhares de documentos que levamos! Só deu tempo de ir no banheiro e já fomos para o próximo vôo (nem deu tempo de almoçar, mas também tínhamos acabado de tomar café da manhã no avião! )

O vôo para Madrid também foi tranquilo e aterrisando, pegamos nossa bagagem e... saímos! Achamos que íamos passar por outra fila ou qualquer outra burocracia, mas não foi necessário, graças a Deus. Achamos a saída que dava para o metrô, para irmos para a Gran Via, onde ficava nosso hotel. Tivemos que fazer umas 3 baldeações no metrô, se eu não me engano, e subir e descer com as malas em escadas rolantes e em escadas normais... portanto, amigos, como eu já disse antes, não levem malas grandes se vocês forem pegar o metrô, como nós. Compramos um bilhete para 10 viagens que pode ser usado por duas pessoas. Ao chegar na estação que desemboca na Gran Via, a saída para a direita eram os números dos edifícios pares e a da esquerda, os ímpares. Fomos pegar o papel com o endereço do hotel e descobrimos que.... fomos roubados! Abriram a mochila do meu marido dentro do metrô e tiraram a carteira sem ele perceber, num momento de descuido! E ficamos atônitos pois não percebemos nada, mesmo! E saímos do Rio de Janeiro para sermos roubados em Madrid! Falei com o Rodrigo, o meu marido, que estamos acostumados com os assaltos a mão armada do Rio e não com os furtos da Europa! E como ele não teve muito tempo para se preparar antes da viagem, a carteira dele estava cheia de cartões daqui do Rio (como o cartão do metrô daqui e o ticket refeição do trabalho!) Chegamos no hotel e pedimos ajuda para ligar para os cartões de crédito e bloqueá-los. E ficamos só com o meu cartão de crédito, que o limite é baixo (e estava comigo), com o cartão reserva do travel money (que estava escondido e assim que bloqueou o principal, o reserva passou a funcionar) e os euros em espécie, que também estavam escondidos. Mas o chato é que ficamos sem os cartões de crédito, perdemos os Reais do táxi da volta (do aeroporto até em casa) e o documento brasileiro, além de carteirinha de plano de saúde, ticket refeição, etc, tudo brasileiro! Ficamos chateados pois ia dar o maior trabalho tirar tudo de novo! O hotel nos indicou onde ficava a delegacia e fomos fazer um B.O. Em um momento pensamos em não fazer e ir descansar, mas depois esse documento se fez necessário. Depois dessa jornada, fomos comer alguma coisa, fomos tentar comprar uma nova passagem para Alhambra, com o meu cartão (íamos precisar do cartão de crédito para emitir (mais tarde eu falo sobre ela) e fomos dormir, bem tarde. Comemos uns mini sanduíches e batata frita com molhos diferentes no 100 Montaditos da Gran Via, que é beeem gostoso mesmo e estava quase fechando devido ao adiantado da hora!

Ah! Também voltamos no Metrô e nos informamos sobre o setor de achados e perdidos e a funcionária nos deu um papel com um número de telefone para ligarmos no dia seguinte e nos informar, já que já era bem tarde e era domingo!

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No dia seguinte tentamos não nos deixar abater (afinal, estamos aqui para realizar um sonho!) e acordamos cedo e fomos conhecer Madrid! Ficamos no hotel H10 Villa de la Reina, que fica em um ponto central da Gran Via. Não é um hotel muito barato, mas nos foi recomendado por uma amiga, fomos muito bem atendidos, tivemos todo o suporte necessário para resolver a história do furto e tivemos conforto, que era o que queríamos após tantas horas de vôo de avião!

Saímos para o lado direito do hotel e fomos andando para conhecer Puerta del Sol, a estátua El Oso y El Madroño, Plaza Mayor, Plaza de la Villa, Mercado San Miguel, la Catedral de Almudena, o Palacio Real (que estava fechado para assuntos oficiais e com muuuuita gente na porta esperando alguém importante chegar e por isso não conseguimos entrar) e o Templo de Debod (o museu estava fechado e eu tinha esquecido de verificar qual o dia que ele não estava aberto a visitação! Ninguém merece! ) Tudo um sonho! Almoçamos no Museo del Jamon (muito gostoso, mas achei estranho que os garçons não colocam na mesa nem um temperinho a mais, como sal ou azeite... você tem que pedir e com muito custo consegue!), passamos na Chocolatería San Ginés para provar o churro com a xícara de chocolate e voltamos para o hotel.

Tínhamos pedido para o pessoal do hotel ligar para nós para o achados e perdidos do metrô e ver se tinham encontrado os documentos, pelo menos! E o achados e perdidos avisou à tarde para o hotel que estava em uma estação láááá longe e que tínhamos que ir lá buscar. E fomos lá, para não termos que tirar tudo de novo no Brasil. Íamos no horário gratuito do museu Reina Sofia e nem fomos, nos despencamos para o local indicado, e dentro do metrô mesmo, conseguimos reaver a carteira com os documentos (tinha que levar o B.O.). Graças a Deus conseguimos quase tudo de volta! O ladrão só levou o dinheiro (que por azar do ladrão eram Reais e fazendo a conversão, dava uma mixaria em euros!) e o bilhete do metrô madrillenho, nem levou o cartão de crédito... Mas tínhamos que bloqueá-lo, por via das dúvidas... E ficamos sem ele pois não foi possível desbloquear...

Voltamos para o hotel, nos arrumamos e fomos para um show de flamenco (o hotel nos ajudou a fazer a reserva no mesmo dia, mais cedo) numa casa de espetáculos chamada Casapatas (que a minha professora de dança Flamenca já tinha me mostrado alguns vídeos oficiais da casa, de apresentações lá, com bailaores famosos, pelo YouTube, e quis ir lá conhecer. Fomos de metrô, enfrentando nossos traumas! Hehehe. Como todo local de espetáculos desse porte, o local era pequeno e muuiito cheio! Os aperitivos e drinks eram meio caros. Mas o show valeu a pena. Os bailaores, cantaores e tocaor maravilhosos, sapateando muito rápido!

Voltamos (eu extasiada) e fomos descansar.

No dia seguinte, seguimos para o lado esquerdo do hotel na Gran Via e em alguns passos chegamos no edifício Metropolis, tiramos fotos, seguimos e chegamos na Plaza Cibelles, subimos ao mirador em Palacio de Correos y Telecomunicaciones para ver Madrid de cima, descemos, continuamos andando, tiramos foto na Puerta de Alcalá e entramos no Parque del Retiro. Passeamos e descansamos um pouco. Íamos ao jardim Botânico, mas meu marido ficou sem ânimo, ele estava tendo uma recaída da gripe + sinusite que teve na semana antes da viagem. Então almoçamos em um quiosque do Parque del Retiro (uma pizza pra lá de ruim, mas que deu pra matar a fome, nem vou recomendar o nome do quiosque!) e seguimos para a estação Atocha Renfe, para comprar os bilhetes de Toledo para o dia seguinte. a estação é enoooorme e bem legal com o jardim dentro! Depois pegamos o metrô (que também desemboca nessa estação) e fomos pra a estação Ventas, para conhecer a Plaza de Toros. Eu sou contra a torada... mas li uma vez um livro sobre a cultura espanhola e a história da guerra civil e entendi o que é a torada para a cultura e tradição espanholas...

Os toreros são como grandes artistas hollywoodianos para eles (mal comparando) e as toradas são para eles como o futebol para nós. Fizemos um tour que foi muito interessante e ainda foram atenciosos, pois arrumaram uma guia que fala português (de portugal) já que no horário que fomos, tinha mais um casal brasileiro para visitar também). Gostei muito do tratamento dos madrileños que recebemos. Não temos nada do que reclamar. Incusive, quando pedíamos para "hablar despacio por favor" eles atendiam sem cerimônia!

Da Plaza de Toros pegamos o metrô novamente e fomos para o Museo del Prado em horário gratuito. Muito bacana, mas pena que o horário foi curto e não conseguimos ver muito! Após tudo isso, fomos de tapas no Mercado de la Reina, um bar de tapas que fica próximo ao hotel na Gran Via (muuuuito gostoso! Porém muito cheio de gente e confuso para pedir!) e fomos descansar porque no dia seguinte tínhamos Toledo para conhecer!

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Putz, que zica começar com um furto!! Vi um programa que dizia que Madri é a capital mundial dos batedores de carteira, rs. Ainda bem que recuperaram!

Suuper legal!!! Acompanhando!!

:)

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No dia seguinte acordamos cedo e partimos para a estação de trem (antes tínhamos nos informado por qual porta entrava, mas estava tudo explicado nos portões, qual portão embarcava para onde. Passamos pelos portões do andar de baixo e aguardamos um pouco para saber por qual porta iríamos passar. Porta mostrada no visor e fomos em frente! Entramos no coche 4 (indicado nas nossas passagens, ou seja o quarto vagão) e sentamos em nossos lugares. Em 30min estávamos na cidade de Toledo, desembarcando na estação. Bem, a estação fica um pouquinho longe da cidade, mas eu tinha lido antes que dava para ir à pé, ou pegar um táxi ou pegar um ônibus. ... e acabou que dentro da estação tinha um stand de vendas de um passeio ao redor de Toledo (rodeando, ou seja, margeando a cidade) que eu tinha lido que as pessoas que foram, gostaram. Tem um mirante que o ônibus pára para se tirar fotos. Acabei pagando por esse passeio e no stand mesmo descobrimos que depois o ônibus deixa as pessoas dentro da cidade e a guia explica como voltar para a estação de trem. Legal! A moça do stand nos deu um mapa da cidade. Tivemos que esperar uns 15min para o tal do ônibus chegar. Achei que era um ônibus comum e descobri, quando chegou, que era um daqueles ônibus turísticos, que é aberto e tem cadeira lá em cima. Tudo bem, falta de experiência como turista é um caso sério! Subimos no ônibus e escolhemos uns assentos lá em cima e ficamos rodeados por orientais (não sei bem ao certo, mas acho que eram coreanos). Ganhamos fones de ouvido, plugamos no ônibus e logo saímos em direção ao tour.

É bem legal o passeio e o áudio foi explicando todos os lugares pelos quais passamos. Realmente ele parou no mirante e muuuuita gente desceu para tirar fotos. Ao subir de novo, descobrimos que alguns alemães roubaram os lugares de alguns coreanos e rolou uma certa discussão em inglês dentro do ônibus. E então os cooreanos desistiram e foram lá para trás do ônibus, onde ainda tinha uns lugares. O ônibus entrou na cidade e nos deixou próximo a plaza Zocodover. Todo mundo começou a descer e apareceu uma guia dizendo que ia nos guiar até a catedral. Ela parou na praça e explicou como poderíamos fazer para voltar: ou pegando esse mesmo ônibus, se ele estivesse parado por ali e pagando uma passagem, ou pegando um ônibus comum (não lembro agora o número) e pagando uma passagem mais barata, ou indo à pé, por tal caminho, o que é de graça. E depois ela foi se embrenhando na cidade e fomos seguindo. Próximo a catedral ela parou nos explicou mais algumas coisas sobre a cidade, e indicou a rua onde poderíamos seguir e dar em algum lugar que dava para fazer tipo um circuito e visitar os principais pontos turísticos da cidade, falou mais algumas coisas sobre a catedral, se despediu e nos deixou por conta própria. Seguimos para comprar os tickets e o áudio guia e entrar na catedral para visita-la. A Catedral é muito bonita! Eu adorei! Principalmente a parte lá no fundo da igreja, com umas imagens lindas e no teto um desenho que parece que santos e anjos estão olhando para nós lá de cima! E com o áudio guia, a visita ficou mais interessante! Ficamos por lá por mais de 1h e, ao sair seguimos pelo caminho indicado pela guia.... mas não sei o que houve não encontramos nada, demos de cara com algumas ruas bem estreitas e uma saída de colégio cheia de crianças e pais eufóricos... e desconfiamos que estávamos indo para o lado errado... Olhamos no mapa mais de trezentas mil vezes, mas pela indicação do mapa, estávamos indo certo... Resolvemos andar para o lado contrário e achamos a Iglesia de Santo Tomé. Resolvemos não entrar de pronto e ver se achávamos os outros lugares. Eu tinha feito um roteiro incluindo um milhão de lugares para se visitar em Toledo e marquei os que eu estava com mais vontade de visitar. Como o Rodrigo não estava se sentindo bem por causa da gripe e sinusite (achávamos até que ele estava com febre nesse dia), eu reduzi meu roteiro àqueles pontos mais importantes... como a gente se perdeu na cidade, concluí que se a gente visitasse só a Catedral, almoçássemos, descansássemos e voltássemos, estaríamos no lucro!

Mas por providência divina continuamos a andar, seguindo algumas placas e o que conseguimos nos situar do mapa que tínhamos nas mãos e encontramos o Monasterio San Juan de los Reyes. Entramos para visitar e eu fiquei bem feliz, pois ele é pequeno de se visitar, mas bonito. Seguimos o mapa e seguimos pela mesma rua e encontramos um pouco mais em frente a Sinagoga Santa Maria la Blanca, que também é simples mas bonita. Já passava de 14h, estávamos azuis de fome e fomos procurar algum lugar para comer.

Quando eu estava fazendo o planejamento da viagem, pesquisei no Trip Advisor, alguns blogs e aqui no Mochileiros também, dicas de restaurantes que poderíamos ir e anotei os endereços. Em Toledo infelizmente eu só estava encontrando restaurantes caros e a maioria das pessoas que deixavam seus relatos da viagem para Toledo não lembravam o nome do restaurante onde tinham ido. Exceto por um blog que o rapaz deixou o nome de um restaurante que gostou muito, o "Carolus" (algo como Carlos em latim). Por sorte esse restaurante ficava perto de onde estávamos e fomos lá conferir. Realmente a comida estava gostosa e o atendimento foi ótimo.

Pertinho desse restaurante tem o Museo del Greco, mas a essa altura do horário não dava mais para visitar todas as coisas da minha lista e tínhamos que fazer novamente uma seleção. Sem contar que cada ingresso que comprávamos eram 5 Euros de entrada (contando o casal) e quando se tem um cartão de crédito bloqueado no início da viagem que não se estava esperando por isso, fica meio difícil ter tantos gastos assim em uma só cidade!

Descansamos um pouco e seguimos em frente. Brinquei com o Rodrigo que agora que já tínhamos visto uma igreja e uma sinagoga, tínhamos que visitar uma mesquita. E começamos a procurar como chegar em uma mesquita mais próxima. Foi então que o celular do Rodrigo pegou um wi-fi legal e conseguimos nos orientar pelo mapa da cidade (pelo Google Maps), aliado ao GPS, o que foi beeem melhor que o mapa impresso que tínhamos em mãos. Durante o caminho reparamos que várias pessoas estavam de mapas em mãos e mesmo assim se encontravam desorientadas como nós e algumas pedindo informações aos moradores locais! Não estávamos tão mal assim...

Seguimos por uma rua e encontramos a igreja San Ildefonso, com o cartaz na frente dizendo que lá tem a torre que dá pra ver a cidade de cima... E aí eu lembrei que era algo que eu queria fazer em Toledo! Visitamos a igreja e subimos na torre por um lado e descemos por outro (por dentro da igreja). As escadas são bem cansativas. A vista da cidade compensa!

Seguimos em frente e após ladeiras igualmente cansativas, chegamos na Mequita Crsito de La Luz. Eu imaginava que ia se ter muito mais o que visitar, mas ela é bem pequena. A vista da cidade, do lado de fora que é bem legal.

Percebemos que a Puerta Nueva de Bisagra estava perto e fomos até lá, pois era outro lugar que eu queria conhecer de perto. Junto a essa porta da cidade, fiquei imaginando como deveria ser nos tempos medievais... Toledo com suas ruas estreitas e medievais e suas lojas de espadas com armaduras de cavaleiros na frente, dá margem a todo tipo de imaginação daquela época. E ainda mais que é uma das poucas cidades que ainda conserva a influência recebida das três grandes religiões monoteístas: o cristianismo, o islã e o judaísmo.

Retornamos para a Plaza Zocodover e compramos os famosos Marzipan para comer em uma das milhares de lojinhas que vendem isso. Realmente é gostosinho, mas não é um doce que eu me acabaria de comer! Comemos e descansamos um pouco. Depois pegamos o ônibus indicado, retornamos para a estação de trem e pegamos o trem de volta a Madrid. Sei que nesse passeio para Toledo não deu para visitar tudo o que as cidade oferece, mas dentro do nosso limite de mal-estar do meu marido, até que visitamos bastante coisa!

Ao retornar para Madrid, ainda tivemos tempo de ir no Museo Reina Sofia, no horário gratuito (inclusive ele fica próximo a estação Atocha Renfe) e fomos direto ver Guernica, de Picasso... Depois de contemplá-lo, ficamos olhando a exposição sobre a guerra civil espanhola, que é algo que me intriga, apesar de eu ter verdadeira ojeriza de qualquer coisa relacionada a guerras.

Após visitar o Museo Reina Sofia, selecionamos um restaurante próximo (chamado Casa Luciano), que não parecia tão caro e comemos. O garçom viu que estávamos falando entre nós em português e se identificou: brasileiro também! De Fortaleza, se não me engano. Ficamos conversando um pouco sobre as vantagens de se morar em Madrid e as desvantagens de se morar no Brasil até a hora que voltamos para o hotel descansar. O dia seguinte era dia de viagem para Sevilla.

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Putz, que zica começar com um furto!! Vi um programa que dizia que Madri é a capital mundial dos batedores de carteira, rs. Ainda bem que recuperaram!

Suuper legal!!! Acompanhando!!

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Pois é, Juliana, nem me fale! Antes de viajar soubemos de histórias de batedores de carteira no Metrô de Paris, mas nem pensamos que isso poderia acontecer conosco em Madrid! Ajudou para ficarmos mais atentos! E atrapalhou um pouquinho na questão do cartão de crédito, mas no final deu tudo mais ou menos certo!

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No dia seguinte acordamos cedo para pegar o trem para Sevilla. Seguimos para a estação Atocha Renfe novamente e dessa vez estávamos com as malas e subimos para o andar de cima, de onde (segundo um cartaz na entrada) saíam os trens para Sevilla e outras cidades.

Eu fiquei um tanto nervosa ao ver a quantidade de gente que se formou na frente do portão assim que anunciou no visor qual o portão de embarque para Sevilla. E todos estavam com malas imensas! Tinha visto no trem que pegamos no dia anterior para Toledo que os trens têm lugares para as malas, no final dos vagões (umas “prateleiras” de metal) mas não são tantos lugares assim... E fiquei com medo de chegarmos por último e não ter espaço para as nossas malas! Em cima dos assentos tem espaço para malas também, mas eu não estava com a mínima disposição para levantar uma mala média pesada acima de nossas cabeças e o Rodrigo ainda estava se sentindo meio mal por causa da gripe. E a essa altura o Rodrigo estava estranhando o porquê de eu querer correr tão rápido para o portão e eu explicando que estava com medo de não sobrar espaço para as nossas malas (acho que ele não acreditou na hora, mas depois ele comprovou quando viu a situação). Quando as pessoas começaram a passar pelo portão e entrar em seus coches, vi que tinha um casal com –sem brincadeira- umas dez malas imensas e ainda um cachorrinho em uma casinha. Será que eles estavam se mudando de Madrid para Sevilla?!

E adivinha para qual coche eles se encaminharam?! Justamente para o mesmo que o nosso! A moça ficou do lado de fora passando as malas para o rapaz, que estava do lado de dentro, que colocava as malas deles nas “prateleiras” ocupando todo o espaço disponível e não deixando as pessoas passarem com suas malas (e ainda pediam para as pessoas esperarem um momento). Quando vi que poderia não sobrar espaço para a gente, usei toda a minha má-educação brasileira, não atendi a solicitação deles, fui entrando com minha mala, quase empurrando o rapaz e consegui um espaço para a minha mala e para a mala do Rodrigo (que até então só tinha sobrado um espaço láááá em cima e tivemos que levantar a mala acima das nossas cabeças de qualquer jeito). Não sei se depois disso o casal ficou sem espaço para as malas deles, mas conquistamos o nosso espaço e nos encaminhamos rapidamente para sentarmos em nossos lugares!

A viagem foi muuuito tranquila e o trem (AVE), novamente, parecia estar flutuando. Passou um funcionário distribuindo uns fones de ouvido para quem quisesse escutar música ou ver um seriado que estava passando numa telinha. Tiramos uns cochilos durante a viagem e logo chegamos em Sevilla.

A estação em Sevilla é bem grande e ficamos circulando fazendo uma hora para irmos para o hotel e chegarmos na hora do check in. O Rodrigo tentou ir no banheiro da estação e se decepcionou, falou que o banheiro estava pior que banheiro de rodoviária brasileira. Eu optei por nem averiguar se o banheiro feminino era igual.

Fomos para o hotel de taxi e foi até fácil pegar táxi na porta da estação (foi preciso somente andar até o início da fileira de táxis que estavam na porta). O taxista não queria muito papo, fiz uma pergunta que não foi respondida, tentei repetir e não obtive resposta novamente. Desisti de tentar conversar. O táxi também não foi muito caro, foi em torno de 10 euros.

Quando fomos reservar o hotel, não conseguimos vaga em hotéis perto do centro da cidade, já estava tudo lotado. Pesquisamos no Trip Advisor e no Booking.com e descobrimos esse hotel que era a melhor opção no momento: Vime Corregidor. Ficava um pouco distante, mas era o que conseguíamos dentro do nosso orçamento. Durante a nossa estada lá, decobrimos que é um ótimo hotel e até que fica muito bem localizado, conseguimos ir a todos os lugares com facilidade (só tínhamos que pagar uma rua que era meio estreitinha que dava numa praça (Plaza de La Campana) e dali para vários lugares era um pulo bem pequeno (menor do que parecia no mapa!) Só o café da manhã do hotel que era um pouco fraquinho para o que os brasileiros estão acostumados!

Chegamos ao hotel, nos informamos onde poderíamos comer (a essa altura já passava de 15h e estávamos mais que azuis de fome) e descobrimos que pertinho ficava a Alameda Hércules, que é cheeeia de bares e restaurantes. Também nos informamos como chegar no Parque Maria Luisa e a Plaza España. A funcionária do hotel nos indicou pegar um Tranvia (mas também não explicou o que era) na Plaza Nueva que passava muito pertinho do parque e indicou no mapa o local que ele passava.

Ao invés de irmos comer nos bares da Alameda Hércules, queríamos uma comida que saísse bem rápido, com a velocidade de nossa fome, e fomos em direção contrária, diretamente para um Burguer King! Saciada a fome, continuamos a andar até achar a Plaza Nueva. Avistamos o tal Tranvía, que é muito interessante, uma mistura de metrô na superfície com bonde, super moderno. Avistamos as máquinas de comprar as passagens e vimos os trajetos que ele fazia. Vimos para onde teríamos que ir (não lembro agora o nome do destino final desse trajeto) tudo explicado via máquina e em cartazes nas laterais das máquinas, não tinha um único funcionário para nos explicar nada de nada e nesse horário tinha poucas pessoas pegando a condução. Compramos as passagens, esperamos o trem e entramos. O Motorista olhou para nossas caras e não nos pediu nada. Acho que se não tivéssemos comprado as passagens, viajaríamos de graça! Os moradores locais têm um cartão que passa num leitor dentro do vagão. Sentamos e ficamos olhando o visor indicando qual seria a próxima estação. Na estação que tínhamos visto que tínhamos que descer, descemos e graças ao senso de direção do meu marido, atravessamos um pequeno parque e em dois passos chegamos a rua que de um lado é a Plaza España e do outro é o Parque Maria Luisa. Tive um fricote nessa hora, pois sempre quis conhecer os dois, desde que vi lindas fotos de lá!

Ficamos muuuuito tempo na Plaza de España tirando fotos, contemplando e passeando. Tinha até uma noiva lá tirando fotos também!

A Plaza de España foi construída na ocasião da Exposição Ibero-americana em 1929, e reproduz a arquitetura da época, sem esquecer o gosto árabe que invade toda a Andaluzia, sendo um dos espaços arquitetônicos mais espetaculares da cidade. O ingresso à praça é livre, mas para evitar atos de vandalismo fecha às 22:00 horas. As quarenta e oito províncias espanholas são representadas pelos bancos apoiados às paredes e ornamentos em cerâmica (em ordem alfabética); sobre esses, mapas e mosaicos com eventos históricos e os brasões de cada capital de província. Só não gostei da má educação das pessoas que estavam sentadas nos bancos e queríamos tirar fotos deles como recordação e as pessoas nem se mexiam, ou tentavam chegar para o lado numa tentativa inútil de não sair na foto... Também achamos algumas pichações e pedaços de ladrilho do chão soltos, em espaços internos.

Depois fomos caminhar em algumas alamedas do parque Maria Luisa. Achei bem legal, bastante frequentado pelos locais, com seus cachorros, ou correndo, ou caminhando, ou de bicicleta... Mas vimos que ele não estava tão bem cuidado assim, com alguns espaços com mato alto, e fontes que estavam imundas!

A essa altura o meu marido já estava pedindo arrego, se sentindo mal da gripe, estávamos cansados e já estava escurecendo. Compramos novas passagens e voltamos via Tranvia para a Plaza Nueva. Encontramos próximo a Plaza Nueva uma aglomeração de pessoas com filmagem e tudo, mas não foi possível identificar o que era. Será que era a Bienal de Flamenco de Sevilla que iria começar no dia seguinte?! Voltamos para o hotel para descansar um pouco. A minha vontade era ir assistir mais um espetáculo de flamenco, mas eu tinha que respeitar a saúde do meu marido.

Assim que chegamos no hotel, fomos ver nosso orçamento e descobrimos que ia ser complicado pagar os hotéis com o dinheiro que tínhamos no momento, com o cartão de crédito do meu marido bloqueado. Meu marido foi contactar o meu irmão para tentar conseguir um jeito de fazer uma transferência para o Travel Money para conseguirmos pagar os hotéis. Tentaram de várias formas, sem sucesso. Foi então que tentamos apelar para o meu cartão de crédito e ligamos para ele, choramos e conseguimos aumentar o limite, de forma que desse para pagar tudo. E ficamos aliviados por não ter que voltar pra casa por não ter dinheiro para pagar os hotéis das próximas cidades!

Só então descemos para comer alguma coisa e fomos para a Alameda de Hércules. Pelo avançado da hora (devia ser próximo de meia-noite) vários bares estavam fechando e ficamos um tanto preocupados. Mas conseguimos nos sentar em um que, segundo os garçons, ainda não ia fechar e comemos umas tapas gostosas e fomos muito bem atendidos. Os garçons até indicaram o que era feito por eles e o que já “era pronto” e entendemos que não era tão gostoso assim! Esse bar chama Karpanta. Após esse dia cansativo, fomos descansar que no dia seguinte iríamos conhecer muito mais coisas em Sevilla.

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