Membros carolcarol27 Postado Setembro 7, 2014 Membros Postado Setembro 7, 2014 Fui pro Jalapão, após muitos anos de vontade , em agosto de 2014. Antes passei pela Chapada dos Veadeiros (ainda vou terminar tal relato) e de Brasília cai direto em Palmas. Considerações iniciais: Antes de mais nada a primeira coisa que devo dizer é: não leve roupas claras: seja biquíni, casaco, blusa, calça, e mesmo acessórios... vá por mim, arrependimento na certa. Calçado: pra mim o calçado ideal é de trekking, não que as trilhas tragam muita dificuldade, elas são de fácil acesso, mas estes calçados são mais resistentes, não irá destoar tanto quando estiver sujo, raspões em pedras não trarão machucados e o principal: a segurança como um todo. Além do calçado de trekking leve um chinelo escuro e velho. Tudo certo. No Jalapão escolhi a ida via agência visto o difícil acesso já incansavelmente descrito aqui e em outros meios de busca. Lógico que é possível o acesso aos atrativos sem guia com um veículo 4x4 e ajuda de mapas ou de informações nos locais, mas pra quem vai de longe, não tem experiência com 4x4 e ainda sozinho, como eu fui, acho que a melhor opção é agência mesmo. De fato com a minha ida, comprovei o que já havia notado pelos outros relatos: a Nortetur é a melhor escolha para o turismo no Jalapão, a começar pelos veículos: pela Nortetur a expedição é feita com Jeep(s) a depender do número de pessoas. Você vai escutando uma boa variedade de músicas (se não estiver boa é só bater no teto formando alguma rima para efetivação da troca que será realizada nos segundos seguintes hahaha), ar-condicionado é presente durante quase toda a expedição, além do guia ser o motorista, isto é, viu alguma coisa interessante: para, tira foto, tem explicação. Água gelada e muita bagunça a depender do grupo (no nosso não faltou). Outra agência que ao longo da viagem percebi que poderia ser uma boa para quem quer um pouco mais de “tranquilidade” é a “40º no Cerrado”: eles estavam trabalhando com uma 4x4 para 5 (acho que era uma L200). Encontramos com eles algumas vezes, era bem visível a animação do nosso grupo e a quietude do deles, o que é esperado visto o número de pessoas presentes. Essa agência pareceu-me uma boa opção: tudo vai depender do perfil da sua viagem e de uma pesquisa prévia. Continuando a descrever os veículos: a Korubo usa um caminhão adaptado no estilo safari, e, até onde vi, o Jalapão não é o melhor local para esse tipo de veículo (você vê a fauna e flora bem pertinho do jeep e os animais (não tão grandes) que estariam bem longe se camuflariam na vegetação, o que impede a contemplação tanto pelo Jeep quanto pelo Caminhão) além dos inconvenientes: tomar sol o tempo inteiro com uma velocidade baixa, a poeira das estradas de terra também estarão presentes a todo momento. Ar-condicionado ausente! Pra falar a verdade não consegui localizar nenhuma vantagem nesse caminhão adaptado da Korubo. E nem estou sendo bem sincera, pois ao que parece os caras cobram bem mais para um grupo bem maior naquele caminhão! Nossa, melhor eu encerrar esse assunto. Outros diferenciais da Nortetur são a alta recomendação, preços acessíveis e o principal: o dono da empresa está em contato direto com o cliente. O Flávio – guia, motorista, amigo, e dono da empresa - muito conhecido na internet, trata-se de um capixaba de coração jalapoeiro, ele tem a perspicácia de entender a necessidade de cada um em cada momento, preocupa-se com todos integrando a equipe e adapta-se aos imprevistos com uma facilidade impressionante sem perder as características fundamentais para um bom guia: informação e ANIMAÇÃO. Equipe formada: expedição 341, 5 dias no Jalapão, vamos lá: Dia 1: Cachoeiras Roncadeira e Evilson (Taquaruçu) e chegada em Ponte Alta A primeira parada da expedição já tira o fôlego: 70 metros de queda não tão volumosa com opção de tapioca que segundo os relatos estava muito boa. Opção de rapel para os mais animados (se arrependimento matasse as formigas já estavam na minha boca). A cachoeira é linda, a massagem é muuuito boa, e logicamente, como em todo Jalapão, água translúcida. No mesmo local há a cachoeira do escorrega macaco, de menor tamanho, mas não menos gostosa. Após o almoço delicioso (todos os locais que comemos foram sensacionais, comidas incrivelmente bem temperadas, sem descrição... só comendo mesmo, que saudades.) *Ah, o café do Jalapão não merece tanto destaque para quem é de São Paulo, trata-se do CHAFÉ. Teve uma senhora que perguntou na pousada o que era aquilo: café ou chá? (É mais claro que mate, observa-se o fundo do copo com uma certa facilidade) Eu tomei um susto tão grande quando tomei que falei sem nem pensar: que café ruim. Mas a comida é tão boa que dai você vai lá e come mais, mais, mais... e esquece que existe café* Voltando ao dia: a tarde foi na Cachoeira do Evilson, queda não tão alta, mas com uma intensidade muito boa. Dia ótimo para bons banhos relaxantes e a adrenalina do rapel (Custa 60 dilmas salvo engano). A noite chegamos em Ponte Alta na charmosíssima pousada Aguas do Jalapao, onde fomos recebidos com uma janta maravilhosa (pra variar). Após isso, o Flávio adiantou para os ainda presentes: amanhã vou apresentar pra vocês o caju amigo... bem sabia ele no que ia dar aquilo! Da ponte da cidade as crianças se jogam no rio de uma altura de uns 20 metros. Povo radical desde cedo. Dia 2: Cachoeira Lajeado e canion Sussuapara Na parte da manhã: o Lajeado é opcional (20 dilmas) descendo pela cachoeira, começando lá de cima, passando por várias quedas aos poucos até chegar lá embaixo na principal. Uma delícia. Vale muito a pena, acho inclusive que já podia estar no pacote, não há motivos para não ir ao Lajeado. O acesso não é difícil pois o guia está com o grupo durante todo o percurso (se for sozinho pode ser difícil descobrir a melhor rota pra chegar lá embaixo). Na queda principal tem uma rocha estrategicamente localizada para ficar em pé sentindo a queda no corpo todo. Masssssaaaa. Outro atrativo dessa cachoeira: as fotos criativas das meninas e dos meninos “segurando” a rocha por baixo. Canion: acesso bem fácil, não é dos maiores e dá pra curtir muito com os diferenciais do atrativo. Com TOTAL escassez de termos técnicos: pedrinhas, bichinhos diferenciados, cipó do Tarzan e tinta dos índios para passar no rosto tornam o lugar inesquecível. Almoço nota 1000 na pousada + apresentação do caju amigo! (nota 10000000) Aha Uhuuu, que saudades do caju!!! A tarde liberada até certo horário para compras nas lojinhas de Ponte Alta (recomendo a segunda lojinha, bijuterias de melhor acabamento e preço justo). São três lojinhas e uma sorveteria em frente (super barata e de qualidade). Aliás, já que falei do chafé, devo me retratar: o sorvete do Jalapão é shoooww! Todas as cidades por onde passamos, mesmo sendo pequenas, sempre tinham uma sorveteria para nos manter felizes naquele calor próximos dos 40ºC, com preço justo e ótima qualidade e variedade. Após, Pedra Furada garante ótimas fotos com o por do sol e a Lua se apresentando. No caso, a SUPERLUA Mais diversão a noite, lógico! Obs.: para quem está acostumado a fazer atividade física começa a pirar. Como eu tava no ritmo da chapada dos veadeiros sozinha fazendo no mínimo 20 km por dia minha vontade era de ficar dando volta na pousada igual uma louca. Fato foi que sai andando sem rumo. Na volta um cachorro carente da pousada ficou brincando comigo, quando cheguei no quarto eu tava mais suja que ele. Vale destacar que descendo nessa pousada, tem uma vereda, fui dar uma olhadela... uma gracinha, um corredor de água, antes de chegar o solo já fica bem úmido. Adorei, acho que vale a pena descer até ali. E bem de manhã, antes da movimentação, por volta das 5:30h pude observar uns casais de araras-canindé e uma família de tucanos entre as árvores dessa vereda. Esclarecendo: fazemos atividade, porém comemos muito também.... Pessoas “normais” não tem nenhum problema. Dia 3: Mirante da Cachoeira da Velha (mini Foz do Iguaçu, acho que o nome real é Rio Novo): antes de chegar no primeiro destino paramos para admirar o famoso Capim Dourado. Fotos e informação. Prainha e Dunas. Mirante uma graça! A tarde: Ida a prainha (onde avistamos uma cobra dentro do rio): local gostoso, calmo, relaxante, bom para uma meditação e após DUNAS. No meio do caminho para ter mais emoção no Jalapão o Jeep atolou e na chegada pude curtir o que pra mim foi o melhor da viagem... rolar nas dunas. Bife a parmegiana de dunas foi a melhor coisa do mundo. Voltar a ser criança por algumas horas, delííícia. Tivemos mais uma vez a oportunidade de apreciar o por do sol e a chegada da Superlua! Dessa vez das dunas. De lá também se vê o morro do espírito santo, local que no dia seguinte nos aguardava para o nascer do sol e despedida da Superlua. As dunas também garantem fotos sensacionais, tudo vai depender da criatividade. No retorno, um carro particular atolou na nossa frente. Prontamente, o Flávio e o Sam – este último também nos acompanhou na expedição dirigindo e nos guiando, Tocantinense dedicado, prestativo e discreto - como jalapoeiros maneiros, foram prestar ajuda ao casal. Tudo resolvido. Todo mundo feliz, fotos maneiras, visu sensacional, diversão sem igual e cantoria começa: “A, e, i o, u, tem areia no meu umbigo” Jantar na dona Rosa, que figura é aquela! Que comida sensaaacional!! dia 4: Nascer do sol na Serra do espírito santos, Cachoeira do Rio Formiga, visita ao povo Mumbuca e fervedouro firmeza Acordamos às 3:30 da matina, o Flávio tinha deixado um reforçado café para a subida. Experiência deliciosa e outro diferencial da Nortetur... só havia a gente lá. Os outros grupos ou quem vai sozinho não faz... Chegamos lá em cima antes do nascer, garantimos ótimas fotos, depois ainda há uma caminhada plana chegando no mirante para admirar as dunas do lado de lá. (pagamento a parte: 75 dilmas) Voltamos e comemos NOVAMENTE! E a barriga aumentando! Cachoeira do Rio formiga: Cachu que impressiona pela cor azul da água, possui a queda principal de grande intensidade e logo após uma piscina natural onde o pessoal se diverte para bater fotos bacanas dentro d’agua. Povo mumbuca: não são índios, são cafuzos. Possuem a lojinha de capim dourado com um pouco de tudo. Como venho aqui trazer informação já digo que lá os preços são bem mais altos do que se comprar em Mateiros. Eles fazem um receptivo muito bacana, vale conhecer! Enfim conhecemos o famoso Fervedouro, que negócio louco hein! Ressurgência e outras explicações técnicas a parte... o que vale é curtir aquele momento que provavelmente não terá tão cedo na vida. Era hora de curtir a última noite na volta à Pousada, entrar na piscina fazia parte das comemorações, mas quebrar uma garrafa de Adel (cachaça local) não estava nos planos do grupo. Só sei que todo mundo (quase todo mundo) foi dormir e ficamos em poucos lá curtindo numa conversa boa como sempre. Dia 5: Fervedouro Alecrim, Prainha, Serra da Catedral Último dia, último café no Jalapão: aproveitei para deliciar o Mangulão e a fatia de mussarela incrivelmente grossa daquela Pousada. Tinham mais uns bolinhos lá, pra variar eu comi demais, já no âmbito da tristeza em deixar o Jalapão. A tensão pré volta estava iniciando. Visitamos mais o fervedouro do Alecrim: bem rústico, aproveitei para conversar com a “criança-guia” local. Aquele momento em que você pensa: mas por qual motivo mesmo eu reclamo da vida? Só estando lá e conversando pra entender. Depois fomos visitar uma prainha, que, desculpem! , eu realmente não me recordo o nome. Era bem gostosa e rendeu fotos maravilhosas pra galera, fauna diversificada! Na volta, a embreagem do carro foi pro saco e assim a Serra da Catedral foi visitada pela estrada mesmo. Não posso dar detalhes deste atrativo. Vale ressaltar que mesmo com o problema mecânico a viagem não foi comprometida: paramos num posto e subimos no Jeep, o que garantiu ótimos momentos além de fotos divertidas. Logo a Van chegou e voltamos pra Palmas. A nortetur oferece no pacote o transfer pro hotel e depois para o aeroporto. Planejei ir direto pro aeroporto - tal decisão gerou grande contrariedade aos agentes de turismo – passar a noite em aeroporto pra mim é algo totalmente aceitável, meu embarque foi no primeiro voo (5h da TAM) pra Brasília e a noite no aeroporto foi bem acompanhada pelos outros passageiros e pelos livros que estavam na minha mala grande que recuperei lá na agência na volta do Jalapão. Consegui arrumar toda a bagunça de duas viagens, ler um livro e ainda conversar um pouquinho. Valeu muito a pena, é só se programar, ter coisas pra fazer e levar lencinhos umedecidos, livros e comida. (tem uma lanchonete aberta) Custos: Voos: cgh-bsb-pmw e volta: por volta de 250 Dilmas (não peguei promoção mas comprei com uma certa antecedência), Norte tur (check in e out, expedição incluindo passeios no geral, refeições excluindo bebidas, guia, taxa atrativos, diárias nas pousadas, água geladinha, lanchinho na hora da fome e muita diversão): 1350 Dilmas, + 95 serra do espírito santo e cachoeira lajeado, + por volta de 150 Dilmas com comprinhas**, + diária hotel astória 90 Dilmas na chegada em Palmas, hotel de ótimo custo benefício, fiz avaliação no Booking. Na volta não pernoitei. **dá pra gastar menos e dá pra gastar bem mais, tudo depende do objetivo, brincos vão desde 3 por 10 (em Mateiros no caminho do restaurante da dona Rosa tem um senhor que expõe em frente a própria casa, ele é muito barateiro e tem de tudo ) até 20 somente 1, pulseiras, mandalas, colares, potinhos diversos... tudo varia de acordo com o tamanho e local onde está se comprando conforme já mencionado anteriormente Últimas considerações: - Repelente: meu uso de repelente é quase nulo. Apesar de não expressar nada para as pessoas, sou só a favor do uso do repelente após a efetiva aproximação dos insetos. Assim sendo, usei somente uma vez no último fervedouro quando não entrei na água e só após a primeira picada durante toda a expedição. Sei que cada um tem uma tendência, mas quem geralmente não possui muitos problemas pode ficar tranquilo. Os guias orientam a não utilizar nos passeios dos fervedouros. Como sou chatona, sou a favor de não utilizar protetor, repelente, maquiagem, cremes em geral em todos os passeios que possuem banho. Não acho que combina com o tipo de turismo. - Vistas: ao longo de toda a jornada é possível a observação de diversificada fauna e flora, as estradas por si só já são extremamente charmosas, em especial a que ligou São Felix a Novo Acordo . Ou seja, a contemplação é INTENSA no Jalapão. Ah, última consideração, se vc for com a Nortetur chame o carro de Kombi, Perua ou Van. O Flávio tem um parto de guaxinim toda vez que ouve algo do tipo. Citar
Membros mahgiu Postado Setembro 13, 2014 Membros Postado Setembro 13, 2014 Ótimo relato, Carol! Viajei novamente. Boas lembranças forever! Ahaa, uhuu! Citar
Membros Li Rodrigues Postado Setembro 22, 2014 Membros Postado Setembro 22, 2014 Jalapão tá na minha lista! Um sonho de destino brasileiro. Citar
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