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Acordei por volta de 6 e pouca da manhã, ainda faltava um tempinho pro trem chegar em Santa Cruz, fomos ver se todo mundo já estava acordado e reunimos a galera no vagão restaurante pra tomar café.

 

Hoje era o dia que a galera ia se separar. Eu e a Jess seguíamos pra La Paz e o resto do pessoal pra Sucre (o roteiro deles era o inverso do nosso). Quando reunimos a galera toda pra tomar café surgiu a proposta: "Vocês duas não querem mudar o roteiro e seguir viagem com a gente?"... Pensamos, falamos que não ia dar, já estava tudo planejado, blá, blá, blá... Terminamos de tomar café, voltamos pro nosso vagão pra arrumar as coisas pois já estávamos chegando na estação, quando o trem chegou descemos todos pra nos despedir e aí veio a surpresa "Ok, a gente muda o nosso roteiro e segue com vocês!". Em 5 minutos de conversa eu e a Jess decidimos que vai, não era tão ruim assim, conhecemos pessoas tão legais, ia valer a pena passar mais uns dias com eles. No fim todo mundo mudou o roteiro, em um ponto ou outro da viagem, pra que a gente ficasse o máximo de tempo possível juntos. Ok, chega de sentimentalismo, hora de seguir viagem.

 

A Isabella tinha que correr pois já estava com passagem aérea comprada pra Sucre, saindo do aeroporto de Viru Viru. Nós não queríamos ir de ônibus, pois sabíamos que a estrada não era boa. Depois de bater um papo com a moça das informações turísticas, decidimos ir pro aeroporto El Trompillo, porque era mais próximo e lá tinham agências de todas as cia aéreas. Pegamos 2 taxis (5 em cada), não lembro mais quanto pagamos, esqueci de anotar alguns gastos menores, mas se não me engano foi algo entre 20 e 30 bolivianos (por carro). Ele nos deixou em frente a agência da BOA (que não fica dentro do aeroporto, e sim num centro comercial em frente), fomos lá dar uma olhada, mas só tinha passagem pro dia seguinte, e não pretendíamos passar o dia em Santa Cruz. Fomos caminhando pro aeroporto, chegamos lá encontramos passagens pros 10 pela TAM (Transporte Aéreo Militar, não é a nossa TAM), saindo em 1 hora, por 58 dólares! Nisso tínhamos o problema da passagem da Isa, mas ela foi no atendimento da Amazonas lá no aeroporo, eles estornaram a passagem dela sem reclamações e sem problema nenhum! Tudo conspirando pra gente viajar junto!

 

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Enquanto esperávamos o voo fomos no segundo andar do aeroporto comer algo, pedi uma empanada e suco de alguma coisa que não lembro o que era, e tive uma surpresa. Apesar da empanada ser de frango (ou era queijo? hahaha), era doce! Vinha açúcar polvilhado por cima... era estranho, mas gostoso mesmo assim.

 

Chegou a hora do embarque, despachamos bagagem, passamos pelo raio-x, tudo tranquilo (alguma pessoas perderam desodorante ou repelente, não podia entrar com líquido), voo rápido (acho que 30 min), teve lanchinho, de cima dava pra ver as estradas entre Santa Cruz e Sucre, e deve ser realmente assustador passar por ali de ônibus.

 

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Chegando em Sucre, pegamos um taxi direto pro terminal de buses, poís queríamo comprar logo as passagens pra Uyuni no dia seguinte. Não lembro quando foi o taxi, mas acredito que ficou entre 20 e 30 bol por carro (não lembro de termos pago mais do que isso em nenhum lugar). Chegando no terminal fomos negociar as passagens. Eu queria fazer o tour das Minas em Potosí, então queria passar lá antes de ir pra Uyuni, depois de muita conversa negociamos o seguinte: quase todos os ônibus que vão pra Uyuni param em Potosí. Então compramos a passagem Sucre-Potosí-Uyuni, só que com um intervalo grande entre os ônibus. Nosso ônibus de Sucre sairia às 6:30 da manhã, passaríamos o dia em Potosí e 20:30 da noite pegaríamos o ônibus pra Uyuni. Fechamos por 60bol por pessoa, pro dia seguinte.

 

Passagem comprada, foi hora de procurar hostel. Logo na saída do terminal, caminhando pra direita, tem 2, mas num não tinha vaga pra todo mundo, e no outro só poderíamos fazer o check-in 16h (e ainda eram umas 13h). Lembramos de uma placa do Hostelling International que tinha no terminal e fomos procurar, ficava pra esquerda, bem próximo, numa rua que de esquina tem um mercado (queríamos algo perto pq nosso ônibus saía 6:30 da manhã!). Não tinha quarto pra todo mundo junto, ficamos em 3 quartos diferentes, eu, a Jess e a Miriam ficamos num quarto com banheiro privativo por 50bol/pessoa, foi o quarto mais caro, os outros ficaram em quartos com banheiros compartilhados.

 

Combinamos de tomar um banho e sair pra comer, mas algumas pessoas queriam comprar roupa de frio, então um grupo foi comer enquanto outro andava pela cidade. Paramos num lugar pequeno na rua do terminal, comi um prato com arroz, carne e batata frita (gostoso, mas não tão bom quando o do trem), algumas pessoas pediram frango, outras silpancho (que vem um ovo frito em cima da carne), quase todo mundo gostou da comida, foi algo em torno de 25 bol. Ali tomei a primeira Paceña, cerveja típica que você encontra em qualquer lugar na Bolívia (gelada, mas não como estamos acostumados aqui no Brasil. Aliás, tomei cerveja quente em pouquíssimos lugares, a maior parte veio gelada do jeito deles).

 

Voltamos pro hostel, o resto do pessoal saiu pra almoçar, combinamos de sair de noite pra conhecer a cidade. Andamos umas boas quadras, chegamos numa pracinha com uma igreja bem bonita, que tem uns arcos (e foi carinhosamente apelidada de Lapa), ali tem umas lojinhas de artesanato, o pessoal começou a comprar algumas coisas, depois continuamos andando, a idéia era achar um pub pra beber e passar a noite. Rodamos, chegamos na Plaza 25 de maio, e nada de pub. Resolvemos comprar bebida e beber no hostel mesmo (vantagem de ter um quarto só nosso).

 

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Começamos a andar um pouco mais pela cidade e achamos o paraíso: um depósito de bebidas com preços muito bons! Uma garrafa de tequila saía por volta de R$ 30,00. Sério, foi uma felicidade geral. Compramos tequila, rum, vinho, cerveja (Uma chamada Judas, pra mim a pior cerveja de toda a viagem! Mas teve gente que gostou). Os donos do lugar eram super simpáticos, ficamos um bom tempo lá conversando, o Rafa já estava se sentindo íntimo e indo pra trás do balcão, enfim, aquele monte de brasileiro fazendo bagunça (em todos os lugares que passávamos éramos sempre os mais barulhentos). Tiramos foto com o pessoal e começamos a voltar pro hostel. No caminho passamos em frente a uma Licoreria, que estava "aberta" mas com grade na frente, e o pessoal ainda parou pra comprar uma garrafa de Amarula.

 

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Os meninos voltaram e nós ainda paramos no mercado, pra comprar alguma coisa pra comer. A ideia era juntar todo mundo no nosso quarto, que era privado e meio distante de tudo (por causa do barulho), e cara da recepção falou algo com os meninos sobre não poder consumir bebida alcoólica lá dentro, ignoramos, ainda chamaram uns 5 ou 6 alemães que estavam no quarto deles e fomos todos beber. Alguém encheu uma lixeira de gelo e colocou as cervejas lá dentro, ensinamos "Cidade Dorme' pros gringos, começamos a beber e brincar. O combinado era, se alguém batesse na porta, estávamos jogando cartas. (Quase) deu certo nosso tática, se ninguém tivesse derrubado uma garrafa e feito o maior barulho bem na hora que bateram na porta!! Era o cara do hostel reclamando do horário, das luzes, os gringos foram embora e nós continuamos bebendo. Abrimos a Amarula, as duas garrafas de vinho, a garrafa de rum! Tinha gente preocupada com o horário do ônibus no dia seguinte, e nós continuamos bebendo. Não sei que horas a bagunça terminou, mas garanto que estava todo mundo devidamente alcoolizado. E o quarto destruído. Acho que nunca mais vamos poder nos hospedar em nenhum hotel da rede HI.

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Como nosso ônibus saía 6:30, combinamos 5:45 na recepção do hostel pra fechar a conta e ir pra rodoviária. De manhã alguém bateu na porta do nosso quarto, perguntando se já estávamos prontas, e avisando que já eram quase 6 da manhã ::ahhhh:: . Estava frio e foi uma correria pra arrumar tudo, no percurso ainda achamos um celular perdido no quarto. 6 e pouquinho estávamos na recepção e percebemos que ainda faltava muito gente, decidimos ir andando pra rodoviária pra segurar o ônibus enquanto o resto do pessoal terminava de se arrumar. Pouco a pouco as pessoas iam chegando, mas nada de chegar todo mundo, faltavam 2 e alguém disse que ele estava procurando o celular (que estava com a gente), volta alguém correndo pra avisar que tínhamos achado o celular, a mulher da cia de ônibus já estava ficando nervosa lá, já eram 6:30 ::putz:: . No fim ela falou "vocês vão ter que pegar o ônibus lá fora", quando estávamos saindo do terminal os meninos chegaram, ela levou a gente pra uma ruazinha estranha atrás do terminal (tava escuro ainda), pegamos o ônibus ali atrás, sem pagar a taxa de uso do terminal ::mmm:

 

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A viagem até Potosí não é muito longa, mas dormi o trajeto inteiro (como em quase qualquer trajeto de ônibus, vocês vão perceber). Chegando lá deixamos nossas mochilas no guichê da empresa de ônibus (prepare-se pras cholas gritando passagens pra Uyuni o tempo todo... "Uyuni a las 11" é o que mais se ouve aos berros nesse terminal, chega a ser irritante). Houve certa desconfiança em deixar as mochilas lá, mas no fim nossa passagem já estava comprada com eles, resolvemos arriscar e largar tudo ali mesmo. ::mmm:

 

Pegamos um ônibus e fomos pra Plaza 10 de Noviembre (acho que era esse o nome, é a praça principal de cidade) atrás de agências pra fazer o passeio das Minas de Cerro Rico. Paramos na Silver Tours, fica na calle Quijarro, bem próxima a praça e fechamos com ela por 10 dólares por pessoa. Acabamos fechando lá o tour do Salar também, como chegaríamos em Uyuni de madrugada e queríamos sair pro Salar já no dia seguinte, fechamos tudo com ela. O hostel praquela noite em Uyuni + Tour de 3 dias no Salar + Transfer pro Atacama saiu a 124 dólares por pessoa.

 

Depois fomos almoçar rapidinho, pois 14h tínhamos que estar na agência pra fazer o passeio das Minas. Na mesma rua da agência (coisa de uma quadra depois) achamos um restaurante muito bom, o Santa Clara, um pouco caro pros padrões bolivianos, mas a comida era realmente muito boa!Paguei cerca de 60 bol pelo almoço. Voltamos pra agência, encontramos a outra menina que ia com a gente, entramos na van e fomos rumo a primeira parada, que era o local onde íamos trocar de roupa, eles entregam uma calça, uma jaqueta, as botas e o capacete com iluminação. O lugar onde fomos trocar de roupa tem um cheiro bem ruim, é muito abafado, e as roupas tem quilos de poeira, parece que nunca foram lavadas! ::xiu:: Paciência, colocamos por cima das nossas e fomos pra segunda parada, um local onde o guia explica sobre os costumes do mineiros e onde você compra os presentes pra eles. Tem várias opções, entre refrigerante, folha de coca, um tipo de alcool que eles bebem. Compramos os presentes e entramos na van em direção as minas. O trajeto não é longo, quando vamos chegando perto já dá pra ter uma idéia de como é o lugar, algumas crianças pela rua, acho que a maior parte dos mineiros mora ali por perto mesmo. No dia que fomos era feriado, estava bem vazio, mas mesmo assim tinha gente trabalhando. Não é o tipo de tour que todo mundo gosta de fazer, as minas são um pouco apertadas, pode ser um pouco claustrofóbico (acho que ficamos quase 2 horas lá dentro), e é uma realidade bem triste. Eu tinha muita vontade de conhecer, não me arrependo de ter ido.

 

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Na volta do tour paramos no mercado central pra comprarmos algumas coisas pra comer. Não ia dar tempo de jantar, porque tínhamos que pegar o ônibus pra Uyuni às 20:30, então só fizemos as compras de sancks e água pra levar pro Salar, incluindo algumas bebidas alcoolicas que estavam com o preço realmente muito bom ::hahaha::. Pegamos um taxi e voltamos pro terminal de buses, pegar nossas mochilas pra embarcar.

 

Quando chegamos na plataforma uma surpresa: o ônibus era muito trash ::lol4:: . Foi o ônibus mais trash do mochilão inteiro, e foi apelidado carinhosamente de "Priscila, a rainha do deserto". O pará-brisa estava colado com fita adesiva, o bagageiro era em cima do ônibus (e o medo de começar a chover e molhar tudo? Eles colocaram uma lona por cima, mas duvido que protegesse em caso de chuva forte), o ônibus tinha um cheiro ruim, era apertado.

 

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O trajeto durou cerca de 4 ou 5 horas, praticamente não consegui dormir, cada hora ficava mais frio e era realmente muito desconfortável. Chegamos em Uyuni 1 da manhã, assim que descemos do ônibus senti frio de verdade pela primeira vez, o vento estava congelando. Mesmo chegando essa hora tinha gente nos oferecendo hospedagem e tour para o Salar. Não sei como alguém conseguiria fechar alguma coisa aquela hora, naquele frio. Como nosso hostel (La Cabana) já estava reservado, pegamos a mochila e fomos tentar encontrar. Não era longe, quase 3 quadras, mas a caminhada foi tensa, todo mundo cansado, carregando peso e sentindo muito frio. Quando chegamos lá a felicidade, o local estava bem quentinho. Todo mundo louco pra tomar banho, mas água 'caliente' só no dia seguinte de 8 às 10 (eles usam botijões de gás pra aquecer a água e tem essas restrições). O wifi era pago a parte, 10 bol por pessoa. Fomos dormir porque no dia seguinte o carro da agência passaria cedo pra começar o tour.

 

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Eu também estou acompanhando quase que de hora em hora pra ver se ja atualizou. Com certeza deve estar dando muito trabalho pra fazer. Mas não pare, pois esta emocionante e vai ser de grande ajuda. Estou programando +- este roteiro para final de dezembro de 2014 a janeiro de 2015 e esta sendo de grande ajuda o seu roteiro. Parabéns e obrigado.

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Acompanhando praticamente ao vivo :lol: ... querendo muito ler o restante sei que deve estar dando trabalho, mais estamos no aguardo do relato! esta perfeito... ::otemo::

 

Eu também estou acompanhando quase que de hora em hora pra ver se ja atualizou. Com certeza deve estar dando muito trabalho pra fazer. Mas não pare, pois esta emocionante e vai ser de grande ajuda. Estou programando +- este roteiro para final de dezembro de 2014 a janeiro de 2015 e esta sendo de grande ajuda o seu roteiro. Parabéns e obrigado.

 

Ricardo e Clovis, estou tentando escrever logo enquanto lembro dos detalhes, porque daqui a pouco começo a esquecer! ::lol4::

 

Que bom que estão gostando, até o fim do dia vou ver se consigo colocar mais um dia ::otemo::

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