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Relato de Viagem RTW / (Volta ao mundo)


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Gosto duvidoso a parte, já tive o privilégio de conviver com muitos chapinhas mundo afora e aqui dentro também, que por sinal são diferentes (afinal “nossos japoneses são melhores do que o dos outros”) e todos, sem exceção, eram a simpatia em pessoa mesmo com toda a dificuldade de comunicação, como aquele que conheci num albergue em Auckland que andava com uma engenhoca a tiracolo que traduzia até pensamento... Konnichiwa !

 

Hehehe! Valeu pelo coment positivo aos meus conterrâneos! ::otemo::

 

Qto aos quartos femininos de albergues, acho que lá fora é mais zoneado que no Brasil. Fiquei no hostel de Miami Beach e era bem a cena que vc descreveu, com a diferença que as meninas eram gente boa! E os do Brasil, não sei se foi sorte mas achei bem limpos e organizados! Que continue assim! rs

 

Té +!!!

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Gosto duvidoso a parte, já tive o privilégio de conviver com muitos chapinhas mundo afora e aqui dentro também, que por sinal são diferentes (afinal “nossos japoneses são melhores do que o dos outros”) e todos, sem exceção, eram a simpatia em pessoa mesmo com toda a dificuldade de comunicação, como aquele que conheci num albergue em Auckland que andava com uma engenhoca a tiracolo que traduzia até pensamento... Konnichiwa !

 

Hehehe! Valeu pelo coment positivo aos meus conterrâneos! ::otemo::

 

Qto aos quartos femininos de albergues, acho que lá fora é mais zoneado que no Brasil. Fiquei no hostel de Miami Beach e era bem a cena que vc descreveu, com a diferença que as meninas eram gente boa! E os do Brasil, não sei se foi sorte mas achei bem limpos e organizados! Que continue assim! rs

 

Té +!!!

 

 

Salve Erikinha !

 

Pois é, seus conterrâneos são massa mesmo ! Uma pena que pelo que sei (espero estar enganado), tirar o visto pra lá é meio enrolado mas...”xaquieto”, Japão está firme e forte na minha lista e dia desses eu me mando para a “Terra do Sol Nascente”.

 

Em relação aos albergues, é isso mesmo. Lá fora é uma puta zona, não acredito como esse povo faz tanta bagunça nos quartos e olha que eu estou longe de ser organizado. Ainda bem que aqui no Brasil (pelo menos naqueles onde já fiquei) sempre tem aquelas tiazinhas que garantem a limpeza do pico, afinal “nós somos pobres, mas somos limpinhos”. rsrs

 

Beijos,

 

Virunga !

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É, o visto japs é meio chato pra tirar mesmo! Até eu que sou descendente preciso de visto pra entrar lá e quando precisei foi o maior perrengue, mais difícil que o americano! No Japão eu sou estrangeira e no Brasil, japonesa. Vai entender! ::essa::

 

Mas se vc conseguiu o visto australiano, consegue o japs de boa! Vale muito a viagem, recomendo!

 

Bjs!!!

 

Erikinha

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É, o visto japs é meio chato pra tirar mesmo! Até eu que sou descendente preciso de visto pra entrar lá e quando precisei foi o maior perrengue, mais difícil que o americano! No Japão eu sou estrangeira e no Brasil, japonesa. Vai entender! ::essa::

 

Mas se vc conseguiu o visto australiano, consegue o japs de boa! Vale muito a viagem, recomendo!

 

Bjs!!!

 

Erikinha

Oi Erikinha,

 

Você confirmou minhas suspeitas, mas eu não sabia que inclusive para descendentes também era embassado para tirar visto, mesmo para você que é internacional !!!! rsrs Paciência, o negócio é encarar o perrengue e tenho certeza que vale a pena sim.

 

Beijos,

 

Virunga

 

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Oi pessoal,

 

Eu sei, o relato tá atrasado mas prometo terminar ele antes da minha próxima trip, sabe-se lá quando. Grana e tempo sobrando ? Que nada, bug de viagem mesmo.

 

Agora chega de enrolação e vamos ao que interessa afinal ainda tem muita coisa nessa trip pra contar e com isso atiçar vocês a fazerem uma trip dessas um dia, quer dizer, uma dessas não, uma muuuito melhor !!!!

 

Simbora, mate !

 

A Ópera House, como já disse aqui inúmeras vezes, realmente é muito bonita e valeu a pena ter encaixado Sydney no itinerário da trip para poder revê-la, uma visão que não cansa como a maioria dos ícones que a gente sempre vê em livros, documentários, filmes e revistas, não importa onde estejam no mundo.

 

Em 1957 foi feita uma competição internacional para uma obra que marcasse o lugar. Será que o Niemeyer participou ? Todo mundo sabe da competência do famoso e secular arquiteto mas aqui em Brasília tem uns prédios com design soviético que não vou nem comentar e prefiro achar que ele não teve a ver com isso, o que duvido. Cartas para a redação. Mas enfim, quem levou a competição com a melhor proposta foi um dinamarquês que “pediu pra sair” do projeto antes de sua finalização e nem chegou a visitá-la e ver sua obra terminada, só por fotos. Ele saiu antes da conclusão do projeto, rolou um cabo de guerra com o governo dando muito pitacos e também uma disputa em relação a dinheiro (sempre ele), mas também reza a lenda que teve rixa com o governo porque a obra estourou o orçamento em 1.000 %. Tá explicado, Niemeyer eu não sei mas que a sombra do Maluf andou por lá, isso sim...

 

Numa olhada rápida parece uma combinação de várias velas de barcos juntos (tá mais pra conchas), mas segundo as más línguas (já vou avisando que essa não fui eu !) seu formato único lembra um grupo de tartarugas acasalando.

 

Tartarugas libidinosas, velas ou conchas não importa, o lugar é muito bonito mesmo e é interessante ver aquela estrutura de perto. Existe um tour que leva os turistas para passear lá dentro mas eu não fiz, preferi ficar curtindo ela pelo lado externo. Existem também concertos e apresentações pipocando com freqüência, mas como não vi nada que me pareceu interessante (um show do ACDC, por exemplo), resolvi passar a vez.

 

Fiz o meu passeio particular, circundei o lugar mais de uma vez, tirei uma foto caprichada para um turista que me pediu uma foto dele na escadaria tendo o teto em formato de conchas da ópera fazendo pano de fundo, examinei o capricho e o encaixe do material que reveste toda ela como se fosse uma “telha” ,“cerâmica”, sei lá, e que de longe dá a impressão de ser uma coisa só. Após terminada a visita, decidi dar uma olhada no resto da cidade do teto do ônibus de turismo e ver o que mais a descontraída e cosmopolita Sydney tinha para oferecer.

 

Como já era hora do almoço, comi ali nas imediações num restaurante meio quiosque para viajantes como eu e que, pasmem, cobrava uma taxa para quem quisesse usar as mesas. Como também ninguém veio falar nada, me fiz de desentendido e não paguei. Era só o que me faltava ! Mundo gringo, sabe como é...só faltam cobrar pelo ar que respiramos e se houvesse uma maneira de fazer isso, eles fariam sem titubear. Sempre quando me deparo com uma situação dessas imagino se isso acontecesse num país subdesenvolvido ou em desenvolvimento o escarcéu que os mimado$ gringo$ fariam.

 

Após terminada minha refeição baixo-custo, me dirigi ao escritório de turismo para dar uma olhada no que a cidade tinha para oferecer e que coubesse no meu bolso. Fui atendido por uma loira bonita de olhos azuis faiscantes que sabia vender bem o peixe, perguntou quanto tempo eu ia ficar na cidade e quando soube reclamou que era muito pouco. Eu expliquei a situação e dei uma de político corrupto e mentiroso (desculpe a redundância) e prometi descaradamente que depois voltava com mais tempo...

 

Depois ela tentou me vender um tour para as tais Blue Mountains, um parque nacional que me pareceu, a grosso modo, uma das nossas bonitas chapadas, com direito a caminhadas em florestas antigas e coisas do tipo (pra quem já foi pra Amazônia e já experimentou as magníficas florestas africanas, o tour não me pareceu lá muito appealing, mas valeu a tentativa). Sendo assim, a oferta de passeio foi educadamente rechaçada de bate-e-pronto. “Sarah, me ajuda aí, né ?

 

Como eu já tinha em mente o que queria, falei pra ela e acertamos o tal bridge climb e mais um tour no ônibus aberto, o qual me arrependi depois. Muito ruim e não vale a grana investida, mas por outro lado acabou fazendo o seu papel de dar uma geral na cidade e foi bom para eu me localizar na cidade e voltar aos lugares que queria visitar depois para explorar com mais calma. Se não fosse por ele não descobriria que meu albergue era vizinho da estação central (Oops ! Eu já falei que sou perdido, não falei ?).

 

Eu dei uma pequena chorada no preço (afinal eu comprei dois produtos : o bridge climb e o chato-tour no ônibus aberto, caprichei naquela cara do “gato de botas” e funcionou, só não sei muito bem se a loira ficou com pena ou queria se livrar de mim (provavelmente os dois) e só sei que no final das contas (sem trocadilho), ela deu um pequeno desconto, como costuma ser os descontos para esse tipo de coisa lá fora.

 

No rico mundo gringo os preços, apesar de caros pra gente, costumam ser “justos” (as so speak). Você sabe quanto custa um iphone, um notebook, uma máquina fotográfica, uma Harley Davidson ou um Honda Civic (tá bom, pode ser uma Ferrari) na Gringolandia ? Pois é, agora vê quanto custa aqui. E isso vale para um zilhão de outras coisas. Se alguém aí estiver interessado em dar uma volta ao mundo um dia pagando um preço legal e palatável, melhor se ligar nesse tipo de coisa. Fica o toque.

 

Como alegria de pobre dura pouco, depois que consegui esse “robusto” desconto, peguei as coordenadas, fui achar o tal buzun e acabou que deu uma pequena confusão quando eu mostrei o recibo para o motorista, este chamou o fiscal que me mandou de volta ao escritório de turismo. Eu até tentei argumentar mas o fiscal foi irredutível, ele falou que realmente eu teria que trocar o tíquete mas que poderia pegar o próximo ônibus e até me explicou onde eu teria que fazer a conexão caso quisesse visitar as praias. Crap...

 

Sem solução, solucionado está. Voltei para o escritório de turismo que era ali perto para falar novamente com a bonita recepcionista. Vitimada pelo meu olhar, meu sorriso e pelo meu poder de persuasão (que nada, minha situação de pura pindaíba mesmo), acabou que a bonita loira de olhos azuis me deu um desconto merreca a mais e quando tentei arrumar diretamente pagando a diferença com o encarregado (com direito a recibo, obviamente, nada de jeitinho brasileiro) que fica no ponto de ônibus, ele não aceitou e tive que voltar, falar com a moça que se desculpou um zilhão de vezes o que fez seus faiscantes olhos azuis ficarem ainda mais bonitos, e ela me deu outro recibo e nesse vai-e-vem (no bom sentido, é claro) perdi o ônibus que estava saindo. Paciência.

 

O tour foi chato pracas, só não entendi porque não dormi. Ah, lembrei, eu não durmo em ônibus, trens, aviões ou em tours de ônibus aberto em cidades estrangeiras. O passeio demorou por volta de 1:30hs e visitou os pontos principais da cidade com direito a alguns bem chatinhos também. Eu queria fazer uma espécie de baldeação e pegar o outro ônibus que vai para as praias, mas como eu já comecei tarde e o horário não bateu, acabei pulando essa parte. Depois da experiência em Paris em que após ter perdido o último ônibus que roda a cidade acabei me perdendo por umas 3 horas, achei melhor não arriscar afinal uma coisa é se perder numa cidade tão fascinante como a capital francesa, outra coisa é se perder em Sydney que, pra mim, como todo o restante do país sofre da síndrome daquela patricinha Paris Hilton... É bonitinha. É engraçadinha. Mas falta sal.

 

Acabei não descendo nos lugares mas deu para escolher os melhores e depois voltar neles sem pressa, conforme o que havia planejado. Acabou que alguns lugares escolhidos ficavam relativamente perto de onde eu estava hospedado e com um mapa básico nas mãos eu chegava lá sem problemas.

 

Terminei meu périplo no mesmo lugar que comecei para fechar o loop e depois voltei a pé para o hostel, mas não antes de dar uma passada no supermercado para abastecer de guloseimas.

 

Mais para o fim da tarde eu fui dar uma checada num lugar bastante turístico chamado Darling Harbour. É um complexo gigante de entretenimento, shopping center, pavilhão de exposições, bares, restaurantes, marina, museu, casino, lojas, i.e., uma atração anabolizada pega-turista.

 

Algumas daquelas atrações ficaram prontas a toque de caixa (e bota caixa nisso) para as Olimpíadas de 2000. Aquele esquema de quem tem grana, pega uma área que algum dia deve ter sido “mea-boca” e a transforma num centro de entretenimento para todos os gostos, inclusive os duvidosos. Bonito e interessante mas muito man-made. Ali deu para perceber bem a pujança de um país de primeiro mundo, gastam sem dó. Coisa de gringo, sabe como é. Nada comparado com a pujança européia mas nem tem como comparar com a Europa, pois a mesma está a anos luz de tudo e todos. Dubai não vale, é muito pasteurizado. Quem sabe daqui a uns dois mil anos.

 

Mas eu admiro o fato de que, pelo menos até onde meus olhos puderam enxergar, em Sydney a gente consegue ver a quase inexistência de um gap gigante entre ricos e pobres. Muitos países do primeiro mundo são formados por uma sociedade que é uma imensa grande classe média onde todo mundo – ou pelo menos a maioria – ganha um salário digno o que juntamente com doses cavalares de educação formam a base de uma economia decente. Todo mundo com igualdade de condições para encarar os desafios da vida e tem também todo aquele lance de altos impostos e o retorno dos mesmos que já falei aqui. Tudo bem que em lugares assim muita coisa chega de mão-beijada, afinal são gringo$, mas não vou entrar no mérito.

 

Mas tem também o outro lado da moeda : a lei do menor esforço. Pra que me matar se posso ter uma qualidade de vida bastante razoável se fizer o mínimo ? Claro que não é tão fácil assim mas que acontece, isso sim. Em muitos lugares no mundo gringo as pessoas não se esforçam muito porque sabem que o governo está ali pra ajudar e, convenhamos, o que é caro quando se ganha bem ? E se não ganha bem, não precisa se preocupar porque a mão santa do governo assistencialista está ali para ajudar, mesmo mordendo gulosamente a renda das pessoas afinal não existe almoço grátis. Isso pra não falar do crédito fácil e abundante, o que pode ser um tiro contra o próprio pé, vide a fonte da crise mundial em que estávamos vivendo e que finalmente colocou os gringos no chão... Se alguém está desempregado ou desocupado não significa que ele é vagabundo, algo que os gringos acreditavam até chegar a crise que fêz com que muitos deles baixassem a crista. Living and learning...

 

Os bares e restaurantes eram bem legais, ainda mais de cara com uma marina onde eu reconheci alguns barcos que faziam passeios para turistas próximos a Ópera House. Entre dezenas de atrações, ficava ali também o aquário de Sydney e o cinema IMAX onde fui checar a programação, escolhi um filme relacionado a oceanos, vida marinha, etc mas infelizmente o horário não bateu, os filmes ficam revezando então tem que ir no dia certo. Obviamente havia outros filmes mas nenhum deles me interessou.

 

Fui dar uma olhada no aquário mas achei o preço proibitivo. Com o tempo a gente vai aprendendo o que vale e o que não vale numa viagem (e na vida também) e naquele momento eu realmente achei que o caro aquário de Sydney não valia meu suado dinheiro, e olha que eu adoro aquários gigantes.

 

Quem sabe numa outra vez afinal com uma barreira de corais como aquela acho dificil o aquário de Sydney não ser legal, mas vai ficar para uma outra oportunidade. Claro que o negócio mesmo seria ver ao vivo e a cores na própria barreira de corais e já sei até onde e quando, com direito a baleia minke e o escambau mas isso vai demorar um pouco, isso se acontecer. Tá na fila, mas primeiro quero nadar com as jubartes numas ilhas paradisiacas ali perto.

 

Eu tenho um roteiro montado para Austrália (pra falar a verdade, roteiro é o que não falta na minha cabeça) mas quando eu faço as contas sempre chego a conclusão que não compensa, as atrações lá estão muito espalhadas, se bem que o país é bem servido por transporte, o país é grande (até aí, dentre outros a China e os States também são) e um tanto caro mas na minha cabeça a pergunta que não quer calar é : pra quê gastar uma fortuna num país como a “Oztrália” se eu posso fazer uma volta ao mundo passando por lugares muito mais legais e interessantes e gastando mais ou menos o mesmo valor, se bobear até gastando menos (e com direito a dar uma paradinha lá) ? Volta ao mundo bem feita tem também bastante a ver com a relação custo X benefício e tá pra nascer uma trip tão fascinante que ofereça uma melhor relação dessas. Dia desses eu explico.

 

Para eu entrar naquele aquário em Sidney, principalmente depois da mordida de pitbull no meu cartão de crédito após ter pago meus passeios naquele mesmo dia, só se tivesse um tubarão branco dando bobeira e como este é do tipo de animal que não dá bobeira, sem chances.

 

Aproveitando o gancho (lá vem...), esse lance de não visitar o aquário de certa forma até me trouxe de volta uma lembrança (ou seria um trauma inconsciente?) quando, tempos atrás, estava eu percorrendo a costa leste australiana numa viagem sonolenta esperando que a coisa melhorasse (tava dificil...muuuuuito dificil) quando me deparei com uma atração no mínimo bizarra : um lugar onde, segundo os dizeres na porta, havia um tubarão branco congelado e obviamente eu não iria deixar passar a oportunidade em branco (desculpe o trocadilho). Já que a viagem até aquele momento não estava causando nenhum impacto fulminante (“me diz aí, mate. Essa trip aqui vai melhorar ou vai ficar nesse lenga-lenga pra sempre ?”), quem sabe vendo um mito dos mares pudesse melhorar um pouco as coisas ?

 

A atração era um tanto quanto bisonha, mas como não tinha nada melhor pra fazer resolvi ir lá e conferir com meus olhos. O lugar nada mais era do que uma espécie de museu para mostrar uma megalomania exibicionista, sei lá, mas com direito a levantar uma grana com os mais incautos e desavisados que não tinha algo melhor pra fazer na ocasião e que estavam constantemente fazendo contas para saber se a grana dispendida numa trip insossa como aquela teria valido a pena (gente como eu, por exemplo).

 

Seu dono era um auto-intitulado “caçador de tubarão” (pois é, vai vendo...), uma espécie de museu onde o babaca mostrava um pouco do seu “trabalho”: anzóis que mais pareciam ganchos de açougue, um barco, bóias, manequins (?!?!?!), fatos, factóides, recortes de jornais contando as histórias mirabolantes do tal caçador e fotos, muitas fotos. Para não ofender as pessoas legais e inteligentes que acompanham esse relato, não vou relatar uma das fotos que guardo na memória até hoje e que era simplesmente R I D Í C U L A. Em respeito a vocês vou me abster de falar o que vi. E nem adianta perguntar ! rs

 

Enfim, após ter visto os objetos e lido os “causos” do tal “caçador de tubarão”, fui para o grand finale que estava numa sala separada. Entrei na tal sala com o tubarão congelado e senti um calafrio, não sei se foi por causa do tubarão propriamente dito ou foi por causa da temperatura quase de frigorífico do lugar (afinal o tubarão estava congelado) quando fiquei cara a cara com a fera que povoava meus sonhos e pesadelos desde que havia assistido o filme de estrondoso sucesso chamado Tubarão que assustou e continua assustando gerações inteiras, cujo diretor principiante na época que foi lançado o filme ainda era ainda uma promessa. Alguém aí já ouviu falar de Steven Spielberg ?

 

Naquela espécie de câmara frigorífica só faltou a musiquinha “ tan dan tan dan tan dan tan dan ” (repita três vezes aumentando a velocidade) e apesar de o bicho congelado ali ser realmente impressionante, ainda prefiro ver ele ao vivo e a cores nadando, como eu vi na África do Sul.

 

Nossa, que viagem ! O que o c...ongelado tubarão branco tem a ver com as calças, digo, Darling Harbour ??? Sorry...

 

Voltando para o passeio em Darling Harbour...

 

Fiquei um bom tempo no tal complexo e, seguindo as luzes dos prédios, fui dar mais uma caminhada pela cidade. Como no dia seguinte teria que acordar cedo para fazer a tal bridge climb, voltei para o albergue, fiz uma cera e fui dormir. Preciso falar que as TV´s ligadas ainda faziam sucesso ? Pensei em ir dar uma olhada no bar, mas me lembrei que no dia seguinte teria que passar pelo bafômetro (é sério !!!!!) para fazer o passeio na ponte e caso eu fosse reprovado a brincadeira ia sair cara demais. Se fazendo o passeio já ia sair caro (mas valeu cada centavo), imagina pagando e não fazendo ? Afinal se tem algo que gringo não topa é reembolso.

 

No dia seguinte, acordei com uma boa margem de segurança (era o que eu achava) para não perder o horário, me arrumei e fui tomar meu café da manhã.

 

Não sei muito bem o porquê (minto, até sei afinal faço isso todo dia desde que nasci), acabou que quando eu percebi, estava mais do que atrasado e ainda tomando café da manhã xingando Deus e o mundo quando na verdade o único culpado ali era eu ! Se tinha uma margem de segurança para não perder a hora, por que eu estava tão atrasado ???

 

Terminei meu café da manhã (faço parte daquela minoria que demora uma eternidade pra comer. Todo mundo fala que isso é o certo, mas ninguém faz) e saí correndo mais do que o Usain Bolt em dia de quebra de recorde mundial. Para ajudar, com o meu GPS avariado (minto, nem GPS eu tenho, defeito de fabricação mesmo) eu tentei achar um atalho mas sem chance, estava no outro lado da cidade e se tinha um jeito de chegar a tempo na ponte mais rápido seria de táxi, opção totalmente descartada porque pelo que a loira de olhos faiscantes do escritório de turismo havia me explicado, pelo horário de pico e pela localização que eu estava ia ser uma confusão dos infernos, isso sem contar a grana.

 

Saí correndo pelas ruas com o relógio em punho e o coração na boca, morrendo de medo para não perder o horário, algo que sou PHD desde que nasci. E eu que pensava que havia aprendido a lição depois da experiência no último natal saindo de Floripa para Brasília e que, devido a uma falta de sorte absurda (tudo bem que eu deveria ter saído mais cedo mas a praia, o sol e a mulherada em Floripa não deixaram) acabei perdendo o vôo que criou um efeito dominó com a próxima conexão e que me custou uma grana...e tudo o que havia conseguido economizar com os vôos baratos que garimpei na net.

 

A distância entre onde eu estava e a ponte parecia que ficava maior quanto mais eu corria. Eu tinha um mapa nas mãos marcado a caneta com o lugar onde deveria chegar, no mapa era perto, tipo a um palmo de distância, mas ali na fria porém ensolarada manhã de Sydney o ponto no mapa não chegava. Depois de muito sofrimento cheguei num cruzamento daqueles onde ninguém sabe da onde vem e muito menos pra onde vai, me senti em casa... rs

 

Esperei as 44 fases do semáforo passarem preguiçosamente e quando já estava desistindo as pessoas que estavam ao meu lado começaram a atravessar a rua, atravessei junto mas não antes de olhar mais umas 19 vezes para todos os lados, mão inglesa, sabe como é...

 

Já conseguia ver a ponte onde em pouco tempo estaria subindo, se conseguisse chegar lá a tempo, algo que já tinha desencanado (por que será que os ponteiros do relógio andam tão rápidos quando estamos atrasados ?) mas o lançamento no meu raquítico cartão de crédito do tour não realizado iria me atormentar por séculos então nada de desistir. Após ter atravessado mais um cruzamento daqueles, o que mais poderia ficar pior ? A resposta veio na forma de uma ladeira infinita apontando pro céu azul infinito... ? What the porra is that ?, perguntei pra mim mesmo. Essa agora ? E justamente na parte do mapa que eu não estava familiarizado havia uma verdadeira STAIRWAY TO HEAVEN quando eu estava na terra do HIGHWAY TO HELL !!!. Ninguém merece...

 

Não tinha outra coisa a fazer senão encarar a dita cuja em passos apressados, pelo menos eu já ia chegar preparado e mais do que aquecido, só esperava ter ânimo e gás para curtir a ponte que prometia um sobe e desce danado (sempre no bom sentido, vale frisar).

 

Virei aqui, virei ali, subi, melhor dizendo, escalei aquela ladeira que veio numa péssima hora afinal todo mundo sabe que pra descer o santo ajuda e pra subir ele pula nas costas... Eu já estava atrasado e correndo como um alucinado e a única coisa que eu não queria no momento era uma ladeira daquelas mas tudo bem, viva a lei de Murphy !

 

No meio de caminho trombei com um novo hostel da YHA que estão construindo e creio que mais para o final do ano ele já deve estar funcionando. Acho que ele vai ter uma vista legal da Ópera House pois a localização me pareceu bem bacana, mesmo eu sem fôlego e tempo para apreciar.

 

Após toda essa maratona finalmente cheguei na bendita ponte mas até aí, onde diabos fica o escritório do lugar ? Vi umas placas aqui, segui outras ali, cruzei com um casal de meia idade que também estava procurando o lugar e finalmente achei o bendito !

 

Subi as escadas apressadamente com medo de perder meu passeio (e meu dindim) porque uma hora dessas já havia extrapolado o tempo mas aí ouvi algo que naquele momento soou como música aos meus ouvidos :

 

“Just in time”, falou a recepcionista gatinha toda sorrisos após ter perguntado meu nome e qual o horário do meu passeio. Adoro as recepcionistas australianas !

 

Galera, no próximo relato eu volto contando como é a cidade vista da ponte e finalizo a etapa oceania da viagem.

 

Valeu pela companhia e paciência.

 

Abraços,

 

Virunga

Editado por Visitante
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Virunga fala serio!!!

 

Que trip fodastica!!!

 

To na duvida entre um mochilao pela europa ao uma RTW!

 

Mas vc me deu varias pontos positivos quanto ao RTW!!

 

haahhaha

 

 

To na espera do resto do relato ein!!

 

Abraçao.

 

Fala brother,

 

Trip fodastica ??? hehehe, gostei !

 

Valeu pela mensagem e pode ficar de olho que tem muito chão ainda. Pretendo terminar Sydney já no próximo relato e depois começar a exótica e bem mais interessante Ásia, com uma parada estratégica em Bangkok e um rolê rápido pelas Filipinas em busca dos fabulosos e furtivos butandings. Eu falei que tem muita coisa ainda... rs

 

O que não falta numa trip assim é ponto positivo, de negativo mesmo só a conta corrente depois (rsrs) mas viajar RTW não tem preço, certo ? Não apenas “viajar RTW”, mas viagens no geral. Esse relato é só um pequeno aperitivo, não dá nem pro cheiro mas já é um começo para ter uma idéia de uma trip assim.

 

Europa ou RTW fica dificil escolher mas sou suspeito pra falar, além do que isso varia de pessoa pra pessoa, momento da vida, grana, disposição, tempo, desafios, interesses, etc. Só um toque : numa trip RTW você pode passar pela Europa enquanto numa trip pela Europa...bem...se bobear só fica por lá mesmo, o que não é tão mal assim (longe disso !), convenhamos...

 

Independente para que lado você vai seguir, as duas opções são ótimas, lembrando que em relação aos gastos uma RTW pode sair até mais em conta, mas pra isso depende de várias variáveis, tanto é que já estou meio que rascunhando a próxima mas por enquanto é só rascunho mesmo.

 

Boa sorte na sua escolha, o que vier será legal, pode ter certeza.

 

Abração, valeu pela visita.

 

 

Virunga

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  • 2 semanas depois...
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Fala pessoal, bora dar uma olhada em Sydney, só que agora vista da ponte.

 

Logo que me identifiquei e respirei aliviado por não ter perdido o passeio (e nem a grana), me foi indicada uma sala logo ali ao lado onde havia meus companheiros de aventura. A sala estava cheia, creio que havia outras pessoas de grupos diferentes e quando percebi que não havia lugar para mim, me postei no lado de fora mesmo. Aproveitei que ainda tinha uns minutos e fui tomar uma água, estava precisando porque a corrida até ali havia sido punk.

 

Depoiso grupo do meu horário foi convidado a seguir uma moça para o lado de dentro, para uma outra sala onde havia espaço para todos sentarem e lá fizemos o teste do bafômetro (!?!?!?!?!?!).

 

Após feito o teste, fomos levado para um lugar que parecia um labirinto. Era um lugar diferente, pé direito alto, acho que estávamos debaixo da avenida que vai dar na ponte, não sei, não entendi direito, só sei que apesar de ser um lugar grande, havia várias passagens e armários também.

 

Continuamos a seguir a jovem que ia dando as coordenadas, ela nos mostrou um lugar com vários armários onde deveríamos deixar nossas coisas, além do lugar com pinta de trocador da C&A para nos trocarmos e colocar um macacão esquisito azul e cinza : “ainda bem que não tem ninguém conhecido me vendo”, pensei comigo mesmo.

 

Mas o macacão não era tão mal assim comparado com o último que vesti no ano passado, este sim era bem mais chamativo nas “discretas” cores vermelho e amarelo e mais incrementado também, só ficou faltando aquele cabelo black power para ficar igual a geração discoteca da década de 70 mas estava valendo, afinal o que eu não faria para encarar um skydiving, ainda mais num lugar tão diferente como a Namíbia.

 

Após terminada a tarefa de vestir aquele macacão, ainda passamos por um detector de metais (?!?!?!??!) e aí sim fomos para outra área colocar o equipamento de segurança e mais um monte de coisas.

 

A partir dessa parte quem assumiu foi uma simpática e motivada guia que dava gosto de ver a paixão pelo o que fazia, sabia muito não só da ponte mas também dos importantes quesitos de segurança, obviamente.

 

Ela pediu para o grupo fazer um circulo, se apresentar um por um e dizer o porquê estavam ali, quebrando o gelo do pessoal. Nessa parte fiquei sabendo que eu era o único de um país cuja língua-mãe não era o inglês, paciência, vou te que caprichar mas já estou acostumado com isso.

 

Um a um as pessoas foram se apresentado, havia uma mãe com duas filhas jeitosas que eram dos States, um casal do oeste australiano com mais idade, um jovem casal inglês numa volta ao mundo de três meses e que apesar de curtirem Sydney, não estavam achando a Austrália nada demais (eles disseram que não era muito diferente de onde eles vinham, idioma, sem muitos desafios, etc. Ainda mais eles que havia acabado de chegar da Ásia. Gostei, viajar pra ver a mesma coisa que tem em casa não tem graça. Isso é coisa de canadense...depois eu explico), acho que tinha mais uma outra galera dos States e eu.

 

Chegando na minha vez, eu ia dizer que estava ali porque adorava altura mas para simplificar, eu segui o script do resto da galera e disse que estava ali porque estava a fim de me divertir.

 

Após feitas as apresentações, fomos para um carrinho onde havia lenços, luvas, fleeces e mais um monte de coisa, inclusive cordão para amarrar os óculos de sol. Quando a guia estava mostrando os lenços que ninguém entendeu patavina, ela chamou um engraçado senhor de mais idade (acho que era americano) que acabou servindo de cobaia para demonstrações de como colocar o equipamento, fazer isso, fazer aquilo, como agir caso acontecesse tal coisa, vira pra lá, vira pra cá, etc etc (ufa, ainda bem que não fui eu, imagina o mico ! Eu me escondi lá atrás... rs).

 

Na hora de explicar o motivo do lenço foi engraçado, ela falou que o senhor que serviu de cobaia para o grupo era muito emotivo e caso ele chorasse de emoção poderia usar o lenço, que por sinal era para amarrar nos pulsos. A gargalhada foi geral, o lenço não era necessariamente para limpar as “lágrimas de emoção“, mas vamos em frente...

 

Depois foi todo mundo se preparando para o tour, colocamos aquele cinto semelhante ao que a galera usa quando vai escalar ou fazer canyoning mas o equipamento me pareceu bem mais forte.

 

Aí veio um equipamento que eu não conhecia, era uma espécie de bola de ferro entrecortada e que era ligado com uma correia. A tal “bola” a guia falou que ia ficar nos seguindo por todo o trajeto como se fosse um animal de estimação. Se ninguém entendeu patavina na hora do lenço, agora ninguém entendeu lhufas com a tal bola pesada. Aquele peso extra ficou estranho amarrado no nosso corpo, mas a brincadeira ainda estava começando. A guia nos mostrou um jeito para prendermos o peso no cinto e disse que brevemente daria uma demonstração sobre como usar o objeto.

 

Essa é para os rapazes de plantão : melhor prender a tal bola de ferro longe dos “países baixos” porque uma bolada daquela envergadura “lá” pode fazer muito marmanjo ficar falando fino pelo resto da viagem e caso o próximo destino seja a Tailândia (meu caso, por sinal), poderia até tentar um emprego no airport bus que sai do aeroporto de Bangkok no último horário. Depois eu explico.

 

O fleece veio num saco que foi amarrado nas correias do equipamento de segurança. Caso o tempo virasse lá na ponte ninguém precisava passar frio, já basta o vento. Mundo gringo, sabe como é, pensam em tudo...

 

Após todo mundo devidamente equipado, a guia nos levou para um lugar que reproduzia o ambiente da ponte, explicou como usar o equipamento e todo mundo ficou sabendo pra que diabos aquela bola pesada servia.

 

Em toda extensão da ponte havia um cabo de aço onde deveríamos encaixar aquela tal bola e assim a pessoa fica totalmente “presa” a ponte, caso ocorra alguém evento não tem jeito de soltar. Claro que ninguém falou mas obviamente aquele equipamento de segurança servia para evitar algum evento suicida ou algum corinthiano subir em algum lugar e fazer o que não deve num repente de super-homem, botando a própria vida (e a dos outros) em risco.

 

A pessoa vai andando e aquela boa vai seguindo ela na altura da cintura. Se prendesse em algum lugar – nas juntas e escadas, por exemplo - era bem fácil soltar, mas nunca do cabo de aço. Provavelmente tem um jeito mas não nos foi passado e ninguém fez questão de saber.

 

Treinamos subida e descida de escadas, caminhamos por uma curta plataforma e estávamos prontos pra seguir. Not yet, ainda vinha o capitulo comunicação. Cada um ficou equipado com um rádio que ficava preso no cinto na parte de trás e todos tinham headphones também para poder ouvir a guia lá na frente. Após os últimos ajustes, finalmente era hora de encarar a ponte mas antes de ir, mais uma piada, a guia falou que a gente iria passar pela parte mais constrangedora de todo o passeio : o grupo todo sair para a rua e ter que andar alguns metros até o local de acesso da ponte propriamente dita; todo mundo em fila indiana vestido igual com aqueles macacões esquisitos, mas poderia ser pior. Será ? rs

 

Saímos, andamos alguns metros (não havia muita gente ali no momento então nem chegamos a pagar muito mico vestidos com aquelas roupas) e entramos por uma porta onde havia uma espécie de túnel e voilá, as plataformas onde iríamos andar pelas próximas horas. Fomos em fila indiana, a guia perguntando se estava todo mundo ouvindo ela e quando chegamos no que seria o começo da caminhada, depois de quase todo mundo já ter encaixada a tal bola no cabo de aço de segurança, a senhora americana que estava viajando com as duas filhas gatinhas resolveu pular fora.

 

Não chamo isso de amarelar, pode acontecer com qualquer um. Já vi gente dá muita vacilada na hora de encarar uma aventura um pouco mais radical (saltar de bungy jumping, por exemplo) e como pelo menos pra mim ninguém é super-herói (menos ainda esses babacas-aventureiros-intrépidos que se acham os tais por aí, se acham imortais e depois vão pro saco), se a pessoa por algum motivo não se sentiu bem, por que não recuar ? Acho que demonstra muita maturidade e coragem quando alguém sabe quando e onde pode ir ou não. Minha humilde opinião.

 

Após um pequeno “engarrafamento” porque estava quase todo mundo preso ao cabo de aço por onde passa a tal bola de ferro e o pessoal teve que sair um por um para deixar a senhora, ainda sorridente, passar mas não sem antes despedir-se do grupo desejando bom divertimento e prometendo estar esperando todos na volta e tirar foto da galera lá do chão mesmo. Dei meu tchau para a sogrinha (rs), todo mundo tomou posição na fila indiana e lá fomos nós. Eu fiquei por último da fila, assim poderia curtir o passeio com mais calma. A guia perguntou se estava tudo bem e eu falei que estava, vambora andar nessa ponte.

 

Durante o passeio a guia foi contando toda a história da ponte, no começo passamos por uma parte bastante barulhenta pois estavam fazendo manutenção e as maquinas eram bem barulhentas. A construção era impressionante, como são todas essas construções gigantes. Ela começou a ser elaborada no período posterior à I Guerra Mundial, tendo o inicio de sua construção em 1923 e a inauguração em 1932. Ficou também conhecida como “pulmão de ferro” porque deu emprego a muita gente num período conturbado como fim da guerra mundial emendando com o período conhecido como A Grande Depressão.

 

Mais de 2 milhões de felizardos já passeou por ali e eu seria mais um para aumentar a lista. A caminhada é bem tranqüila e segura, pra quem gosta de altura como eu é um prato cheio. A galera vai andando em fila indiana com direito a várias paradas para poder apreciar a vista, ouvir histórias e, se for o caso, esperar os retardatários. Como o caminho é estreito, algumas vezes tivemos que esperar passar um grupo que vinha na direção contrária. No nosso grupo havia umas 10 pessoas, acho que o máximo são 12.

 

Os grupos ficam distantes entre si então não tem a possibilidade de engarrafamento, por assim dizer. Para os fotógrafos de plantão, já vou dizendo que não é permitido levar câmeras mas não se preocupem, a guia tira belas fotos individuais e em grupo que serão prontamente vendidas a preços não muito módicos no fim do passeio. Mundo gringo, sabe como é...

 

Eu não costumo viajar com câmera (e também raramente saio em fotos de viagens, deixo isso pro Zeca Camargo. Anos atrás, uma paquerinha suíça me contou uma teoria sobre isso e fui obrigado a concordar com a garota. E olha que naquela época eu já era avesso a sair em fotos) mas nessa viagem eu senti falta. Eu havia prometido comprar uma no caminho mas aquele imprevisto pré-férias que ocorreu no meu trabalho bagunçou o meio de campo e um monte de planos mas no worries, mate, não faltarão oportunidades e RTW´s, ainda mais agora que eu gasto numa viagem assim o mesmo que as pessoas gastam apenas no ticket.

 

Com câmera ou não, sem chance de levar a bendita lá pra cima mas eu descobri uma torre de onde daria para tirar altas fotos no estilo capa de revista. Próxima vez eu vou lá e disparo a câmera (aquela que não comprei mas vou comprar... No exterior, é claro. Metido ? Não, econômico mesmo afinal pagar no mínimo três vezes menos por coisas legais é comigo mesmo, principalmente quando o assunto é viagem para longe...).

 

Uma sacada bacana que eu achei foi que nos pontos onde havia possibilidade de alguém desavisado bater a cabeça havia uma espécie de isopor com coloração forte. Se isso não bastasse, ainda antes de começar o passeio foi nos passado a instrução para quando encontrássemos um ponto mais baixo onde haveria o risco de alguém bater a cabeça era para a pessoa que estava na frente dar uma ou duas batidas antes de passar e assim chamar a atenção da pessoa que vinha atrás, evitando assim o risco de acidente.

 

O passeio foi muito bom e valeu a grana, o tempo estava bonito com sol e céu azul. Apesar de andarmos num arco, o grau de inclinação não era muito acentuado e aos poucos íamos ganhando altura. Havia uma ou outra parte com escadaria vertical mas nada que não fosse fácil ultrapassar, mesmo amarrado no tal cabo de segurança que circundava toda a plataforma. A parte mais “radical”, digamos assim, foram três meros lances de escada vertical que não ofereceu nenhum problema e todo mundo passou numa boa. Chegamos numa parte onde víamos os carros passando lá embaixo e ali fiquei sabendo que tambem passava linha do trem. Havia também pessoas fazendo seu jogging matinal na ponte, algo bastante natural num país com elevada qualidade de vida.

 

Antes de chegarmos ao ponto mais alto (140 metros acima do nível do mar... Um wet bungy jump básico dali deve ser o bicho) , pararmos para ver um ninho bem grande formado de gravetos, ninho esse que estava obviamente num ponto um tanto quanto inalcançável da plataforma onde passam as pessoas e os trabalhadores que fazem a manutenção da ponte, era num entroncamento de ferros, posição mais do que privilegiada. Infelizmente estava vazio mas a visão ali foi um tanto surreal, o mar, a onipresente Ópera House e a bonita cidade de Sydney ao fundo completavam o cenário...

 

Depois, pausa para algumas fotos (aquelas que quando você chega no fim do passeio já estão devidamente embaladas em pastas bacanas prontas para venda) em pontos diferentes, casal, grupo e só uma pessoa. Tinha para todos os gostos com direito a uma pose clássica para foto em grupo com os braços para cima e tudo o mais. Cada mico que a gente paga nessas viagens mundo afora que vou te contar... rsrs

 

Passamos alguns momentos ali em cima com a entusiasmada guia apontando os lugares de interesse, quem diabos era aquela ilhota com um canhão, uma construção bonita no parque que dá na Opera e mais um monte de coisa. Aproveitei e perguntei pra que lado ficava o zôo e a famosa praia de Manly. Conversando com a guia fiquei sabendo que ali encima o vento já chegou aos 100km/h (?!?!?!) e as palavras simplesmente voavam da boca ! rs

 

Ficamos um tempo curtindo aquela visão maravilhosa para onde quer que se olhasse, “PQP, estou na Sydney Harbour Bridge !”

 

Antes de iniciar o caminho de volta, ainda deu tempo de ver um veleiro de corrida passando bem embaixo da gente, era do mesmo estilo daqueles que fazem a regata volta ao mundo, muita tecnologia, grana e alta performance envolvidas. Falando nisso, na NZelândia tem passeio em um veleiro campeão desses e no leste da Austrália, muito mais ensolarada e com direito a mergulhos, snorkeling (e águas-vivas super mortíferas), também dar para fazer passeios assim com direito a dormir nos barcos ou nas praias, muuuito legal mesmo.

 

Como sempre acontece em momentos legais, o tempo passou rápido e já era hora de retornar. Voltamos por um caminho diferente e por alguns metros tivemos a companhia de um outro guia que ficou parado na escada e quis saber de onde o pessoal era. Quando eu me identifiquei como brasileiro ele fêz algumas perguntas (sempre é diferente, afinal a maioria que viaja pra esses picos são gringos) e disse que há poucos dias um repórter brasuca esteve ali fazendo uma matéria para a TV. Perguntei o nome e ele não se lembrava, “Acho que era Maurício”. Ele chegou a perguntar para outro guia que apareceu por ali e este também não lembrava. Perguntei se era um tal Mauricio Kubrusly e o cara falou que achava que era este mesmo mas não tinha certeza.

 

Não sei dizer mas acho que era o Kubrusly mesmo porque de vez em quando ele faz uma matérias dessas nuns lugares inusitados, inclusive num domingo desses ele fez uma na Australia num restaurante japonês onde os pedaços de sushi eram atirados à distância diretamente na boca dos clientes, isso quando acertava. Babaca ou inusitado, sei lá, gringo sabe como como é.

 

Fizemos o caminho de volta ainda com tempo para uma parada nos bebedouros (?!?!) que havia perto da porta no fim da ponte. Saímos por onde entramos, atravessamos o trecho mais constrangedor de novo e entramos no hall onde nos livraríamos dos equipamentos, pegaríamos nossas coisas e seguimos em direção a loja de souvenirs, onde nos foi mostrado as fotos tiradas e caso o cliente se interessasse, poderia escolher algumas e leva-las como lembrança. Fiz um bom negócio, comprei uma camisa, um jogo de fotos legais e mais uns cartões engraçados, me despedi do grupo e da simpática guia que antes de ir que me disse “obrigada por trazer seu sorriso para a ponte” e depois desapareceu. Não sei se estou com essa bola toda mas enfim, gringa sabe como é...

 

Tomei o rumo do albergue e no caminho fui andando devagar para curtir os últimos momentos na cidade. Dia seguinte pegaria o rumo da Ásia certo que novas aventuras estariam a minha espera.

 

No dia seguinte, depois do check-out pude guardar minha mochila de graça porque o guarda-bagagens pago estava quebrado e num repente de sorte eu consegui com que o rapaz da recepção guardasse minha mochila num quarto escondido, onde estavam dezenas de mochilas de outros viajantes. O cara até me cumprimentou por eu ter sido rápido no gatilho e ter conseguido enfiar minha mochila ali, na faixa, aos 45 do segundo tempo. Não é muito normal mas às vezes eu dou uma dentro... mas sempre no bom sentido, é claro.

 

Me informei sobre o horário do ônibus para o aeroporto e se tinha que comprar o ticket com antecedência mas ele me falou que podia comprar diretamente com o motorista. Agradeci e saí para tomar meu café da manhã e comprar umas lembranças que por sinal até hoje não entreguei... Oops.

 

Como sempre acontece em dia de ir embora, o tempo passa voando e quando dei por mim já era hora de zarpar para o aeroporto e eu ainda não tinha achado o que queria mas no fim tudo deu certo, comprei umas lembranças baratas para umas meninas aqui no Brasil e ficou por isso mesmo. Mulher sabe como é, se você der presente caro elas acostumam e aí já viu... rs

 

Dei mais umas voltas rápidas e quando vi já era hora de voltar para o albergue, pegar minhas coisas e me mandar para o aeroporto. No caminho eu aproveitei para comprar alguns postais para mandar para algumas pessoas mas esse não foi o maior dos problemas afinal uma coisa é ter os postais na mão, outra coisa era enviá-los.

 

No caminho fiquei tentando localizar o Correio (já tinha passado por ele) ou quem sabe aquelas caixas de correios que ficam espalhadas pela rua. Nisso lembrei que havia uma estação central perto do albergue e certamente teria uma daquelas caixas vermelhas ali. Voilá, acertei em cheio.

 

Peguei os cartões, arrumei uma caneta e fui para a Estação Central, andei um pouco por ela até achar um banco onde eu pudesse sentar e escrever alguma coisa. Nisso descobri que havia perdido o endereço de uma amiga e apesar de ter comprado um postal para ela fiquei sem mandar por causa do endereço. Nem sei se tenho o postal ainda... Oops. Rabisquei alguma coisa rapidamente, coloquei o selo, depositei na caixa de correios e fui correndo para o albergue.

 

Chegando lá, peguei minhas coisas, me despedi do rapaz da recepção e quando estava quase saindo não pude deixar de notar uma galera que havia acabado de chegar e, principalmente, uma loira gatissima que estava no grupo : linda, cabelo curto com aquele corte que só as gringas têm (não sou muito chegado a mulher de cabelo curto mas aquela ali eu abriria uma exceção sem pensar duas vezes...), shortinho jeans, óculos escuro na cabeça mas como nada é perfeito, uma bandeirinha costurada na mochila mostrando sua origem : Canadá. Broxante.

 

Nada contra o país que até onde eu sei é lindíssimo, mas com exceção de duas canadenses gatissimas que conheci e que tive um dos melhores momentos de viagem da minha vida, no ano passado, dividindo Maya Beach (manja o filme “A praia” ? Pois é, aquela mesmo onde foi rodado o filme) com elas e um grupo pequeno (só havia nosso barco na ilha. E olha que eu já pisei ali umas trocentas vezes, só que em viagens diferentes e nunca tinha tido essa sorte, ter aquela linda praia i-n-t-e-i-r-a apenas pra gente), achei os canadenses no geral um povo meio “bolha dourada”, é só sairem dentro do Mundo de Alice onde vivem para ficar reclamando de tudo. Não é à toa que adoram a NZelândia (convenhamos, quem não gosta ?), acredito eu por lembrar seu país de origem : lindo, frio, vazio e tudo extremamente organizado.

 

Enfim, já era hora de pegar meu ônibus para o aeroporto e não havia tempo a perder. O ônibus foi parando em alguns hotéis e nessa aproveitei para conhecer um pouco mais da cidade, funcionou como uma espécie de city tour não planejado mas depois do quinto hotel já começou a encher o saco, além do mais ficou confirmado mais uma vez que a cidade sofre mesmo da síndrome de Paris Hilton.

 

Após o milésimo hotel, finalmente pegamos rumo ao aeroporto que por sinal não fica muito longe. Dia desses fiquei sabendo que dá pra ir do/para o aeroporto de trem, na próxima vez eu vou tentar, fica muito mais barato e mais rápido também.

 

Chegando no aeroporto, fui ao banheiro me trocar, depois procurei o guichê para o meu vôo com destino a Bangkok e vi que a fila estava um tanto quanto grande, mas como tinha bastante atendente ela até que andou rápido. Dei uma sacada rápida e notei que a maioria ali estava indo para Londres e teriam um looooongo vôo (um não, dois) pela frente, coitados. Ainda bem que eu iria ficar pelo meio do caminho mas mesmo assim seria um vôo bem longo também, umas nove horas e eu não estava nem um pouco a fim de encarar mas não tem outra maneira, não existe almoço grátis e numa volta ao mundo num curto período de tempo grandes trechos aéreos são a tônica, é assim que funciona.

 

Apesar do pouco tempo em Sydney, achei minha estadia bastante feliz e estava preparado para mudar de continente. Fiquei desapontado por não ter dado uma olhada na região das praias (confesso que esqueci... oops) mas sem neuras, realmente não dá pra ver e visitar tudo, a vida é assim e além do mais voltar praquelas bandas vai ser uma questão de tempo (e $$$) e sei que a Austrália não é nenhum destino bicho-papão para encaixar numa volta ao mundo (lembram quando eu falei algo sobre “espinha dorsal” ? pois é, mais ou menos aquilo), independente do tipo de viagem que a pessoa faz afinal, dentre outras mais caras (carro e barco, por exemplo), existem 3 maneiras de dar a volta ao mundo : brasileira, lusitana e inteligente e em todas elas dá pra encaixar a Austrália no roteiro facilmente, o que muda é a quantidade de grana necessária. Dia desses eu explico.

 

Dentre zilhões de coisas legais numa trip dessas, uma das coisas que me faz mais a cabeça é a impressão que a trip está sempre no começo, quando a gente vai embora nem dá tempo de chorar as pitangas ou ficar nostálgico porque a gente sai de um lugar e vai para outro totalmente diferente, muitas vezes para um continente diferente e num lugar totalmente distinto da onde você estava anteriormente. Parece que a trip está começando de novo : novos sabores, povo, cultura, religião, arquitetura, traços físicos, comidas, dinheiro, mulheres, idiomas, meios de transporte, facilidades, dificuldades, etc. Mesmo sendo um tempo curto para uma volta ao mundo, eu fico com essa impressão e para quem está de férias é uma curtição a mais.

 

De volta a fila do check-in, a mulher que estava na minha frente passou um perrengue porque ela tinha apenas um papel como o número da reserva e a atendente encheu ela de perguntas, dizendo que para aquele vôo ela tinha que possuir o ticket propriamente dito. Para ajudar, ela estava voando oneway e quando é assim as coisas podem se complicar porque se o passageiro não possuir o ticket de saída do destino, a cia aérea corre o risco de ser multada por ter permitido o embarque da pessoa sem devido ticket de saída. Esse é mais um dos vários mistérios do mundo da aviação, muitas vezes não tem problema mas depende do humor do atendente da cia aérea, da lábia do passageiro e também do passaporte do mesmo. Claro que se ele for de país gringo, a coisa é muito mais fácil mas as vezes o bicho pega pra eles também.

 

Duas historinhas para ilustrar isso (xiii, lá vem...)

 

Soube da história recente de dois rapazes americanos que estão numa volta ao mundo (não é muito comum americano fazer isso, acho que é mais um lance de cultura mesmo afinal pois enquanto o europeu trabalha para viver, o americano vive para trabalhar. Não são a primeira potência do mundo por acaso, né ?) que chegaram na NZelândia sem o ticket de saída e passaram o maior perrengue. Eles estão viajando naquele estilo comprando um ticket de cada vez mas dessa vez dançaram. Ficaram horas no aeroporto se explicando e acabou que foram escoltados até uma salinha para se explicarem, depois telefonaram para uma agência de turismo que providenciou um ticket de saída em caráter de urgência (compraram um ticket volta ao mundo de última hora) e morreu uma baita grana, tanto é que um deles não tinha limite suficiente no cartão de crédito para poder bancar o ticket inteiro então dividiram a despesa nos dois cartões : dele e do amigo. Baita mordida nas parcas economias pois eles estão viajando num estilo bem na pindaíba mesmo, o que certamente complicou demais o resto da trip e como eles estavam com orçamento apertado, depois dessa facada a trip ficou comprometida.

 

A outra história aconteceu, vejam só, comigo mesmo.

 

Num vôo Bali – Johanesburgo com escala em Hong Kong, embarquei tranqüilo mas na hora de fazer a conexão, já em Hong Kong, a mulher da cia aérea enroscou comigo porque eu não tinha o ticket de saída da África do Sul e não adiantou explicar que eu ia entrar por um país e sair por um outro diferente, o que no jargão aéreo é chamado de open jaw ticket. E olha que eu era o feliz proprietário de um ticket volta ao mundo..

 

Expliquei para ela que iria viajar por terra (o melhor jeito de viajar pela África, por sinal), por isso que não tinha ticket de saída da África do Sul, mostrei toda uma papelada mas a mulher foi irredutível. Tenho certeza que se eu fosse europeu ou americano isso não teria acontecido mas como um brasileiro perdido (quantos passaportes brasileiros aquela mulher já tinha visto anteriormente ?), o tempo fechou e depois de mais de 45 minutos de conversa com direto a supervisor e o escambau, tive que comprar um ticket de saída da África do Sul pagando uma pequena fortuna para assim ter direito ao reembolso. A outra alternativa seria perder o meu vôo, prejudicar o resto da trip e, tão ruim quanto, ter que ficar ali mais um tempo afinal pra mim Hong Kong um hub e deve ser tratada como tal. Por pura sorte eu consegui jogar no cartão de crédito e por mais pura sorte ainda eu consegui o reembolso mais de dois meses depois, mas nessa brincadeira ainda perdi uns 70 dólares de taxa administrativa ou algo do gênero. Governo, cias aéreas, planos de saúde, bancos, operadoras de celular e empresas de cartão de crédito realmente têm algo em comum : sempre arrumam um jeito de ferrar com você ! Creio que ex-mulheres são assim também...rs

 

Ah, claro que ninguém perguntou pelo maldito ticket de saída quando cheguei na África do Sul. Tanto perrengue pra nada ! E olha que nem vou comentar a novela pra conseguir o reembolso, com direito a visita no escritório da cia aérea nos cafundós de Johanesburgo, envio de fax (imagina você ter que encontrar um aparelho de fax quando está viajando num lugar desconhecido), ligação pra cima e pra baixo (detesto falar em telefone, em inglês então pior ainda) e mais um montão de exigências.

 

Por que eu falo tudo isso ? Para passar um pouco de experiência para outros viajantes que pensam que é só sair comprando tickets de ida e tá tudo bem. Depende, muita calma nessa hora principalmente se não tiver experiência. Na época eu não tinha tanto mas, na boa, estava apenas em conexão, acho que se fosse para alguém encrispar teria que ser já no aeroporto em Bali e não na conexão em Hong Kong mas entre mortos e feridos, salvaram-se todos.

 

Voltando ao embarque em Sydney...

 

Assustada, a passageira se explicou dizendo que só tinha o número da reserva e o ticket era só de ida porque ela morava em Londres, oras bolas ! “Putz, adorei !”, pensei comigo. Acredito que a tiazinha não estava mentindo mas eu anotei a resposta, numa situação semelhante, quem sabe uma resposta dessa não alivia...ou complica ainda mais ! rs

 

Só sei que no final tudo deu certo, a atendente foi falar com não sei quem que acabou autorizando o embarque da tiazinha, que tinha forte sotaque da europa oriental.

 

Next please”, acordei dos meus devaneios com a chamada e fui fazer meu check-in, mas antes de chegar no balcão vi que seria atendido por um tiozinho com pinta de indiano. “Putz, eu mereço...", pensei comigo mesmo. Engatilhei minha basuca e fiquei esperando o bote mas por incrível que possa parecer deu tudo certo, pelo menos era o que eu esperava até chegar no que seria minha poltrona.

 

Mas isso fica para o próximo post, valeu mais uma vez pela companhia e até o próximo relato em direção a Ásia, vocês não vão querer perder, né ?

 

Abraços,

 

Virunga

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  • 2 semanas depois...
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Fala galera,

 

Apesar dos meus sofríveis dotes artísticos desde os tempos de escola, resolvi arriscar e colocar um mapa mostrando mais ou menos o roteiro da trip. Qualquer semelhança com Picasso é mera ilusão de ótica, se bem que olhando com mais atenção não pude deixar de notar um estilo meio impressionista de Van Gogh (maldita ressaca !). Tudo bem que uma criança no maternal com um punhado de lápis de cor faria algo melhor mas hey, o médico continua dizendo para não contrariar, lembram ? rs

 

20091002212303.JPG

 

 

Aproveitando que já estou aqui e pra compensar o fiasco da ilustração (c´mon, valeu a intenção, né ? Ok, Nem precisa responder...), vou dar uma adiantada no texto antes de começar o capítulo IV – Ásia.

 

Enquanto isso, no aeroporto de Sydney...

 

Após terminado os trâmites do check-in, resolvi não perder tempo e ir direto para a imigração e depois achar minha sala de embarque. Como eu estava com o visto de trânsito e este tem hora certa para acabar, achei melhor matar o tempo enquanto meu vôo não chegava só DEPOIS de ter me livrado desta parte, só faltava eu passar pela imigração com o visto vencido e aí já viu, haja explicação.

 

A preocupação foi em vão mas achei melhor não arriscar. Não tinha nada de interessante para eu ver ali e eu já estava ficando escolado com essa encheção de saco que se tornou aeroportos com seus intermináveis security-checks e todas as aporrinhações decorrentes disso. Quando eu revisitei a Tailândia, ano passado, fiquei fazendo cera antes de ir pro terminal e qual não foi minha surpresa ao me deparar com uma fila de proporções cubanas para passar pelo detector de metal. E olha que eu já havia feito a imigração e estava andando a esmo, olhando vitrines, people watching e me livrando da moeda tailandesa antes de começar a longa volta para casa. Devia já ter aprendido a lição, afinal na ida tinha sido a mesma coisa, despachei minha mochila em Guarulhos, fui dar uma volta e quando fui passar pela imigração, baita fila. Fica o toque.

 

Na imigração de saída (nossa, essa foi de lascar mas deixa quieto...) da Austrália, quem me atendeu foi uma senhora de cabelos brancos. Não creio que era o caso ali mas em certos países às vezes você depara com pessoas da melhor idade, já aposentadas, trabalhando como voluntários só para ter o prazer de falar com outras pessoas, ajudar, se sentir útil, etc. Uma vez no aeroporto de Auckland (NZ) fui atendido por um casal assim, foram super atenciosos e bastante prestativos e ficavam ali num balcão passando informações básicas e conversando com os perdidos recém-chegados. Naquela vez, bati um papo rápido, tomei um cafezinho e fui até repreendido pela quantidade absurda de açúcar que coloquei no café ! (Se eles soubessem como e quanto eu tomo de café aqui no trabalho acho que teriam um infarto...rs).

 

Entreguei meu passaporte à senhora australiana e fiquei esperando, qual não foi minha surpresa quando ela falou alguma coisa a respeito da qualidade do meu passaporte e, em tom provocativo, perguntou se não havia sido eu que “produzi” o documento.

 

“Se tivesse sido eu a qualidade seria muito melhor e a senhora nunca iria descobrir”, respondi num fôlego só e com uma pitada de sarcasmo apenas para não fugir a regra.

 

Foi a minha vez de receber um olhar obliquo nesta viagem.

 

Antes que ela absorvesse minhas palavras, soltei um sorriso e comentei que na minha saída do Brasil a moça também havia encrespado (e encrespou mesmo !) pelo mesmo motivo mas, como ela podia ver, o passaporte era original, novo e só a foto que estava meio estranha, parecia que havia sido molhada, deixando uma espécie de digital na folha de baixo.

 

Reclamei da qualidade também e disse que havia tirado ele em Brasilia, a capital do país, setor de serviços uma negação com direito a Mac Donalds onde até para sair um simples e “desconhecido” sanduba chamado “Big Mac” demora uma eternidade, para desespero de paulistas apressados, sabe como é... Mas a cidade também tem lá seu lado bom, como tudo na vida.

 

Enquanto carimbava meu passaporte, ela me disse que já havia visto vários passaportes brasileiros e eles estavam ok. “Pois é, pra senhora ver... Mas assim que eu completar mais esse passaporte eu tiro outro”, respondi. "Completar mais esse" ? Ô !! sonho meu...sonho meu... mas se rolar eu tiro o passaporte em São Paulo porque em Brasilia, já viu o nivel né ?

 

Agradeci, peguei o passaporte e fui achar meu vôo. Ainda deu tempo para dar uma olhada no freeshop (que no caso ali estava mais para freechato), andar pra lá e pra cá (nada de interessante também desse lado do aeroporto) e descobrir que dava pra fazer câmbio em “trocentas” moedas estrangeiras mas não me lembro se tinha o real, acho que não. Tem gente perdendo grana, o real brasuca virou moeda de gente grande, Warren Buffet que o diga. Tomara que fique assim (ou melhor) por muito tempo porque eu quero viajar muuuuito ainda nesta vida. Fingers crossed.

 

Mas realmente o que eu queria mesmo era embarcar para Ásia e mais uma vez sentir aquela sensação boa que a viagem estava começando de novo. Fiz uma cera básica até finalmente chamarem meu vôo.

 

Entrei na fila e embarquei num gigantesco Boeing 747 de longo alcance que, assim como eu, não via a hora de levantar vôo e deixar aquele aeroporto.

 

Fui procurar minha poltrona, andei bastante naquele corredor interminável e quando finalmente cheguei no que seria meu assento havia 2 moças nas poltronas vizinhas sendo que uma delas deu uma olhada de espanto quando me viu que deu até medo.

 

Tudo bem, já falei que não me acho (não sou eu que tem que achar, são as mulheres) com essa bola toda mas levar uma olhada daquelas foi de lascar, ainda mais daquela que seria minha vizinha de assento e sofrimento nas longas horas até aterrisarmos em Bangkok.

 

Mas peraí, a garota também não era nenhuma “última cerveja gelada no deserto”, era uma inglesa com um corpo cujo diâmetro era um tanto quanto além da conta. Meu amigo de Londres costuma chamar aquilo de “barriga de cerveja” mas depois de uma trip onde eu atravessei mais da metade do continente mais fascinante da terra (sim, estou me referindo a África. De novo !) com uma galera onde a maioria era de ingleses, costumo chamar aquilo ali de “barrriga de café da manhã”. Vai ver o que esse povo come no desjejum para depois ver se eu estou certo ou não. Se bem que a cerveja tem sua parcela de culpa também...

 

Mas enfim, rechonchudas ou não essas inglesas costumam ser gente finérrimas (por favor, desconsiderem a contradição da frase), ótimas de papo, hiper-engraçadas, boas de copo, desbocadas, debochadas, viajadas, têm sotaque bonitão e são companhias incríveis em qualquer momento, seja em viagens ou não.

 

Aquela que seria minha vizinha se afastou e deixou eu sentar no que provavelmente era o pior lugar do avião. Pensei seriamente em pedir permissão para viajar no banheiro, acho que seria mais confortável e olha que eu não sou de frescura. Pra mim chegando são e salvo no destino é o que importa. O resto é perfumaria. E frescura.

 

A garota, agora com uma cara um pouco mais amigável quando viu minha decepção com o lugar, trocou a expressão de espanto por uma de pena (afinal eu era mais uma pessoa para dividir aquela fileira) e eu ainda sem entender nada. Enquanto estava tentando me achar ela pediu licença e fêz menção de pegar o jornal que estava numa redinha (?!?!) na lateral (?!?!?!?) do avião, aonde deveria existir uma janela.

 

Eu respondi, em australianês mesmo, que estava tudo bem e que caso quisesse poderia deixar o jornal ali, não me atrapalhava em nada. Além do mais eu queria pegar ele emprestado depois, mas isso eu não disse.

 

Ela sorriu, aceitou e deixou o jornal ali mesmo. Nisso fui me familiarizando com o lugar onde eu estava, muuuito ruim ! Era na saída de emergência então pelo menos havia um bom espaço para esticar as pernas mas onde deveria haver a janela não tinha, era “fechado” e a saída de emergência era uma porta com uma saliência escrita “não sente aqui” e que as vezes sempre tem um corinthiano que costuma sentar naquele lugar enquanto espera o banheiro desocupar (sim, o banheiro ficava bem ali ao lado).

 

Não sei explicar (talvez Freud consiga), mas aquilo me dá uma agonia ver aquela saliência onde as pessoas sentam e que não é pra sentar. Sei lá, parece que aquela porta pode abrir a qualquer momento, alguém senta ou encosta numa alavanca qualquer e plaft, abre a porta do avião em pleno vôo e a pressão suga todo mundo, inclusive o jornal da moça que eu ia pegar emprestado.

 

Tá bom, eu sei que a chance disso acontecer é praticamente nula mas quem manja dessa tal porta da saída de emergência em um 747 vai entender o que eu quero dizer. Eu acho. Creio que a fileira era a de número 46, poltrona da “janela”, aconselho a fugir dela.

 

E após apanhar do assento apertado, de tentar achar, em vão, onde estava o que seria o sistema de entretenimento (será que tem tetris ? E filme “assistível”? - menos mal que certamente ali não vai ter filme brasileiro - mas antes eu tenho que achar o maldito monitor. Sim, eu olhei no encosto de braço...), a vizinha inglesa estava tentando achar o dela também (o da amiga não funcionava), dei azar com a não existência da janela, da poltrona espremida mesmo com um bom espaço na frente, da não possibilidade de inclinação do banco (não faz diferença pra mim, não vou conseguir dormir mesmo) afinal era saída de emergência e mais outras coisas que já comecei a me preparar mentalmente para um longo, demorado e desconfortável vôo.

 

Teria eu jogado pedra na cruz ? Que mal eu fiz a Deus ? Nenhum, afinal graças a Ele eu sou ateu. Nesse momento quando eu estava refazendo meus passos até chegar ali, lembrei da pinta de indiano do tiozinho que me atendeu, obviamente todo sorrisos como é característica típica...

 

Tava explicado, tinha quer ser, sabia que havia algo estranho com aquele atendente Zé Ruela afinal deu tudo certo. Mais uma vez eu percebi um certo glow na minha bota mas pode ter sido impressão. De novo ? Enfim, agora era tarde e o embarque estava quase encerrado.

 

Mas eu não estava sozinho na fileira dos renegados, as garotas inglesas também não estavam nada satisfeitas, uma delas tinha algum problema no joelho então pediram com antecedência um lugar com mais espaço para as pernas (na classe econômica ? Coitadas... rs)

 

A solução veio na forma de um cara com traços orientais e que era comissário de bordo. As garotas conversaram com ele explicando a situação e o cara ficou de ver o que dava pra fazer. Conversou com uma comissária que também não pôde ajudar naquele momento e foram falar com o chefe da cabine. Eu aproveitei o gancho e antes deles procurarem o tal chefe eu perguntei se podia mudar de assento também. As inglesas me olharam com cara de aprovação. Já falei que de vez em quando eu dou uma dentro, né ? E sempre no bom sentido, é claro.

 

Minutos depois ele voltou e disse que podíamos todos mudar de lugar porque o embarque havia sido encerrado e tinham algumas poltronas sobrando. As meninas olharam pra mim, agora não com espanto mas com cara de alegria por eu também ter conseguido e nos mudamos de lugar rapidamente antes do chefe mudar de idéia. Bom saber que aquele desprezo inicial não foi pela minha pessoa mas sim com o lugar que eu ia ficar, realmente era de dar pena a qualquer um. “Isso aí não deveria ser uma poltrona, tá mais pra um banco”, exagerou.

 

Acabei conseguindo um lugar legal, uma ou duas fileiras atrás, na fileira do meio e peguei a poltrona no corredor, onde eu gosto de ficar em vôos longos.

 

Nos preparamos e finalmente já era hora de tocar para Tailândia. Bora pra Ásia porque eu quero praia decente com preços mais decentes ainda, meu bolso já tava pedindo arrego !

 

O vôo era quase no fim da tarde, ainda havia sol mas ele já estava se pondo. Devido ao fuso (aquele lance de viajar sentido oeste e ir ganhando tempo), iríamos chegar num horário bacana na capital do antigo Reino de Siam : saí no fim da tarde, voaria por quase uma dezena de horas mas ainda daria tempo de chegar no mesmo dia, no fim da noite. Entenderam ? Então me explica.

 

Apesar de chegar à noite, como eu conheço o destino pra mim não seria nenhum perrengue, mas queria chegar ainda a tempo de pegar o último ônibus do aeroporto diretamente para a famosa Khao San Road, que por sinal eu não agüento mais, é sério !!!!! Pelo menos até minha próxima visita... rs

 

Esse vôo me trouxe boas lembranças pois na primeira vez que fui pra lá eu também cheguei vindo da Austrália. Me lembro como se fosse hoje, assim que o avião decolou o comandante nos deu as boas vindas informando dados do vôo (“ué, mas a gente mal saiu do chão !”) e eu, bobinho de dar dó, pensando “Ô “seu” comandante, por favor termine os procedimentos de decolagem, alinhe o avião, coloque ele numa rota sem turbulência e depois passa os dados do vôo. Esse negócio de apontar o bico da aeronave para o céu e segundos depois já sair falando com os amendrontados passageiros não tá com nada !”. Mas aí me lembrei que era “o” piloto e não “a” piloto e certamente ele conseguia fazer as duas coisas ao mesmo tempo !

 

Atenção mulherada, nada de stress ! Vocês sabem que é brincadeira, né ? rsrsrs

 

O vôo foi demorado e chato, mas depois de nove enfadonhas horas pousamos suavemente sãos e salvos no gigantesco aeroporto da “minha” querida Bangkok que juntamente com a fabulosa Londres é a cidade mais full-on do planeta. Tá bom, nesse quesito posso dar um ponto pra Nova Iorque também. Mas sem exagero.

 

Agora eu posso falar : finalmente a Ásia !

 

Até o próximo relato,

 

Khob kun Krub

 

Abraços,

 

Virunga

 

 

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Oi pessoal, demorou mas chegou.

 

QUARTA PARTE – ÁSIA

 

Sawadee !

 

Putz, ainda não conseguia acreditar que estava pisando na Ásia pelo segundo ano consecutivo ! A região é barata até para brasileiro mas para chegar lá morre uma grana preta, afinal ali é longe pracas, fora de mão e o ticket pode custar uma pequena fortuna pra quem ganha a vida em reais.

 

Por outro lado, pra quem trabalha com turismo – o que não é o meu caso – não deve ser muito dificil pois sempre rolam altos descontos e mamatas e praqueles que trabalham em publicações de turismo então, melhor ainda, afinal nada como o bom e velho jabá para repórteres, jornalistas, editores, etc. Em compensação, para os outros, bem, não tem outra alternativa a não ser ralar bastante e procurar um ticket mais acessível ou quem sabe encaixar numa RTW. Preço por preço, gasta alguns dólares a mais e vai pro abraço, digo, vai pra Ásia. Fazendo assim, uma chegadinha no outro lado do mundo fica mais acessível do que parece, e com direito a colocar mais uns três ou quatro continentes no pacote, além da Ásia propriamente dita.

 

Falando em RTW – afinal esse é o tema principal aqui - um destino como a Tailândia cai como uma luva e fica ainda melhor por causa da relação custo x beneficio. Já que toquei nessa relação, uma vez lá dá para viver muito bem gastando pouco, quer coisa melhor ? Tá bom, então lá vai, uma noite num albergue em Londres pode custar o equivalente a 4 noites numa pousada bastante razoável em Bangkok ou em um bangalô próximo a praia numa ilha paradisíaca praqueles lados.

 

As imagens e informações da última visita ainda estavam frescas na memória, então sabia de cor e salteado os próximos passos. Como já tinha (re)visitado o que queria no ano passado, dessa vez Bangkok funcionaria apenas como um ponto de conexão para as Filipinas, meu principal destino na Ásia desta vez. Estava ansioso não só para visitar um país novo como para realizar um sonho...digo...sonho não (pra mim quem sonha muito não realiza nada, fica dormindo no ponto vendo a vida passar e assistindo Faustão e Big Brother) mas sim uma vontade antiga de interagir com o butanding, o gigante gentil, além de poder checar mais algumas praias – afinal isso aqui são férias - algo sempre benvindo, convenhamos. Apesar do curto espaço de tempo e de ter encaixado o país de última hora, estava curioso para visitar o segundo maior arquipélago do mundo onde os prisioneiros dançam Thriller do Michael Jackson. rsrs

 

Mas antes de partir para as “Filipas” ainda teria uma noite e um dia inteiro em Bangkok, a frenética capital da Tailândia, mais um país que vale uma (uma não, várias) visita por si só. Eu nunca vi ou ouvi falar de alguém que foi pra lá e não tenha gostado (sim, tem os seus perrengues e às vezes o tempo fecha, mas onde não tem ?), todo mundo gosta e motivos não faltam. Na boa, mas pra mim “quem não gosta da Tailândia bom sujeito não é”.

 

Falando nisso, lembram quando falei que a NZelândia deveria constar em qualquer lista de países a serem visitados na vida, seja numa volta ao mundo ou não ? Pois é, podem colocar a Tailândia nessa lista também. Lembrando que tudo que escrevo aqui é a minha simples e humilde opinião; não está em nenhum documento dizendo que uma trip RTW tenha que ter a Tailândia, NZelândia ou sei lá onde no roteiro (se não tiver, sei lá, vai ficar esquisita a não ser que a pessoa já tenho ido antes mas gosto não se discute, se lamenta) como também não está escrito em nenhum mandamento que a pessoa tenha que ficar em acomodações de 2 dólares para provar que é mochileiro hardcore ou outra bobagem do gênero. Uma vez na Tailândia, viajar para a antiga Indochina que hoje compreende o Vietnam, Camboja e Laos, como diria uma ex-colega de trabalho made in Fortaleza, é “melzinho na chupeta”.

 

Agora quanto as praias tem um pequeno porém... quem quiser ir eu aconselho a pisar no acelerador porque depois do que eu vi em Koh Phi Phi no ano passado, fiquei assustado. Pra quem acha que o Tsunami arrasou com a ilha (eu já conhecia ela antes da tragédia) é porque não viu o que a mão do homem foi capaz de fazer, o tsunami simplesmente adiantou o serviço, incrível ! Dá-lhe ganância.

 

Se já não bastasse a destruição que as forças da natureza foram capazes de fazer com o lugar, o homem simplesmente foi lá e deu o golpe de misericórdia. Melhor se apressar porque do jeito que tá não vai sobrar nada. Daqui a pouco tem Starbucks, MacDonalds, aeroporto com vôos diretos da Europa e China, porto para receber navios de cruzeiro e por aí vai...

 

Mas nem tudo são espinhos afinal lá ainda não tem carros circulando, o lugar, turístico ou não, ainda tem uma vibe incrível, é relativamente fácil de chegar, se souber procurar tem acomodações bem legais com preços camaradas (mas que infelizmente estão ficando salgadas para o bolso pois alguns lugares estão substituindo o ventilador de teto por ar condicionado e isso reflete nos preços das diárias), as praias continuam belas, Maya Beach, na ilha vizinha, é um cartão postal em 3D e para fechar com chave de ouro, as suecas continuam indo em bom número. Ah, as suecas...

 

E olha que nem comentei do norte do país...Como eu disse, a Tailândia merece uma visita por si só.

 

Pois bem, depois de um vôo longo era hora de esticar as pernas e o aeroporto de Bangkok é o primeiro lugar para isso. Explico : o aeroporto é gigante e a pessoa anda uma eternidade, ainda bem que por ser um aeroporto modernão ele tem aquelas esteiras rolantes.

 

Falando em aeroporto de Bangkok, com o tempo a gente vai se tornando íntimo dele pois uma vez na Tailândia, se a pessoa souber fazer direito (sempre no bom sentido, é claro...) ela vai está toda hora passando por ali devido a facilidade, praticidade e principalmente as ofertas de passagens baratas pra tudo quanto é canto.

 

Bangkok recebe vôos de todo o mundo e isso ajuda a empurrar os preços para baixo, alguém aí já ouviu falar em concorrência ? Pois é, mais ou menos isso. É incrível como é fácil e barato adquirir passagens para lugares que só ficam na imaginação da maioria dos mortais : Maldivas, Nepal, Mianmar, China, Índia, Vietnã, Laos, Borneo, Filipinas, os já conhecidos Austrália, Europa, States e a lista vai longe. Daqui a pouco vai ter passagem até para o espaço... É só procurar que você sai dali com um ticket que lhe dará inúmeras alegrias e que não vai quebrar a banca.

 

Eu estou paquerando um ticket pras Maldivas faz tempo (só paquerando mesmo porque casar...) e lá tem vários, inclusive com direito a uma parada no Sri Lanka, a Índia light, por exemplo. É fácil viajar, literalmente, quando você está num lugar assim. Por isso que não vale a pena pagar o preço de um rim por certos tickets publicados e que passam a falsa impressão que viajar para lugares legais é apenas para o$ outro$, e não para a gente.

 

Lembram quando eu disse sobre as maneiras de viajar RTW ? Pois é, tem que saber escolher senão vai ficar em casa sonhando para sempre. Ou gastar uma boa parte da grana que poderia ser muito melhor utilizada.

 

A caminhada foi longa mas eu não estava nem aí, não é todo dia que a gente desembarca em Bangkok vindo da Austrália, então eu não podia reclamar. A lamentar apenas o mico que cidadãos de certos países têm que passar quando chega lá, inclusive brasileiros. Por conta dessas idiotices mundiais, quem tem passaporte brasuca antes de passar pela imigração tem que ir numa espécie de estande médico para mostrar o certificado de vacinação contra a febre amarela.

 

Baita mico e perda de tempo, vai por mim. Todo mundo indo para imigração e você procurando o controle de saúde como se tivesse uma doença contagiosa. Na minha primeira visita eu pensava que era só mostrar o atestado internacional de vacinação para o cara da imigração e um abraço mas não é apenas isso pois “não basta ter o atestado, tem que carimbar a papelada”. Brasileiro no exterior sofre...mas se diverte.

 

No ano passado eu fui dar uma de Migué e me dirigi direto para imigração (eu já tinha feito isso, mas na ocasião eu entrei na Tailândia por um outro aeroporto), tive que fazer meia volta e achar o tal quiosque. Fica o toque : antes de seguir para a imigração passe antes numa espécie de estande com uma placa enorme e “dedo-duro” com os dizeres HEALTH CONTROL, preencha os papéis e pegue o seu carimbo.

 

Não sei se tem a ver ou se cabe aqui mas como eu gosto de assuntos polêmicos, vou aproveitar a brecha e dar um pitaco referente a importância de falar inglês numa trip para o exterior, principalmente numa que demanda “um pouco” mais de planejamento como uma rtw.

 

Como a idéia aqui também é acordar sonâmbulos e incentivar as pessoas a saírem da zona de conforto e se jogarem numa RTW (o barco está muito mais seguro na marina, mas não foi para isso que ele foi feito) de forma inteligente, segura e econômica, meu pitaco é o seguinte:

 

Não saber falar inglês é tão vergonhoso quanto não saber nadar, andar de bicicleta ou mesmo dirigir. Traduzindo: não tem nada demais, não é nenhuma doença e a pessoa jamais deve deixar de fazer algo ou realizar um sonho de viagem por causa disso, porém é bom que ela tenha consciência que em certos momentos a trip pode ficar um tanto limitada e às vezes até meio comprometida, mas isso não significa que a pessoa não vai curtir. Se joga !

 

Tente melhorar o nível do seu inglês, claro que na maioria das vezes não tem a ver com saber ou não falar um idioma, mas parece que tem brasileiro que adora passar passar por bobo da corte (não só brasileiro, eu sei), espero que NÃO seja o seu caso. Ninguém nasceu sabendo e você vai falar com sotaque afinal todo mundo tem, até os ingleses (meu favorito, por sinal).

 

Quanto melhor sua desenvoltura no idioma de Shakeaspeare maior vai ser sua interação e aproveitamento da trip. Rudimentos básicos de inglês já é um começo mas às vezes não são suficientes. Também não adianta ter feito não sei quantos anos de aulas de inglês, ter tirado notas altas nas provas e travar na hora “H”. Melhor “tirar a virgindade” (grifo meu) do seu inglês antes de partir.

 

Para isso, meta as caras, os albergues pelo Brasil são os melhores, mais divertidos e mais baratos lugares para treinar o idioma da rainha. O gringo vai se esforçar mais pra te entender na tua terra... e aquela gringa gata também. Aproveite, não é muito do feitio deles fazer isso, mas a história muda quando eles estão viajando. Além do mais, você vai treinar/melhorar se divertindo, mas é claro que você precisa ter uma base, né ?. Se a coisa complicar, relaxa, você tá no Brasil e aqui é você quem dá as cartas. Já me hospedei em hostel aqui no Brasil que de brasuca, além de mim, só tinha o pessoal que trabalhava lá, precisa mais ? E ainda rolaram altos romances... adoro albergues. E as gringas que os habitam também.

 

Leia bastante, pegue um assunto que você goste, isso vai te ajudar a fixar certas estruturas do idioma e incrementar seu vocabulário. E ler é sempre um ótimo hábito, pelo menos para as pessoas mais inteligentes e antenadas. Espero que seja o seu caso.

 

Veja como mais um obstáculo dentre vários que nós, brasucas assalariados, temos quando resolvemos encarar uma trip para fora e, convenhamos, somos escolados para enfrentar obstáculos desde que nascemos num país como o nosso. Um a mais ou a menos não vai fazer tanta diferença assim, vai ? Sim, pode ser estressante mas arrumar grana pra viajar pra fora também é, a não ser para a turma dos “unidos do jabá”.

 

Caso ache necessário, não tenha vergonha de viajar com um dicionário, um livro de frases ou um tradutor. Quando fui para um país de língua inglesa pela primeira vez, não levei e no primeiro dia tive que sair em busca do bendito depois de ter almoçado com colher e faca (a outra opção era palitinho) por não saber falar “garfo” em inglês. Sim, poderia apontar mas quando me dei conta já era tarde.

 

Hoje não preciso mais levar (eu perdi o meu dicionário mas se encontrá-lo vou deixar na mochila, just in case) mas isso não significa que eu saiba tudo que leio ou ouço. Sou exigente comigo mesmo e acho que tenho que melhorar bastante, mas sei que estou no caminho certo.

 

Sempre que posso aproveito as oportunidades para ampliar meu vocabulário, o que faço com gosto, ainda mais no meu caso que sempre gostei de inglês e sempre tirava boas notas naquele inglês pra lá de básico no colégio. Segundo uma pessoa entendida no assunto, se você souber 400 palavras de um idioma já dá pra se virar.

 

Acho meio ridículo esse lance de viajar em intercâmbio para estudar e “ficar distante de brasileiros” (engraçado eu citar isso, né ? olha quem fala... rs). Quem vê pensa que o brasileiro vai sair detonando no inglês por causa disso. Coitado. Outra coisa, quando a porca torcer o rabo (e vai, logo no início) quem vai te ajudar ? O gringo com pinta de surfista de Malibu ? A loirinha inglesa com o espetacular british accent ? Que nada, papinho groselha mesmo; minha simples opinião. Obviamente você não precisa sair a caça de um conterrâneo salvador quando chegar na escola mas nem precisa. Ele vai te achar.

 

Cuidado com intercâmbios, tem jeito muito mais fácil, divertido, EFICIENTE e barato de dar uma melhorada no idioma (eu já citei no começo do pitaco) principalmente se você já tiver uma base, o que boa parte dos brasileiros que viajam para fora têm. Ou acham que têm. Quem fôr estudar no exterior (se tiver a oportunidade, vai com fé. Estudar nunca é demais e a experiência lá fora então, nem se fala, é imensurável), cuidado com a empolgação inicial (muito normal, por sinal) e não saia pagando adiantado trocentos meses de curso e de acomodação, rola uma indústria grande por trás disso e pode ser roubada. Dia desses explico.

 

Achei um absurdo quando nosso iletrado presidente ganhou aquele prêmio “Dom Quixote” ou algo que o valha por incentivar o “super útil” espanhol aqui no Brasil. Sou suspeitíssimo pra falar porque se eu já não tinha um conceito especial pela Espanha (adorei Barcelona e pretendo voltar lá se a Sagrada Família terminar nesse século e eu ainda estiver vivo. Ah, gostei de Toledo também) e piorou ainda mais depois daquele episódio quando começaram a mandar os brasucas de volta pra casa. Claro que não se deve julgar o país inteiro por causa de um ou outro evento isolado mas ficou entalado. O troco veio com a crise mundial... Por motivos diferentes, Espanha e Portugal não entram na minha lista, pessoal e intransferível, de países a serem visitados, o que não quer dizer que isso não venha a mudar, principalmente com Portugal.

 

Se o Brasil quiser realmente fazer parte do andar de cima terá que incentivar o idioma inglês nas escolas e não o espanhol.

 

Uma questão de visão. Espero que com a Copa e as Olimpíadas (valeu Rio !) as coisas mudem nesse sentido também. Eu duvido mas vamos esperar pra ver. Dia desses eu li uma matéria que vai ser obrigatório o inglês na rede municipal lá no Rio. Espero que a moda pegue.

 

Assim como dar uma volta ao mundo, aprender ou melhorar um idioma (ou qualquer outra coisa) precisa de uma coisa que pra mim está bem claro : GRANA ? Nem tanto, isso vem depois. Tem algo mais importante na frente : ATITUDE !

 

Pronto, acho que era isso. Certamente tem mais coisas afinal esse assunto sobra pano pra manga mas no worries, mate, jamais deixe de realizar seus sonhos de viagem por causa disso. Caso aceite minha singela sugestão, se puder dar uma melhorada pelo menos no básico e tentar passar da fase do the book is on the table vai fazer uma diferença enorme e aumentará bastante seus horizontes. Funcionou pra mim. Enjoy your trip !

 

Segue o jogo.

 

Fui ao tal estande pegar meu carimbo, acordei a moça que estava dormindo atrás do balcão (ainda bem que sempre tem alguém fazendo plantão ali, na minha primeira visita foi um sufoco achar uma sala com enfermeiro), ela me deu uns papéis para preencher, rabisquei qualquer coisa, peguei meu carimbo, tomei meu rumo e ela voltou pro sono interrompido. Dessa vez foi rápido mas na segunda visita, voltando das Filipinas, as coisas foram mais enroladas. Depois eu conto.

 

Me dirigi à imigração e rapidinho tive a passagem liberada. Dali, peguei minha mochila que como sempre acontece no aeroporto de Bangkok sai lá na última esteira, uns 2 kms de caminhada... rsrs

 

Como eu disse, o aeroporto de Bangkok é moderno e bem grande porém ele tem uma simplicidade singular e é bem fácil de lidar. Mais ou menos como uma viagem no estilo mochileiro, não tem espaço pra frescura mas não significa que tem que ser um perrengue do começo ao fim.

 

Fui liberado também de passar pelo raio-X e assim que atravessei a porta - PQP estou em Bangkok ! - fui trocar alguma grana e me dirigi apressadamente ao ponto de ônibus para pegar o último do dia com destino a região da Khao San Road, a rua dos mochileiros. Paguei pelo ticket 4 vezes menos do que o mesmo serviço em Sampa. E depois ainda me perguntam porque eu não gosto de viajar pelo Brasil... Falando nisso, fiz uma simulação dia desses e a passagem saindo de Sampa para Fernando de Noronha era mais cara do que uma passagem com destino ao Tahiti... Como pode ?

 

Subi no ônibus, deixei minha mochila no bagageiro e sentei lá atrás, curtindo o ar condicionado porque para variar a cidade estava um forno, e olha que havia chovido, dava pra ver as ruas ainda molhadas. Como sempre acontece, a maioria dos passageiros ali (maioria não, todo mundo) era de mochileiros. Uns haviam acabado de chegar de longe, como as duas amigas americanas que estavam curtindo tudo, e outros nem tanto, como a canadense riponga que estava sentada perto de mim, com cara de cansada e que pelo tipo já estava na estrada fazia tempo.

 

No caminho, o de sempre : cidade grande, muita coisa pra ver, algumas legais outras nem tanto (eu gosto de tudo, pra mim só o fato de estar ali tá bom demais) mas sempre fascinante por ser tão diferente, letreiros, shoppings, linhas de trem, taxis rosas (?!?!?!) , estradas suspensas tipo minhocão de Sampa que se esteticamente estão entre as construções mais feias da face da terra (os prédios com design soviético em Brasília não contam), no quesito eficiência elas nadam de braçada. Verdadeiras vias expressas a vários metros do chão aliviando bastante o trânsito sempre caótico de uma cidade do porte de Bangkok, a capital da Tailândia.

 

Outra coisa que dá pra perceber num trajeto desses são as placas bilíngüe, com a bonita, engraçada, indecifrável e exótica escrita da Tailândia (só pra ver mesmo porque ler aquilo, sem chance). Legal também é presenciar um local escrevendo, pura obra de arte, como são esses alfabetos que não tem grafia romana.

 

Se os letreiros e placas não fossem escritos em thai e inglês, me sentiria um analfabeto. Eu e quase todo mundo que visita a cidade.

 

Acordei dos meus pensamentos lingüísticos quando ouvi uma voz esquisita, não soube identificar se vinha de um homem, mulher ou hibrido. Era o último. Benvindo a Tailândia.

 

Por Buda, cadê a garota que estava conferindo os tickets quando entrei no ônibus ?

 

Só sei que ela tinha evaporado e no fim da noite abafada e chuvosa de Bangkok um cidadão alegre e cheio de trejeitos começou a falar num inglês enrolado que leva um tempo para entender, que aquele ali era “de-last-bããs-tu-khao-san-load...” e mais outras coisas como as paradas, perguntou quem ia pra onde, quanto tempo demorava pra chegar e outras informações pertinentes ao percurso.

 

Algumas meninas ouviram com atenção, a canadense rodada riu e já devia estar acostumada afinal praqueles lados é comum ver rapazes alegres cheios de trejeitos. Cada um é cada um. No final, todos nós agradecemos a simpatia e o esforço do jovem e cada um voltou a curtir a paisagem. Pois é, dizem por aí que “tem pai que é cego”…

 

Devida a avançada hora da noite, o ônibus não tardou a chegar no destino final. Aos poucos as pessoas foram chegando nas suas paradas, a canadense desceu onde eu deveria ter descido mas como sempre acontece, antes de eu chegar na minha acomodação em Bangkok, eu gosto de dar uma passada na Khao San e ver aquela sua muvuca característica e, obviamente, a qualidade e quantidade do mulherio que ali está sempre bombando.

 

Assim que desci do ônibus, nem dei trela para os caras que vieram sedentos oferecer acomodação e saí andando. Dei uma passada pela rua famosa entre os mochileiros de todo mundo, não havia mudado nada, continuava bombando mas eu não vi os vendedores da famosa banana-pancake, a mais gostosa do mundo. Estranho.

 

Apesar do horário, eu não era o único que andava com mochila nas costas, afinal isso aqui é Bangkok e sempre tem gente chegando e saindo praticamente 24 horas por dia. Vai ser full-on assim lá na Khao San Road !!!!

 

Já que não achei a tal banana-pancake, fui de suco natural de laranja - também o mais gostoso do mundo - que é vendido por simpáticas e sorridentes senhoras e moças em garrafinhas de plástico de dois tamanhos.

 

Confesso que tem um gosto forte de tangerina com uma cor também forte e muito bonita. Suco natural, hiper-mega-super doce, simplesmente delicioso e natural. Pra mim, juntamente com água de coco (que muito gringo não conhece ! Gringo, sabe como é... ) e caldo de cana (tenho cá minhas dúvidas se os gringos conhecem...), esse suco vendido nas ruas de Bangkok formam a trinca de ouro das bebidas mais saborosas do mundo.

 

“Pipty baaaaht”(*), falou a moça já abrindo o sorriso, no que respondi caprichando no inglês com sotaque tailandês yes, pleeeeeeease. Thank yooouuuuuuu. Kob-kun kraaaaaaab. A gargalhada foi geral.

 

Feito isso, me dirigi ao hotel/pousada um pouco mais adiante onde costumo ficar porque se hospedar na cara do gol, em Khao San Road, acho que ninguém merece.

 

No caminho despachei alguns insistentes motoristas de tuk-tuks, que àquela hora da noite ficam oferecendo para levar os turistas nos inferninhos em Patpong, e continuei minha caminhada. Passei na frente do hotel onde me hospedei na minha primeira visita e que tem um restaurante bacana, bem freqüentado (só dá brota) e que rola um som muuuuito legal.

 

Segui meu caminho com a cabeça super feita – PQP, estou em Bangkok. De novo !!! – olhando os bares, mesinhas no meio-fio, restaurantes precisando de reforma ainda com uma clientela, alguns já reformados com as placas indicando os filmes piratas que eles passam o dia inteiro, vendedores mil, barracas de comidas uma ao lado da outra, quase empilhadas, aquela bagunça que eu gosto e me divirto, um monte de gente indo e vindo, a maioria estrangeiros, alfaiatarias com os modelos de roupas das vitrines implorando para serem trocadas pois já deixaram de ser moda há uns quinze anos (séculos ?) com uns ternos de playmobil (eu que adoro e uso terno para trabalhar fico indignado !) e que só indiano curte (geralmente os donos e alfaiates desses dessas lojas têm pinta de indiano e pelo que eu sei eles fazem roupas bacanas, como ternos bem cortados. Basta levar a foto com o modelo que você quer e boa sorte ! Mas pesquise bastante antes), becos, ruelas e finalmente cheguei na rua que queria onde só tem espaço para um carro passar bem apertado e nem tem calçada.

 

Cheguei no meu hotel, cumprimentei os coitados e cansados garçons e garçonetes do restaurante que funciona “48 horas por dia” (já falei que Bangkok é full-on), né ?), conversei com a moça da recepção, dei uma chorada no preço (pouca coisa, não sou israelense e nem gringo, era só pra arredondar mesmo afinal a alta temporada estava terminada, tinha quarto sobrando e o preço era para mochileiro) e assim paguei a mesma coisa que no ano passado. Como eu não queria ficar lá no último andar num prédio sem elevador, paguei uma merreca a mais e fiquei num andar baixo.

 

Acertei também um late check out para assim poder passar o dia seguinte tranqüilo e só deixar o hotel na hora de ir para o aeroporto, pois meu vôo era bem tarde da noite.

 

Depois foi só tomar aquele banho após um dia longo e...cama. Nem deu tempo de lembrar que naquele mesmo dia eu amanheci em Sydney...

 

Valeu galera, até o próximo relato afinal a Ásia está só começando.

 

Abraços

 

Virunga

 

(*) Não me lembro do preço, se foi "pipty" ou "tuenti", mas é muito barato.

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