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Relato de Viagem RTW / (Volta ao mundo)


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Tirando os chatos Japão, USA, Canadá e mais alguns, a maioria dos outros vistos tira na estrada mesmo, o da India dá pra tirar em Bangkok sem encheção. O passaporte brasileiro é muito melhor do que parece.

 

Interessante como a gente aprende, né ? Uns gastam no mínimo 10 mil reais antes de sair de casa, eu procuro gastar na média isso na trip inteira. Dependendo da rota dá até pra voltar com um bom troco já pensando na próxima.

 

Mas cada caso é um caso, tem tanto “depende” na equação que nem vale destrinchar e o que funciona para uns pode não funcionar para outros; muitas idéias, conceitos, gostos, visões diferentes, isso para não falar do tempo, estilo de viagem, época, destinos, sentido, etc.

 

Mas o negócio é pesquisar, aprender, bater cabeça e o mais importante, encarar o desafio e partir.

 

Esses links eu já conhecia, talvez com exceção do priceline, valeu pela dica. O de Dubai eu vi aqui também, baita rolo e grana pra conseguir o visto. Dá um bizu numa tal de geckos adventures, versão baixo custo da Peregrine.

 

Falando nisso, você vai sair com tudo marcado ?

 

Valeu

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  • 4 semanas depois...
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Oi pessoal, tudo bem ?

 

Desculpem a demora em dar continuidade ao relato, principalmente para aqueles que acompanham a saga desde o começo. Sei que não sou apenas eu mas detesto sites, blogs, matérias ou relatos que ficam pelo meio do caminho, para mim eles perdem a credibilidade e não vou deixar que isso aconteça aqui. O que, já aconteceu ? Aham...sei. Paciência, vou postar assim mesmo. rsrs

 

Antes de seguir com o relato (já vou avisando que vai ser longo então podem preparar a pipoca e aproveitem para tirar as crianças, as freiras e os cardíacos da sala) e para compensar o longo hiato, dêem um bizu nessas fotos abaixo :

 

20101213224451.JPG

 

20101213224515.jpg

 

Doido né ? Também acho. O que elas têm a ver com a trip ? Segura aí que eu conto depois.

 

Mas enfim, como diria Odorico Paraguaçu “vamos deixar de lado os entretantos e partir para os finalmentes” então bora logo para mais um trecho dessa trip volta ao mundo, com vocês a famosa e decepcionante Boracay.

 

Sobe o som !

 

Ah, quase esqueci, como o relato tá beeeeem atrasado isso significa que o final da história com a americana eu deixo para a imaginação de vocês, além do mais isso aqui é um site de família, né ?

 

Por motivos que só uma cia aérea seria (in)capaz de explicar cheguei em Boracay por um outro aeroporto que não era o que estava impresso no meu ticket. Nada de emergência ou algo assim (vira essa boca pra lá !) mas como as autoridades de aviação das Filipinas me pareceram clonadas dos órgãos (ir)responsáveis pela aviação brasuca (seria a Infrazero ?) então nem encanei. Como diria o Barão de Itararé "há algo no ar e não são os aviões de carreira".

 

Eu sabia de antemão que havia dois aeroportos de acesso à Boracay e como sempre acontece um deles ficava bem mais afastado do destino em si (nesse caso acho que o aeroporto ficava quase no Camboja), o que para quem está sem tempo não é lá muito interessante mas isso até um recém-nascido sabe. Pra falar a verdade na maioria dos casos eu nem me importo muito com isso, Viracopos à parte.

 

Aproveitando a deixa, se o aeroporto secundário mais afastado de Boracay ficava quase no Camboja acho que o de Viracopos ficaria quase em...deixe-me ver... Anchorage no Alaska ? O trajeto até lá parece que não termina nunca, pensei seriamente que o ônibus que me levou para Viracopos não tinha mudado de idéia e iria me deixar já em Brasília. Mas tudo bem, de graça até ônibus para Viracopos. E se o preço da passagem compensar dá até pra relevar. Mas isso também até um recém-nascido sabe.

 

Apesar de eu me considerar um viajante movido a preço (pobre viajando é uma coisa mesmo), quando comprei a passagem decidi que fecharia naquele vôo que pousasse no aeroporto mais próximo para evitar perda de tempo entre deslocamentos e assim ganhar mais tempo de praia e sol.

 

Esse negócio de passar mais tempo deslocando-se de um lugar pra outro do que curtindo os lugares eu deixo para o turista-ticante, aquele que não viaja para visitar e curtir mas sim para ticar um lugar da lista (em Veneza tá cheio...), que vai para Europa tirar foto no esquema 15 x 20, ie, 15 países em 20 dias.

 

Se a pessoa estiver satisfeita e feliz viajando desse jeito que assim seja afinal não tem forma certa ou errada de viajar, o que existe é a maneira de cada um e com o tempo a pessoa vai pegando o jeito e sacando o que mais lhe agrada, simples assim.

 

Como viajando RTW eu consigo economizar uma boa grana na parte aérea que dependendo das condições de temperatura, pressão, rota, época e alguma sorte se bobear ultrapassa o valor dos gastos da parte aérea de outra RTW. Só para vocês terem uma idéia nessa minha última RTW fazendo uma conta de padaria eu creio que minha economia bateu na trave dos US$ 2.700,00, deixando ela beeeeeeem mais acessível e consequentemente possível para assalariados brasucas como eu e você, afinal uma coisa é pagar 5 mil reais (ou menos) no trecho aéreo de uma volta ao mundo e outra coisa é pagar 5 mil dólares (ou mais). Mágica ? MBA em Finanças ? Que nada, algum cérebro e muito bom senso..

 

E a economia só não foi maior porque meus roteiros exigem uma certa logística. Exemplo ? Upolu com Yangshuo, Tahiti com Filipinas, Nepal com Fiji, Ngorongoro com Cuzco, Bali com Londres, Coroico com Queenstown, Machu Pichu com Jerusalem, Paris com Bangkok, Sydney com La Paz, Kruger Park com Phnom Penh, Deserto do Saara com Perito Moreno, assustadoras corredeiras assassinas do Zambezi com tranqüilas sessões de snorkeling no Blue Hole no Mar Vermelho e por aí vai (eu particularmente adoro os contrastes que uma trip dessas proporciona) e tudo isso num custo x beneficio imbatível, basta vontade e não ter medo de arriscar, como tudo na vida.

 

Essa lipoaspiração nos custos significava que eu tinha gordura de sobra para queimar na conta "despesas com vôos" mas é claro que não queimo essa gordura voando pra cima e pra baixo pois prefiro usar esse dindin economizado para pagar outras despesas e ainda voltar com troco.

 

Digo e repito, viajar volta ao mundo tá tão fácil e acessível que até brasileiro pode fazer. E nem precisa vender um rim para pagar a fatura.

 

Goethe disse uma vez “Saber não basta, devemos aplicar. Desejar não basta, devemos fazer”. Se tem um sonho que parece impossível mas que é perfeitamente realizável é uma volta ao mundo. Acho que viajar RTW é aquele sonho impossível mais fácil de ser realizado e olha que eu nem bico muito esses lances de sonhos e tal, na maioria das vezes eu acho que ficar sonhando demais mostra que a pessoa dorme demais, acordado ou não. Já que vai ficar só no sonho ao invés de correr atrás então é melhor, mais seguro e mais barato comprar um pijama. Pode comprar uma tv de LCD e ficar assistindo programas de viagens também.

 

E falo mais ainda, nunca antes na história desse país (tudo bem, a cotação do dolar já foi quase igual ao real, ali sim tava bom) foi tão acessível viajar, se souber procurar tá cheio de promoções por aí, tem passagens por preços interessantes (Austrália por R$ 2.000,00 tá bom demais. E por esse preço...nossa...até a Austrália. De lá é só partir pra um lugar mais legal...), o dólar tá barato, o mundo tá em crise, a gringaiada finalmente está descobrindo como é viver fora da bolha e e nessas a gente pode aproveitar e lavar a égua. O mundo tá aí e o negócio é nadar de braçada. A hora é agora.

 

E digo mais (ihh, lá vem...), é na crise que aparecem as melhores oportunidades e de crise nós somos PHD afinal vivemos numa há 510 anos e tiramos de letra. Quer dizer, “tiramos de letra” é modo de falar afinal o Brasil não atravessa crise, ele é a própria crise.

 

Se souber fazer direito (eu ainda continuo aprendendo), eu arriscaria a dizer também que é o sonho mais acessível também. Dia desses eu explico mas já vou avisando : “um homem pode levar um cavalo até a água mas não pode forçá-lo a beber”.

 

Para a minha sorte, quando comprei meu ticket o aeroporto mais próximo contava com os melhores preços e horários porém acho que nem preciso dizer que não foi bem isso o que aconteceu afinal pousamos no aeroporto que ficava mais afastado de Boracay, aquele quase lá no Camboja. Alguém aí já ouviu falar naquela célebre frase “alegria de pobre dura pouco” ?

 

O vôo foi muito bom e do jeito que eu gosto : curto e sem turbulência, mesmo sendo um daqueles diet flights bem no estilo no money no grub no cry. Depois daquele starving flight entre Nova Iorque e Los Angeles lá no começo da trip e que foi quase 7 vezes mais demorado eu aprendi a lição.

 

Mas convenhamos, com o nível da comida servida nas cias aéreas achei que foi um ótimo negócio. Acho que poderiam reconsiderar a pergunta “frango ou carne ?” e substituir por “plástico ou borracha ?” mas pra falar a verdade eu nem ligo muito pra isso afinal eu não viajo pra ficar voando e reclamando de avião, reclinação do assento (acho que tinha que ser travado e não deveria reclinar, salvo para vôos mais longos), distância entre os mesmos (a não ser quando forçam muito a barra como a Webjet, ali até anão ou bebê de colo ficam apertados), rango, comissárias que, coitadas, muitas vezes são confundidas com babás de gente chata (as da Azul são gatinhas, às vezes a Webjet tem umas bem jeitosas que dá até pra relevar o sotaque), serviço de bordo, quantas vezes passaram com toalhinha quente, tamanho da pedra de gelo (já vi isso !), se o tapa-olhos combina com as meias fornecidas, cor do fone de ouvido, se minha mala foi a primeira ou a décima segunda a sair na esteira de bagagens, design da necessarie e outras viadagens.

 

Além do mais, estar numa viagem e ficar reclamando é papo de gente chata que não viaja, por mais conflitante que possa ser. Não gostou vai de ônibus ou freta um Gulfstream G650 que tá saindo do forno, só não se esqueça de me convidar para dar uma voltinha. Pode ser ao mundo.

 

Fico tão feliz por viajar que para mim tendo o básico tá bom demais, aqui não tem frescura não, simples assim, e olha que nem comentei que eu adorei a Ryanair. Falei que pobre viajando é uma coisa mesmo...

 

Voamos num turbo-hélice ATR, aquele avião valente que faz parte da frota da TRIP e em breve da AZUL também. Chegando no tal aeroporto mais afastado fui pegar minha mochila e depois de uma pequena confusão típica de vôos errados fomos encaminhados para uma van providenciada pela cia aérea que iria nos levar para a marina de onde saem os barcos em direção à Boracay. Adoro ilhas.

 

O trajeto demorou umas duas horas com o motorista voando baixo; é incrível como certos motoristas dirigem como verdadeiros maníacos. Não que a brasucada (ou outros irresponsáveis mundo afora) não dirijam no estilo nem-te-ligo para a vida dos passageiros mas PQP, tudo tem limite, até velocidade. Quer dizer, deveria ter porque limite de velocidade no sudoca asiático acho que não existe.

 

Curvas cegas feitas com o pé baixo são a norma, mão na buzina também mas nas Filipinas eu não vi muito disso. Em compensação lugares como Nepal e China (para ficar na Ásia), meu d´s, q diabos é aquilo ? Freio pra quê ? O negócio é meter a mão na buzina junto com o pé no acelerador e pedir proteção pra Buda, que apesar de nem apitar muito assim nas Filipinas faz muito bem seu trabalho de anjo da guarda do asfalto porque por mais incrível que pareça não vi acidentes nas estradas, deve ser porque quando tem não sobra nada.

 

Acho que quando o Rubinho se aposentar poderia ministrar palestras em certos corners do mundo para mostrar que dirigir em alta velocidade colocando a sua e a vida dos outros em risco não está com nada, melhor deixar isso com quem sabe, o que não é o caso dele afinal o cara não sai da primeira marcha (também nas descidas) e só anda com o freio de mão puxado. E depois reclama que o câmbio sempre quebra...

 

Quer alguém melhor para palestrar sobre como dirigir devagar e com (alguma) segurança ? Correr pra quê ? Rubinho na cabeça.

 

Enfim,

 

Depois de duas horas de curvas intermináveis feitas às cegas por um motorista nó-cego, finalmente chegamos na marina. Esperamos um pouco, pagamos uma taxa de sei lá o quê e pegamos um barquinho engraçado que nos levaria até Boracay.

 

Atravessamos o relativamente estreito braço de mar e chegando na ilha, bem, não achei lá essas coisas pelo tanto que falam do lugar mas nada de opiniões precipitadas, mesmo eu sendo uma pessoa que no primeiro contato já traço logo um rascunho bem apurado do lugar como se soubesse previamente tudo o que tem pra ver e fazer, o que vale e o que não vale.

 

Intuição ? Pesquisa prévia ? Muito planejamento ? Sexto sentido ? Pressentimento ? Presságio ? Dom ? Blefe ? Truco ? Antecipação dos fatos ? Conclusões prematuras ? Estágio com a mãe Diná ? Bola de cristal ? Emails de alguma Entidade do Além ? Tarot ? Jogo de búzios ? Astrologia ? Futurologia ? Devoção total aos guias, blogs, relatos, sites e revistas de viagens na época em que essas últimas eram menos requentadas e mais interessantes ? Que nada, chute mesmo.

 

Após a curta travessia do braço de mar, assim que aportamos na pequena marina rapidamente fomos abordados pelas hienas que sempre aparecem em momentos assim oferecendo serviços não requisitados e nos quais despachei-os logo de cara dizendo claramente e em uma só voz : “o que é isso companheiro, muito caro ! Tá pensando que eu sou o quê, filhinho de papai, blogueiro, expatriado, jogador de futebol, twitteiro, gringo, pagodeiro, apresentador de programa de viagens, político, surfista ou funcionário público ? Tá me estranhando meu chapa, eu trabalho ! E muito para poder estar aqui, dinheiro não nasce em árvore que é só balançar que cai”. Muita calma nessa hora, um pé na cautela e outro na jaca, se necessário...

 

Desnecessário dizer que eu não tinha a mínima idéia se o preço estava bom ou não e pra falar a verdade eu não tinha a mínima idéia de nada, nem do câmbio da moeda quanto mais do preço da condução mas sabia de cor e salteado que esses tipos estão sempre tentando te ludibriar não importa se é Cairo, Kathmandu, Dar Es Salam, Cuzco, Nova Iorque, Sampa, Bali, Cancun, Quito ou nesse caso em especifico, Boracay.

 

Tirando aquele período da manhã entre o soar do alarme do relógio-despertador e o segundo copo de café (grande e com muito açúcar), já no trabalho, eu me considero um cara bem tranqüilo, educado e mais simpático do que meus longos e às vezes um tanto ásperos, provocativos, interessantes, belicosos, espaçosos, escancarados, tendenciosos, folgados, instrutivos, verdadeiros, demorados, irônicos, bem-humorados, sábios, auspiciosos, inteligentes, maldosos e, obviamente, bastante modestos relatos dão a entender, podem acreditar (Putz, esqueci de desligar o sarcastic mode on !!!! Brincadeira...) mas essa é uma daquelas situações que me tiram do sério (tá bom, ninguém perguntou mas vou falar assim mesmo : as outras são computadores que dão pau, acordar cedo, pessoas muito dependentes, mimadas, falsas, interesseiras e gente que sofre do complexo de Jekyll-Hyde, principalmente em certas garotas), e olha que já sou relativamente calejado com elas.

 

Nem tudo são flores numa viagem assim e tem várias situações desagradáveis também, isso é fato. Atrasos, bagagem perdida, chá de aeroporto, neguinho sempre querendo passar a perna, grana curta, vôos longos, festas estranhas com gente esquisita, câmbio desfavorável, dificuldade de se comunicar, gringaida bêbada, quartos de hostéis que replicam campos-de-concentração, comida ruim, condições sanitárias e higiênicas bastante suspeitas, agentes de imigração babacas, luzinha piscando intermitentemente “apertem os cintos” indicando que o bicho vai pegar em vôos turbulentos, digo, em vôos que atravessam “zonas de instabilidade” (poderiam criar um outro alerta tipo “apertem o coração para ele não saltar pela boca”), caixas eletrônicos que não funcionam, vistos, cerveja americana, inexistência de açaí, falta de pastel de feira com caldo de cana, Boracay (oops, escapou !), fim de férias e volta para realidade e por ai vai, mas tudo isso também faz parte da arte de viajar. Por outro lado, aqui entre nós, que bom seria se os únicos problemas da vida se resumissem a isso, né ?

 

Saí andando para me livrar daquela verdadeira batalha dos aflitos e segui em direção ao portão da marina e chegando lá fora a coisa não melhorou muito. Continuei andando por uma pequena estrada que realmente não iria me levar a lugar algum e após cruzar com um cara numa manguaça braba tive que tomar mais uma daquelas atitudes dificeis : respirar fundo, engolir o orgulho, dar meia volta e seguir para onde tinha acabado de sair para tentar descolar um transporte que me levasse até a acomodação. Como diria o poeta Mano Brown “nem sempre é bom ser esperto”.

 

Retornei até a marina e para NÃO variar não tinha mais ninguém, nem hienas vorazes loucas para te passar a perna e nem barquinho engraçado. Dei mais uma olhada com atenção e avistei um tiozinho entediado que trabalhava como segurança e que mais parecia o resultado de uma improvável mistura do capitão Nascimento com o Dalai Lama.

 

Como pingüim marcando touca a onda leva, eu tinha que me mexer e ir atrás de alguém para me levar pelo menos até a cidade, isso se tivesse uma. Fui lá falar com o tiozinho e não pude deixar de relembrar minha primeira visita ao Tahiti quando cheguei na marina e fiquei enrolando...enrolando...enrolando...aí todo mundo foi embora e fiquei plantado lá com cara de (mais) bobo.

 

O capitão Dalai Nascimento me disse que eu teria mesmo que arrumar um transporte para a cidade porque chegar lá andando não iria dar pé (desculpem o inevitável trocadilho). Paciência, isso eu já sabia, cara pálida. Agora fala algo que não sei ! rs

Mas ficou faltando um detalhe : Cadê a porr@ do transporte ? O povo já tinha se mandado e o experiente guardião de marinas aqui ficou isolado sem pai, mãe e nem transporte.

 

Enquanto passava um scan na área o guardinha me apontou um triciclista (piloto de triciclo) que estava chegando, fui lá falar com ele e com a ajuda do capitão “missão dada é missão cumprida” ficou combinado que o triciclista seria a vitima que me levaria até o lugar combinado. Ele não sabia muito bem onde era e como eu também não ficou tudo certo e nada resolvido. Combinamos o preço e partimos.

 

No caminho com ruelas estreitas e mal cuidadas onde trafegavam os menores caminhões que já vi na vida ainda não tinha dado o “clique” com o lugar. Voltou aquele familiar e corriqueiro sentimento que eu tenho que nada mais é do que uma mistura de assombração, tristeza e desespero toda vez que coloco os olhos no meu extrato bancário e penso “PQP, mas é só isso mesmo ou estão de sacanagem ?!?!?!?!”.

 

Algum tempo depois saímos do que seria a estradinha principal e entramos num labirinto de ruelas ainda mais estreitas. Pergunta daqui, pergunta dali, depois o cara me apontou uma direção e falou que a partir daquele ponto eu teria que ir à pé porque não dava pra ir de triciclo. Fiquei sabendo que a acomodação era na frente da praia (gostei !), paguei o combinado e lá fui eu tentar achar o lugar.

 

Fui seguindo por um caminho um tanto apertado atravessando no meio de casas e quintais mas como estava indo em direção à praia aquela brisa marina me deu mais ímpeto para chegar logo. Cheguei na praia, vi aquele visual bonito, melhorou o ânimo um pouquinho mas ainda nada daquele sentimento “PQP, ESTOU EM BORACAY !”.

 

Um tanto decepcionante, não era necessariamente feia (praia feia eu deixo para Los Angeles) afinal isso aqui também é um país tropical com todo aquele clichê que nós brasucas estamos bronzeados de saber : mar bonitão e meia dúzia de coqueiros. Pena que a outra meia dúzia estava caída na areia.

 

A praia estava vazia e parecia que tinha sido varrida por um vendaval, furacão, tsunami ou algo pior, uma Full Moon Party filipina que ninguém me avisou que existia (se soubesse eu teria chegado mais cedo e a tempo de curtir a festa e não o day-after !!) mas naquele momento eu estava mais interessado em achar minha acomodação porque pra mim é assim, enquanto eu não acho onde vou passar a noite e não tomar aquele banho “tira o avião do corpo” eu ainda não cheguei efetivamente no destino.

 

Fui caminhando pela areia da praia vazia e devastada e de repente encontrei o lugar onde seria minha acomodação. Gostei de cara ! Pé na areia, frente à praia, parecia pousada em algum lugar do nordeste brasileiro se bem que, não sei, acho que não posso falar com muita propriedade afinal não conheço, não recebo jabá e nem sou trouxa pra pagar 1000-2000-3000 reais numa acomodação no Brasil, mas pelo menos por fora aquela pousada tinha um quê de rústico-chique que eu gostei, agora faltava conferir lá dentro afinal não se pode julgar um livro pela capa.

 

Fui adentrando pelo quintal que era praticamente a areia da praia e chegando no que pareceu uma sala grande me deparei com uma galera que estava lá dentro e que ficaram olhando pra mim como se quisessem dizer “putz, mais um perdido”. Após alguns segundos eu perguntei onde ficava a recepção e me apontaram para fora em direção ao quintal. Eu havia passado por ela e nem percebi, oops.

 

Agradeci e fui fazer meu check-in com um tiozinho bem gente boa. Escolhi a acomodação mais barata e qual não foi minha surpresa (não sei porque, quem mandou eu escolher o pior quarto ?) quando o cara abriu a porta e eu me deparei com o quarto onde ia ficar saquei na hora que a dica do instrutor de mergulho do post anterior não foi das melhores mas acho que fui eu que escolhi o quarto errado.

 

Pico esquisito, muito velho, colchão que você sentava e ia parar no chão porque afundava mais do que cotação da Petrobrás na BOVESPA, que se por sinal continuar assim daqui a pouco a cotação alcança o pré-sal também. Mais um dos vários cabides de empregos para companheiros e o resultado não podia ser diferente.

 

A luz era fraca, estroboscópica, parecia aqueles inferninhos freqüentados por donzelas do bem (não sei, me contaram...) e acho que era assim para esconder um quarto deprimente, escuro, muito ruim, apesar de espaçoso e com banheiro. Não tava com muito saco de sair para procurar outro lugar e decidi ficar ali mesmo pelo menos por uma noite.

 

Fui tomar banho e nem chuveiro tinha, era um cano de onde escorria um fio d´água que me fez lembrar uma experiência parecida com a que tive em Fiji mas lá era uma ilha muito bonita cercada de água por todos os lados (claro, afinal era uma ilha...mas peraí, Boracay também era !) e pelo menos em Fiji tinha várias suecas e outras gringas gatas. Adoro Fiji !!!

 

Tomei meu banho assim mesmo afinal “eu sou pobre mas sou limpinho” enquanto divagava sobre a pessoa que deveria tomar conta daquele lugar, se é que existia. Devia ser funcionário publico, companheiro petista (desculpem a redundância) ou pior, os dois juntos !!! Será que tem corinthiano nesses cafundós do mundo ? Pelo visto parecia que sim... Credo, tinha que pular fora ! rsrs

 

Ainda incrédulo (mas rindo muito com essas idéias estapafúrdias, tinha que manter o bom humor, né ? Estava de férias e bem longe de Brasília), puxei pela memória para saber se a região havia sido bombardeada por forças israelenses ou americanas, se havia indício de Talibans na área, se era uma zona de guerra ou quem sabe era um lugar de testes atômicos e ninguém havia me falado. Será que estavam gravando algum programa de tv ? Se aparecesse algum personagem daquele seriado “THE WALKING DEAD” ficaria bem apropriado, era só o que ficou faltando. Lembrei-me da praia com os coqueiros caídos. Humn, faz sentido.

 

Aquela ultrapassou as piores acomodações que já encarei (acho que as outras foram em Luang Prabang e Chiang Mai, sendo que a de Luang Prabang eu troquei e achei uma ótima que ainda veio com uma uruguacha melhor ainda) mas tudo bem, não iria deixar estragar minhas férias e no dia seguinte eu iria procurar uma acomodação melhor após fazer o reconhecimento do lugar, nada de decisões precipitadas. Simples assim.

 

Saí pra dar uma olhadela rápida, dei aquela volta básica nas redondezas, encontrei um centrinho que poderia estar no Guarujá e que estava cheio de lojas, praças de alimentação, sorveterias, lojas de conveniência; tinha até um bar de anão (é sério !) e quando dei por mim o dia já tinha terminado.

 

No dia seguinte acordei cedo, quer dizer, nem sei se posso falar que acordei cedo porque eu praticamente não dormi. Tava muito calor, ventilador de teto barulhento - típico da Ásia - e que não aliviava em nada, muito pelo contrário, ajudava a espalhar o ar quente e abafado, e tudo isso devidamente acompanhado por uma irritante trilha sonora composta pelos rasantes de pernilongos barulhentos que mais pareciam verdadeiros pterodáctilos adolescentes kamikazes circulando com auto-falantes no último volume, cama muito ruim e barulhenta (mas não tanto quanto a de Nova Iorque, é claro. Mas lá pelo menos era limpa e ainda tinha algumas gatas com quem dividir o quarto). Resumindo, tive uma noite alucinante.

 

O pico ali não era nenhuma loja da Abercombrie em Nova Iorque mas também estava cheio de bedbugs e apesar de eu não conhecê-los pessoalmente (e nem quero) também não ia ficar para conferir e na primeira oportunidade ia tratar de procurar um lugar melhor para passar o restante da minha estadia em Boracay. Me pareceu que na mesma pousada tinha quartos melhores mas eu não queria saber, a primeira impressão é a que fica e eu não gostei. Se a primeira impressão é a que fica é problema dela, eu é que não ia ficar (nossa, essa foi ridícula. Lembrem-se que o médico disse para não contrariar. Obrigado...).

 

Pagar caro em acomodação não figura entre minhas prioridades quando viajo mas ficar em lugar ruim também não, além do mais quando isso acontece pode arruinar a impressão que a pessoa tem de determinado lugar (experimenta passar sua estadia num pico ruim em Paris para ver se não extrapola o mau humor pro resto da cidade) e se tinha algo que eu não precisava era de uma cama ruim e uma hospedagem deprimente para perceber que Boracay não era a bala que matou Kennedy, mesmo se achando.

 

Como nada fica tão ruim que não possa piorar só faltava chover. E choveu !!!!

 

Taquipariu São Pedro, chuva nas férias é de lascar ! Lá no sertão (Brasília) fico mais de 4 meses seguidos sem ver uma gota de chuva (mais um motivo - se é que precisa - para o Congresso ser tão sujo) e justo agora nas minhas férias você quer estragar tudo ? Quer me f#$%er então me beija, né ?”.

 

E não é que a bronca deu certo e a chuva parou ? São Pedro deve ter pensado “Coitado desse aí, além de morar em Brasília ainda pega chuva nas férias...deve ter jogado pedra na cruz, ninguém merece. Nem ele”. Foi lá e fechou a torneira.

Como o horário de check-out costuma ser muito cedo, sabia que antes de dar saida do muquifo seria bom que já tivesse encontrado algo mais decente. Visitei alguns picos nas redondezas que cobravam um pouco acima do que estava disposto a pagar e antes mesmo de tomar meu café da manhã acabei fechando num lugar muito melhor e que dava de frente para a praia principal, como era baixa temporada não tive problemas em achar.

 

Como não tinha nenhum “compromisso” (o que, compromisso nas férias ? Trocar uma vida de compromissos na “vida real” por outra nas férias cheia de obrigações a cumprir, horários marcados, lugares para ticar e listas para seguir ? Mas nem que a vaca tussa...), então pude mudar sem problemas assim como poderia voltar pra Tailândia e passar o resto da perna asiática ali, não paguei nada com antecedência então estava livre para voar, literalmente. Apesar do roteiro um tanto amarrado em função dos vôos previamente marcados e do curto tempo eu conseguia ter “alguma” flexibilidade, indispensável numa trip assim. Claro que gostaria de ter muito mais, mas o prazo e o dindin não permitiam afinal quando a maré baixa que a gente vê quem nada pelado...Acho que quanto mais curta a trip melhor tem que ser o planejamento mas tem que ficar ciente que um único imprevisto pode ser um desastre e vira um efeito dominó. Difícil prever afinal se desse para prever os imprevistos eles deixariam de ser imprevistos, certo ?

 

Já vi volta ao mundo de duas semanas (?!?!?!?!) que obviamente custou uma fábula (U$ 8 mil doletas para ser mais especifico) e fico imaginando o que aconteceria se o “turisticante” perdesse um vôo ? E o cara teve a maior sorte porque foi na época do vulcão mas como ele começou nos States e viajou no sentido anti-horário então conseguiu escapar.

 

Também já vi um planejamento de um cara que iria sair para uma de 2 anos e tinha tudo marcado ! Meu d´s, se eu não sei o que vou jantar hoje à noite não entendo como tem gente que sai numa trip onde tudo pode acontecer já sabendo o que vai fazer entre 20 e 24 de Abril (ou Agosto, sei lá) de dois anos depois. Tem gente que exagera, pior do que uma trip que sofre de underplanning é uma que sofre de overplanning o negócio é dar um jeito de achar o meio termo, simples assim.

 

Enfim,

 

Voltei para a antiga acomodação agradecendo aos céus por ter pago apenas uma noite, peguei minhas coisas e fui de mochila e cuia para outra acomodação, ainda bem que foi uma chuva que passou rápido então pude trocar de acomodação sem molhar minhas coisas.

 

Na saída eu me despedi do casal que estava na portaria e que, detalhe, eram pessoas muito legais, gente bem simples do jeito que eu gosto, apesar de serem funcionários um tanto naives no assunto condições básicas para acomodação, precisavam aprender a diferenciar acomodação cheap da shit. Talvez faltasse experiência no setor de serviços ou talvez fizeram um estágio em Brasilia porque o setor de serviços aqui é uma coisa e olha que nem estou me referindo ao setor público porque esse nem precisa morar em Brasilia para saber.

 

Fui caminhando até a outra acomodação e após instalado num lugar bem melhor e com o ânimo renovado saí para finalmente dar aquele rolê de reconhecimento e assim que vi a praia principal não tive dúvidas e soltei num alto e bom som para espanto daqueles que estavam nas proximidades : “What the Phuket is that ?”.

 

Boracay me pareceu uma filhote de Phuket piorada, se é que isso é possível. Se fosse pra ver só isso teria ido para a matriz tailandesa ou pior, desperdiçaria minhas férias no Brasil que com certeza seria bem melhor. Mas vejamos pelo lado positivo, se eu não fosse jamais saberia, né ? Faz parte da experiência de viajar.

 

As construções eram praticamente na areia (ao contrário de Phuket que pelo menos tinha uma avenida costeira), umas ao lado das outras e porque não dizer umas SOBRE as outras ? Daqui a pouco tem puxadinho, estão se esforçando.

 

Tô falando que ali rola uma influência da Infrazero, vocês vão ver os puxadinhos espalhados pelos aeroportos brasileiros para as Olimpiadas e para a Copa do Mundo, puxadinhos estes que vão custar o dobro do Eurotunel...Humn, melhor nem dar idéia porque do jeito que a coisa anda megalomaniaca daqui a pouco vão criar o trem Eurodilma ligando o Brasil à Europa. Se bobear pode sair mais barato do que o trem-bala que vai ligar Sampa ao Rio, haja propina, vão ter que criar mais um Ministério para organizar a distribuição e que deverá ser batizado de Ministério do Dinheiro não Contabilizado. Imaginem a briga para ver quem será o titular da pasta, ou melhor dizendo, quem será o titular da mala....aquela cheia dólares. E agora com vôos diretos de Brasilia para os States...nossa...vão ter que calibrar o aparelho de raio-x do aeroporto pois se os dólares não estiverem na mala podem estar na cueca. Ok, chega desse papo, já falei que é melhor nem dar idéia afinal vai que...

 

Voltando,

 

Havia vários bares, restaurantes, clubs de gosto duvidoso, lojas de souvenirs, lojas de roupas de praia, cartões postais, passeios, etc. Nada de diferente de um local de férias.

 

Ali havia também agências de viagens e eu confesso que quase fui tentar antecipar meu vôo e voltar para Tailândia mas achei melhor não agir por impulso afinal se já está no inferno então abraça o capeta.

 

Lamentável que nesses lugares com grande potencial turístico os empreendedores quando acham a galinha de ovos de ouro transformam o pico e vira aquele Buda-me-livre (afinal isso aqui é Ásia), um verdadeiro construa-o-que-puder-antes-que-acabe, o negócio é conseguir um jeito de chamar atenção dos dólares e euros trazidos pelo turismo, mas nem Cancun é assim e olha que tentam. É uma pena que isso aconteça mas não é exclusividade da Ásia, se as pessoas exploram até turismo em favela então por que não iriam explorar uma praia freqüentada por gringos ?

 

Apesar de eu passar muito longe desse papo furado (mas lucrativo) de marketing verde e estar ciente da eterna briga entre proteção ambiental versus progresso com os dois lados puxando sardinha para as suas respectivas latas (no caso brasileiro puxar grana do governo para as suas respectivas ONG´s), acho que todo mundo, principalmente o pessoal do escalão de cima, que quisesse mexer com turismo deveria fazer um estágio na NZelândia porque na terra do Frodo eles sabem explorar o turismo como ninguém e todo mundo ganha, até a natureza. Mas acho que às vezes parecem que sofrem de um certo complexo de “tudo é o melhor e mais bonito do mundo”. Menos Kiwiland...menos. Mas dá para disputar algumas primeiras colocações.

 

Mas o que prevalece é o exemplo de Phi Phi Islands, Phuket, Porto Seguro e mais um zilhão de outros exemplos pelo mundo (e Brasil) afora. Sad but true. Mas isso é (eu diria quase) inevitável afinal a grana sempre fala mais alto e quem tem mais sempre vai chorar menos, a não ser quando é criança chorando de fome, aí quem tem mais chora mais.

 

Nem perdoaram o calçadão que era praticamente inexistente formado por uma ruelinha de nada. Engraçado que não fica muito distante da calçada (calçadinha ?) de Dahab, que por sinal é muito melhor organizada e com construções mais, digamos assim, planejadas. E olha que na terra dos faraós cujo povo possui o mesmo desvio de código genético dos indianos (se alguém pesquisar vai achar laços entre os dois), a organização não é o forte e a ganância também é grande mas mesmo assim consegue ser um zilhão de vezes mais aprazível do que Boracay.

 

O engraçado é que as fotos enganam bastante mesmo sem photoshop, tem todo aquele batido mas não ultrapassado clichê tropical de praia bonita com coqueiros perfilados, mar azul, espreguiçadeiras, hotéis, guarda-sóis e uma certa tranquilidade mas de perto a coisa não é bem assim.

 

A praia é bonita e os coqueiros estão lá mas estes escondem muito bem o vai-e-vem das pessoas naquela muvuca na “calçadinha” e a miríade de estabelecimentos espremidos se esforçando para atrair a atenção dos possíveis consumidores com direito a música alta, karaokê e muito barulho.

 

É claro que tem sim alguns picos bacanas que se forçar um pouquinho dá até para curtir mas no geral é aquela praia de farofeiros só que sem farofa. O lugar não chega a ser parado, tem até uma vibe mas eu esperava muito mais para uma praia que já foi considerada top 10 mas até aí, se até Jericoacoara já foi por que Boracay não seria ? Me pergunto qual será a próxima “descoberta” na lista dos gringos, Piscinão de Ramos ?

 

Mas tudo bem, tem gente que gosta e acha aquilo o máximo, é um lugar de veraneio e pra gringo tá bom demais afinal se tiver um mato e uma prainha qualquer eles adoram.

 

E outra, viva a diferença, cada um com seu cada qual, o que vale é a diversidade pois assim como existem lugares, pessoas, cenários, gostos, religiões, times do coração diferentes o mesmo acontece com as praias. No mundo todo existem praias voltadas para crianças, surfistas, banhistas, famílias, praia de nudismo, praia selvagem, praia artificial, praia de boiola, praia com coqueiro, com dunas, praia com prédio, praia bonita, praia feia e por ai vai.

 

Apesar da inegável decepção nem tudo estava perdido, o lugar era longe de ser feio, não era mal freqüentada, o mar tinha uma cor muito bonita e não tinha onda, o povo é amistoso e era uma praia que não tinha vendedor enchendo o saco vendendo porcaria, não tinha axé, música sertaneja, pagode, coreografia ridicula, parapapapapá e outras pérolas. Ah, e também não tinha arrastão, flanelinha e nem bala perdida, mas ai já seria Brasil.

 

Pra não dizer que não falei das bundas, notei que ficou faltando algo muito importante que nas nossas praias têm de montão e senti uma falta danada por ali : sim, elas, as próprias, estou me referindo as bundas, pernas e peitos - não necessariamente nessa ordem - e obviamente as mulheres bonitas que abundam (oops !!!) nas nossas praias.

 

Também senti falta das gringas que dão um tom especial às praias mundo afora mesmo com seus biquínis em formato de fraldas, mas que compensam esse excesso de pano tampando tudo na parte de baixo (devia ser proibido ! Onde já se viu mulher ir a praia vestida de fralda ? Fralda é só pra bebês !) com a muito benvinda falta de pano na parte de cima. Claro que tudo isso no bom sentido.

 

Tudo bem que na Ásia a famosa dupla dinâmica “bunda e peito” não é bem o forte da região (o que não quer dizer que não elas não compõem o cenário), parece que a mulherada ali fazia natação mas bem que poderia pelo menos aparecer algumas gringas na praia para dar um upgrade. E as suecas e francesas, nada ? Vou botar a culpa na baixa temporada.

 

Ouvi dizer que as garotas filipinas são bonitas e tal mas até o momento tirando a aeromoça não vi muita coisa. Dava para comer beijando (também no bom sentido, é claro) mas no geral o mulherio ali estava bem fraco e a falta de suecas, francesas, brasileiras (já cruzei com mais garotas brasucas em Bali do que no resto do sudeste asiático inteiro), holandesas, canadenses, americanas, algumas inglesas mais jeitosinhas e de sotaque bonito, israelenses entre outras que frequentam as praias tailandesas não contribuíram em nada para aumentar a nota; quem gosta de mulher feia é salão de beleza.

 

No quesito mulher achei que as Filipinas ficaram com “traço no ibope”, salvo uma ou outra honrosa exceção. Não eram necessariamente feias na concepção da palavra, além do mais esse negócio de feiúra ou “boniteza” (“boniteza” ? Lula num de seus comícios inflamados e mentirosos ? Quase, Val Baiano dando entrevista) é muito relativo mas quem sou eu pra falar afinal quem disse que eu tô com essa bola toda ?

 

Lembrando que tudo isso que eu disse é opinião pessoal e intransferível, apenas minha visão particular das coisas, simples assim. Boracay é um local de veraneio e como tal está sujeito a todo tipo de “desenvolvimento” que lugares assim têm direito. Quem não gosta de lugares assim que procure outro pico, ninguém mandou ir pra lá então pronto. Alguém vai em micareta e carnaval de rua se não gosta ? Quer dizer, até vai mas é pra pegar as vagabas mas aí é outra história.

 

Como nem tudo são espinhos teve uma outra coisa que eu achei bem legal, apesar de ser um lugar bastante turístico havia muitos locais curtindo o lugar como turistas e não apenas como serviçais dos gringos, achei que teve um quê de Brasil nisso. Mais recentemente eu percebi isso na China também, a multidão chinesa curtindo os belíssimos atrativos de seu belo país, que não são poucos. Ponto pra eles.

 

Nesse quesito a turistica Boracay ganhou ponto por ser freqüentada tanto por locais como por turistas.

Aqui no Brasil pelo menos aqui você pode ir a praia e ela não está invadida por gringos que inflacionam os preços, praia da Pipa à parte. Mas gringo é esperto, quem quer vir à praia do Brasil correndo o risco de ser assaltado duas vezes, uma pelos preços abusivos e outra por marginais ?

 

Os dias passaram vagarosamente (é sempre assim quando o lugar não é bom), como eu não gostei muito do lugar então nem quis gastar dindin em tours pega-turistas, fiquei mais na orla mesmo com uma ou outra incursão mais para o interior da ilha.

A noitada também não era lá essas coisas mas não sou especialista no assunto, nem curto muito night a não ser que seja “a” night com gente bacana, música boa e ambiente legal.

 

Pareceu que a maioria era bem programa de índio : som alto, música ruim, banda ao vivo sofrível, karaokê, aquelas coisas de Brasil, digo, Ásia.

 

Mas o que vale é a diversão, se tem gente que sai do Brasil para curtir show de axé ou outras brasilianices em Nova Iorque (uma pena, uma cidade tão bacana não merecia isso. E os americanos achavam que ruim mesmo foi o 11 de Setembro, governo Bush ou aquele playmobil dublê de cantor (ou seria aquele cantor dublê de playmobil ?) Justin Bieber, coitados, mal sabem eles), tem outros que saem de seus países para curtir karaokê na Ásia. Depois sou eu que não bato bem mas sei lá, vai ver o médico deles deve ter pedido para não contrariá-los também, né ? Além do mais, em certos países asiáticos karaokê é assunto sério. Não confundir com karatê.

 

Pessoal, vou ficando por aqui. O relato terminou mas a trip não então ainda volto para terminar Filipinas e mais o restante da trip.

 

Desculpem pelo texto muito longo, mas é que não tive tempo de escrever um mais curto.

 

Valeu pela companhia, stay tunned.

 

Abraço,

 

PS.: Ah, o que as fotos do começo do texto têm a ver com a trip ? Bem, como vocês já devem ter notado... ABSOLUTAMENTE NADA mas são no mínimo inusitadas né ? Pra não dizer surreais. Espero que tenham curtido. O relato também...

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  • 2 semanas depois...
  • Membros

Olá Virunga, estou aguardando o final (e todo o resto) do seu fantástico relato...

 

Se me permite a ignorância, tenho algumas perguntas para você...

 

Achei muito interessante a RTW (não sei se foi a sua primeira) do relato... Em quantos dias você fez ela, em 30?

A minha dúvida maior é: compensa comprar o OneWorld em RTW's de curto prazo ou de longo prazo?

 

40 dias +- por exemplo, mais ou menos naquele seu roteiro, mas no lugar de Oztrália (rs), a NZelândia, seria melhor um ticket de volta ao mundo, ou montar tudo separado?

 

Att.

Abraços.

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  • Membros

Oi Samuel, tudo bem ?

 

Valeu pelo elogio, pena que não deu para colocar mais detalhes senão ninguém agüenta, nem eu ! rsrs Eu tô vendo se consigo passar a régua nesse relato e emendar com o da última trip mas não tá muito certo, vamos ver. Se rolar vou tentar escrever menos e colocar mais fotos. Coitada da galera que acompanha.

 

Nada de ignorância nas suas dúvidas meu caro, fique à vontade afinal “envelhecemos quando paramos de aprender”. Vou aproveitar e reforçar umas dicas gerais assim quem sabe mais pessoas venham a se interessar pelo assunto.

 

Não foi minha primeira, daquela vez lembro que não manjava necas e fiz um planejamento meio "nasco" (leia-se “nas coxas”), acabei vacilando e mandei ver nessas alianças mega-caras, mas como era uma RTW de longo prazo acho que acabou compensando porque o custo do bilhete foi diluído no período da trip.

 

Hoje acho vacilo dos grandes morrer com uma baita grana num ticket desses mesmo com o dólar barato, ainda mais depois que descobri que dá pra fazer beeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeem mais em conta através de um mix de tickets, tem que sair à caça mas isso demanda planejamento, pesquisa, jogo de cintura e alguma sorte. O negócio é "keep it simple" e ir complicando, se fôr o caso, quando a situação exigir.

 

Essa trip do relato eu fiz em 35 dias, emendei férias com um feriado e ainda cabulei um dia de trabalho, qualquer tempo a mais conta muito pois ajuda a compensar uns vôos longos e dependendo do sentido da trip - se for anti-horário - dá para compensar o dia perdido na tal linha do tempo, acho que o mínimo dos mínimos dos mínimos dos mínimos e, mais um pouco, dos mínimos estourando seria fazer em 30 dias. Alguns meses ou até mesmo um ano seria o ideal mas com um mês já dá pra dar um bom rolê.

 

Quanto mais curta melhor precisa ser o planejamento, às vezes trava-se uma luta hercúlea para conciliar horários de vôos para não perder o dia inteiro viajando o que pode ser bem frustrante, às vezes (na maioria ?) não tem os horários que você quer e quando tem não é no dia que você precisa...resumindo : não bate nada com nada, parece minhas provas de contabilidade na época da facul... rs

 

Além disso tem que aprender a cortar da própria carne, não dá pra visitar-tudo-ao-mesmo-tempo-agora, essa é a parte mais difícil. As pessoas tendem a fazer isso afinal “sabe-se lá quando dá pra voltar” mas pode resultar em uma trip cansativa onde o cidadão vai ficar craque mesmo em visitar lojas e halls de aeroportos porque o destino mesmo...bem... esse vai ficar comprometido. Além do mais ficar pulando de lugar para lugar à toda hora fica muito mais caro.

 

Quanto ao Oneworld de curto ou longo prazo não importa, vai sair o mesmo preço, ie, uma facada. Se vc fosse fazer uma trip mais longa daria para compensar essa facada inicial porque o custo iria ser diluido no decorrer da viagem, psicologicamente dói menos gastar uma fortuna num ticket que vai ser usado aos poucos do que num ticket que será usado em um mês, um mês e pouco.

 

Falando em “psicologicamente”...bem... acho que no frigir dos ovos isso funciona mais como uma desculpa meio esfarrapada parecida com aquela que muitas pessoas se escondem atrás da idéia de que vale a pena afinal “custa o mesmo que uma ida e volta para NY na executiva. Uma pechincha !!!! ”.

 

Pechincha de 4, 5, 6 mil dólares ? Já venho ouvindo isso há anos e no alto da minha santa ignorância até hoje continuo tendo minhas dúvidas, vai ver porque não viajo de executiva. Aproveitando a pérola da comparação, vou soltar uma também : “dependendo do roteiro só o que morre em taxas num ticket desses eu vou para NY.”

 

Nas facilidades que se tem de viajar RTW hoje em dia eu acho isso uma barbeiragem das grossas e reconsideraria essa hipótese por ser uma opção muito cara, alternativa é o que não falta. E outra, DU-VI-DEO-DÓ que mesmo com um ticket caro desses a pessoa não tenha que comprar alguns tickets avulsos, o que iria aumentar mais ainda o custo final.

 

Não sei como vc tá de grana mas acho que vale a pena dar uma boa pesquisada pra ver se consegue algo mais em conta. A gente se empolga, gasta uma baita grana logo de cara num ticket caro (desculpe o trocadilho) e depois viajando percebe que daria pra ter feito por muito menos, se bobear quase a metade.

 

RTW é a mais mágica das trips e como tal tem muita coisa envolvida nela, quem sabe um dia desses eu coloque as idéias em ordem e faça um mapa do tesouro.

 

Pelo esboço do seu roteiro acho que vai ter que ser RTW mesmo mas existem outras maneiras de viajar passando pelos continentes sem necessariamente dar uma volta ao mundo.

 

As opções são infinitas e dependendo do caso pode sair bem mais barato fazer uns 3, quiçás 4 continentes sem necessariamente rodar o globo e com o dindin economizado dá pra meter o pé na jaca nuns destinos mais exóticos através de sidetrips (não tenho nada definido mas eu tô vendo algo assim pra mim, mas se e$tourar muito talvez eu vá de RTW mesmo), só que não existe almoço grátis, apesar da economia o problema é que vai ter que voar muito e aí complica. A ida você até tá no pique mas a volta é que são elas...

 

Minha dica seria para você simular as duas maneiras, RTW x tickets separados e de posse do que você levantou ver a opção que melhor lhe convenha ($$$ e custo x benefício). Apesar de trabalhoso o planejamento é biks, às vezes é frustrante devido a conciliação de vôos, a eterna briga tempo disponível x lugares a visitar e, obviamente, o dindin contado mas uma vez que pega o jeito dá pra curtir bem, a viagem já começa no chão planejando e é bem prazeroso e divertido, mas exige paciência.

 

Bom planejamento, dá uma pesquisada, faça um rascunho da trip e se quiser uns pitacos, caso não se incomode com respostas longas, pode falar.

 

Abç,

 

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  • 2 semanas depois...
  • Colaboradores

Nobre Virungaaaa!!

 

Demorei, mas cheguei... Como sempre, mergulho em seus relatos e curto suas aventuras aki da telinha do PC...sr Início de ano... demanda quase zero, então aqui estou!! rsrsr

 

Parabéns pelo relato e como disses, vale o aprendizado, já seo q Boracay vai ficar longe dos meus possíveis destinos de viagem...

 

Feliz 2011 para você! Mto sucesso e sorte na vida e nas trips!!

 

Bjs e até mais!

PS: Continuo acompanhando o final do relato...

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  • Membros

Oi Thalitaaaaa !!!!!

 

Demorou mesmo mas o que importa é que você tá aqui, né ? Seja mais do que benvinda !

 

Pois é, boracay foi meio decepcionante, pode deixar ela longe dos seus possíveis destinos mas não deixa as Filipinas longe não porque o resto do pais é interessantíssimo, mesmo que eu tenha visto apenas uma pequena fração deu pra ver que tem muita coisa bacana como praias, vulcões e terraços de arrozais gigantes.

 

Boracay cresceu demais sem a infra correspondente e aí já viu o resultado, valeu a experiência. Filipinas eu volto fácil agora boracay eu deixo pros postais mesmo, muito melhor.

 

Não desgruda porque eu ainda tenho que terrminar (será q eu consigo ? rsrs) esse relato.

 

Ótimo ano pra você também com muitas realizações, sucesso, dindin, viagens e principalmente saúde porque tendo ela a gente corre atrás do resto, né ?

 

Bjão,

 

Editado por Visitante
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  • 2 semanas depois...
  • Membros

Fala Virunga, tranquilo???

 

Voltei a ativa agora, e acabei de terminar de ler a parte publicada do seu relado.

 

Pena que Borocay não foi uma parte bacana no roteiro, mas ao menos vc já conheceu e partilhou informações com o pessoal sobre ela.

 

Ah, a foto que você postou do elefante nadando, show de bola, até achei q era sua aí nas filipinas. Até fiquei com vontade de mergulhar com ele tb!!!!

 

No aguardo pela continuidade ou parte final do relato e inicio da outra rtw tb.

 

T+

 

Abraço.

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  • Membros

Faaaaaala meu caro, tudo bem ?

 

E aí, como foi de viagem, deu para fazer tudo e mais um pouco aquilo que você tinha planejado ? Espero que tenha curtido.

 

Pois é, Boracay foi meio decepcionante e olha que às vezes eu até curto picos ditos “turísticos” e tal mas dessa vez não foi o caso. Mas o país em si é bem legal e tem um potencial incrível, também com mais de 7000 ilhas não tem erro, né ? Lugar é o que não falta para explorar.

 

Pena que o elefante não é de lá mas é show de bola mesmo !!!! Se quiser mergulhar com ele tem que correr porque infelizmente ele é o ultimo de sua espécie; falando nisso saiu na matéria de capa numa revista de mergulho brasuca, baita coincidência.

 

Nem te conto, finalmente o exorcista vai levar meu micro pra dar aquela geral (pois é, a novela continua...), cada coisa que aconteceu que nem acredito como não explodiu !! rsrs Assim que eu pegar a máquina de volta já devidamente exorcizada eu termino esse relato e começo o da outra rtw.

 

E vai ser em ótima hora porque já to de olho na próxima trip e preciso de um micro bom para fazer as pesquisas. O dólar baixo tá pedindo outra RTW e como o custo de uma trip dessas equivale ao de uma mochilada pela Europa, acho que vai dar pra fazer, vamos ver. Viajar por quatro continentes pelo preço de um é sempre uma ótima pedida.

 

Até mais,

 

Abraço

 

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  • Colaboradores

Poxa, que viagem, hein?

Não achei que uma viagem desse tipo fosse possível, mas você provou que ela pode acontecer! Acho que muita gente, assim como eu, deve ter ficado encantada com as suas histórias e com vontade de fazer uma viagem semelhante.

Parabéns pela iniciativa, não só de viajar assim, mas de dividir as experiências conosco e demistificar a ideia de impossibilidade de uma viagem assim!

Abraços!

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  • 2 semanas depois...
  • Membros

"(...) desmitificar a idéia de impossibilidade de uma viagem assim !"

 

Falou e disse Cessil, eu não saberia como traduzir melhor a idéia do relato.

 

Num primeiro momento vendo de longe parece quase impo$$ível, mais ou menos como aprender a andar de bike quando somos crianças, um baita desafio mas depois que pega o jeito não tem erro, desde que tome certos cuidados. Mas vai levar uns tombos também, faz parte.

 

Foi-se o tempo que viajar RTW era algo praticamente inatingível, hoje em dia com o preço de um ticket RTW tipo assim...mediano... se (não) bobear a pessoa consegue fazer a trip inteira sem passar muito aperto, quem sabe um dia com mais tempo e paciência eu consiga explicar afinal "dar uma volta ao mundo é o sonho impossível mais possível que existe".

 

Valeu pela visita e fique de olho que vem mais por aí.

 

Abraço,

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