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Final de semana delicioso em Cunha/SP :D


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Olá amigos,

 

Acompanho o fórum há anos e finalmente resolvi me cadastrar aqui e compartilhar uma experiência muito bacana que minha namorada e eu tivemos no último final de semana (02/08-03/08) na cidade de Cunha/SP.

 

Prometi ao sr. Ozair que faria uma bela divulgação de seu trabalho-hobbie em fóruns especializados e redes sociais visto que seu conhecimento com estas ferramentas são bem limitados.

 

Bom, o texto é longo, informativo e espero que vocês gostem da leitura!

 

Minha namorada e eu saímos de São Paulo/SP no sábado pela manhã com a intenção de conhecer uma área do vale do Paraíba que nunca tínhamos cruzado, o trecho Guaratinguetá-Cunha-Paraty, sendo que o objetivo era passar o dia na cidade de Cunha e subir a pedra da Macela, o ponto mais alto da região, onde é possível ter uma vista panorâmica do litoral, sendo que, em dias bem claros e sem nuvens é possível avistar a cidade de Paraty, Angra dos Reis e a Ilha Grande lá de cima.

 

Nossa ideia era basicamente um bate e volta onde pudéssemos almoçar em algum lugar gostosinho, aliás, um lugar que oferecesse uma boa comida de interior, sem grife e sem firulas gourmet, ou seja, MUITA FARTURA e preços honestos. Depois para compensar, faríamos a subida de um pouco mais de 2km até o topo da Macela para curtir o pôr do sol.

 

Pesquisei um pouco em fóruns especializados e encontrei uma referência do restaurante Delícias da Roça, o nome parecia promissor, com poucos reviews, sem site, sem página em Facebook e a única informação relevante que encontrei foi apenas um endereço que apontava para uma estrada de terra e comentários dizendo que o espaço era tocado por dois velhinhos e ofereciam comida genuína de fazenda. Por alguma razão, tive um excelente feeling nisso, talvez pelo fato de lembrar da minha infância quando saia com meus pais com referências bem limitadas e criava um pouco aquele clima de aventura, potencial de dar errado, sei lá, eu me divirto com isso!

 

De São Paulo até Cunha são 180 km, mas, há um trecho razoável de estrada vicinal,cerca de 50km, sendo que a velocidade máxima deste trecho é de 60 km/h e na boa, embora o pavimento estivesse perfeito, a paisagem era linda e valia a pena dirigir sem pressa curtindo o visual, logo, levei quase 3h para chegar em Cunha/SP.

 

Cunha é uma cidade bem simples, pequena e sem grandes atrações no miolo urbano, em contrapartida, o ecoturismo é bem explorado na região e conta com diversas atividades, tais quais: parque estadual da serra do mar, subida a pedra da Macela, lavandário (bem nhé nesta época do ano, na primavera deve ser lindo), uma cervejaria artesanal chamada Wolkenburg, cachoeiras, muitos restaurantes, trilhas, muitas pousadinhas para curtir o clima de montanha, aliás, destaco o local como uma alternativa para quem gosta de passear pelos arredores de Campos do Jorão, Sto. Antônio do Pinhal, Monte Verde e aprecia este tipo de clima, visto que, a cidade de Cunha fica localizada no alto da serra no caminho para Paraty, porém, só invistam na ida se preferirem as belezas naturais ante ao glamour da região de Campos. Sem falar que a cidade tem um destaque enorme no artesanato, sobretudo a cerâmica, logo, se vocês gostam disso, lá é um prato cheio!

 

Fizemos o reconhecimento na área urbana, passando pelo centrinho, mercado central, caminhada por algumas ruelas e na sequência partimos para o lavandário, um local de cultivo de lavandas que conta com uma pequena lojinha que vende artigos produzidos com a flor. Infelizmente, a época do ano era pouco favorável para a apreciação deste local, como disse anteriormente, acredito que tenhamos uma experiência mais agradável daqui poucos meses durante a primavera, contudo, valeu o pouco aprendizado que tivemos sobre a planta e suas propriedades.

 

Na sequência fomos encarar nossa aventura gastronômica. Leiam esta parte com bastante atenção!

 

Na estrada Cunha-Paraty é necessário ficar atento na entrada para o parque estadual da serra do mar que fica no km 56,5 - é bem sinalizado, mas é bom ter atenção por estar localizado numa curva - ao entrar nesta estrada o pavimento mudará para terra batida e será necessário dirigir certa de 10km até o local. É bem tranquilo o trajeto, há poucos buracos e declives, portanto, qualquer carro de passeio encara, apenas não recomendo querer se enfiar no meio do mato com um Ford KA 1.0 lotado de tranqueiras e quatro pessoas a bordo!

 

A entrada para o restaurante ficará do lado direito do motorista e haverá uma plaquinha discreta e uma subidinha rumo à chácara do sr. Ozair e família, aliás, a chegada no local é bem interessante, é como se estivéssemos indo à casa de um familiar dada a discrição e pouca cara de restaurante, era uma casinha com cachorros nos recepcionando e nenhuma aparência de estabelecimento comercial. Estacionamos o carro e ao descer sentimos aquele cheiro contagiante de lenha queimando e feijão no fogo, sabíamos que estávamos no local certo!

 

Um senhor de avental "buona gente" estilo vovozão italiano nos recepcionou com muita hospitalidade junto de sua esposa e filha, os proprietários do restaurante, e de fato, o local era bem simples, basicamente uma grande cozinha com fogão a lenha e algumas mesas que foram transformadas neste local para pecarmos por gula.

 

Ele não conta com cardápio impresso e nenhuma formalidade, a simplicidade está em dizer ao cliente o que conta de melhor no dia, apesar de que, há os itens favoritos de sua fiel clientela que nunca podem faltar no seu estoque como costelinha de porco, carne seca com abóbora, entre outras delícias. Como era nossa primeira vez no local, queríamos algo bem tradicional, portanto, aceitamos o combinado trivial que era composto por costelinha de porco - deliciosa, levíssima e aromatizada - arroz, tutu de feijão, couve com bacon, farofa e ovo frito. Estávamos decididos em enfiar o pé na jaca, portanto, aceitamos uma porção extra de mandioca e de torresmo!!!

 

A família preza em cozinhar na hora, portanto, quem um dia decidir encarar esta aventura, pense em ficar no restaurante mais de 2h tranquilamente, ou seja, vá para uma boa prosa, degustar uma cachaça artesanal e ouvir as histórias de vida destas pessoas super bacanas. Vá para o quintal brincar com os cachorros, deitar na grama, que quando seu almoço estiver pronto, eles te chamarão. Além disso, é possível repetir a dose, se quiser mais arroz eles fazem, se quiser mais tutu, eles fazem, ou seja, SEM MISÉRIA MESMO!

 

O combinado de costelinha de porco, arroz, tutu, couve, farofa, bolinho de arroz, ovo custou 25 reais por pessoa, preço honestíssimo pela qualidade da comida e a hospitalidade oferecida. Todo o resto é cobrado a parte, mas são preços super modestos que vale a pena contar com estes aditivos, principalmente se quiser comer igual ao um ogro selvagem que está há mais de uma semana sem se alimentar!

 

Passava das 15h quando finalizamos nosso almoço e estávamos prontos para iniciarmos nossa jornada à pedra da Macela, porém, algumas nuvens começaram a surgir o que nos preocupou um pouquinho pois algumas pessoas nos disseram que a subida na parte da tarde contaria com este risco de formação de nuvens e a vista do topo poderia ficar bem prejudicada. Na verdade, veríamos um mar de nuvens e não a panorâmica do oceano e das cidades costeiras.

 

Antes de nosso almoço ficar pronto o sr. Ozair comentou que tinha um chalé no fundo da chácara que alugava de vez em quando e tendo isso em mente, Cinthia e eu pedimos para dar uma olhadinha apenas por curiosidade. Um espaço muito bacana, aconchegante para até quatro pessoas, com geladeira... Olhamos um para a cara do outro e concordamos em arriscar a subida para ver o amanhecer, embora estivéssemos sem nenhuma troca de roupa, foi o famoso f0d@-s&!

 

Com o restante da tarde livre, fomos conhecer o parque estadual da serra do mar núcleo Cunha, para quem não conhece, este parque é gigantesco e o objetivo é preservar o pouco de Mata Atlântica que resta nas redondezas do litoral paulistano, logo, é possível acessá-lo em diversas regiões do estado de São Paulo. Cunha, Miracatu, São Sebastião, Juréia são algumas cidades possíveis para acessá-lo!

 

Chegamos no final da tarde e pouco tempo restava até seu fechamento, por esta razão decidimos fazer uma trilha curtinha de 2km para conhecer um pouquinho das belezas do local. A Cinthia ficou com um pouquinho de medo da trilha por conta da caída da tarde e no potencial surgimento de um Saci-Pererê ou boi da cara preta.

 

Ao retornar ao chalé provido pelo sr. Ozair, decidimos ficar lá de bobeira descansando, tomando vinho, comendo chocolate e observando as estrelas, algo impossível na cidade de São Paulo/SP. Rolou até estrela cadente, DILMAIS!

 

Dormimos cedo com o objetivo de acordarmos por volta das 3h30 para conseguirmos chegar ao topo da pedra antes do sol nascer, contando com alguma margem de erro (atraso durante o percurso). Até nos arrumarmos e chegar ao local, km 66 da estrada Cunha-Paraty e mais 5km de estrada de terra já se aproximava das 5h. Levamos uma lanterna improvisada no celular e partimos numa caminhada forte para completarmos a jornada em poucos minutos.

 

Um céu mais lindo do que havíamos visto antes de dormir, e por mais bobo que seja, ficamos maravilhados com o cenário.

 

Passadas fortes, temperatura por volta dos 5°, mas, 40 minutos foi nosso tempo de deslocamento, e acreditem, chegamos lá no topo sem blusa nenhuma de tanto calor que sentimos durante a caminhada hahahahaha. Para quem for muito sedentário e quiser fazer o mesmo, recomendo começar o trajeto por volta das 4h00~4h20 para chegar ao topo bem tranquilo.

 

Tudo nosso, era certo que algumas pessoas haviam acampado na área por conta dos carros que vimos na porteira antes da trilha começar, mas não localizamos ninguém ao nosso redor no ponto que decidimos ficar enquanto aguardávamos o nascer do sol.

 

Vibe incrível, única, uma experiência sensorial significante e acho que cada nascer do sol/pôr do sol que assistimos em locais diferentes expressam um sentimento diferente, e isso é muito difícil de explicar com palavras. Passada a fase fotógrafa para registrar o momento, ficamos em pé, olhando para o horizonte estáticos e em silêncio, escutando o vento, as folhas que eram levadas por ele e o cantar dos pássaros. Deixamos o local às 8h com uma sensação de satisfação imensa, eu diria que é anestesiante!

 

Voltamos ao chalé e de quebra fomos agraciados com um baita café da manhã feito pela família do sr. Ozair, com direito a bolinho de limão feito na hora para nós. Afinal, éramos seus únicos e possíveis hóspedes!

 

Muita prosa e comilança, nem almoçamos depois para vocês terem ideia, mas, era hora de partir, infelizmente. Nos despedimos deles e dos bichinhos e voltamos para São Paulo/SP em passinho de tartaruga, fazendo o trajeto mais demorado possível e na velocidade mais baixa, passando por São Luis do Paraitinga que estava bem agitada por conta de uma festival de comida caipira no mercado central da cidade.

 

Vou deixar aqui o contato do restaurante Delícias da Roça e o telefone do sr. Ozair caso queiram arriscar seguir o passo a passo descrito acima.

 

(12) 3111-1578

 

Diga que foi recomendação do Edu e da Cinthia, só falar que é um cara barbudo feioso e uma japonesa linda que ficaram hospedados em seu chalé que com certeza ele lembrará de nós.

 

Anexei poucas fotos para ilustrar tudo que escrevi.

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Editado por Visitante
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  • Membros

Poxa Edu, que bom que foi recebido bem em minha cidade, fico feliz por ter gostado desse povo que dispensa comentários, gente com alma e coração gentil que ainda resguarda a hospitalidade, respeito e gentileza interiorana que é tipico de nosso povo. Parabéns pelo seu relato muito bem feito.

Cunha ainda tem muito mais que você pode descobrir e curtir, se precisar de algumas dicas, roteiros, atrações pode contar, é um prazer ouvir pessoas satisfeitas em desfrutar de tudo de bom que temos a oferecer por aqui... Abraços e espero que tenha deixado saudade e um gosto de "quero mais" sua visita!!

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  • Membros

Com certeza, cada visita tem sua história!

 

Uma coisa que nos anima bastante em nossas escapadas de finais de semana é que o clássico "boca a boca" ainda prevalece nas cidades de interior, ou seja, vale a pena se aventurar sem planos de hospedagem via internet (Booking.com / Hoteis.com) onde encontramos diárias que custam no mínimo R$ 250,00 e ainda ficam te olhando feio para você dar check-out logo e restaurantes que oferecem uma comida xexelenta e você deixa as calças.

 

A internet facilita demais nossas vidas, mas, o pulo do gato é só quando nos aventuramos mesmo ou quando temos algo mastigadinho de alguém com perfil similar ao nosso. No mais, aceito todas as sugestões dos arredores, afinal de contas, como você mesmo disse, ficou aquele "gostinho de quero mais"!

  • Hahahaha! 1
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  • 3 meses depois...
  • Membros

Olá, NOSSA, estou procurando a tempos um bom relato sobre Cunha e eis que achei.

Não achei muitas coisas na internet que fossem aproveitadas sobre essa cidade, mas as suas informações se encaixaram perfeitamente no que eu precisava para um fim de semana.

Irei para Cunha em Dezembro e o mais difícil até agora é a hospedagem,só encontro lugares luxuosos e caríssimos.

 

Obrigada pelo relato.

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  • 3 semanas depois...
  • Membros
Olá, NOSSA, estou procurando a tempos um bom relato sobre Cunha e eis que achei.

Não achei muitas coisas na internet que fossem aproveitadas sobre essa cidade, mas as suas informações se encaixaram perfeitamente no que eu precisava para um fim de semana.

Irei para Cunha em Dezembro e o mais difícil até agora é a hospedagem,só encontro lugares luxuosos e caríssimos.

 

Obrigada pelo relato.

 

Liga lá no Ozair, quem sabe o chalé dele esteja disponível!

 

(12) 3111-1578 ::otemo::

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  • 1 mês depois...
  • Membros

O trecho entre Cunha e Paraty conta com aproximadamente 50 km, no entanto, há uma parte desta estrada que não está pavimentada e garanto que é um perrengue danado passar por lá com carro de passeio.

 

Link para mais infos: http://www1.folha.uol.com.br/turismo/2014/07/1486707-pavimentacao-da-estrada-paraty-cunha-deve-facilitar-acesso-as-cidades.shtml

 

Este tb:

 

http://www.paraty.com.br/blog/estrada-paraty-cunha-situacao-em-24082014/

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  • 4 meses depois...

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