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A Alemanha nunca esteve nos meus planos principais, mas quando se vive (e viaja) a dois, você acaba multiplicando destinos, e às vezes isso pode ser uma ótima surpresa! Não vou dizer que Berlim esteja entre as cidades que mais gostei no mundo, mas com certeza superou minhas expectativas!

 

Estávamos estudando em Paris, e encaixamos um fim de semana pra conhecer a terra do apfelstrudel! Logo ao chegar no aeroporto alemão, assim como em todo o trajeto do trem para o centro da cidade, já se via uma imensidão verde, Berlim apesar de um pouco cinzenta, é muito arborizada.

 

Tudo por lá é bem moderno, o metrô é um exemplo a ser seguido, você chega até os trilhos do trem sem passar por nenhuma catraca, lá chegando há algumas máquinas onde você mesmo compra seu bilhete (caso algum fiscal te solicite e você não esteja com o bilhete, a multa é de 100 euros!). Foi ai que começamos a nos surpreender com a simpatia dos germânicos, depois de muitos minutos sem entender que tipo de bilhete deveríamos comprar, veio uma alemã gentilmente nos ajudar, ainda bem!

 

Descemos na estação Friedrichstraße (aqui aceitei que não entenderia uma só palavra em alemão rs) e seguimos a pé para a pousada só para deixar as mochilas e começar a descobrir uma nova cidade, era outubro e já estava bem frio.

 

Começamos pelo Checkpoint Charlie, a réplica de um posto militar que ficava na divisão entre as Alemanhas ocidental e oriental na época da guerra fria. Ao lado há uma grande placa com os dizeres “Você está deixando o setor americano”/”Você está entrando no setor americano” e alguns metros à frente um grande painel com explicações e mapas da época, assim como um pedaço do muro.

 

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Já tínhamos reparado nos simpáticos homenzinhos nos semáforos, e de repente trombamos com uma loja inteirinha de produtos do Ampelmann, irresistivel dar uma entradinha antes de passar para o próximo ponto.

 

Seguimos em direção ao Portão de Brandemburgo, um dos lugares mais visitados de Berlim, já era noite e ele estava lindo todo iluminado. Sua história é bastante longa, palco de comemorações e de eventos para serem esquecidos como o nascimento do Terceiro Reich de Hitler. Em 1961, o Brandenburger Tor, foi fechado pelo Muro de Berlim, hoje é possível ver a demarcação do muro logo atrás dele.

 

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Procurando algo para comer, caímos em um lugar super tradicional e nada turístico. O Staendige Vertretung era uma mistura de bar e restaurante com mesas grandes onde todos acabam sentando juntos, e onde tivemos certeza da simpatia dos alemães. Um casal da mesa ao lado puxou conversa conosco e recomendou que tomássemos uma cerveja típica do lugar, era um lindo copinho pequeno e a cerveja era terrível rs, logo depois um grupo grande chegou nos pediram para pular uma cadeira para que coubessem todos, como agradecimento, um deles ofereceu ao meu namorado a tal cerveja típica, coitado, teve que aceitar rs! Recomendo, a comida era maravilhosa e a cerveja -não tradicional- também!

 

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No dia seguinte pegamos o metrô em direção à East Side Gallery, que é a parte do muro ainda preservada e transformada em galeria de arte a céu aberto, são vários kilometros de muro grafitado, é lindo e ao mesmo tempo triste, todas as obras tem temas relacionados aos sofrimentos pelos quais a Alemanha passou, ver aquelas imagens de pessoas sofrendo e depois imaginar que estamos tocando em algo que simplesmente acabou com a vida de muitas pessoas, separou famílias… é bem forte.

 

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Decidimos seguir a pé até a Alexandrerplatz, a principal praça do centro da cidade onde se encontra a enorme Torre de TV. Mais a frente fica a igreja de Santa Maria, a mais antiga de Berlim e a linda fonte de Netuno. Continuamos até a ilha dos museus, onde, além dos museus, claro, se encontra também a imponente catedral de Berlim, mas como o tempo era curto, só deu para tirar algumas fotinhos. (Cuidado com essa região, há muitas mulheres e crianças tentando golpes pega-turista).

 

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O próximo ponto foi a Neue Wache, que hoje é um memorial para as vítimas da guerra e da tirania. É um prédio vazio com uma pietá no centro e acima dela um buraco aberto no teto, exposta a chuva, a neve e ao frio, ela simboliza o sofrimento das pessoas na época da guerra.

 

Depois de um lanchinho rápido seguimos para a Gendarmenmarkt, uma curiosa praça onde se encontram uma sala de concertos e frente a frente duas catedrais praticamente iguais, uma francesa e outra alemã.

 

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Pra terminar o dia, fomos novamente até o Portão de Brandemburgo e seguimos pela avenida, passando pelo memorial de Guerra soviético até chegar à Coluna Vitória, uma enorme construção com a estátua da deusa Vitória no topo. Subir seus intermináveis degraus pode ser cansativo, mas garanto que a vista compensa, os parques que margeiam a avenida formam uma densa floresta multicolorida.

 

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Em nosso último dia na capital alemã, o sol finalmente apareceu! A temperatura continuava quase congelante, mas o céu azul limpinho se encarregou de deixar tudo mais agradável.

 

Passamos novamente pelo metrô Friedrichstraße, e pela segunda vez notei a triste escultura em frente à estação. Uma família de um lado e duas crianças do outro, eles carregam malas e alguns pertences pessoais e todos tem expressões tristes. Não encontrei o significado dela, mas com toda a história que a Alemanha carrega, certamente é uma homenagem aos que já sofreram muito por ali.

 

Seguimos para o Reichstag, o Parlamento alemão. Seu imponente prédio é lindo e bem preservado por fora (não é original da época, passou por uma reforma após ser incêndiado e destruído em diferentes épocas da história), mas a parte mais interessante é sua enorme e moderníssima cúpula de vidro (também reformada), onde se pode caminhar e ter uma bela vista da cidade. Para nós foi impossível pois teríamos que ficar em uma fila de 2h e não tínhamos esse tempo, infelizmente em uma viagem curta como essa é preciso deixar algumas coisas de lado.

 

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O muro de Berlim passava muito próximo ao Parlamento e é um dos lugares onde é possível ver suas marcas no chão.

 

Ainda nesta região, encontramos sem querer o recente Memorial para os ciganos vítimas do holocausto. Inaugurado em 2012, a homenagem é um lago circular rodeado de placas no chão e um poema na entrada.

 

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Saindo de lá, seguimos para um dos lugares mais tristes que já visitei, o Memorial do holocausto. São 2.711 blocos de concreto que (pelo menos para mim) dão a impressão de serem caixões gigantes, cada um com uma altura diferente, formando um labirinto irregular por onde as pessoas circulam. O conjunto cinzento e triste com certeza alcança seu objetivo de reflexão sobre um período tão tenebroso.

 

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Ufa, pra sair dessa vibe triste nada melhor que um típico apfelstrudel! Bem em frente ao memorial tem alguns restaurantes e lojinhas de souvenirs (que aliás, não são nada baratos nesta cidade!).

 

Finalizamos com uma visita ao parque Tiergarten, próximo ao Portão de Brandemburgo. Uma enorme área verde super limpa e bem cuidada, os parques por aqui são um pouco diferentes, há pouco cimento e nada de restaurantes ou lanchonetes, apenas árvores, muitas muitas árvores, lagos, esculturas e alguns banquinhos. Mesmo estando em uma área bem urbana, é um lugar que emana paz tranquilidade. O chão todo forrado de folhas de outono completa o visual incrível.

 

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Dentro do parque há uma exposição permanente chamada Global Stones, são 5 pedras, cada uma simbolizando um continente. Porém, a representante da América, vinda da Venezuela, vive há anos uma polêmica entre o artista Wolfgang von Schwarzenfeld e índios venezuelanos que lutam para ter sua pedra de volta. O caso está em negociação até hoje.

 

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Antes de pegar o trem de volta para o aeroporto não resistimos a tentação de comprar uns chocolatinhos, assim como os cosméticos, eles são muito baratos (e maravilhosos) na Alemanha, existem algumas lojas como a Rossmann onde se encontra de tudo com ótimos valores.

 

A Alemanha me surpreendeu muito por sua modernidade, acolhimento e diversidade cultural, mas creio que as memórias deixadas por sua história tão triste e violenta ainda são as principais lembranças que os visitantes carregam de Berlim.

 

Posts originais e mais fotos aqui: http://www.queroirla.com.br/fim-de-semana-em-berlim-parte-i/ e http://www.queroirla.com.br/fim-de-semana-em-berlim-parte-ii/

  • 1 ano depois...
  • Membros
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Adorei esse seu relato aqui sobre Berlim, com tantas informações, Mari D'Angelo! Eu também fiquei pensando em viajar para Alemanha (talvez Berlim e Munique) e Praga por causa do meu marido, não era uma idéia minha a princípio, mas até que estou gostando da idéia. O que você achou dos preços dos restaurantes, da alimentação em geral em Berlim? Pelo que eu pesquisei é fácil ir de Berlim para Praga, seria uma idéia interessante para nossa viagem. Agradeço as informações! Abraços!

  • 1 mês depois...
  • Membros
Postado
Adorei esse seu relato aqui sobre Berlim, com tantas informações, Mari D'Angelo! Eu também fiquei pensando em viajar para Alemanha (talvez Berlim e Munique) e Praga por causa do meu marido, não era uma idéia minha a princípio, mas até que estou gostando da idéia. O que você achou dos preços dos restaurantes, da alimentação em geral em Berlim? Pelo que eu pesquisei é fácil ir de Berlim para Praga, seria uma idéia interessante para nossa viagem. Agradeço as informações! Abraços!

 

Obrigada! Que bom que gostou! =) Eu recomendo muito a Alemanha! Só conheci Berlim, e foi um fim de semana, acho que o ideal seria pelo menos 3 dias inteiros pra conseguir ver tudo com calma. Não achei as coisas tão caras por lá, claro que por ser em euro fica sempre caro pra nós brasileiros, mas entre os países da Europa não é dos mais caros e Praga, Budapeste, países do leste europeu são geralmente bem mais baratos!

 

Se precisar de dicas de Praga escrevi aqui algumas coisas: http://www.queroirla.com.br/o-que-fazer-em-praga/

 

Qualquer dúvida e só falar! =)

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