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[t1]Dia 13 - Kathmandu[/t1]

A ideia para o dia era conhecer Patan, Buddah, Pashtupatinah e etc., mas topamos uma oferta esquema-patrão do hotel, de 40 USD para um carro com motorista pelo dia inteiro, que nos levaria a Changu Narayan, Bhaktapur e Nagarkot. Eu estava na dúvida sobre ir ou não a Nagarkot, porque não é temporada (e a previsão para o dia era de chuva) e encarecia o passeio (dobrava o custo), mas nesses casos geralmente prevalece a lei básica do "é melhor ir do que não ir".

 

Changu Narayan é belíssimo! É patrimônio da Unesco, coisa que geralmente me atrai. É "apenas" mais um templo, mas curtimos uma hora por lá, admirando aquela beleza toda e vendo como as pessoas professam a fé por lá. Vimos gente chegando e indo, e nós ficando. De alguma forma, o lugar nos cativou.

 

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Changu Narayan

 

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A tartaruga esmagada

 

Depois seguimos para Bhaktapur, já no fim da manhã. Achei o trânsito nas estradas do Nepal mais civilizado que na Índia, ainda que também zoneado. Nosso motorista até usava cinto de segurança!

 

A entrada de Bhaktapur para estrangeiros custa a facada de 15 USD. A Durbar Sq de lá é proibida para carros, felizmente. É ampla, cercada de construções belíssimas. Bhaktapur também é um lugar espetacular, belíssimo, com lindos templos (e, como sempre, os templos são muito afetados pelos pombos e suas excreções...).

 

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Rodamos muito pela Durbar Square de lá, descemos para a Taumadhi Tole (onde tem o magnífico templo Nyatapola) e até a Pottery Square, quando começou a chover de forma desconfortável para se caminhar. Exatamente conforme previsto pelo climatempo local, e já vinha trovejando desde que chegamos na cidade. Deve ser a coisa do início das monções. Procuramos abrigo num bar e tomamos umas Everests até a chuva passar.

 

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Uma coisa bacana que aconteceu: No caminho do bar, um menino de uns 14 anos nos abordou na Pottery Square. Sempre que éramos abordados por alguém na rua, nossos radares e escudos eram automaticamente ligados, mas o menino parecia querer apenas conversar. Falava inglês bem, e sabia até qual era a capital do Brasil! Além de Brasília, ele lembrou o Ronaldo (o gordo) como referência do Brasil (Ronaldo foi o último craque brasileiro de renome internacional, é bem comum ser lembrado pelo mundo afora por quem gosta de futebol). Ele contou que aprendeu inglês na escola com um professor de Dublin, que também incentivou a aprender as capitais dos países. Bem legal! Serviu para abaixarmos nossos escudos automáticos.

 

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Outra coisa que vimos em Bhaktapur, pela primeira vez na viagem, foi tours com guias e a famosas bandeirinhas. Nem no Taj tínhamos visto (ou não percebemos).

 

A chuva acabou e partimos para Tachupal Tol, ou Dattatraya Square. Também lindo, sobretudo a sensacional Peacock Window, uma extraordinária janela de madeira esculpida no Séc. XV!

 

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Retornamos para a Pottery Square e depois fomos para a saída, onde fechamos a visita no Erotic Elephant's Temple. Sempre a questão erótica, e dessa vez com elefantes! Era meio de tarde, passamos umas 4-5 horas em Bhaktapur. Quando chegamos na cidade, o motorista havia nos perguntado quanto tempo ficaríamos por lá e respondemos que não sabíamos. Curtimos bastante. Seria interessante passar uma noite por lá, curtir o lugar num outro ritmo, mais leve.

 

E partimos para Nagarkot, sem chuva. Chegamos lá em meia hora, por uma estrada bem sinuosa, geralmente só para um carro. Com aquele esquema de buzinar nas curvas.

 

Chegando em Nagarkot, fomos passear. Belo visual do vale, ainda que num dia com névoa, o que impossibilitava de ver as montanhas ao longe. Maio é assim mesmo por lá, já era esperado. Nagarkot é diferente de outros lugares da viagem. Em termos de cidade, é um lugar bem pequeno para circular. Serve de base para trekkings, é um lugar que a galera de Kathmandu vai curtir no fim de semana, é um lugar que você respira um ar beeeem mais puro que o da (muito) poluída capital. Faz frio, tem muito pouco barulho (apenas algumas buzinas tiram o sossego), não tem templos ou atrações turísticas tradicionais (sights). É um lugar relax. Muita gente sobe até lá para ver o por do sol -- nós sabíamos que não veríamos sol, nos demos por satisfeitos por não chover!

 

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Visual a partir de Nagarkot

 

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Curtindo o momento com momos e Everest beer

 

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O busum já estava lotado, e ainda tinha gente escalando o teto!

 

Paramos num restaurante com uma bela vista para tomarmos umas cervas e saborearmos alguns momos. Os momos demoravam pacas para chegar, mas o visual e a cerva compensavam. Demos umas caminhadas pelos arredores, exploramos um pouco as redondezas. O carro ficou nos esperando num hotel badalado da região. Retornamos umas 18:30, dá pouco mais de 1 hora de carro até Kathmandu. Já na cidade, choveu forte de noite, deixando as ruas alagadas. E, como não há calçadas, isso torna-se um problema para se locomover!

 

Como havíamos comido em Nagarkot, apenas queríamos ir num bar ou um pub. Encontramos um bar com uma banda tocando rock e lá ficamos. Cervas a preço honesto e rock sem couvert artístico! Paddy Foley's, se não me engano. Aliás, a cerveja é mais cara no Nepal (300-400 rúpias) do que na Índia. A água (20 rúpias), no entanto, é mais barata.

 

[t1]Dia 14 - Kathmandu[/t1]

Era nosso último dia na cidade (e no país), então acordamos cedo pacas para curtir cada minuto. Saímos logo às 6 da matina, dispensamos o café. Estava bem nublado naquela hora. Negociamos com um taxi para nos levar até Swayambhunath e depois ao Boudhanath. Saiu por 1000 pratas, achei correto.

 

O Swayambhunath é também conhecido por ser um templo de macacos (monkey temple), mas naquela hora da manhã havia poucos por lá. Ou eu esperava que fosse literalmente repleto de macacos, não sei. Vimos mais macacos naquele templo sinistro de Vrindavam. Nesse templo de Kathmandu acho que havia até mais cachorros do que macacos.

 

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O taxi nos deixou na parte mais alta. Li que alguns deixam na parte baixa, de onde sai uma longa escadaria até o alto. Lá de cima deve ter um belo visual da cidade, mas naquela hora estava era com uma baita névoa (e ainda tem a poluição...). A Gompa é muito maneira. Ficamos curtindo o momento por lá, vendo a galera (tem gente que vai rezar, tem gente que vai se exercitar, tem gente que vai vender coisas, etc.). Aproveitamos para ouvir algumas músicas que um pessoal cantava por lá. Muito agradáveis. Acho que eram músicas religiosas. Gostei.

 

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Visual do alto (se fosse num dia mais aberto...)

 

Descemos e pegamos o taxi que nos esperava, e fomos até Boudhanath. Chegando lá o motorista nos fez nova oferta, de nos esperar e depois levar para Pashupatinath e, em seguida, Durbar Square. Que era exatamente o nosso plano. Só que não chegamos a um acordo ($$) e encerramos a relação.

 

Boudhanath é enorme e belíssima! Muita gente andando, sempre no sentido horário. Sempre! E o sol abriu. Demos nossas voltas, depois entramos em alguns templos budistas nos arredores. Em nenhum dos templos budistas nos foi pedido qualquer coisa para entrar, todos grátis, bonitos, limpos e receptivos. Justamente por isso sempre doávamos alguma coisa nesses templos.

 

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Voltamos para a estupa e ficamos caminhando no sentido horário, junto com os demais. Em seguida, fomos conhecer a parte de dentro e, enquanto andávamos nessa parte, um monge nos parou. Pediu para nos sentarmos. Ele falava alguma coisa de inglês e, pelo visto, iria iniciar uma oração, ou sessão religiosa, o que seja. O lugar tinha várias pequenas plataformas levemente elevadas de madeira para as pessoas sentarem. Vi um ratinho saindo debaixo de uma para debaixo de outra. Aiaiai... Sentamos numa delas. O problema, para mim, é que não consigo ficar sentado confortavelmente de pernas cruzadas (falta-me a elasticidade!).

 

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"Nosso" monge

 

O monge foi chamando outras pessoas (todas locais) para a sessão e lá fomos nós. Acho que foi uma pequena cerimônia budista. Ao ar livre. O monge professava no que suponho ser nepalês e eventualmente nos falava alguma coisa em inglês. Eu curti. Mas não aguentei ficar naquela posição, tive de trocar durante a cerimônia. E vi o ratinho saindo debaixo de outra madeira para um esconderijo um pouco à nossa frente. Fiquei de olho no tal esconderijo, acho que o rato não saiu mais dali. O monge era extremamente simpático, sorridente. Nossos escudos naturalmente ligados foram resetados pela bondade que emanava da expressão dele. No fim ele nos pediu apenas uma doação, que demos com prazer (eu teria dado mesmo sem pedido). Não era grande coisa, mas ele sorriu e agradeceu como se fosse. Muito legal. Uma micro-pré-preliminar introdução ao budismo.

 

Ainda circulamos pela estupa e depois fomos conferir outras gompas sugeridas pelo LP. A Sakya Tharig Gompa é belíssima e estava aberta, só havia um monge meditando lá dentro. Depois Pal Dilyak Gompa. O lugar estava aberto, mas o templo fechado. Havia alguns monges mirins brincando no pátio. Ainda assim fomos admirar a bela fachada. Aliás, as fachadas desses templos budistas também são geralmente muito bonitas. Tudo muito limpo e conservado.

 

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Gompas nos arredores de Boudhanath

 

Encarrada nossa visita a Boudhanath, fomos andando para Pashtupatinath. O caminho não é sinalizado e vimos raros estrangeiros por lá. Perguntamos algumas vezes aos locais se estávamos no caminho certo e todos foram simpáticos conosco. Vimos muitas crianças saindo das escolas. Em pleno domingo!! Talvez o conceito de domingo para efeito letivo seja diferente por lá, não sei.

 

Pashtupatinath cobra uma facada de 1000 rúpias para entrar, coisa de 10 dólares. Vale lembrar que entramos pelos “fundos”, não pela entrada principal. Entramos e fomos subindo. Os dois principais templos do lugar são fechados a não hindus. Na prática são vedados a estrangeiros, como sempre. Só isso já me desagradou bastante – pagar para entrar num complexo que veta minha visita a determinados lugares por eu ser estrangeiro. Mas vamos lá. Alguns dos templos (dentre os abertos a estrangeiros) estão mal conservados, mas são interessantes.

 

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Pashtupatinath

 

E tem os ghats de cremação, tal qual em Varanasi. Ou melhor, há diferenças. Achei os ghats de Pashtupatinath mais expostos. Pessoas fotografavam tranquilamente (em Varanasi era expressamente solicitado que não se fotografasse, em respeito às famílias dos mortos), mas o LP recomenda que não o faça. Ficamos um tempo por ali e depois seguimos embora. Achei que não valeu a pena, pelo alto preço (para os padrões locais) da entrada. Olhando de fora, os dois templos vedados a estrangeiros me pareceram ser os mais interessantes do complexo.

 

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Assim é o ghat de cremação de Pashtupatinath

 

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Um expectador local

 

Já era fim da manhã e tivemos de negociar pesadamente com um taxi para nos levar até a Durbar Square. O cara insistia em 800 e eu nos 500 que tinha visto em alguma tabela. Acabou que ele topou e nos levou numa velha Topic muito tosca.

 

Fizemos uma pausa para recarga na Freak street, e foi quando caiu uma rápida chuvinha. Pra variar, pedimos momos e derrubamos algumas cervas. Sempre acho que os momos demoravam uma eternidade para chegar.

 

Exploramos algumas partes internas da Durbar Square, que não havíamos explorado antes. Partes lindíssimas, diga-se! Subimos um prédio de 9 andares, onde – pela primeira vez na viagem – encontramos um brasileiro. Também viajante independente, conversamos rapidamente. Belos pátios (courtyards). Como tínhamos o passe de 3 dias, não foi necessário pagar novamente para entrar na Durbar Square. Pegamos outro taxi (e nova negociação pesada), agora para Patan.

 

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O extraordinário trabalho na madeira

 

Patan é outra cidade, mas fica colada em Kathmandu. Também tem sua praça protegida, a Patan Durbar Square. Tem de pagar também: 500 rúpias pra entrar. E é linda. É menor que a de Kathmandu. Tem um templo de pedra estilo Krishna que é sensacional. Porém, pra variar, estrangeiros não podem entrar (na teoria, como sempre, a restrição é para não hindus). Acho que deveríamos ter nos convertido ao hinduísmo para essa viagem, pra poder entrar nesses templos. Enfim, curtimos de fora mesmo.

 

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O templo de pedra

 

Mesmo com a taxa de 500 rúpias pra entrar, ainda tem de pagar outro extra (mais 500!) para entrar no museu local. Dispensamos. Talvez o museu tivesse outros pátios bonitos, não sei. Mas podia ser como em Kathmandu, onde uma única entrada dá acesso às áreas internas também. Aliás, várias atrações no Nepal estavam bem mais caras do que constavam do LP. Talvez seja coisa dos maoístas que chegaram ao poder recentemente, sei lá.

 

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Tá faltando água!

 

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Mais um trabalho extraordinário na madeira

 

Ficamos rodando na praça, que é belíssima. Encontramos um casal da Espanha que estava no sobrevoo do Everest. Fomos para o Golden Temple, também muito bonito. Seguimos um roteiro que nos levou ao imponente Kumbeshwar. Fizemos uma pausa num café com vista para o templo de pedra, ainda rodamos mais um pouco na área e fomos conhecer outros dois monastérios bem interessantes que ficam fora da praça: Uku Bahal (Rudra Varna Mahavihar) e Mahabuddha Temple. Já bem no fim da tarde pegamos um taxi de volta para Thamel.

 

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O imponente Kumbeshwar

 

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Mahabuddha Temple

 

Planejamos de fazer um jantar mais bacana por ser o último dia no Nepal. Escolhemos o restaurante Helena, que era recomendado no LP e em outros cantos que vimos. Decepcionou. Foi uma das refeições mais caras da viagem, e das menos saborosas. Não era ruim, mas decepcionou. E, pra encerrar, voltamos ao Paddy’s para tomar umas cervas e curtir uma banda de rock. O sinistro é que choveu MUITO enquanto estávamos lá. Parecia chuva tropical do Rio de Janeiro. Alagou geral. São Pedro amigão segurou a carga até nossa última noite.

 

Diversas sobre Kathmandu:

Algumas vezes nos ofereceram drogas enquanto andávamos por Thamel. Alguém chegava no meu ouvido e perguntava se eu queria (haxixe, maconha, sei lá). Um desses traficantes ficava no nosso caminho de volta ao hotel e o cara nos ofereceu acho que todos os dias!

 

Kathmandu à noite é bem escura. Thamel não, tem muito agito, mas os arredores sim. Provavelmente por conta do racionamento de energia.

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[t1]Dia 15 – Amritsar[/t1]

Saímos cedo para aeroporto. O aeroporto de Kathmandu parece uma rodoviária antiga. Tal qual na Índia, há repetidas checagens. Só entra depois de checar documentos, depois a bagagem, depois check-in, depois checa documentos de novo, e por aí vai. Tem mais checagem pela frente, até mesmo instantes de entrar no avião. Bizarro! Burocracia impera. Chegando na Índia, a mesma coisa. A cada passagem dentro do aeroporto, uma verificação de passagem e passaportes.

 

Felizmente os voos não atrasaram e chegamos em Amritsar no horário previsto, de tarde. Havia solicitado ao hotel que alguém nos pegasse no aeroporto e lá estava nosso motorista. Foi bom que já fui verificando com o motorista os preços para assistir à famosa cerimônia de fechamento da fronteira com o Paquistão (Wagah Border) e um transfer para a Dharamsala.

 

Chegamos ao hotel no meio da tarde e logo saímos para conhecer o Golden Temple/Templo Dourado de Amristar, dos sikhs. É seguramente dos lugares mais espetaculares que vimos na viagem. Extraordinário. Monumental. Mas não é apenas o lugar que é bonito (bonito é pouco, na verdade), o clima, o ambiente geral é muito bacana, muito agradável. Bem leve, na paz. Havia raros estrangeiros por lá (só vimos dois) e, ainda assim, não éramos vistos como ETs. Claro que os indianos pediam para tirar fotos (várias vezes), e nós pedíamos também! Demos duas voltas completas pelo complexo, mas não entramos no templo propriamente dito – a fila desmotivava. Entramos no também belíssimo Akal Takhat e ficamos observando as pessoas. Muito interessante. Cativante.

 

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O trabalho é contínuo no templo, e tudo é feito por voluntários sikhs.

 

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Galera reza

 

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Tem música também

 

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Não sei exatamente a função dele, mas é um guarda local

 

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Galera se banha nas águas

 

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Galera se acomoda nos corredores

 

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Galera estende tapetes (para o quente do chão não queimar os pés dos visitantes)

 

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Galera varre os tapetes

 

Seguimos andando para o Jallianwala Bagh, local de triste memória em que as forças de ocupação inglesas assassinaram diversos indianos desarmados. Até hoje estão expostas as marcas de balas e o poço onde vários se atiraram para não serem assassinados. O lugar tornou-se um pequeno parque muito bem transado e cuidado.

 

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Uma coisa que achamos bem estranho na cidade é que não havia gente nos incomodando, querendo vender alguma coisa. Estávamos habituados à torração de saco de Varanasi. Amritsar é beeem diferente nesse aspecto.

 

Jantamos muito bem no badalado Brother’s Dhaba Amritsar. Comida indiana de volta!

 

 

[t1]Dia 16 – Amritsar[/t1]

 

Acordamos bem cedo para ver o sol raiar no Golden Temple. Chegamos lá com o sol já raiado, umas 6 da manhã. O hotel era bem perto. E o templo já estava cheio de gente. Naquela hora da manhã o templo tem outra luz, mas logo a seguir o templo nublou. Demos as duas voltas tradicionais e depois fomos ao museu que tem por lá. O museu é interessante, extremamente focado nos mártires sikhs, com várias fotografias do que suponho que sejam personalidades importantes sikhs e algumas referências sinistras a um absurdo episódio em que o governo indiano bombardeou o templo (logo depois a Primeira Ministra Indira Gandhi, que havia dado a ordem do bombardeio, seria assassinada por sikhs). Vale dizer que os sikhs são minoria na Índia. Minoria mesmo, coisa de poucos percentuais do total da população.

 

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Luz da manhã, com céu encoberto

 

Depois do templo, fomos no templo que fica do lado do Golden Temple, Gurudwara Baba Atal Sahib, que tem uma torre. O nosso objetivo era subir na torre e ver o visual de lá, mas descobrimos pinturas/desenhos muito maneiras dentro do templo. Ficamos um bom tempo admirando esses desenhos. O visual do alto é legal também.

 

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Gurudwara Baba Atal Sahib

 

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Visual lá de cima

 

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As interessantes pinturas internas

 

Em seguida ficamos passeando pelos arredores. Havia uma garotada (todos homens) jogando bola num parque por perto. Quando viram Katia tirando fotos, todos correram para fazer poses. Festa da criançada. Não havíamos tomado café, então fomos conhecer o McDonalds local. Aproveitamos que era um McDonalds vegetariano e lá fomos provar sanduíches vegetarianos locais. Eram bons! Demos uma relaxada depois do almoço e seguimos para a tal cerimônia na fronteira às 14:30. De esquema-patrão, com carro privativo! Custou 1.200 rúpias.

 

No caminho paramos no Mata Temple (Mandir Mata Lal Devi), que, com o devido respeito, foi muito divertido. Eu sei que é um templo religioso, mas eu achei um barato em termos de diversão. Você percorre o templo por um caminho pré-determinado e vai passando por diversos lugares interessantes, dentro do templo. Não sei explicar direito, é meio que um trem fantasma, mas sem fantasmas e sem a escuridão. Geralmente você passa por imagens de entidades religiosas hindus (algumas sinistras), mas também tem passagens por dentro de bocas de bichos (sim, isso mesmo!) e há até um trecho que você tem de passar com água nas canelas. Bem legal. E grátis. De lá, partimos direto para Wagah.

 

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Mata Temple: a entrada

 

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Os interiores do Mata Temple

 

Chegando na Wagah Border, tinha a maior galera amontoada perto da entrada. Fomos para lá também. No caminho, um menino nos abordou e disse que a entrada era outra. Não demos bola. Depois, outro veio nos dizer a mesma coisa, mas de forma mais clara: disse que estrangeiros tinham uma outra entrada, pela esquerda. Ok, fomos para lá. A coisa é meio surreal: os indianos aos montes e amontoados num canto, e alguns poucos estrangeiros do outro. Como tudo é meio zoneado, abrem a porteira e todos se juntam na frente, se separam depois e por aí vai. De qualquer forma, os estrangeiros ocupam a área VIP da plateia (tem arquibancada para assistir à cerimônia). Além de estrangeiros, há alguns indianos que também ficam nessa área. É um tanto desconfortável, para mim, ocupar uma área VIP apenas por ser estrangeiro, enquanto os locais, verdadeiros donos da festa, ficam na área “geral”. Era necessário levar passaporte (li e ouvi isso algumas vezes). Levamos. Não mostramos em lugar algum. A coisa é meio zoneada e porque está na cara que você é estrangeiro.

 

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A fronteira. Do outro lado é o Paquistão.

 

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A galera do lado indiano

 

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Do lado paquistanês tem muito menos gente

 

A cerimônia é bem divertida. Tem do lado paquistanês também, mas a torcida do lado indiano é MUITO maior. Arquibancadas do lado indiano lotam. Do lado paquistanês sobram lugares. A coisa começa com música e a galera dançando na rua – somente mulheres são permitidas. Depois vem a parada militar de fechamento da fronteira, cheio de teatrinho de lado a lado. É tão teatral que fica divertido. Quem berra mais alto, quem tem o berro mais longo, quem levanta o pé mais alto, um monte de competição entre os países – tudo dentro do que me pareceu um grande e saudável teatro amigável entre as partes.

 

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Mulherada dançando na pista

 

Os guardas que participam da cerimônia são simpaticíssimos e bastante solícitos, visto que toda hora tem alguém pedindo para tirar fotos com eles. O sol se põe e acaba a cerimônia, hora de ir embora. Bem gaiato, bem divertido.

 

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Guarda da fronteira

 

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Retornamos para Amritsar e decidimos nos despedir do Golden Temple, agora indo lá de noite para ver como é. E é belíssimo, evidentemente. Bem cheio de noite e muita gente dormindo. Pelo visto tem muita gente em qualquer hora do dia ou da noite. Ou da madrugada. Demos nossas voltas tradicionais e nos despedimos desse lugar espetacular. Ninguém nos pediu nada lá dentro, tudo é oferecido. Até mesmo refeição. Tudo é feito por voluntários. A comida, a água, a manutenção, a limpeza (constante!), os guarda-sapatos, tudo por voluntários. Há guardas também, devidamente vestidos. Também voluntários. Tudo gratuito. Pode entrar, pode fotografar, não tem restrições desse tipo. Ao menos não vi. Vale a pena deixar uma boa doação, na minha opinião.

 

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Golden Temple. Espetacular de qualquer forma.

 

À noite nos despedimos da cidade com um jantar no Brothers Dhaba, mais uma refeição muito boa que fizemos na Índia. Dormimos tarde.

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mcm,

 

Muito bom relato. Estou lendo o blog da Katia também e montando meu roteiro em cima do seu.

 

Ainda uma dúvida quanto ao visto...pelo que vi no check list do Consulado, não precisa mandar a carteirinha da vacina internacional da febre amarela. Você mandou? Eu tenho, mas se não tiver necessidade não vou mandar.

  • Membros de Honra
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Oi, Isa.

Se não está escrito que é preciso, melhor não mandar. Eu não me lembro de ter mandado.

Mas de qq forma leve junto ao passaporte qdo for para lá.

  • Membros de Honra
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[t1]Dia 17 – McLeod Ganj[/t1]

Saímos às 6 da manhã para nossa viagem para Dharamsala/McLeod Ganj. Esperava uma viagem de 6 ou 7 horas, mas levou umas 5 e foi bem tranquila, dentro do padrão indiano de buzinadas, finos e desvios bruscos eventuais. Fomos de esquema-patrão, de preço fechado com motorista/taxi. Ao menos o carro era bom – era o mesmo que havia nos levado a Wagah no dia anterior. E o motorista foi bem correto também, ganhou gorjeta. Acertamos a viagem com o próprio hotel que ficamos em Amritsar.

 

Deixadas as mochilas no hotel em McLeod, fomos passear. Logo demos uma parada num café para forrar um pouco o estômago e olhar o vai-e-vem das pessoas. Nossa impressão inicial de McLeod Ganj (McLeod Ganj é a parte alta de Dharamsala; a Dharamsala propriamente dita fica a alguns kms abaixo, e não fomos lá) é que é uma Visconde de Mauá (RJ), pela coisa mística, pelas ruas, pelos ripongas. Além disso, muitos estrangeiros e raros indianos. Vimos mais estrangeiros nas ruas em McLeod Ganj do que em todas as cidades anteriores somadas. As várias pessoas que vimos com traços orientais são refugiados tibetanos ou descendentes deles. E, claro, muitos monges tibetanos. Você cruza com eles a todo instante na região.

 

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Uma das poucas ruas de McLeod Ganj

 

McLeod Ganj também é lugar de lojinhas e restaurantes. E montanhas nevadas ao fundo, mesmo naquele verão. Aliás, lá é bem menos quente. Ou melhor, nem era quente. As ruas lembram Visconde de Mauá também, só que com o componente caótico indiano. E as vacas. É o tipo de lugar que deveriam proibir a passagem de carros em algumas ruas e tornar outras de mão única. Mas não, pedestres e carros disputam espaços mínimos. E, para piorar ainda mais, alguns infelizes estacionam o carro em área proibida, tornando o espaço mais mínimo ainda e atravancando a circulação de todo mundo, pessoas e carros. Por diversas vezes vimos TODO o trânsito atravancar, com carros parados em frente ao outro e filas atrás de cada um deles. Vi isso em Mauá algumas vezes, geralmente em função de carros estacionados em áreas onde não deveriam estacionar. Só que, na Índia, tome buzina...

 

Fomos no templo do Dalai Lama, Tsuglagkhang. É interessante. Não pode entrar com bolsas, celular ou máquinas fotográficas no templo. Há um lugar onde você pode deixar suas coisas, logo na entrada. Dpois fomos no museu, onde assistimos a um documentário, mas não aguentamos até o fim (achei chato).

 

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Dentro do museu -- fotos do Dalai Lama são constantes na cidade

 

Depois disso ficamos circulando pela área e arredores, explorando as poucas ruas no entorno. No fim da tarde, fomos tomar umas cervas no café Indique, que tem bela vista pra o vale (e para o por do sol). Aproveitamos para jantar por lá. Tínhamos dormido pouco na noite anterior, compensamos nesse dia indo dormir cedo. De qualquer forma, nos disseram que tudo fecha cedo por lá.

 

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[t1]Dia 18 – McLeod Ganj[/t1]

Acordamos cedo e tomamos um café no restaurante do hotel. Li que era o primeiro café a abrir na cidade. E nem era tão cedo. De fato, chegamos na hora de abrir e estavam ainda colocando as coisas em ordem e limpando tudo. E limpam tudo mesmo (até as paredes!). Nesse dia fomos fazer umas caminhadas um pouco mais longas pela região.

 

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Visual a partir de McLeod Ganj

 

Começamos andando até Baghsu, uma vila logo acima. Chegamos rapidamente, o trajeto é plano. Passamos num templo local e em frente havia uma piscina pública. Homens se banhavam de sunga, mulheres de roupa de corpo inteiro. Carros chegam até um determinado ponto e, quando estivemos lá, estava uma zona dos diabos para estacionar, entrar, sair e etc. E com as buzinas tradicionais da Índia.

 

Seguimos para a cachoeira da região (Baghsu falls), que é bem bacana. Muita gente por lá, alguns estrangeiros. Belo visual do vale no caminho. Esticamos até um café (Shiva café) que havia mais à frente na trilha, onde curtimos um chá sem ninguém por perto e com belo visual para o rio e para as montanhas.

 

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A reta final para a cachoeira

 

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Bagsu Falls

 

Seguimos então para Dharamkot. Raramente há sinalização, é bom pedir informações pra quem puder. De qualquer forma a dica é seguir os dutos. Carros não chegam por lá, o que melhora MUITO as coisas. Muitas pousadas, muitos cafés, ripongas, estrangeiros, muita coisa escrita em hebraico (!). Um belo visual. Acredito que seja um bom lugar para relaxar, embora o perfil do lugar deva remeter a algo mais místico também. Rodamos por lá, curtimos bastante. Se você quer paz, acho que Dharamkot é um bom lugar. Eu diria que McLeod Ganj, Baghsu e Dharamkot é meio que Visconde de Mauá, Maringá e Maromba (cismei com esse comparativo).

 

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Dharamkot

 

Retornamos para McLeod, foi uma boa caminhada pela manhã. Almoçamos uma das melhores refeições da viagem, num restaurante chamado Tibet Kitchen. O prato que elegemos era do Butão e se chamava Shamu Datse, se não me engano. Era apimentadíssimo e delicioso. Foi uma boa dica que pegamos no LP.

 

Depois do almoço ficamos andando nos arredores e decidimos fazer mais longas caminhadas. Essa viagem foi um tanto atípica, porque geralmente andamos muito todos os dias, respiramos as cidades. Na Índia andamos muito pouco. Houve muito deslocamento, mas de tuc-tucs e taxis, coisa que habitualmente faríamos muito pouco. É que o perfil das cidades indianas é assim.

 

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Fomos andando até a igreja de St. John in the Wilderness, que é interessante.

 

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St. John in the Wilderness

 

De lá esticamos até o Dal Lake, que fica a uns 4km de McLeod Ganj. Caminhada boa, sobretudo porque andamos junto de uma garotada local que saía da escola naquele momento. Mas ninguém veio falar conosco, nem tirar fotos. Só riam e olhavam.

 

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Todas as meninas tinham cabelos presos em duas tranças

 

Com não há sinalização, fomos perguntando pelo caminho e todas as pessoas foram bastante solícitas e simpáticas. De um modo geral, estávamos no caminho certo. Esperávamos que o Dal Lake estivesse seco, mas não. Lá estava ele. Nada de mais, na verdade. Demos uma volta por ele e retornamos para McLeod por um outro caminho. Chegando na cidade, fizemos uma merecida pausa para uma cerva!

 

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Dal Lake

 

Fomos conhecer o Monastério Tsechokling, que fica logo abaixo do centrão. Não tinha sinalização, mas achamos. Estava fechado, mas já veio um simpaticíssimo monge abri-lo somente para nós! Cativante. Muito bonito o lugar.

 

Ainda demos umas voltas pela região. Não achamos um restaurante que havíamos listado e acabamos curtindo o fim de tarde novamente no Indique. Foi onde encerramos o dia.

 

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Campanha local

 

 

[t1]Dia 19 – McLeod Ganj – Delhi[/t1]

Estava nubladaço o tempo de manhã cedo. Nosso quarto tinha um vistão do vale e dava pra ver o tempo bem fechado da janela. Pra piorar, a energia caía constantemente. Era nosso último dia de viagem, nosso voo de volta ao Brasil partiria na madrugada seguinte. E teríamos ainda um voo de tarde de volta a Nova Délhi. Fomos curtir as últimas horas de viagem.

 

A ideia era passear. Katia acordou meio mal, então demoramos um pouco para sair. Fomos até Baghsu novamente. Perguntamos sobre um Mata Temple que havia por lá e o cara nos disse que ficavam em Dharamkot. Achamos melhor não ir. Como Katia continuava não se sentindo bem, voltamos. No caminho vimos um traficante que havia nos oferecido drogas efetuando uma venda. Nunca recebi tantas ofertas de drogas na vida! :0

 

Uma coisa que vimos bastante na região era um tal de “canadian breakfast”. Provavelmente é um estilo de café da manha, mas não experimentamos.

 

Katia ficou no hotel e eu fui dar uma volta final pela cidade. Fui contornar o Tsuglagkhang (o complexo do Dalai Lama), tinha lido que havia um caminho ao redor. Muitos macacos no começo e várias coisas interessantes nos fundos do complexo, que só podem ser vistas com essa pequena caminhada de meia hora.

 

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Fizemos nosso check-out e fomos pegar o taxi para o aeroporto, que fica em Kangra. O preço é fixo, felizmente. Nada de negociar! Parece que o aeroporto começou a operar recentemente, tem bem cara de rodoviária e absolutamente nenhuma loja ou lanchonete ou bar ou restaurante! Tem ainda uma inspeção de segurança inexperiente, que perguntou e pediu pra ver um monte de coisas que tinha na mochila, e uma leeeenta verificação com detector de metais sobre o corpo.

 

O aeroporto tem uma vista bem bacana das montanhas. E assim partimos para o fim da nossa viagem. Em Delhi estava um calor dos diabos, apenas fomos para o mesmo hotel da outra vez, perto do aeroporto, descansar um pouco até a madrugada, quando partiríamos de volta para o Brasil.

 

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Visual da pista do aeroporto de Dharamsala

 

E assim foi mais uma viagem desbravando o mundo.

  • 3 meses depois...
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Postado

Não, restaurantes têm cardápio, preços fixos.

Achei que Nepal e Índia se equivalem em termos de preços, com diferenças aqui e ali.

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