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15/02/09 - 15º dia

Hoje decidi acordar bem cedo porque queria visitar a Galleria degli Uffizi e seria melhor chegar bem cedo. Tomei café no albergue (de 0 a 10 daria um 6) e depois saí. O pior de tudo é que na hora de pegar o bus, eu me confundi e peguei o ônibus errado. No final das contas, tudo acabou dando certo, porém: tive que caminhar um pouco mais, mas nada que prejudicasse o meu passeio. Ao chegar à galeria, percebi que tinha mesmo chegado porque quase não peguei fila nenhuma! Fiquei menos de 5 minutos e já pude entrar (mais tarde, ao sair percebi que a fila já estava gigantesca)! Nem sei o que falar do museu, mas ele é indispensável, particularmente o que mais gostei foram, claro, as pinturas de Boticelli (As "estrelas" do museu) e as de Caravaggio (meu pintor favorito no universo). A visita costuma ser bem longa, então prepare-se para caminhar muito, não perca nada! No final, na lojinha de lembranças, comprei o guia oficial do museu (custa 10 euros), que valeu muito a pena porque depois quando eu ia explicar alguma coisa para alguém daqui, tinha sempre como mostrar... Ao sair do museu, percebi que havia passado a manhã inteira lá. Antes de almoçar, resolvi passar no museu Casa di Dante , que fica perto da Piazza della Signoria. O museu é interessante por contar a história do escritor, mas o mais decepcionante (o que você só descobre no final da visita) é saber que Dante NÃO morou naquela casa... O interessante mesmo é uma igrejinha que fica naquela mesma viela, chama-se Santa Margherita e é onde está uma pedra tumular de Beatrice Portinari, a amada de Dante. Ao lado da tumba há um cesto com as cartinhas de amor que as meninas escrevem, esperando que a morte as ajude nos seus rolos... Depois disso fui até estação e comi num fast-food de pizza que tem ali perto. O preço é bastante razoável. Depois fui procurar passagens de trem para o dia seguinte, mas decidi não comprar nada por enquanto. A seguir fui até a Galleria della Accademia, que é famosa por conter o Davi de Michelangelo. Continuei pelas ruas, tomei um sorvete e acabei chegando na Piazza della Reppublica, onde, embaixo de um dos arcos, havia uma cantora de rua, acompanhada de um cara que tocava acordeão, cujo repertório eram canções toscanas. Muito lindas, foi um dos momentos mais inesquecíveis da viagem. Gravei uma das canções na minha câmera e, sempre que as ouço, começo a chorar de saudades! A próxima parada foi a igreja de Ognissanti. Ali fora um monge que arrumava a igreja para a próxima missa, estava vazia. A última parada foi a Pizza Pitti, com o seu prédio gigantesco.

 

SAN GIMIGNANO

16/02/09 - 16º dia

Bem de manhã, consultei o meu Rough Guide to Italy e decidi ir a San Gimignano. Fui acordado bem cedo pelos japoneses, que se preparavam para sair e faziam um barulho infernal. Acordei me arrumei, tomei o meu café e saí. Peguei o ônibus e fui até o prédio de uma das empresas de ônibus, que fica bem próximo a estação. Lá, comprei minha passagem para Poggibonsi, mas infelizmente não era o "expresso", pois ele passava por uma ou duas cidades pelo caminho. Em Poggibonsi, comprei minha passagem para San Gimignano e fiquei esperando pelo ônibus. É bastante bonito quando o ônibus está viajando pelos campos toscanos e você avista ao longe as torres da cidade! Preste bastante atenção a isso. O ônibus para diante do portão principal da cidade. Como descrever a cidade? É uma fortaleza com tijolos meio amarelos e ruas estreitas que serpeiteiam em cima de um rochedo. É um dos lugares mais pitorescos do mundo. Parece que você voltou no tempo. A Idade Média nunca me pareceu tão real e concreta... Fui caminhando pelas ruas e cheguei à Piazza della Cisterna. No escritório turístico, peguei o mapa da cidade (grátis porque é só uma xerox). Decidi ir até a Rocca, a fortaleza principal da cidade, no ponto mais alto dela. Atualmente, a fortaleza é um parque público. É bem interessante ver quão bem localizada está a cidade: num dos mirantes, no qual você chega por uma escada, você vê uma imensidão de campos a perder de vista. Os inimigos da cidades provavelmente não conseguiam se aproximar sem serem notados. Acompanhe as paredes e note os buracos nas paredes por onde os arqueiros podiam atirar sem serem atingidos. Bastante inteligente! Continuei pelas ruas e entrei numa lojinha de artigos toscanos porque estava com vontade de comer o Panforte, mas como eu não sabia se ia gostar, peguei um pedaço de uma bandeja que estava sobre o balcão. Mal sabia eu que aquilo não era amostra grátis, não! rsrsrsrsrs. TIve pagar pelo pedaço que comi e pelo outro que comprei, pois o negócio era bom mesmo! Fui caminhando pela cidade, pois ela tem muitas surpresinhas como as fontes medievais, onde as pessoas buscam água potável e os passeios ao redor dos muros da cidade. Andei muito e decidi voltar para Florença (não deviam nem 2 horas da tarde). Esqueci de comentar que a cidade estava quase vazia porque era segunda-feira, provavelmente. A volta foi bem rápida porque além de pegar o expresso, que vai direto para Florença, o motorista era um "prodígio" e rasgou a rodovia em duas... rsrsrsrsrsrsrs. Direção com emoção? Pois é, alguns italianos adoram... De volta a Florença, tomei um sorvete e enviei e-mails. Caminhando pelas lojas, conheci na loja da Puma uma brasileira, que iria voltar para o Brasil na semana seguinte. Ela me reconheceu como brasileiro quase imediatamente. Quando saí da loja, já era noite e eu estava meio cansado. Decidi voltar para o albergue. Chegando no meu quarto, os três japoneses eram só dois agora. Um deles me contou que o terceiro tinha partido para Veneza, pois precisaria voltar mais cedo ao Japão. E o meu dia acabou aí.

 

SIENA

17/02/09 - 17º dia

Acordei com sono, pois tinha dormido mal. Depois de tomar café e me arrumar, peguei o ônibus para a estação e comprei minha passagem para Siena. Já estava no meio da viagem quando tive uma surpresinha desagrável: eu não sabia que nos trens da Trenitália era necessário validar o bilhete numa das maquininhas da estação. O funcionário alegou que bilhete não validado era a mesma coisa que viajar sem pagar! No final tive que pagar uma multa. Viagem muito cara essa! Verdadeiro desperdício de dinheiro. Na Trenitalia, nunca, nunca, esqueça de validar o bilhete, se não você vai se ferrar como eu! Espumando de raiva, desci do trem e na estação comprei o mapa da cidade, pois eu nem sabia como chegaria na porta da cidade. Mais tarde, na Porta Camolia, uma das três da cidade, estava fotogrando quando uma mulher parou do meu lado e começou a dizer que era uma pena que a porta estivesse tão suja porque nem dava para ler o que estava escrito no topo da porta: "Siena ti apre il cuore", "Siena te abre o coração", e olha sorriu para mim como que dizendo "Seja bem-vindo". Agradeci as palavras e nos despedimos. A cidade se parece um pouco com San GImignano, mas ela é maior e a cor predominante é o marrom. Era maravilhoso estar ali. Siena foi umas cidades na qual eu mais gostei de estar na minha viagem. Comi um pedaço de pizza de calabreza ardente (uma delícia). Segui o fluxo das ruas. Todas elas tem uma disposição particular que faz você chegar ao Campo, a praça onde duas vezes por ano ocorre o Palio. A praça mais linda do mundo. Fiquei ali andando de um lado para outro até meio-dia, quando os sinos das igrejas começaram a tocar. Que sensação de paz... Entrei no Palazzo Comunale e decidi não subir a Torre del Mangia porque já tinha tido minha dose de escadas por enquanto. Saí dali e fui até o Duomo de Siena, uma igreja linda num local meio estreito. Ali comprei o bilhete que valia para todos quatro museus da cidade. Entrei no Duomo e depois no Batistério. Havia lido num livro a história daquela igreja e daquela cidade e por isso minha imaginação voou longe ali dentro. Depois da igreja fui ao Museo dell'opera di Siena, bem organizado e com ótimas obras, mas o mais legal foi subir uma torre que há ali e poder ver a cidade por cima. Ótimas fotos! De lá dá ver o Campo e tirar uma das melhores fotos da minha viagem. Depois queria ver a casa onde morou Santa Catarina di Siena. Passei em frente a ela, mas não deu para entrar porque estava fechada. Mas valeu estar ali. Valeu ver uma das mais belas cidades do mundo. Bem mais tarde, ao chegar ao albergue, havia mais alguém ali. Comecei a conversar com ele em inglês, mas vi que era desnecessário, pois ele era português. Batemos o maior papo e decidimos ir juntos à Pisa no dia seguinte, pois lá ele pegaria um voo para Bari.

 

PISA

18/02/09 - 18º dia

Acordei novamente com os japoneses se preparando para sair. Fora a última noite deles ali no albergue. Também levantei e tive de fazer um pouco de hora porque FX demorou um tempão para acordar. Tomamos café juntos e depois pegamos o ônibus para Santa Maria Novella. Ali compramos uma passagem de trem para Pisa (bem baratinha mesmo, menos de 10 euros) e tivemos de correr para pegar o trem, pois ele estava partir. Era engraçado ver F correndo com a mochila pesadona dele. Durante a viagem contei a ele o que tinha passado na viagem para Siena (a história da multa) e ele ficou impressionado porque tinha viajado de Pisa para Florença sem validar o bilhete e nada tinha acontecido. Expliquei que provavelmente era por causa da distância, que era muito menor. Na estação ainda tivemos de apanhar um ônibus (o coitado do português estava todo desajeitado com sua mochila gigante atrapalhando meio mundo) que nos deixou na (ou "aos pés da", como diria F) Piazza dei Miracoli onde fica a famosa torre inclinada. Antes de olharmos a torre, F queria se livrar da mochila, por isso fomos ao B&B onde ele ia se hospedar. A torre até que é legal e tudo e tem o batistério e a igreja, mas... eu não gostei tanto assim! A cidade é muito parecida com Florença e nem tantas coisas para se ver... Bom, deixa para lá. Isso é só uma opinião pessoal, não quero contaminar ninguém com meu sentimento. Tiramos a famosa foto segurando a torre e depois caminhamos pela cidade. Não subimos na torre nem entramos nos edifícios principais da cidade (pois F considera tudo armadilha para turistas). Depois de uma volta bem longa, voltamos ao hotel para descansar um pouco e depois demos mais um passeio. Passamos o dia inteiro em idas e vindas e eu logo me cansei disso, embora a companhia do português fosse muito boa. O cara é muito engraçado e gente fina. Peguei o ônibus, depois o trem e depois o ônibus e voltei para o albergue na minha última noite por ali.

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Napoli/Nápoles

19/02/09 - 19º dia

O dia de hoje seria bem longo! Acordei o mais cedo que eu consegui e peguei o trem de volta para Roma (Trenitalia. Comprei a passagem no momento do embarque mesmo. Paguei 30 euros). A viagem foi sossegada. Voltando à Cidade Eterna (notei com certa alegria que tinha sentido saudades dela!), comprei o bilhete para Nápoles (fiz isso porque pagaria um pouco menos se comprasse os dois trechos separadamente) e embarquei numa nova viagem, que foi bastante demorada, pois o trem ia parando em várias estações. Mas foi bom assim porque podia aproveitar a paisagem. Logo logo vi o mar. Ah, eu adoro o mar, sou constantemente atraído por ele, nem sei dizer por quê. Chegando a Nápoles, logo notei que o clima lá era diferente. Quase podia dizer que estava calor. Decidi que a primeira coisa a fazer foi ir até o albergue, que ficava na estação Mergellina do metrô. Comprei o bilhete numa banca de jornais e fui seguindo as placas que indicavam a direção do metrô. O mais engraçado é eu fui andando, andando, andando... E com aquela sensação de estar algo errado, voltei exatamente à estação de trem! Achei aquilo engraçado e decidi fazer o caminho de novo, me atentando aos mínimos detalhes. Percebi que o "metrô" na verdade eram uns trens muito toscos que havia no subterrâneo da estação e que eu achei que fossem trens de subúrbio, como em São Paulo. Entrei no trem e fui até Mergellina. Lá há algumas placas indicando a direção do albergue, mas eu precisei perguntar porque a rua onde ele se localiza não parece de fato uma rua. De qualquer modo, cheguei ao albergue e fiz check-in. Fui ao meu quarto e descansei um pouco. O albergue é mesmo muito bom. Adorei! Recomendo mesmo. Na varanda você tem uma vista excelente da baía de Nápoli. Os quartos são limpos e cada um tem seu próprio banheiro, com uma ducha maravilhosa. Já metade da tarde e eu decidi dar uma volta. Percebi que ali perto do albergue há um parque onde está localizado o túmulo do poeta Virgílio! Pena que não deu para ver, pois o parque estava fechado. Fui caminhando em direção ao mar e fui sentindo a vida de Nápoli. O que se pode dizer? É uma cidade suja, estranha, exótica, estimulante, agitada, linda! Dizem que ou se ama ou se odeia Nápoli, não há meio termo. Eu fui um dos que se apaixonou pela cidade. Cheguei à avenida que beira o mare e fui caminhando em direção ao Castel dell'Ova, que fica do outro lado da baía. Foi uma caminhada bonita e divertida, pois eu via o castelo se aproximando e muito breve comecei a ver, impassível ali, o vulcão Vesúvio, desafiando os seres humanos. Depois de uma caminhada, decidi comer uma pizza num dos restaurantes que havia por ali. A pizza de Nápoli é a original, prato obrigatório! Cada pizza individual tem o tamanho da pizza que comemos aqui, mas a massa e o recheio são mais leves, o que te permite comer tudo aquilo sem encher. Depois do almoço me levantei e percebi que o vinho que eu tinha bebido junto com a pizza já tinha subido um pouco. Decidi caminhar com calma porque não queria sofrer nenhum acidente (pois não sou de beber muito). Na verdade, acho que o vinho me fez muito bem, já que as fotos que eu tirei estavam muito boas. Continuando a caminhada, fotografei o Castel e, bem mais à frente, o Porto e, à frente dele, o Castel Vecchio. Continuei pelas ruas e decidi que minha última parada seria a Catedral de San Gennaro, o padroeiro da cidade. A igreja é bonita e interessante. Não se esqueça de dar uma olhada na cripta abaixo do altar. Essa foi uma das igrejas mais interessantes que eu vi porque o estilo dela é bem sóbrio, mas ela é cheia de detalhes e coisas escondidas. Depois dessa visita, continuei subindo a rua, virei a esquerda e continuei pela avenida, onde fica o Museu de Arqueologia de Nápoli (visita obrigatória, mas que eu não pude fazer), até a estação de metrô. Mais uma vez confirmei que o metrô da cidade era muito estranho, pois mesmo tendo entrado no metrô tive que andar muito, pois aquela era uma estação de baldeação entre duas linhas, mas o engraçado é que elas estavam muito longe uma da outra!

Saí de novo na Mergellina e, antes de voltar ao albergue, fui ao supermercado "Flor do Café" (sim, o nome é esse mesmo, em português) e comprei umas besteirinhas, que seriam meu jantar. No albergue, conheci J, um argentino que estava viajando há muito tempo pela Itália. No dia seguinte eu pretendia ir para Pompeia então novamente decidi dormir cedo. Buona notte!

  • 3 meses depois...
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Muito legal o seu relato! Achei estranho você ter encontrado tantos lugares fechados, isso foi falta de planejamento seu ou é comum nessa época em que tem menos turistas?

 

Também estudo italiano e gostaria de conhecer a Itália e seu relato com certeza ajudará, apesar de eu não gostar tanto de igrejas!

  • 2 semanas depois...
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Pois é, Murilo.

Em muitos locais eu bobeei de verdade. Poderia ter me planejado melhor... No entanto, acho que pelo período que tive lá, deu para aproveitar o suficiente. Pretendo ir para a Europa de novo nesse ano, mas agora conhecerei também outros países.

Dessa vez, estou preparando tudo com mais experiência e isso está facilitando muito. Agora não sou mais mochileiro de primeira viagem.

Eu adoro a língua e poder praticar lá foi umas das experiências mais fascinantes da minha vida.

Espero que você consiga viajar logo.

Abraços.

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Pompei/Pompei

20/02/09 – 20º dia

 

Antes que qualquer um que estava no meu quarto acordasse, me troquei, me arrumei, peguei minha coisas e fui tomar o café, que, por sinal não era tão bom (uma pena porque eu gostei bastante daquele albergue). Fui de metrô até a estação central e comprei o bilhete da Circunvesuviana para Pompei - Scavi. Muita atenção, pois para essa linha você tem de comprar o bilhete para o trecho, assim diga com clareza para o vendedor para onde você quer ir (eu comprei numa banca de jornais, e o vendedor se irritou comigo porque eu não sabia que havia vários bilhetes). Depois de comprar desci as escadas e fui seguindo as indicações até a entrada da Circunvesuviana. Peguei o trem no sentido Sorrento. O trem é meio feinho, mas é cheio de turistas indo para Pompeia. Tem bastante gente da região também, o que pode te dar uma excelente visão da vida região. A paisagem é bem interessante, já que o trem circula por vales e passa relativamente do vulcão. Depois de um tempo (que agora não consigo lembrar muito), cheguei ao local das escavações. Ao sair da estação (que fica no meio do nada, por assim dizer), você só terá duas opções (direita ou esquerda): vá pela direita e você logo estará na entrada do parque. Como era muito cedo, não havia quase ninguém por lá. Eu fui um dos primeiros a chegar. Comprei o ingresso (11 euros) e peguei o mapa da vila. Lá dentro estava realmente muito vazio. Só eu, alguns estudantes de arqueologia e uns poucos turistas que chegaram cedo. Na praça central, fique atento aos restos dos templos, das praças a um portão onde são guardados vasos e algumas "múmias" de pessoas que foram massacradas pela fuligem do vulcão. Fui caminhando e logo me vi na mais completa solidão. Agora era só eu e a cidade. Maravilha! A sensação de estar num lugar desses é literalmente ser transportado para o passado (com o perdão do clichê, mas não consigo pensar em outra coisa). Não deixe de entrar nas casas maiores e mais conservadas, com o que sobrou de seus murais. Há também a casa de banho e os anfiteatros. Vale lembrar também as famosas casas do fauno e a do poeta trágico com a sua inscrição (CAVE CANEM - CUIDADO COM O CÃO). Fiquei impressionado com algo horrível: muita gente não se dá conta de onde está e joga lixo no chão, nos locais mais afastados! Sacanagem... Depois do passeio, voltei para a praça central e percebi que já estava na hora de ir (os turistas japoneses já lotavam a praça, rs). Passei a manhã inteira lá. Estava na hora de pensar no que fazer, pois não tinha nada programado para a parte da tarde. As opções seriam: ou eu voltava para Roma hoje mesmo ou faria alguma coisa em Nápoli e partiria amanhã. Como não tinha reservado albergue em Roma, pensei que seria melhor ir no dia seguinte. Por isso, comprei outro bilhete e decidi dar uma olhadinha em Sorrento. Enquanto esperava o trem, olhando para o trem e sentado num banco, percebi que mais ou menos a uns 5 metros de distância de mim, uma japonesinha de mais ou menos uns 20 anos procedia de um modo engraçado: ela andava de lado olhando na minha direção, de repente ela parou e deu tchazinho sorrindo meio timidamente e em seguida saiu correndo na direção de um enorme grupo de seus compatriotas. Olhei em volta e percebi que ela tinha mesmo acenado para mim! Será que ela achou que eu fosse italiano?

 

"Espiadinha" em Sorrento

O trem demorou a chegar por lá, mas foi divertido porque a paisagem é mesmo muito bonita. O mar azul turquesa, a costa rochosa... E dentro do trem um grupo enorme de adolescentes indo passear em Sorrento... Chegando lá, dei um passeio pela cidade de Torquato Tasso. A cidade é uma graça. Muito romântica. Cheia de árvores e lojas bonitas. Fiquei circulando pela cidade por um tempão. Lá não tinha propriamente nada para fazer, mas o passeio foi excelente, tanto que quase decidi procurar um albergue por ali para passar à noite. No final das contas acabei chegando a uma praça que ficava em cima de um rochedo. Lá embaixo via-se aquele mar inacreditavelmente azul e transparente. A Marina... A Baía de Nápoles... Uma calma só. Prometi que um dia voltaria lá. Só espero que a vida me dê oportunidades para isso (e que da próxima vez eu possa estar muito bem acompanhado). Passei num mercadinho e comprei umas bobagens para comer no caminho de volta para Nápoles. Peguei o trem e fiz todo o caminho de volta (não tenho certeza, mas parece que ele foi pot outro caminho... Não sei explicar como isso aconteceu). De volta a Nápoli, procurei passagens para Roma, mas não encontrei nenhuma. Decidi deixar para comprar a passagem no dia seguinte. Peguei o metrô e voltei para o albergue e fiz check-in de novo... Na recepção um senhor viu o meu passaporte brasileiro e perguntou em português de onde eu era. Respondi que era de Mogi das Cruzes, e ele, italiano, disse que já tinha para lá, pois a namorada dele era de Mogi (pode?)!

De volta ao mesmo quarto, bati um papo com o argentino que estava lá e fui dormir, pois no dia seguinte como sempre queria acordar cedo.

 

Roma

21/02/09 – 21º dia

Já triste, acordei cedo para aproveitar meu último dia de viagem. Saí tão cedo que nem tomei o café do albergue. Por isso, antes de pegar o metrô, passei no supermercado Flor do Café e comprei coisas para comer no caminho. Na estação comprei um bilhete para a Roma em um trem da Trenitalia que iria para Torino. Foi um ótimo trem porque era um daqueles que aquelas cabines para 6 pessoas como nos filmes; além disso, como a viagem dele era longa, o trem só faria três paradas no caminho. A cabine em que fiquei estava cheia com uma mulher e seus filhos e um casal de namorados, todos italianos. A viagem foi rápida e tranquila (só duas horas, chegou em Roma às 9h30min). Um caso engraçado no caminho foi que alguém (eu juro que não fui eu!) solta una belissima bufa e a cabine pegou empesteada. A mulher das duas crianças, meio sem-engraçada, disse que iria abrir a porta porque o ar estava meio pesado. rs

Em Roma, comprei um cartão telefônico e liguei a AV para perguntar a que horas eu poderia passar lá para pegar as minhas malas. Combinamos então que eu iria lá à noite e ela aproveitaria para fazer mais um jantar para mim (é claro que eu aceitei). Pois bem, eu tinha o dia inteiro livre, então decidi fiz um tour de despedida pelos pontos principais de Roma e no caminho iria comprar alguns presentes para minha família e gastar o dinheiro que tinha sobrado (sim, tinha sobrado!). Vi de novo a Piazza Esquilino e Santa Maria Maggiore, o Coliseu e o Foro Romano, o Vittorio Emanuelle e o Campidoglio, passei na Gesù e fiz a minha oração de agradecimento por tudo o que tinha me acontecido e pela minha viagem de retorno, Largo di Torre Argentina, Piazza Navona e Pantheon, subi a via del Corso até a Piazza del Popolo. Passei na loja da Puma e comprei um tênis e uma camiseta da Itália. No fim cheguei na Piazza San Pietro, mas em vez de entrar na igreja, fui pelos subterrâneos para ver os túmulos dos papas. É interessante ver como realmente João Paulo II foi popular, pois esse era o túmulo mais concorrido de todos. Havia um grupo enorme de alemães rezando por ali. Além de papas, havia túmulos de nobres, como uma das rainhas da Suécia e alguns componentes da família Stuart. Saí e fui para o Castel Santangelo. Atravessei a ponte e prossegui até a Piazza di Spagna. Subi as escadas e sentei ali para comer alguma coisa. A praça estava cheia de gente, como todo o dia de sol. Como já estava quase na hora combinada com AV, peguei o metrô e fui até o Cipro. Antes de ir para lá, passei num supermercado para comprar algumas cosinhas para levar para o Brasil (se quiser levar um legítimo vinho italiano, vá até um desses mercados de bairro, pois eu comprei um Montepulciano por 8 euros! Nas lojas de turistas era o dobro, no mínimo). Cansado, apertei a campainha da casa de AV e peguei o elevador. Lá estavam mãe, filho e a nova hóspede: uma moça linda que não falava italiano. Ela logo saiu para alguma balada. Comi a última massa da minha viagem e depois arrumei a minha mala. Como todas as coisas que comprei ela ficou pesada demais! Pronto para sair, despedi-me de AV e LV, agracendo demais a hospitalidade fanstática. Lembro que minhas últimas palavras para ela foram "Avete un paese meraviglioso. Aprofitetelo! (Vocês têm um país maravilhoso. Aproveitem-no!). Peguei o metrô e peguei a espresso Leonardo da Vinci até o aeroporto, que naquela hora estava vazio. Cheguei lá bem cansado porque a mala estava muito pesada. Como o voo era no dia seguinte, tive de passar a noite acordado por ali. Felizmente havia muitas outras pessoas na mesma situação que eu, então não foi tão ruim assim. Passei toda a noite acompanhado por Red Bull e pelo livro que tinha comprado. Na manhã seguinte peguei o voo até a Holanda e depois até o Brasil (dormi quase a viagem inteira). Achei engraçado quando o piloto anunciou que estávamos prestes a pousar em Garulhos e a galera do avião começou a comemorar como se o Brasil tivesse feito um gol na Copa.

Depedida

Aqui termina minha viagem. Em casa, toda a família estava reunida para a festa surpresa que haviam feito para mim (o que no final das contas nem foi tão surpresa, já que no caminho minha tia deu uma bandeiraça). Estava cansado e com fome, mas tive de contar tudo o que tinha acontecido. Foi muito legal. Eu nunca tinha me sentido tão querido assim (rs). Depois que todos foram embora estava na hora de "voltar à sanidade" e de colocar minha vida de volta ao normal.

Tenho muitas saudades da Itália e espero voltar lá um dia, mais maduro e, quem sabe, dessa acompanhado, não?

Bom, espero que vocês tenham gostado e se precisarem de alguma coisa, é só entrar em contato.

Abraços do Denis

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Se você pudesse trabalhar ou estudar na Italia, você iria? Eu gostaria de morar lá, mas ainda não sei se com a crise não tá difícil de encontrar emprego, nem como conseguir uma bolsa de estudos.

 

 

Grazie mille!

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Olha, enquanto estava lá, isso me passou pela cabeça um monte de vezes. Eu queria ficar lá para sempre! Eu sei que era um pouco do deslumbramento do viajante, mas quando voltei senti muitas saudades e por isso comecei a pensar num jeito de voltar. Pensei em tentar uma bolsa de mestrado ou algo sim, mas como você mesmo disse a coisa tá difícil hoje em dia. Depois que a poeira baixou, a saudade continuou, mas agora não vejo tanto com esses olhos. Falando racionalmente, hoje eu não iria por um simples motivo: eu não tenho cidadania europeia! Se tivesse, eu iria com a cara e a coragem, para trabalhar, claro.

Desde criança eu sonho em morar no exterior, pelo menos por uma temporada. Não sei se isso irá acontecer comigo um dia, mas se for, gostaria que fosse na Itália!

No mundo dos "sonhos" queria é ter muito dinheiro para viajar por esses lugares por mais tempo e mais vezes, mas isso é tudo ilusão, claro. rsrsrs

E vc, pretende ir para a Itália em breve?

Abraços

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Olha, enquanto estava lá, isso me passou pela cabeça um monte de vezes. Eu queria ficar lá para sempre! Eu sei que era um pouco do deslumbramento do viajante, mas quando voltei senti muitas saudades e por isso comecei a pensar num jeito de voltar. Pensei em tentar uma bolsa de mestrado ou algo sim, mas como você mesmo disse a coisa tá difícil hoje em dia. Depois que a poeira baixou, a saudade continuou, mas agora não vejo tanto com esses olhos. Falando racionalmente, hoje eu não iria por um simples motivo: eu não tenho cidadania europeia! Se tivesse, eu iria com a cara e a coragem, para trabalhar, claro.

Desde criança eu sonho em morar no exterior, pelo menos por uma temporada. Não sei se isso irá acontecer comigo um dia, mas se for, gostaria que fosse na Itália!

No mundo dos "sonhos" queria é ter muito dinheiro para viajar por esses lugares por mais tempo e mais vezes, mas isso é tudo ilusão, claro. rsrsrs

E vc, pretende ir para a Itália em breve?

Abraços

Pois é, eu tenho cidadania italiana, mas não tenho dinheiro! A cada dia que passa tenho mais vontade de ir morar lá, mas não sei se vou conseguir emprego. To procurando informações sobre bolsas de estudo, mas se eu conseguisse entrar em uma faculdade de lá, iria mesmo sem bolsa!

  • Colaboradores
Postado

Dependendo da sua área de estudo, acho que compensa bastante você ir para a Itália. Eu dou a maior força!

Ajunta uma grana legal e vai! Não perca essa oportunidade, especialmente porque você tem cidadania italiana, e isso já é uma grande vantagem a seu favor.

  • 1 ano depois...
  • Membros de Honra
Postado

Denis, lendo o seu relato vi que se complicou no metro de Nápoles por favor pode me ajudar ?

 

Vou chegar em Nápoles de avião e devo ir até a estação Garibaldi depois preciso ir até a estação Dante que é a mais próxima de nosso hotel.

Como posso fazer isso ? :mrgreen:

 

abraço !

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