Final de semana em Novo Airão/AM (botos)*

[annemarcellegs]

Destino: Novo Airão/AM

 

* Informações e valores referentes a abril/2008. Em out/2011 foi inaugurada a Ponto Rio Negro, que encurtou bastante o percurso, pois agora não é necessário a travessia por balsa

 

Novo Airão é uma cidade no interior do Amazonas conhecida pelos seus famosos botos cor-de-rosa e por abrigar o maior arquipélago fluvial do mundo, o Arquipélago de Anavilhanas, com aproximadamente 400 ilhas, bem como o Parque Nacional do Jaú, a segunda maior unidade de conservação do país reconhecido pela UNESCO como patrimônio da Humanidade. Encontra-se distante aproximadamente 180 km de Manaus, na margem direita do Rio Negro.

 

Aproveitamos o final de semana antes do feriado de Tiradentes e fomos eu, meu marido, nossa filha e minha cunhada (de Belém/PA) para conhecer Novo Airão, uma viagem inédita até mesmo para nós que moramos em Manaus.

 

Para chegar à cidade de Novo Airão de carro, saindo de Manaus/AM, é preciso primeiramente atravessar o Rio Negro pela balsa do São Raimundo, no bairro do mesmo nome, onde paga-se R$ 30,00 por veículo pequeno (ida e volta), não importando o número de pessoas que estão no carro. A travessia na balsa dura de 30 a 50 minutos, dependendo do tipo de balsa. Se você atravessar no tipo de balsa que tem lugares para os passageiros, você irá para a parte superior da balsa, onde é possível tirar várias fotos com uma paisagem deslumbrante do rio Negro. Se você atravessar no tipo de balsa que não tem acomodação para os passageiros, você precisará ficar dentro do carro durante a travessia, mas também dá para tirar algumas fotos.

 

Durante a travessia de balsa há inúmeros vendedores oferecendo água, laranja, e outras coisas.

 

Ao desembarcar do outro lado, você chega ao município de Iranduba (AM) onde começa o percurso por terra até Novo Airão. Você deverá seguir pela rodovia AM-070 que leva até a cidade de Manacapuru (AM), e por volta do km 80 deverá pegar à direita para a rodovia AM-352 que leva até Novo Airão, são mais 98 km até lá, tem uma placa indicativa.

 

Toda a rodovia até Novo Airão está em boas condições (a rodovia é asfaltada), melhor até mesmo que a BR-174, vimos alguns buracos e 2 desvios na pista, mas no geral o estado é muito bom. Na AM-352 (p/ Novo Airão) é preciso ter atenção, pois a pista é muito sinuosa, com muitas curvas fechadas e subidas e descidas.

 

Chegando a Novo Airão, logo na entrada da cidade do lado direito você encontra o Centro de Atendimento ao Turista (CAT) com muitas informações importantes sobre pousadas, hotéis, restaurantes e lazer, eu indico parar e pegar várias informações sobre a localização dos lugares e passeios a fazer, também aproveite e beba água e vá ao banheiro, caso necessite.

 

A moça (Ilza) do CAT nos indicou o hotel Águas Negras e a pousada Bella Vista e nos informou onde poderíamos ver os botos. Nos indicou também alguns passeios que poderíamos fazer. Depois, fomos direto p/ cidade procurar algum dos hotéis sugeridos, achamos primeiro a pousada Bella Vista, cujo valor era R$ 75,00 a diária para 3 pessoas, porém a dona, uma descendente de alemães, faria para nós por R$ 80,00, pois estávamos com uma criança, este valor já inclui café da manhã e estacionamento; vimos o quarto, muito limpo e aconchegante por sinal, tinha uma TV e uma geladeira, uma cama de casal, um beliche e um local para armar rede, porém não fechamos ainda e fomos ver o outro hotel sugerido, o Águas Negras, mas ao chegar lá, a moça informou que não havia mais vagas. Voltamos então, correndo para a pousada, pois a senhora ia reservar apenas por meia hora.

 

Fizemos o check in e fomos para o quarto deixar as coisas. A pousada Bella Vista tem uma linda vista para o Arquipélago de Anavilhanas e tiramos algumas fotos antes de seguirmos ao restaurante Boto Cor-de-Rosa (esse é o nome do restaurante) almoçar e, obviamente, ver os botos. O restaurante é na mesma rua da pousada, sendo possível ir a pé.

 

O restaurante Boto Cor-de-Rosa é branco e é um flutuante à beira do rio; logo na entrada há uma placa indicando os horários de visitação aos botos: de segunda a sábado de 08h até 12h e de 15:30 até às 17h; no domingo é de 09h até 12h. Entramos, fizemos o pedido e a dona do restaurante, não lembro o nome dela, disse que já poderíamos ver os botos; enquanto esperávamos a comida ficar pronta, fomos eufóricos conhecer os famosos botos cor-de-rosa. O local de visitação é atrás do restaurante. Ao chegarmos lá havia somente 3 pessoas e tiramos várias fotos dos bichinhos.

 

Eles são muito dóceis, mesmo assim nós ficamos com medo de colocarmos nossos pés na água no começo, então ficávamos em pé na pequena plataforma. Quanto mais o tempo ia passando, o medo ia indo embora e finalmente sentamos na plataforma com os pés mergulhados n’água. Os botos iam chegando conforme as pessoas iam jogando peixes para eles, numa determinada hora havia 6 botos lá. Almoçamos rapidamente e voltamos para “brincar” com os botos. O almoço custou R$ 9,00 por pessoa e a opção era frango ou peixe. A comida é mais ou menos, eu gostei do frango. Dentro do próprio restaurante há uma pequena lojinha de souvenir com lembrancinhas do boto, mas eu achei um pouco caro, um par de brincos do boto custa R$ 6,00.

 

Tiramos várias fotos, gravamos os botos nadando perto das pessoas, sem nenhum medo. Pegamos nos botos e sentimos que sua pele é bem macia. Só pra lembrar, o boto é um mamífero e não um peixe, e é parente do golfinho.

 

No próprio restaurante eles vendem um pacotinho contendo alguns pedaços de peixe para você alimentar os botos por R$ 15,00. Eu achei esse valor caro, uma vez que com R$ 10,00 você compra um cento de peixe na cidade de Manacapuru/AM, mas como esse lugar tem cada vez mais atraído mais e mais turistas, é de se esperar que a dona queira lucrar um pouquinho. Dica: tente levar uns pedacinhos de peixe escondido para dar aos botos, mas não deixe a dona ver.

 

É encantador ver animais da floresta interagindo tão naturalmente com os seres humanos. Se você tiver crianças, elas vão adorar conhecer os botos. Ficamos lá até de tardinha. Depois voltamos à pousada, tomamos banho, descansamos um pouco e à noite fomos lanchar alguma coisa na praça da cidade e dar uma volta.

 

Nas redondezas do restaurante do Boto Cor-de-Rosa é possível encontrar alguns locais que fazem passeio para Anavilhanas, mas não chegamos a pesquisar.

 

Á noite compramos vinho (comprado na pousada mesmo, não lembro o preço) e bebemos sob uma lua maravilhosa.

 

No dia seguinte, acordamos 7h, tomamos um excelente na café na pousada, com direito a pão caseiro com castanha, suco de araçá (uma fruta da região) e manga, café, leite, banana frita, ovo mexido, pão francês, queijo, presunto, etc., em seguida vimos um guia na própria pousada oferecendo os serviços de passeio para Anavilhanas. O valor era de R$ 50,00 a hora do barco com capacidade para 6 pessoas, mas acredito que é possível encontrar mais barato; fechamos o passeio e fomos para o pequeno barco equipado com colete salva vidas (isso é muito importante você exigir). Conhecemos alguns lugares de Anavilhanas, entramos por algumas trilhas encharcadas na mata (a floresta de igapó), vimos araras, papagaios, garças. Ouvimos os barulhos da floresta. É tudo muito lindo. Sem palavras para descrever a sensação de estar lá. Vimos também como é fácil você se perder na floresta. Não vimos jacarés, e nem eu queria ver.

 

Como fomos durante época da cheia amazônica conhecemos apenas uma pequeníssima praia das mais de 400 que existem em Anavilhanas. O guia disse-nos que a partir do final de setembro, quando começa a seca amazônica a paisagem fica mais deslumbrante ainda, com o surgimento das praias. Mesmo assim a paisagem é linda. Você vê apenas um mundo de água e floresta. Tiramos várias fotos desse lugar lindo, fizemos algumas filmagens dentro da floresta de igapó.

 

Voltamos à pousada, descansamos um pouco, mais tarde arrumamos as coisas, fizemos o check out na pousada e começamos nossa viagem de volta à Manaus/AM. Antes de sairmos da cidade tiramos foto na praça onde tem um enorme dinossauro (de brinquedo, claro!), mas não sei qual o significado daquele enigmático dino. É interessante perguntar no Centro de Atendimento ao Turista (CAT) se vc tiver curiosidade.

 

Não volte muito tarde para Manaus, pois na balsa pode ter uma imensa fila de carros, principalmente em dias de feriado. Não precisa comprar bilhete de volta, basta ficar na fila para pegar a balsa, pois seu bilhete comprado em Manaus/AM é de ida e volta.

 

Aproveite!

 

1 – Como chegar.

Para ir até

Ônibus: saída da rodoviária de Manaus diariamente às 06h e às 12:30h, e do Porto de São Raimundo às 06:30h e às 13h.

 

Carro: Estrada AM-070 (Manaus-Manacapuru), no Km 83 pega-se a AM-352.

 

Barco: Saída do porto de São Raimundo toda terça-feira e sexta-feira, às 20h (Barco Campinho, Barco Novo Zanys, Barco Comte Roque I)

 

2 – Onde ficar.

Hotel Josely – (92) 3365-1157

Hotel Rio Negro – (92) 3365-1504

Pousada Bella Vista - (92) 3365-1023

Hotel Águas Negras - (92) 3365-1176/1139

Pousada Cabocla - (92)3365-1380

 

 

3 – Dicas.

Se você se perder na cidade de Novo Airão peça sempre informação aos mototáxistas, pois os moradores não sabem indicar com precisão.

Ao verificar os passeios existentes para o Arquipélago de Anavilhanas, cheque o estado do barco e veja se o mesmo dispõe de colete salva-vidas para todos.

Não volte muito tarde, pois na balsa pode ter uma imensa fila de carros, principalmente em dias de feriado.

Tente levar alguns pedaços de peixe escondido para dar aos botos, pois no restaurante é caro.

Use repelente e protetor solar.

Se você não conhece é melhor não navegar pelos rios da Amazônia sozinho, pois é muito fácil de se perder.

 

http://www.prefeituradenovoairao.com.br

 

4 – Custo médio por dia.

R$ 50,00

 

5 – Melhor época.

Entre Setembro e dezembro, a seca amazônica.