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As fotos estão em https://picasaweb.google.com/116531899108747189520/TravessiaTheodoroDeOliveiraBocaDoMatoNovaFriburgoCachoeirasDeMacacuRJMai14.

 

A travessia Theodoro de Oliveira-Boca do Mato liga o bairro Theodoro de Oliveira, de Nova Friburgo, que fica na borda da serra (e faz limite com o município de Cachoeiras de Macacu), com o bairro de Boca do Mato, no pé da serra, já em Cachoeiras. É uma trilha muito fácil e bem marcada, dividida em duas partes. Na parte mais alta da serra percorre o traçado de uma estrada de rodagem desativada e na parte mais baixa o trajeto da antiga linha do Cantagalo da Estrada de Ferro Leopoldina, desativada em 1967 e da qual se pode ver apenas um pedaço de trilho, duas caixas d'água e a estação Pena, além dos restos das estações Pindorama e Agente Maia.

 

Texto do site Estações Ferroviárias do Brasil: "Entre Boca do Mato e Teodoro de Oliveira era a subida da Serra do Mar. No meio da Mata Atlântica exuberante, um dos mais belos passeios de trem do Brasil subia pelos trilhos do sistema Fell. Beleza roubada em 1967 pelo fechamento da linha" (http://www.estacoesferroviarias.com.br/efl_rj_cantagalo/boca.htm).

 

Em Cachoeiras de Macacu, peguei o ônibus para Nova Friburgo da empresa 1001 às 8h05 e desci no primeiro ponto depois do posto policial do alto da serra às 8h40. Voltei 200m pela rodovia RJ-116 e iniciei a travessia às 8h52 entrando na rua asfaltada à direita do posto, no km 65. Altitude de 1054m.

 

Depois de 400m a rua termina numa bifurcação: à direita uma rampa que leva a algumas casas e à esquerda o início da trilha, que ainda conserva o asfalto da antiga rodovia e até um alambrado, tudo sendo engolido pela mata ao redor. A curiosidade dessa primeira parte da travessia é justamente topar no meio da mata em vários momentos com o antigo asfalto, inclusive com as faixas contínuas centrais de ultrapassagem proibida ainda pintadas nele.

 

Logo no início parei para arrumar a mochila e fui alcançado por três rapazes que vieram descer a serra também, afinal era feriado.

 

Às 9h27, confirmando a exuberância de águas dessa região serrana fluminense, surge a primeira cachoeira, essa ainda bem discreta. Menos de 10 minutos depois, uma enorme erosão à esquerda arrastou muito da vegetação encosta abaixo. Às 10h08 uma cachoeira mais graciosa e 70m depois cruzamos o Rio Jacutinga, com maior volume de água, mas de passagem fácil. Às 10h23 surge intacta uma mureta de concreto da antiga rodovia. Às 10h40 outra pequena cachoeira e 5 minutos depois a primeira parte da travessia se encerra com a trilha retornando à pista da RJ-116 numa curva bem fechada. Altitude de 965m.

 

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Pico da Caledônia

 

Para a segunda etapa, desci pelo acostamento cerca de 750m e ao final de uma área gramada à direita entrei às 10h57 na trilha em meio ao capim e desci. Altitude de 920m.

 

Logo a trilha entra na mata novamente e encontro a caixa-d'água (datada de 1919) do posto de Registro da antiga linha férrea. Mas a surpresa veio mesmo às 11h18 ao identificar meio enterrado na lateral da trilha um pedaço grande do trilho. Três minutos depois reencontramos o Rio Jacutinga na primeira ponte da travessia, esta com piso de madeira e laterais de ferro, em ótimo estado e sem risco nenhum ao caminhante. À direita uma bonita cachoeira.

 

Às 11h30 a segunda ponte, essa bem mais alta e toda de madeira, também em ótimo estado, faz a travessia do Córrego do Tombo. Às 12h07 uma trilha à direita me chama a atenção e, ao explorá-la, descubro um belo túnel em forma de arco de pedra sobre o qual passei (e todos passam) sem se dar conta. A nota negativa aqui foi ter encontrado os restos de um piquenique recente bem nessa curta trilha, mas a limpeza foi feita e os restos dos porcalhões foram para o lixo em Cachoeiras de Macacu.

 

Às 12h35 uma trilha bem marcada descendo à esquerda chama a nossa atenção (nesse momento estava caminhando com os três garotos). Descemos para saber onde ela iria levar, tomamos a esquerda na bifurcação e chegamos à lateral de uma casa meio isolada, sendo delatados pelos cachorros. Fomos bem recebidos pelo caseiro/vigia do local, que nos mostrou a pequena represa do Rio Macacu, que segundo ele fornece água à cidade. Os rapazes aproveitaram a permissão para banho nos poços abaixo da captação da represa.

 

Às 13h14 estávamos de volta à trilha principal e em três minutos ela se abre num caminho largo gramado exatamente junto à antiga estação ferroviária de Pena com a inscrição RFFSA - EFL (Estrada de Ferro Leopoldina). Próximo dali uma placa nos lembra que estamos dentro dos limites do Parque Estadual dos Três Picos. Mais 270m cruzamos uma porteira e o caminho gramado vira uma estrada precária entre sítios.

 

Percorri esse trecho final tedioso de estrada mais rapidamente passando pelas ruínas do antigo posto de Pindorama à esquerda e pela pequena estação de Agente Maia à direita, ambas integrantes da Estrada de Ferro Leopoldina, e às 14h25 atingi o asfalto da RJ-116 junto a um bambuzal e a 100m do ponto final do ônibus Boca do Mato. Altitude de 287m.

 

Extensão da travessia: 13,8km (descontado o desvio ao Rio Macacu)

Desnível da travessia: 767m

 

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Antiga estação ferroviária de Pena

 

Informações adicionais:

 

Para chegar ao bairro Theodoro de Oliveira a partir de Cachoeiras de Macacu, pegue o ônibus da 1001 ou a van para Nova Friburgo e peça para saltar no ponto mais próximo do posto da polícia rodoviária do alto da serra.

 

A passagem Cachoeiras-Friburgo custa R$8,85 e os ônibus partem a cada 40 ou 50min de seg a sex, cada 50min no sáb e cada 1h a 1h30 no dom. Mas é bom verificar no guichê da 1001 pois eles costumam cancelar horários sem aviso prévio, o que causa revolta nos usuários.

 

Já se você vier de Nova Friburgo é só descer no ponto final do ônibus 405-Theodoro, justamente no posto da polícia rodoviária.

 

A kombi-lotação sai do bairro Boca do Mato para Cachoeiras de Macacu a cada 15 minutos diariamente, inclusive aos domingos. O ônibus sai a cada 1 hora.

 

Mais informações sobre as estações ferroviárias e postos da Estrada de Ferro Leopoldina podem ser obtidas no site Estações Ferroviárias do Brasil:

Registro: http://www.estacoesferroviarias.com.br/efl_rj_cantagalo/registro.htm

Pena: http://www.estacoesferroviarias.com.br/efl_rj_cantagalo/pena.htm

Pindorama: http://www.estacoesferroviarias.com.br/efl_rj_cantagalo/pindorama.htm

Agente Maia: http://www.estacoesferroviarias.com.br/efl_rj_cantagalo/agentemaia.htm.

 

Sempre peço para não deixar lixo nas trilhas. Se possível faça como eu, recolha todo o lixo que encontrar, descartando em local adequado na cidade, onde há coleta regular.

 

Carta topográfica de Nova Friburgo: http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/mapas/GEBIS%20-%20RJ/SF-23-Z-B-II-4.jpg

 

Rafael Santiago

maio/2014

http://trekkingnamontanha.blogspot.com.br

 

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Percurso da travessia na carta topográfica

 

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Percurso da travessia na imagem do Google Earth

  • 8 meses depois...
  • 3 semanas depois...
  • Membros
Postado

Como vai Rafael ?

Eu estou todos os fins de semana em Nova Friburgo, e sempre tive muita vontade de fazer a travessia.

Teria como você me enviar o tracklog ?

  • 4 semanas depois...
  • 4 anos depois...
  • Membros
Postado

Boa noite Rafael.

Fiz essa travessia em 2010 antes das chuvas devastarem nova Friburgo em 2011. Gostaria muito de trilhar novamente anos depois.. poderia compartilhar comigo o tracklog?

ives_quindeler@hotmail.com

Forte abraço.

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