Membros Sorrent Postado Julho 23, 2014 Autor Membros Compartilhar Postado Julho 23, 2014 (editado) DIA 3 As pirâmides Eis que começava a boa e velha maratona do mochilão, ou seja, dormir tarde, encher a cara e acordar cedo, a sorte é que a empolgação facilita um pouco o processo. Nesse dia faríamos o primeiro passeio que realmente estava em nossos planos afinal até agora estávamos apenas passando o tempo. Nesse dia iríamos à Teotihuacan então acordamos cedo, enchemos a barriga no café da manhã e por volta de 8:00 partimos. Teotihuacan é um tour muito conhecido no México então não será difícil encontrar informações ou agências que te levem até lá. Para se ter uma ideia, fechando o passeio no próprio hostel o valor é de U$ 49,00 por pessoa com direito a transporte e guia. Em frente ao hostel, no ponto dos ônibus turísticos também há essa opção porém sai por U$ 70,00 aproximadamente, pela empresa Turibus. Depois de perguntar aqui e ali descobri que ir lá por conta própria seria mais barato e não muito complicado então decidimos optar por essa opção. Pegamos o metrô na praça($5,00), na estação Zocalo, e logo de cara a questão da segurança já nos chamou a atenção de novo pois até no metro suas mochilas devem passar no raio-x, igual aquele de aeroporto. . Depois disso você deve seguir no sentido Quatro Caminos, descer na estação Hidalgo, seguir sentido Índios Verdes, descer em La Raza seguir sentido Politecnico e descer na estação Autobuses del Norte que como o próprio nome indica é onde fica o terminal de ônibus. O percurso de metrô dura em torno de uma hora e é bem tranquilo. Logo ao sair da estação de metrô você vai dar de cara com o terminal, nem fazendo esforço você consegue errar. Ao entrar no terminal, em frente ao portão 08 você encontra a empresa Autobuses Teotihuacan que faz o percurso até as pirâmides. Compramos nossos bilhetes por $84,00 ($42 a ida + $42 a volta) e seguimos para o embarque pois havia um ônibus saindo em poucos minutos, aliás os ônibus saem com uma boa frequência então não há muito com o que se preocupar com relação a isso. O trajeto dura em torno de uma hora e o ônibus não era nenhum exemplo de modernidade e manutenção mas se você não for muito fresco não vai sofrer. O ônibus atrasou um pouco e às 9:25 saímos em direção à cidade perdida dos Teotihuacanos. Caso você vá viajar na mesma época que eu ou no restante do período chuvoso no México, meu conselho é que saia bem cedo para as pirâmides, você dificilmente ficará lá o dia todo mas o problema é que pelo que ouvi e pelo que pude perceber, todos os dias chove no período da tarde mesmo que seja uma chuva fraca e quando chove você não pode subir nas pirâmides então pra evitar estragar seu passeio tome vergonha na cara e acorde cedo. Pagamos a entrada no valor de $59,00 e aqui há um detalhe, caso você queira usar câmera de vídeo no parque terá que pagar uma taxa de $45,00 porém essa taxa só vale para filmadoras mesmo e como hoje em dia qualquer Tecpix grava vídeo, não se preocupe pois com máquinas fotográficas você pode filmar à vontade. Embora caso você entre com uma filmadora eu acho difícil alguém te abordar lá dentro dizendo: "olá, sou fiscal de câmeras você pagou sua taxa?", lá é bem grande. Outro detalhe importante, logo ao passar pela bilheteria fomos abordados por alguns guias, já havíamos decidido ir sem guia mas resolvi perguntar só para ver se compensava. Para nós dois o guia ofereceu seus serviços por $550,00 fazendo um trajeto mais curto ou então por $750 fazendo tudo possível, barba, cabelo e bigode. U$ 44,00 e U$60,00 respectivamente. Mesmo que escolhêssemos o pacote completo ainda sairia mais barato que o tour do hostel que era o mais barato, pois indo por conta própria teríamos gastado $375,00 do guia + $84,00 do busão + $5,00 do metrô, total $464,00 ou seja U$37,00 contra U$ 49,00 do hostel. Isso porque estávamos em duas pessoas, se estivéssemos em número maior sairia mais barato ainda, sem contar que você ainda sempre pode pechinchar. :'>. Agora se você estiver sozinho e quiser um guia aí sim compensar ir com tour. Apesar da economia que faríamos, preferimos continuar sem guia e seguimos em frente. Logo antes da entrada do sitio arqueológico há umas lojinhas para comprar tranqueiras e bugigangas, você pode até pagar com dólar mas a cotação não será boa então se você quiser comprar suas miniaturas das pirâmides, traga pesos. Compramos um guia impresso por $90,00, uma pirâmide por $25,00, uma água de 1L por $10,00 e seguimos. Antes de ir para Teotihuacan relaxe, medite, encontre sua paz interior, atinja o sétimo sentido, faça o que for mas se prepare por haverá uma infinidade de vendedores te enchendo o saco o tempo todo para fazer você comprar tudo quanto é tranqueira inútil que eles jurarão que você só encontrará lá dentro e que obviamente não é verdade. Sempre recuse gentilmente e siga em frente, nunca jamais de maneira alguma faça contato visual ou dirija uma palavra que não seja em tom negativo pois eles vão começar a te seguir e encher sua honorável paciência. Nessa hora joelhadas no estômago e voadoras na altura do pescoço estão liberadas. Apesar de tudo isso que eu disse o primeiro vendedor que nos abordou vendendo cordões de ouro (foi exatamente pra isso que viemos moço, comprar ouro) foi simpático e nos deu uma breve explicação sobre aquela bagunça toda de graça, senhorzinho gente boa. Mas não seja enganado por esse ato de boa vontade pois todos os outros 432 vendedores que vieram depois só encheram o saco. Como não tínhamos guia, resolvemos criar nossa própria história do local, assim como fizemos em Machu Picchu no Peru, isso sempre é mais legal. Lá também há um museu com uma cacetada de coisas bacanas que você não vai lembrar depois. Fomos conferir. Quando estávamos no topo da pirâmide do sol, que é a maior das duas, Saulo viu uma menina cheia de pose tirando uma foto, aí ele desceu do salto, rodou a baiana e disse "sou mais diva do que essa mocréia aí, vou mostrar o que é uma foto cheia de pose". Foi nesse exato momento que toda a humanidade foi agraciada com essa visão de pura masculinidade do Saulo. Depois que a galera em volta parou de bater palmas seguimos nosso passeio. Andamos bastante, ficamos um bom tempo sentados no alto da pirâmide da lua simplesmente observando tudo e "viajando" e quando eram 14:20 resolvemos ir embora. Se vier de ônibus como nós não volte até a entrada principal. Próximo à pirâmide da lua há outra saída e em frente a ela você pode pegar o ônibus de volta para a Cidade do México. Pronto, agora já tinha mais uma cidade perdida na minha lista de lugares conhecidos. Agora eram Machu Picchu, Teotihuacan e Guarulhos Estávamos sentados na rua esperando o ônibus e apareceu do nada um moleque meio maluco perguntando sobre raves e o escambau, parecia que tava doidão . Quando pegamos o busão e no meio do caminho ele parou em um ponto para que mais uma galera subisse, o interessante é que mais uma vez deu pra ver que os caras estão preocupados mesmo com a segurança seja por cultura deles mesmo ou porque as coisas estão feias por lá. Antes dos outros entrarem, subiram dois policiais no ônibus, um deles fortemente armado e revistaram todos os passageiros, estou falando de revista pessoal e revista de mochilas. Meu amigo só digo que se você tem intenção de usar qualquer coisa ilícita, fique esperto no México, eu não curto, só deixo a dica. Descemos novamente no Terminal de ônibus e antes de seguir pelo metrô de volta ao hostel, resolvemos comer algo pois a fome estava apertando, vimos uma barraquinha na rua e fomos ali mesmo. Meu amigo, não há nada mais emocionante do que comer comida de rua num pais diferente, é uma roleta da sorte que você gira a cada pedido e as opções variam de botulismo a reinado no banheiro. Resolvemos comer alguns tacos e ao perguntar as opções, o vendedor respondeu com a maior naturalidade: cabeça de gado, tripa ou carne de porco. . Optamos pelo menos exótico e ficamos com a carne de porco, fizemos do muro do metrô nossa mesa e comemos como se não houvesse amanhã (comendo aquilo talvez não houvesse mesmo ). Correndo o risco de desintegrar de dentro para fora pegamos o metrõ e voltamos. Esse dia era um sábado mas o metrô estava lotado, não não, lotado é pouco, se tocasse uma música podia-se dizer que era uma micareta, era um festival de gente sendo encoxada, bem parecido com o metrô de São Paulo porém um pouco menos organizado. Se num sábado à tarde estava daquele jeito, imaginem durante a semana às 18:00, portanto só fiquem espertos no metrô, de olho em seus pertences. Chegando, aproveitamos os computadores do hostel e passamos nossas fotos, usamos a internet, etc. Como o passeio havia sido cansativo tiramos o final da tarde para apenas enrolar. Nessa noite resolvemos não sair pois no dia seguinte teríamos que ir ao aeroporto para pegar o voo para Cancun, na recepção vimos que lá há um outro hostel da rede Mundo Joven então já decidimos onde ficar. Lalo até ficou de nos encontrar nesse dia para fazermos algo mas depois ficamos sabendo que ele e Alejandro tiveram que ir embora mais cedo da Cidade do México. Jantamos no restaurante/bar do térreo, comemos uma mistureba maluca de um monte de coisas. Depois de comer fomos até o bar do terraço que tinha se transformado numa balada, tinha até DJ mas estava meio vazio, talvez por ser cedo ainda, apenas um ou outro grupinho isolado, nada muito animador então como sairíamos cedo no dia seguinte tomamos uma e fomos dormir não muito tarde. Editado Dezembro 5, 2014 por Visitante Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Membros Sorrent Postado Julho 23, 2014 Autor Membros Compartilhar Postado Julho 23, 2014 Opa, achei seu texto hoje e já engoli de uma vez só! Rs... Tequila?? kkkkkIrei sozinha para o México em outubro. Ficarei uns 25 dias por lá! Seu texto já ajudou um bocado. Aliás, o vídeo também! Não pára nãooooooo!! Beijos Vlw Suzy, só não vou comentar sua msg a fundo pq minha mente é muito poluída Aeeee mais um relato sensacional do sorrent, olha aí o resultado do seu outro relato, viagem sensacional!! No ano passado estive em Cancun, Tulum, Akumal e Cozumel, lugares incríveis e praia maravilhosas!! E aí curtiu o Coco bongo?? Ow Luiz, muito bom ver o seu vídeo, viajei de novo. Aliás foi impressão minha ou você fez outro downhill na sua viagem? Cara, não fui no cocobongo pq deu uns problemas mas fui em outra sensacional. Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Membros cprotti Postado Julho 24, 2014 Membros Compartilhar Postado Julho 24, 2014 Sorrent, meu brother, me dê uma luz: sei que foge um pouco do teu roteiro, mas tu acho que 45/50 dias dá pra ir do Panamá até o México de uma forma minimamente proveitosa? No aguardo do restante do relato, Abraço Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Membros Saulo Flores Postado Julho 24, 2014 Membros Compartilhar Postado Julho 24, 2014 Pow mano precisava colocar minha foto diva? Descobri que vc tem mais fotos minha do que eu mesmo Foi mal por não tirar muitas fotos suas... Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Membros Dâmaris Rodrigues Postado Julho 26, 2014 Membros Compartilhar Postado Julho 26, 2014 Simplesmente estou adorando seu relato... Não vejo a hora de postar o resto.... eu planejei um roteiro parecido com o seu para esse ano, mas como achei muito cara a passagem, resolvi mudar. Fiz Inglaterra e França, que ficou o mesmo valor. Mas não tiro da minha cabeça, México e Guatemala. ... agora que estou lendo o seu relato... a empolgação voltou... eeehhhhh... rsrs. .... posta logoooo... quero dicas desses dois países. ... Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Membros geraldojpr Postado Julho 26, 2014 Membros Compartilhar Postado Julho 26, 2014 Cara, parabéns pela viagem Irei pro México em outubro e estou anotando suas dicas, muito uteis por sinal Aguardo o restante do relato Opa, achei seu texto hoje e já engoli de uma vez só! Rs... Tequila?? kkkkkIrei sozinha para o México em outubro. Ficarei uns 25 dias por lá! Seu texto já ajudou um bocado. Aliás, o vídeo também! Não pára nãooooooo!! Beijos Suzy, Também estarei lá em outubro, de 3-19/10, irei com mais 3 pessoas, passaremos por Toluca, Cidade do México, Cancún e os locais próximos (Playa del carmen, Isla Mujeres, Cozumel) Qualquer coisa só entrar e contato Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Membros louisetamiasi Postado Julho 28, 2014 Membros Compartilhar Postado Julho 28, 2014 ótimo seu relato! é bem díficil achar informações sobre a America Central. Vou pra lá no final do ano, pra ficar quanto tempo o dinheiro der, e ainda to fazendo um roteiro meio livre, só com os lugares que eu quero ir, do mesmo jeito que você fez. Você achou o México mais caro que os outros países ou a mesma coisa? Ainda não pesquisei muito, mas tenho essa impressão, aí não sei ainda se vou pra lá também ou não. Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Membros Sorrent Postado Julho 28, 2014 Autor Membros Compartilhar Postado Julho 28, 2014 (editado) Dia 4 Cancun, o paraíso.......ou não. Acordamos às 06:30, fizemos nosso check-out e na recepção ainda encontramos David, o suiço machão. Nos despedimos rapidamente e fomos embora. Como nosso voo sairia do aeroporto Benito Juarez, ou seja, o mesmo pelo qual viemos, não tivemos muitos problemas pois já sabíamos como ir até lá, bastava pegar o metrobus novamente ali perto do hostel. Fácil, rápido e mais barato que os cerca de $150,00 do táxi. No metrobus tentamos pagar a passagem com dinheiro porém isso não é possível, você precisa ter créditos no seu cartão de transporte e o nosso estava zerado, mas o motorista disse que não havia problemas, podíamos esperar no ônibus e no caminho conseguiríamos recarregar. Durante o trajeto o motorista parou em um dos pontos e disse que esperaria enquanto faríamos a recarga. Ao sair do metrobus, um funcionário do ponto veio falar conosco, nos orienttou a não passar pela catraca pois teríamos que pagar de novo para entrar, pegou nossos cartões e dinheiro, foi até a máquina (que ficava bem de frente para a catraca de saída/entrada do ponto), fez nossa recarga e nos devolveu tudo enquanto o motorista esperava. Ambos foram muito simpáticos, nota dez para os mexicanos e olha que nem estava tendo copa do mundo por lá ein. . Chegamos ao aeroporto e como todo bom turista, descemos no terminal errado, já pensamos que teríamos que pegar outro ônibus pois os terminais são bem distantes, nos lados opostos do aeroporto mas perguntando aqui e ali, ficamos sabendo que dentro do aeroporto há um trem interligando os terminais, basta você mostrar sua passagem aérea e pode embarcar :'> . Enquanto isso nós temos congonhas, a famosa versão terrestre e paulistana de um navio porta-aviões. Chegamos enfim ao terminal certo, fomos ao check-in pois nosso voo sairia às 09:40 mas ainda tomamos um susto. Fomos orientados pela atendente a imprimir nossos cartões de embarque em uma das máquinas de auto-atendimento, fomos lá e tentamos de tudo, número do voo, nome do passageiro, horário, nome da mãe do piloto, etc e nada, já pensamos: estamos fod**os. Enquanto nos dirigimos ao balcão da companhia começamos a pensar em tudo que podia ter dado errado, problemas na emissão do bilhete, data errada, magia negra, vodu, testemunhas de jeová etc. Quando explicamos o ocorrido para a atendente, já com lágrimas nos olhos, ela nos disse que o problema foi porque o voo havia sido cancelado e que teríamos que embarcar no próximo . A sorte é que o próximo sairia apenas uma hora e vinte minutos depois, menos mal. Fizemos o check-in e aproveitamos então o tempo extra pra tomar café e depois ficamos enrolando por lá. Voo no horário, decolagem, pouso, aeromoças gostosas, tudo como manda o manual e pouco tempo depois estávamos na sensacional e maravilhosa Cancun. Ainda dentro do aeroporto há um espaço de informações turísticas com muita gente pra te atender, peguei um mapa se nem fiquei por lá. Como já sabia para onde ir precisava apenas pegar o ônibus. No hostel Catedral vimos que a rede Mundo Joven também tem um hostel em Cancun e como não sabia de nenhum outro lugar já topamos ir para ele, mas para ser sincero o que nos convenceu mesmo a ir foi uma foto do bar do hostel com uma jacuzzi no meio . Aí já vem na mente praia, bebidas, mulheres seminuas, sol, isso é que é vida. Dentro do aeroporto há um guichê da empresa ADO para o centro da cidade, compramos nossas passagens por $62,00. Dependendo do número de pessoas talvez compense dividir um táxi, no nosso caso foi o busão mesmo, que leva em torno de 20 min até o centro. Se você, assim como eu antes de viajar, só conhece Cancun pelos folhetos de agências de viagens vamos a uma breve explicação para você se situar um pouco. Tudo que você vê por aí a respeito de Cancún se resume a essa área retangular do mapa, a chamada Zona Hoteleira onde estão estão localizados aqueles grandes resorts com gente endinheirada e serviços all-inclusive, talvez também tenham algumas pessoas com um grande carnê da CVC pra pagar, hehehehe. Mas a zona hoteleira não representa toda Cancun e fora dela a cidade não é muito emocionante. Cheguei à conclusão de que em Cancún há beaches e bitches só que apenas uma dessas duas vale a visita. . Se você quer praias maravilhosas mas não vai ficar na zona hoteleira em algum mega resort, esqueça Cancún, ou então venha apenas para as festas pois isso sim vale a pena, nada mais. Descemos no terminal da empresa ADO, que por sinal é a rodoviária da cidade, e perguntamos a respeito do hostel, fica bem próximo, a menos de 5 minutos de caminhada, na Av. Uxmal. Chegamos lá e fizemos nosso check-in, mais uma vez sem reservas, apenas confiando na ajuda de Zeus. Os quartos compartilhados com 10 camas custam $220,00 mas com nossa carteirinha da HI saiam por $198,00. O hostel é muito bom, diria que no mesmo nível do hostel na Cidade do México. Vou deixar alguns destinos, horários e preços de ônibus a partir de Cancún. Aproveitamos e já pegamos algumas informações na recepção embora eu já tivesse meus propósitos muito bem definidos em Cancun que eram Chichén Itzá, Cocobongo e Señor Frogs. Guardamos nossas coisas e fomos dar uma volta por lá para ver a cara do lugar e também comer algo. Até havia opções de lugares decentes pra comer mas como gostamos de viver perigosamente, sempre no limite, acabamos indo há um parque perto do hostel chamado Palapas, lugar simples com alguns quiosques com comidas umas mais suspeitas que as outras. Era o quarto dia de viagem, já estávamos sofrendo, se é que entende, mas a vontade de enfrentar o perigo de frente falava mais alto. Comemos, demos uma volta, continuei na minha interminável missão de beber as bebidas exóticas dos lugares que conheço , e depois disso voltamos para o hostel. Subimos um pouco no bar mas ele estava vazio até porque o tempo estava ruim, com uma garoa leve, usamos um pouco a internet e depois voltamos à recepção para conversar sobre passeios e etc. Fechamos o passeio de Chichén Itzá para a manhã seguinte por U$56,00 e durante a conversa descobrimos que havia uma praia pública ali perto, ok não tão perto mas ainda assim resolvemos ir até lá pois não havia nada pra fazer durante a tarde. Não é muito difícil chegar até lá mas é uma caminhada longa, levamos 50 min até a praia mas o pior de tudo foi que chegando lá ela não nos surpreendeu nem um pouco, tudo bem que estava vazia devido à garoa mas mesmo assim, achei que seria mais bonita, não acho que compensa a caminhada. Andamos pela praia toda e a impressão foi a mesma: legal mas nada de espetacular. Até pensamos em caminhar até a zona hoteleira pois estava perto mas acabamos desistindo, estava perto se você vai de carro ou ônibus, não a pé. Voltamos para o hostel, queria agora comprar meus ingressos para uma das baladas que falei acima pois o Paulo, barman do hostel era revendedor dos ingressos, ambas custavam U$ 60,00 com open bar e muita putaria diversão. Devido a uma pesquisa incessante feita antes da viagem, descobri que o Señor Frogs se encaixava mais com a minha maneira de ver o mundo , até tentei convencer Saulo a ir comigo mas ele que estava com a mesma empolgação de uma senhora de 82 anos, resolveu ficar no hostel, tive então que ir sozinho mesmo. Aliás ainda estava meio na dúvida se compensava gastar sessenta dólares numa balada num domingo chuvoso. Meu amigo, isso é Cancun, não preocupe com coisas tão banais como essa. Perguntei e perguntei mais ainda para o Paulo se realmente compensava e ele me convenceu com argumentos sólidos do tipo "cara, aquilo lota de mulher e vira uma loucura". Eu como a pessoa sensata e racional que sou, nunca poderia virar as costas para um argumento desse, saquei meu rico dinheirinho, entreguei para o Paulo com um sorriso no rosto e peguei meu voucher que trocaria na entrada da balada. Fizemos tudo isso no bar, já era em torno de 21:00 e Paulo disse: "vamos comemorar, você está em Cancun, não pode chegar lá sóbrio", pegou uma garrafa de tequila, desceu duas doses e ainda bebeu comigo, duas cada um. "Divirta-se meu amigo, você vai gostar do lugar", essas foram suas últimas palavras. O ingresso do Señor Frogs dá direito não somente à festa à noite mas também à comida a partir das 17:00 mas eu acabei não indo tão cedo então não sei como funciona, aliás se você comprar o ingresso pelo site ele sai por cinco dólares a menos e você ainda ganha uma camiseta. Pensei em comprar por lá mas cartão de crédito em mochilão para mim serve apenas para imprevistos então achei melhor não. Outra coisa que me fez decidir ir ao Señor Frogs foi o dia em que as festa acontece. Em Cancun alguns clubs tem dias certos para suas festas, por exemplo no Frogs aos domingos acontece a Glow Party e às quartas acontece a Foam Party, antes mesmo de sair do Brasil eu estava louco para ir à Foam Party mas como estava lá em um domingo tive que me contentar com a Glow. Hoje digo que voltaria lá só pela Foam. Como só teria essa oportunidade de ir ao Frogs e aquilo era algo que eu realmente queria fazer, na verdade estava mais animado para aquilo do que com qualquer ruína maia , só pensei: "cover do máscara e da Lady Gaga o escambau, que se dane o Cocobongo" aí baixou o Catra em mim e pensei: "eu vou é pra sacanagem" . Mesmo a garoa que caia não foi suficiente para diminuir minha empolgação pois lá estava eu, mochilando, sem preocupações e indo para um pedaço do paraíso na Terra. Peguei o ônibus na Av. Tulum, bem perto do hostel e 15 min depois estava na zona hoteleira, mais precisamente na Blvd kukulcán km 9 já meio calibrado pelas tequilas e cervejas do hostel. Entrei e a magia começou. Daqui em diante tudo será suavizado para que eu não seja expulso do fórum, apenas deixem suas imaginações voarem. . O lugar não tem nada muito diferente de uma balada muito boa, a grande diferença é a atmosfera em que eles te inserem. No começo o pessoal que havia chegado mais cedo ainda estava terminando de comer então poucas mesas ainda estavam montadas aqui e ali afinal não eram nem 22:00. Alguns mais animados já estavam em frente ao palco no que seria o começo da pista de dança. Antes de tudo fui ao bar que é grande e com muita gente pra te atender, e peguei uma bebida. Estava tão animado que só disse ao barman: "give me ..........ahh.......vodka with something.......anything" , nem sei o que bebi, aquilo sim é open bar de verdade. La estava eu já no meio da galera e de repente percebi que a brincadeira ia começar de verdade, pararam a música e começou um áudio falando sobre os benefícios ou dependendo do ponto de vista malefícios da tequila, muito engraçado e a frase que aparecia várias vezes e que é o lema da festa é STOP HIDING AND START LIVING. Nisso entra um cara tipo animador da festa que comanda a bagunça por boa parte do tempo fazendo graça com o pessoal entre uma música e outra. Entre danças coreografadas que a galera ia aprendendo na hora e uma espécie de Follow de Leader regado a muito álcool, a alegria ia aumentando. Deixe-me explicar uma coisa a noite lá gira em torno das mulheres, a maioria das brincadeiras são com elas e para elas e acredite, elas vão se soltando, algumas já chegam até soltas hehehehe. Falando em chegar, você minha cara amiga, não ache que por ser mulher vai encontrar aqui aquela palhaçada de que mulher não paga ou paga menos para entrar, todos pagam o mesmo preço e acredite elas lotam o lugar, diria que estava tudo na mesma proporção. Todos sabemos que baladas que cobram menos de mulheres, ou nem cobram, fazem isso para na verdade atrair os homens que naquela vontade de aparecer acabam gastando mais e fazem a alegria dos donos, por isso sempre tive a ideia de que se você mulher está pagando menos, lembre-se que está sendo colocada em segundo plano, típico de uma sociedade machista, não? Maaaaaaaaaaas como aqui não é lugar para filosofia, voltemos onde paramos. Lembre-se, é uma Glow Party e embora a tinta seja lavável, vá com uma roupa que você possa sujar, molhar e etc, considerando até mesmo a possibilidade de não poder usá-la mais. Para se ter uma ideia em frente ao palco no teto existem vários chuveiros e em determinado momento eles se abrem e uma água colorida faz a alegria da galera e te deixa parecendo um arco-íris. Outra coisa que você minha amiga deve levar em consideração antes de pensar em ir para esse lugar é que o negócio aqui é party hard. Se você está ouvindo muito uma cantora aí que faz você se achar poderosa porque você rebola no baile, afronta as fogosas e expulsa as invejosas, bom, saiba que aquelas americanas sabem como incendiar o lugar, e nem era Springbreak. Já você meu amigo mochileiro, sabe aqueles sites educativos que você frequenta coincidentemente quando não há ninguém por perto? Não faça cara de desentendido. Saiba que aquelas coisas do tipo "girls gone wild" não são feitas apenas por garotas contratadas, portanto a partir de hoje até mesmo se sua avó disser que vai passar as férias em Cancún, desconfie pois ela pode estar lá com nossas irmãs mostrando tudo ou quase tudo sem muita preocupação. Não vou falar que esse tipo de coisa me surpreendeu, já tinha ido em muitas festas nesse estilo hard mas umas coisas meio underground, do tipo Trin´s e SUP (se não conhece, mais uma vez esqueça e siga em frente), o que me chamou a atenção ali foi o clima bem patricinha que se transforma completamente. Posso te garantir que se deus existe ele não sabe da existência do Señor frogs. Lá pelas tantas da madrugada depois de muito álcool e danças comportadas me vi grudado em uma colombiana que não sei de onde surgiu , alguns minutos depois do nada ela foi embora, até achei normal, não ia me preocupar com isso naquele lugar, voltei então pra cima do palco e pouco tempo depois senti me puxarem pelo braço, era ela de novo, Camila, a colombiana that will live in my heart forever . O que era aquilo? Linda, simpática e safadinha na medida certa. Acreditem em mim, naquele momento só queria mandar o Saulo e América Central para os quintos dos infernos, pegar o próximo voo para Bogotá e ficar lá pelo resto do mês. Grudei nela o resto da noite, ou ela em mim, não sei, acho q a "grudação" foi mútua mas às 04:30 ela disse que precisava ir embora pois estavam esperando ela . Trocamos contatos e curti o fim da festa. Saí do SF todo feliz pois a noite havia sido melhor que o esperado, bastava lavar as mãos antes de comer e depois voltar ao hostel até porque às 7:00 sairíamos para Chichén Itza. Espera, ir para uma festa dessas open bar e sair às 7:00 para um passeio que dura o dia todo? Por que fazer isso? E eu respondo: porque é bom pra kct hahahahaha. Naquele momento, parei na rua, olhei ao redor para as baladas que ainda não haviam terminado, toda aquela agitação, pensei comigo sobre os preços do SF e de Chichén Itzá e num momento de pura imersão pensei; "Cara, paguei mais por putaria do que por história". Dei risada e segui, afinal eram 4:45 e a noite havia acabado. Não havia? Ainda revivendo na minha mente alguns momentos que não devem ser descritos aqui, segui na busca do ônibus para voltar pois o recepcionista do hostel me disse que havia ônibus a noite toda . Perguntei aqui e ali e descobri que não havia ônibus naquele horário, e o táxi estava um pouco caro, não era absurdo mas eu não havia levado muito dinheiro já que era open bar e o busão barato. Estava, como diziam os sábios eruditos, fodido. Pensei em voltar a pé mas era no mesmo caminho da praia pública que fui à tarde, só que ainda mais longe então sabia o que me aguardava mas como não tinha jeito fui andando pois era o mesmo caminho do ônibus então entraria no primeiro que passasse. Cinco minutos de caminhada depois vi duas garotas andando na rua na mesma direção que eu, pensei que podiam estar na mesma situação então me aproximei e com toda minha timidez que eu não lembrava onde havia guardado, puxei conversa perguntando se queriam dividir um táxi. Como a vida continua sendo uma caixinha de surpresas, é claro que elas não queriam dividir um táxi mas como estávamos na mesma direção seguimos juntos e fomos conversando, nisso percebi que uma das duas loiras estava me olhando meio diferente, sabe, "daquele jeito". Expliquei minha situação quanto ao ônibus, papo vai papo vem e elas me convidaram para ir ao seu apartamento que era ali perto e lá poderia esperar com elas. Nessa hora olhei para os céus e pensei: "obrigado Pachamama por estar comigo sempre que preciso de você, nos momentos mais difíceis da minha vida" . Passamos em um mercado, compramos umas cervejas e seguimos para o apartamento delas, porém a menos de uma quadra de distancia vimos dois caras com uma menina chorando descontrolada, ainda reconheci a garota como uma das que vi no SF sem muita roupa. Achei que passaríamos reto por eles mas as duas garotas conheciam os dois caras e pararam para conversar e para tristeza geral da nação - ou talvez só a minha mesmo - elas também convidaram eles para ir para o apartamento delas, a chorona eu não sei que fim levou, só eles foram conosco. Resolvi então curtir pois a noite pra mim já estava ganha, o que viesse seria lucro mas quando o álcool começou a dar uma diminuída comecei a pensar: "estou indo com 4 desconhecidos para um lugar desconhecido num país desconhecido e ninguém sabe onde estou", deu aquela pontada de medo. Chegamos lá, conversamos bastante, bebemos bastante, uma das loiras ainda me olhando meio diferente e fazendo umas coisas, de repente um dos caras saca um pacotinho bem servido com um pó branco . Entre uma cheirada e outra eles me ofereceram mas eu recusei afinal cerveja e vodka já eram drogas demais para mim. O outro cara ficava sempre de canto com a outra loira e começou a ficar um clima de "WTF is going on here?" mas fiquei na minha com minha latinha só fazendo um social ouvindo coisas do tipo: você não viu nada do que aconteceu aqui. Do nada conversando com um deles ele pergunta: você tem dinheiro aí?. Disse que não, o que era verdade mas já pensei: fodeu, vou ser assaltado e acordar numa banheira com gelo . Para melhorar o outro cara estava preparando um baseado que deixaria o Bob Marley chorando de emoção. Ok, drogas álcool, cocaína, maconha, o que mais? Durante a conversa o cara do baseado me perguntou após saber que eu era brasileiro: você luta jiu-jitsu? Pronto, antes de levarem meu rim, ainda vão me espancar. Foi um misto de adrenalina com aquela pitada de medo de a situação sair do controle. Depois de um tempo observando cada movimento de todos, resolvemos ir embora e fiquei até aliviado. Um dos caras disse que me levaria até o ponto de ônibus enquanto o outro entrou no seu carro e saiu. No caminho conversamos um pouco mais e ele abriu o jogo, ele é traficante, o outro cara é cafetão e estava conversando o tempo todo com uma das meninas pois estava tentando convencer ela a trabalhar para ele. Espera, trabalhar? Isso mesmo, por isso ele me perguntou se eu tinha dinheiro comigo, pois se eu quisesse qualquer coisa com elas teria que pagar pois eram prostitutas. Pra terminar ainda disse para eu não me preocupar pois o tio dele é um grande político no México e tem toda a polícia na sua folha de pagamento . Aí sim fiquei mais tranquilo . Peguei o ônibus no ponto e voltei para o hostel pensando no quão surreal aquela noite havia sido e pra ser sincero eu adorei tudo aquilo. Subi na minha beliche do hostel exatamente às 06:45, Saulo que estava na cama de baixo ainda ouviu e me lembrou: "ow, às sete temos que levantar para o passeio". Eu não mudaria nada. Editado Dezembro 5, 2014 por Visitante 1 Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Membros Saulo Flores Postado Julho 28, 2014 Membros Compartilhar Postado Julho 28, 2014 Pow que negócio e esse de Zeus?? Vc já esqueceu quem são nossos Deuses?? Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Membros Sorrent Postado Julho 29, 2014 Autor Membros Compartilhar Postado Julho 29, 2014 Sorrent, meu brother, me dê uma luz: sei que foge um pouco do teu roteiro, mas tu acho que 45/50 dias dá pra ir do Panamá até o México de uma forma minimamente proveitosa?No aguardo do restante do relato, Abraço Cara acho que com 45/50 dias já fica mais viável, só tenha em mente que você ainda vai deixar muita coisa pra trás. Pow que negócio e esse de Zeus?? Vc já esqueceu quem são nossos Deuses?? hahahah cara não sou maldoso com os outros deuses, há espaço pra todos eles mas não esquenta que nós sabemos quais são os mais importantes. ótimo seu relato! é bem díficil achar informações sobre a America Central.Vou pra lá no final do ano, pra ficar quanto tempo o dinheiro der, e ainda to fazendo um roteiro meio livre, só com os lugares que eu quero ir, do mesmo jeito que você fez. Você achou o México mais caro que os outros países ou a mesma coisa? Ainda não pesquisei muito, mas tenho essa impressão, aí não sei ainda se vou pra lá também ou não. O México acaba sendo mais caro sim devido à quantidade de coisas que você pode fazer. Com relação à hospedagem, comida e bebida, não achei a diferença tão gritante mas os passeios no México vão te levar um bom dinheiro. No final das contas U$ 75 por dia serviram mas dependendo da pessoa, pode faltar. Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
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