Colaboradores William Garcia Postado Julho 8, 2014 Colaboradores Postado Julho 8, 2014 (editado) Boa noite pessoal! Estou há mais de um mês pra começar esse relato e tenho postergado indefinidamente. Mas antes que inicie o planejamento da próxima jornada eu vou deixar minha experiência aqui registrada. Vou falando sobre os custos e o planejamento no decorrer do relato, enquanto vou me lembrando da viagem. 02 de maio - São Paulo / Teerã Minha viagem iniciou dia 02 de maio de 2014 saindo de São Paulo. Primeira vez viajando com a Turkish Airlines, gostei bastante do atendimento, recepção e do cardápio do vôo. Para chegar a Teerã eu fiz escala em Istabul por aproximadamente 3 horas. Cheguei na capital iraniana pela manhã e não tive qualquer problema para passar pelo controle de passaporte, mesmo estando um pouco apreensivo. Minha apreensão era devido alguns relatos no Lonely Planet, onde alguns turistas americanos e europeus tiveram negadas sua entrada, mesmo após obter o visto. De fato, pareciam ter dois que tiveram seus vistos negados. Para obter o visto iraniano é bem fácil, e apesar de existir um site oficial para o consulado em Brasília o site atualizado é esse: http://colinasdoiran.blogspot.com.br/p/visto-do-brasil-para-o-iran.html Aparentemente esse blog é mantido pelo pessoal do consulado. Liguei para lá para tirar a dúvida e realmente é só seguir o processo descrito no blog, sem complicações, na semana seguinte já estava com meu passaporte de volta. 03 de maio - Teerã Quando cheguei no Irã já era dia 03 de maio e o clima era agradável, estava fresco e com o sol entre nuvens. A primeira percepção sobre a cidade é que parte dela parou no tempo, principalmente se reparar nos automóveis. Carros de marcas como Renault e Peugeot são as mais comuns entre as que temos aqui no Brasil, sendo muitos carros de fabricação nacional da marca Samand. Ao pesquisar para ir ao Irã eu encontrei diversas recomendações de agencias e optei pela Pars Tourism, pode ser encontrado em: en.key2persia.com Minha maior preocupação era com a lingua e estava certo. Quanto a agencia eu recomendo muito! Fiquei hospedado num ótimo hotel e me juntaram a um grupo para irmos então visitarmos o primeiro palácio. Todos têm a mesma estrutura, inclusive a maioria das mesquitas. Nesse palácio tem um museu interessante sobre os costumes e as vestimentas das diversas regiões do Irã, depois fomos para outras praças pela região e encerramos o dia. 04 de maio - Teerã Uma coisa interessante sobre a agencia de turismo é que custaram 700,00 euros, que devem ser pagos no ato pois não aceitam cartão. Essa história de não aceitar cartão é real mas existem lugares onde é possível usar. Por exemplo numa loja de tapetes, eles usam uma conta de outro lugar, no caso que notei, da Turquia e realizavam as cobranças dessa maneira, até porque existem tapetes carissimos e ficaria inviavel carregar em dinheiro. Bom, voltando a agencia, esse valor inclui um guia para todos os dias com transporte, bons hotéis com café da manhã, almoço incluso durante o trajeto e janta também! No dia 04 de maio visitamos o museu da tecnologia, não é muito interessante já que é bem pequeno, mas o pessoal é muito amigável e receptivo. Depois visitamos outro museu histórico e almoçamos. O almoço era geralmente um khebab com arroz e acompanhamentos. Durante a tarde nosso grupo visitou o museu do Carpet, e gostei bastante, principalmente da explicação sobre os métodos e regiões de fabricação. Tivemos oportunidade de ver os mais belos e também os mais caros, diga-se de passagem eram os menos bonitos. Durante o final da tarde fomos visitar a maior praça de Teerã e tomamos um sorvete diferente, gostei! Essa praça é bem legal e nos traz uma idéia diferente de países do Oriente Médio, isso porque foi possível ver gente de toda idade, inclusive nas academias ao ar livre. Muitos jovens fazendo piquenique e jogando uma espécie de frescobol. Apesar do clima seco, muito seco, nota-se muito verde. Pelo que percebi os jardins e praças são muito valorizados e sempre se encontra alguém regando as áreas verdes. Passamos por outro monumento na capital e seguimos para Shiraz a noite. Ah, esse vôo entre Teerã e Shiraz também está incluso! 05 de maio - Shiraz Esse era o local de uma das maiores mesquitas no Irã, e após um vôo tranquilo com um bom serviço de bordo pela Iran Air nós chegamos a Shiraz. A cidade é bem mais tranquila e organizada que a frenética capital. Fomos então visitar a mesquita. O que complica um pouco é que os lugares mais bacanas não são permitidos fotografar, mas com o celular algumas coisas tornam-se possíveis! Nessa mesquita era obrigado as mulheres estarem totalmente cobertas, apenas com o rosto de fora. Mas não se preocupe, na entrada eles distribuem essa manta branca para as turistas que não tiverem de acordo. Tudo é muito bonito, desde os tapetes que cobrem a entrada até os mosaicos de espelho que ornam as paredes. O legal é que para adentrar a mesquita é necessário tirar os sapatos, então fica a dica pra não levar aquelas meias feias ou furadas, e isso vale para todos os dias no Irã. As pessoas lá são bem receptivas, assim que encontram uma brecha elas tentam se comunicar, as vezes arranhando um inglês, as vezes só gesticulando mesmo. Um senhor que guiava os turistas na mesquita nos insistiu para contar aos amigos e parentes sobre o Irã e convence-los a visitar. Uma das atrações para que gosta de compras são os bazaares, que estão distribuídos sempre em volta das mesquitas. Nesse dia ainda visitamos uma escola de religião e tomamos um café em uma das lojas no centro da cidade. Visitamos um outro pequeno mosteiro que estava sendo utilizado para classes para crianças do ensino fundamental e médio. Na ocasião estavamos eu, um americano e um espanhol, e tinham outras três meninas iranianas tirando fotos no local. Quando percebemos que elas estavam olhando nós tentamos disfarçar e evitar um contato visual, afinal há poucos dias no país e sem estar certo de como a banda toca, mais vale evitar. Pois bem, elas estavam curiosas para saber de onde vínhamos e até pousaram para uma foto. Um ponto de atenção ao nosso guia chamado Arya Atashsoda, o qual nos acompanhou durante todo o turismo, foi incansável em querer nos agradar. Eu poderia colocar uma centena de fotos aqui, mas ficaria cansativo e não descreveria o que passei. Vou colocar alguns que retratam alguns pontos de vistas diferentes, como algumas das ruas de Shiraz e o bazaar. Sobre essa última foto foi interessante. Primeiro que raramente um homem toca uma mulher e vice-versa, principalmente se não faz parte da família. Pois bem, estava andando pelo bazaar e buscando coisas diferentes para trazer comigo. Passei em frente a uma loja de perfumes e me interessei pois tinha alguns de "temperos persas" e queria realmente experimentar, mas não sabia como perguntar em persa (ou farsi, lingua oficial do país). Essa menina tocou minhas mãos e sinalizou algo como me siga, num movimento me puxando para loja. Fiquei meio sem graça, até porque um iraniano na loja ao lado ficou reparando a situação. Mas enfim, experimentei alguns sabores diferentes e acabei levando um. Visitamos mais uma mesquita, nessa podia bater foto. Por toda parte no Irã vemos placas com memoriais dos heróis da guerra Irã/Iraque. Nesse dia ainda tivemos tempo de pegar o final de tarde visitando o complexo onde fica o túmulo de um famoso poeta Hafez. O lugar é muito legal, muitos jovens, muita gente fazendo piquenique e dedicando o tempo para leitura, é um local bem comum entre os iranianos. Após isso nós voltamos para o hotel, muito bom por sinal, chamado Jaame Jam Hotel. Mas tinha um porém, eu tinha esquecido meu desodorante no hotel anterior, em Teerã, logo eu devia comprar um novo. E começou a brincadeira, sair a noite por Shiraz e comprar um desodorante. Foi relativamente fácil, visto que eu já esperava ninguem falar ingles. O hotel é bem localizado na cidade e consegui sair sozinho e gesticulando ao questionar (ou tentar) as pessoas nas ruas. Enfim, consegui em menos de 15 minutos Fui dar mais uma volta para comer algo, e achei interessante que as duas passarelas que encontrei tinham escadas rolantes E consegui achar algo pra comer e me virar apenas gesticulando e com um vocabulário persa de 4 palavras. 06 de maio - Persépolis / Necrópolis No dia 06 de maio acordamos cedo e fomos para a antiga capital da Pérsia, Persépolis. O grupo na maioria das vezes ficava em hotéis diferentes e a van nos pegava todos os dias. Persépolis é quente, mas acredite no que digo. O Irã é quente, abafado e seco, muito seco, mas Persépolis é o auge! Ou dei muita sorte de naquele dia estar assim. Necrópolis também é um local pequeno mas igualmente interessante. Após uma longa manhã visitando estas duas cidades antigas, seguimos para um bom restaurante na beira da estrada. Como eu havia comprado o pacote de 10 dias e todo o resto do grupo comprou o de 15 dias, eu tive de seguir sozinho para o próximo destino. Se eu pudesse teria feito os 15 dias. Nesse caso o grupo se dirigiu para Yazd e eu segui para Esfahan. É aí que começa uma outra história curiosa. Como estava sozinho, me deram um motorista num carro particular para me levar até Esfahan, que ficava a aproximadamente 5 horas dali. O fato é que o motorista não falava nada de inglês, para não dizer nada, algumas palavras aleatórias. Bom, o fato é que fomos o caminho todo tentando nos entender gesticulando, apontando etc... Não adiantou muito. Paramos para tomar um chá e depois seguimos. Então ele atende o celular e fala bastante na lingua que não entendo nada. Quando desliga ele sinaliza que era seu irmão e algo como se o irmão fosse policial ou militar, e pergunta (ou dá a entender) se eu queria seguir para Esfahan e após tomar um chá com o irmão dele ou então tomar um chá e seguir para Esfahan. Sinalizei que tomariamos um chá antes então. Entre algumas paradas para o abastecer e tomar um chá, chegamos próximo a casa do irmão. O detalhe é que ele me manda guardar a camera e diz para eu não falar nada É então que percebo que o irmão dele mora dentro de uma vila militar e eu não tinha como ter idéia disso antes. Enfim, entramos, fomos na casa, fui recebido pela família e tomamos um chá, comemos manga e foram muito gentis, além do motorista tinha a mulher da casa chamada Leila e duas filhas, mas só lembro o nome de uma que era Aina. Bati algumas fotos mas pediram para não colocar na internet. Não sei o porquê mas vou respeitar o pedido. Segue algumas fotos da viagem entre Shiraz e Esfahan. 07 de maio - Esfahan Bom, o motorista Ahmadi me deixou já de noite no hotel. No outro dia fui sozinho para os passeios turisticos, nesse dia o guia foi uma moça que não me recordo o nome, e também não peguei nenhum cartão. Visitamos alguns lugares como mesquitas e palácios, o que a certa altura começa a ficar realmente repetitivo, mas se observar bem é notavel as diferenças entre cada um. O interessante nesse passeio foi passar por alguns locais que foram especificamente atacados por Saddam para derrubar o moral iraniano durante a guerra. O interessante é que em Esfahan fica a segunda maior praça do mundo, chamada Naqsh-e Jahan (http://en.wikipedia.org/wiki/Naqsh-e_Jahan_Square), patrimônio da UNESCO. O bazaar mais antigo remanescente no Irã fica no entorno da praça e é enorme, além do visual de cima ser incrível. Passamos então numa loja que me foi recomendada pelo guia do grupo, chama-se Silk Road, vende-se carpet e kilim. Mas o principal motivo de eu passar por lá foi que a recomendação era de uma aula sobre tapetes. Na verdade o guia tinha me dito que eu poderia passar por lá que o pessoal ia me explicar tudo que eu precisava saber sobre os tapetes Persas. Nessa loja conheci um dos funcionários chamado Shantia, que foi muito gentil e tirou muitos tapetes apenas para explicar suas origens, como detectar o material, maneira fabricada e as particularidades. E de quebra tomamos um chá durante a explicação. Depois ele me convidou para passar por lá mais tarde, caso eu precisasse usar a internet ou só para bater um papo e tomar um chá Após o bazaar fomos ao restaurante, como todos que a agencia nos levou, bem tradicional e com boa comida. É interessante ressaltar uma percepção que tive. Sabe-se que todas as mulheres devem cobrir a cabeça ao menos com o lenço. Notei que principalmente as mulheres mais velhas ou conservadoras usavam o chador, que sobre completamente a cabeça, deixando o rosto a mostra. Mas toda a juventude usava apenas o lenço e na maioria das vezes mostrando a parte da frente do cabelo, o que significa ser bem liberal. Outra coisa que notei é que independente da idade, mulheres e homens usam cores sóbrias, as vezes uma peça ou outra colorida. E isso é notavel porque muitas vezes percebemos pessoas olhando atravessado para as mulheres (turistas) que usam lenços e roupas super coloridas. A receptividade do povo é algo que deve ser destacado, diversas vezes ouvimos pelas ruas um "welcome to Iran", "good afternoon" entre outros. Nesse dia visitamos outros palácios e voltamos para o hotel. Esse não era centralizado e fomos caminhando até ele, em alguns momentos a guia ficou meio perdida e teve que pedir informação Mas tudo se saiu bem, foram quase 40 minutos só para se encontrar pelas ruas estreitas, com um belo calor seco. 08 de maio - Esfahan Esfahan é uma cidade grande, e achei mais aconchegante que a capital mas não tanto quanto Shiraz. Nesse dia quem me buscou no hotel foi o marido da guia do dia anterior, que também era guia chamado Abbas Alijanian. Na verdade fiquei surpreendido em descobrir que o Irã é um país bem turístico, mas me arriscaria em dizer que ao menos 3/4 deles são russos ou chineses. Outro fato curioso é que a sexta-feira deles é o nosso domingo, é o dia sagrado do islamismo onde é obrigação todo muçulmano fazer ao menos a oração do meio dia em comunidade. Bom, nesse dia visitamos o bairro Armênio, onde podemos entender melhor a história do holocausto armenio nos museus e também conhecer o lado cristão do Irã. Sim, visitei uma igreja no bairro. De carro visitamos outros locais na cidade e tive a oportunidade de conhecer uma turista australiana que viajava sozinha O legal é que ela acabava de vir do Iêmen e Síria, e estava a caminho do Afeganistão. E eu achando que tava me arriscando de mais no Irã Como já havia dito, é muito valorizado a arborização e o verde na cidade, mas ainda assim é uma região árida, as vezes desértica. Um dos cartões postais de Esfahan estava seco, é uma ponte e um rio que cruzava ela. E andando pelas praças encontramos um grupo de senhores jogando papo pro ar. Perguntam de onde somos e pedem uma foto. Então tá. Eu amei de verdade todos os diferentes pratos que experimentei no Irã, não vou colocar todos aqui, mas essa foto em particular é interessante, pois aquela porção menor que parece carne é na verdade um extrato de couro comestivel. ãã2::'> mas tava muito bom, de verdade. E como muitos sabem, bebidas alcoólicas são proibidas no Irã, e o porte delas dá cadeia. Mas existem as cervejas sem álcool Bom, meu corpo já tava pedindo por isso, e claro experimentei uma. 09 de maio - Kashan / Abyaneh Nesse dia saímos com tempo em direção a Kashan, com passagem por um vilarejo histórico listado pela UNESCO chamado Abyaneh. O vilarejo é muito legal e é um dos mais antigos do mundo que ainda mantém as construções e a população local. O caminho também é fantástico, as vezes bem quente mas com uma vista maravilhosa. Outra coisa interessante, na estrada entre Esfahan e Kashan passamos pela região próxima a usina nuclear, a famosa pelas implicações do ocidente com o Irã. Mas a parte interessante é que nesse trecho existem inúmeras placas proibindo fotografia, e 17 baterias anti-aéreas espalhadas no entorno. 10 de maio - Kashan Basicamente esse foi meu último dia útil no Irã, o qual passei visitando algumas antigas residências que estavam sendo transformadas em hotéis. Foi interessante conhecer como funcionavam as antigas cozinhas e o método para guardar os alimentos e mante-los frescos. Existe nestas casas uma escada que desce 7 metros na terra e acredite, a temperatura é consideravelmente menor lá. Para frutas que não eram desidratadas existia um segundo lance de escada para baixo, onde a temperatura ficava bem mais baixa. Não sei se é porque eu saí daquele calor e fui direto lá para baixo, mas deu pra sentir um friozinho. Almocei em um outro restaurante tradicional, mas esse era bem turístico. E um exemplo de que as aparências enganam, esse prato foi um dos meu preferidos, mas se eu fosse escolher pela "cara" eu preferiria um McDonalds. Visitamos um museu e um palácio que mantinha mais a estrutura Zoroastra. Essas "piscinas" nos centros dos jardins tem um propósito, são para aumentar a umidade do ar e refrescar o ambiente. Tomamos um chá nesse palácio e pegamos a estrada novamente, mais algumas horas até Teerã. Hora de pegar o vôo para o próximo destino. Ao chegar ao aeroporto de Teerã, na entrada era preciso passar pelo raio-x, até aí tudo bem afinal vários aeroportos no mundo são assim. O primeiro problema foi encontrar a fila certa Passando o raio-x fui direto ao guichê da Turkish Airlines, afinal já cheguei com apenas 2 horas para embarcar e não conhecia os procedimentos de lá. Bom, apresentei meu passaporte e a moça perguntou: - qual seu destino? - Istanbul - qual o destino final? - Tel Aviv - onde é isso? - ahn, ehh, Israel - um minuto senhor - com uma cara meio estranha Ela chamou outro funcionario, se falaram durante um tempo e ela retornou: - o senhor sabe que pode ter problema para sair, certo? É, eu estava mais ou menos ciente disso mas foi um risco assumido. Peguei minha passagem e fui pra fila do controle de passaporte, mas já com um pé atrás. Qualquer coisa meu destino é Istanbul, afinal o que acontece depois disso não é problema deles - pensei. De fato, depois de uns 30 minutos na fila, passei pelo controle sem problemas. Porém, para entrar efetivamente para o embarque existe outro raio-x. Aí o bicho pega, quem viu o filme Argo com Ben Affleck, sabe do que estou falando. Todo controlado pelas forças armadas, pessoal com cara de poucos amigos e checando tudo quanto é possível. Mas finalmente passei sem problemas de novo. E sim, agora é só esperar o vôo para Istanbul e a aventura continua. Devo postar o relato da continuação nos próximos dias. Qualquer dúvida podem me perguntar, no que puder ajudar estarei disponível. Editado Julho 13, 2014 por Visitante Citar
Colaboradores William Garcia Postado Julho 12, 2014 Autor Colaboradores Postado Julho 12, 2014 11 de maio - IRÃ / ISRAEL Dia 11 de maio eu estava saindo do Irã, o vôo era umas 2:30 da manhã mas atrasou uma hora. Sai então da capital Teerã em torno de 3:30, com escala em Istanbul e então para Tel Aviv. Aqui começa a primeira coisa diferente. Independente de onde você vem, se seu destino é Israel, você é checado no aeroporto de origem mesmo. E isso eu confirmei com franceses que foram checados no Charles de Gaule em Paris, com pessoas que vieram da Suíça e igualmente foram submetidas ao procedimento em Zurique, etc... O fato é que eu deveria ser checado no Irã, mas isso nem de longe ocorreu. Quando cheguei em Istanbul para conexão me dirigi ao guichê da Turkish Airlines para informações. E disseram que não era preciso validar nada, pois eu estava em conexão e era só ir direto. Maravilha então, certo? Embarquei sem problemas, e desembarquei tranquilo também. Até chegar ao controle de passaportes em Tel Aviv. Entreguei meu passaporte e me questionaram se eu estava sozinho e de onde vinha. Fui objetivo e no mesmo momento me mandaram para famosa salinha e retiveram meu passaporte. Lá na salinha eu encontrei muita gente, e consegui conversar com diversas delas e tentei traçar um perfil. Em todos os casos, pessoas viajando sozinhas foram paradas. Inclusive uma menina que tava indo visitar o namorado pela segunda vez, e pela segunda vez ficou retida. ãã2::'> Tinha lido na internet bastante sobre isso, inclusive em fóruns como LonelyPlanet, e geralmente as pessoas ficam em torno de duas ou três horas esperando. Mas óbvio que alguém vindo do Irã e sozinho é um bom alvo para checagem e não levaria somente duas horas. Fiquei esperando até bater três horas em ponto, e então fui chamar um dos fiscais para perguntar como tava o andamento do meu passaporte. O legal é que todas as inúmeras vezes que perguntei a resposta era padrão: - você tem que esperar. E a partir daí eu perguntava a cada 30 minutos se já estava tudo pronto. Até que depois de cinco horas esperando - nessa altura só estava eu e um padre esperando tanto tempo - veio um dos agentes e me chamou para uma entrevista. O que foi bem tranquila e não demonstrei nenhum nervosismo ou tensão. Me perguntou tudo que eu fiz no Irã e meus contatos lá. Além das perguntas de praxe. Ele falou que ia tentar adiantar meu processo já que eu estava tanto tempo. Com a deixa eu perguntei qual era a média de tempo, ele me disse que varia muito, as vezes é meia hora e as vezes 12 horas!! Tentei questionar o por quê de demorar tanto, mas respondeu como todos os outros: - é o procedimento. Enfim, esperei mais uma hora e não aguentava mais, perguntei para todos os fiscais e ninguém dizia nada de útil. Quando completou 7:30 horas esperando, eu disse que queria meu passaporte de volta e ia comprar uma passagem para Turquia no exato momento. A resposta: - você tem que esperar. Enfim, quando o relógio batia quase oito horas de espera, eis que aparece uma moça me entregando o maldito passaporte. Finalmente saí de lá, mas já eram umas 22h e preferi pegar um taxi, depois de todo aquele cansaço eu só queria dormir tranquilamente. Fui para o hostel chamado Gordon Inn, e muito bom por sinal! 12 de maio - Tel Aviv Obviamente que a primeira coisa que fiz quando acordei foi ir à praia, isso porque o hostel fica a uma quadra de Gordon Beach. Bom, passei só para dar uma olhada mesmo e segui para o centro da cidade. Fui andando pelas avenidas principais que são muito limpas e movimentadas. Passei no Carmel Market que é um camelozinho bem turístico, mas que na minha opinião não tem muito o que ver ou fazer. É claro que pode ser um bom lugar para experimentar umas frutas, tomar uns sucos e até comprar uns souvenirs. Mas se você vai para Jerusalém por exemplo, com certeza esse não vai ser o lugar para lembrancinhas. Bom, continuei andando pela cidade, afinal tinha que tirar o atraso que tive no dia anterior. Ainda caminhando passei pelo bairro Neve Tzedek, o que é bem legal, mas preferi o calçadão de frente à praia. Uma coisa interessante é que existem bastante militares pelas ruas, alguns portando seu fuzil. Cheguei até a antiga estação de trem e ao lado encontrei um museu chamado "Israel Defense Forces History Museum". É um museu bem interessante para quem gosta de armas ou militarismo, o único porém é que a maior parte das placas explicativas estão apenas escritas em Hebreu. De qualquer pode ser legal, afinal pode-se ver tanques modernos, alguns artigos mais antigos, armas de diversos países e são 19 galpões segundo minha memória Após essa volta toda eu podia ir até Old Jaffa, mas já tinha caminhado bastante e ainda não tinha almoçado. Decidi pegar o caminho de volta, mas pelo calçadão. E no primeiro restaurante bacana que vi, parei e pedi algo tradicional. 13 de maio - Tel Aviv Nesse dia acordei cedo e aproveitei para socializar no hostel. Mais tarde me juntei ao "Free Walk Tour" da cidade, não lembro se tinha mais de um grupo organizando. Esse tour não valeu a pena por vários motivos, pois só andamos por Old Jaffa e Old Port, e foi tomado muito tempo para explicações históricas e pouco sobre a orientação na cidade, além de fazer longas paradas em curto espaço de tempo. Novamente, se vai conhecer Jerusalém, não há nada em Jaffa que seja diferente ou melhor do que se pode ver na cidade antiga. Após esse passeio que me tomou umas três horas, voltei eu e uma francesa em direção as praias e comecei a me deparar com as influencias brasileiras na cidade. Sim, pensei de inicio que era apenas uma bandeira, mas mais para frente eu comecei a notar outras coisas e vou comentar mais tarde. Old Jaffa vista de longe parece mais interessante. Basicamente a noite eu usei meu tempo para socializar também, afinal tanto tempo no Irã, sem álcool ficou difícil. 14 de maio - Tel Aviv No dia anterior eu tinha agendado com a agência Ben Harim Tour - o qual peguei um folheto no hostel mesmo - para ir para Nazaré e mar da Galiléia. A parte turistica da cidade é bem ajeitada e organizada, mas com um tempo sobrando eu dei uma caminhada por outras vielas e eram bem mal cuidadas. Poderia relatar todas as experiências e colocar inúmeras fotos dos locais turisticos visitados, mas acho que isso é uma coisa bem pessoal e prefiro não retratar aqui. Até porque não sou uma pessoa religiosa. De qualquer modo vale ressaltar que todo lugar é cheio de turistas, de verdade. Quero com isso dizer que se alguém vai procurando sintonizar alguma energia, acho que vai ficar complicado A partir dali fomos para Igreja da Anunciação, passamos próximo ao monte da multiplicação e da igreja de mesmo nome. Seguimos para igreja de São José, achei bem interessante a arquitetura e a idéia de montar sobre o local onde fora a casa de José. Após essas visitas, e um calor tremendo, fomos ao restaurante. É um dos tantos que ficam de frente ao mar da Galiléia (que é uma lagoa). Comida bem servida com tilápia pescada ali (será?), saladas, algumas tâmaras e acompanhamentos padrão. Este é o mar da Galiléia. Próxima parada, visitar o rio Jordão. Vale destacar que o rio parece um pouco sujo, mas o pessoal tava feliz da vida mergulhando. Outra coisa, você pode se batizar lá no rio, mas é por conta própria Sim, para participar deve-se comprar a vestimenta e alugar uma toalha. E o batismo é por conta própria, não existe qualquer cerimonialista para a ocasião. Mas você recebe o certificado de renovação de batismo do rio Jordão! Não me perguntem quanto custa. No mais você deve passar por dentro de uma grande loja para acessar o rio, e é cheio de souvenirs. Tudo muito comercial, muitas havaianas também. Afinal, todo mundo usa! Mais um dia longo pra conta. Foi pegar o caminho de volta para Tel Aviv, algumas horas, e dormir. 15 de maio - Tel Aviv Planejei para esse dia uma manhã inteira no parque HaYarkon. A locomoção por Tel Aviv é muito fácil e não tem como se perder. Fui até o dito parque, que é realmente enorme, e muito legal se você esta com um grupo para fazer um piquenique ou até jogar alguma coisa, são muitos os espaços abertos, e muito verde também. Nesse dia era uma quinta-feira e estava bem vazio, estavam montando um palco para algum show. Saí de lá e fui comer alguma coisa. Depois notei que queria ir a praia mas tinha esquecido meu calção de banho Tive que ir em algum shopping center para comprar. E claro, como esperado eles revistam o pessoal para entrar em alguns locais públicos também. Mas pasmem, dessa vez o segurança me deixou passar direto Bom, comprei o dito calção e fui para Gordon Beach. Mas acabei ficando só na areia mesmo e depois voltei ao hostel. Quinta é dia de festa! E por lá rola um ótimo Pub Crawl as quintas e sábados. Bom, óbvio que tinha que tirar o atraso de 10 dias sem beber! Então comi alguns falafels antes de sair, e dei destaque aos falafels aqui porque são realmente muito bons. Em geral eu me agradei com a comida durante toda viagem, e em Tel Aviv é fácil encontrar falafel em cada esquina por bons preços. 16 de maio - Tel Aviv Do que eu tinha programado que queria fazer na cidade eu já tinha feito. Então vamos relaxar e dispensar um tempo curtindo a praia. Geralmente o mar tem algumas ondas e esta quase sempre mexido, mas que sorte tive nesse dia. O mar estava paradinho. A manhã na praia foi isso, curtindo o sol e tomando banho. Fomos depois no Mike`s Place, existem vários desses na cidade e no país. Um bom lugar pra tomar uma cerveja e comer alguma coisa. Como o mar tava bom, conseguimos atravessar até as pedras e curtir um visual, até o por do sol. 17 de maio - Tel Aviv Foi nesse dia que descobri que dispensei tempo de mais para Tel Aviv. Mas por sorte tem praia e encontrei um grupo de autralianos e belgas, então fomos pra praia. Pra quem gosta, uma ótima opção é usar as redes de volei e dispensar um bom tempo se divertindo com o pessoal. Como não tinha muito o que fazer, fiquei pela praia e descasei para noite, afinal era sábado e tinha outro Pub Crawl, recomendadíssimo! 18 de maio - Eilat Na noite anterior durante o Pub Crawl eu conheci um americano que topou ir para Eilat no dia seguinte. Partimos cedo para a rodoviária e compramos na hora os bilhetes, sem problemas e bem organizado. Ainda estava meio de ressaca mas foi tranquilo mais ou menos... O fato é que meu acento era na janela e do meu lado sentou um israelense com seu fuzil, até aí tudo bem, mas ele dormia e deixava aquela p*** apontada pra mim! E não to brincando, o americano tirou uma foto da situação. Bom, já tinha falado que era comum ver isso nas ruas, mas quando se utiliza os ônibus regulares para viajar pelo país, isso fica mais notável. Muitos moram afastado dos centros militares e por isso precisam se deslocar todos os dias, o que faz ter bastante gente usando os transportes comuns. Chegamos lá ao entardecer, e como tinha muito vento eu preferi não entrar na água. Tinha uma vista muito bonita a partir da praia, e o interessante é visualizar os dois lados de Eilat. Isso porque de um lado é possível ver parte da Jordânia e parte da Arábia Saudita, e do outro lado parte do Egito. A cidade de Eilat é muito, muito quente, abafada. A noite pelos mostradores estava fazendo 30 graus. Fomos a noite para um restaurante chamado Little Brazil, muito bom mesmo. O problema é que o preço é bem salgado, mas as comidas típicas brasileiras são melhores que muitos lugares de nome aqui no Brasil. Uma boa carne, com o tradicional arroz com feijão, alguns camarões e uma cachacinha. 19 de maio - Eilat Acordamos cedo e andamos um pouco pelas proximidades do hostel, um bom hostel chamado Corinne, boa localização e quartos mais ou menos. De lá pegamos um ônibus até Coral Beach. Passamos o dia na praia fazendo snorkel, o que recomendo muito, tem uma vida marinha muito rica e ativa. Só fazendo snorkel é possível ver uma variedade muito grande de peixes. Alguns alugam equipamento de scuba diving também, mas geralmente ficam não muito distante da praia. Após passar o dia na praia, comendo e bebendo inclusive. Voltamos para o hostel, bem cansados diga-se de passagem 20 de maio - Eilat Nesse dia fomos no observatório, que é uma boa opção pra quem não caiu ou não quer cair de snorkel no mar vermelho. Toda vida marinha pode ser encontrada lá, exceto os tubarões O observatório tem dois andares para baixo, onde podem ser observados os corais. Almoçamos lá no observatório mesmo, tem bastante opções. E é interessante principalmente em Eilat, nota-se muita influencia brasileira com roupas, calçados, lojas. Por ser um país relativamente novo, não existem indústrias ou referencias para artigos de verão ou moda praia, portanto é fácil encontrar por lá muita coisa que vemos por aqui, e de fabricação brasileira. A noite fomos para alguns pubs que tem em Eilat, não são muitas as opções. Primeira parada foi o Paddy`s Irish Bar, e a melhor coisa é o ambiente, com dois andares, mesa de bilhar, uma notavel e aconchegante area aberta. Além de ter chopp Leffe A segunda parada foi no Beatles Bar, que é mais uma balada que um bar e que tocou de eletrônica a hip-hop menos rock Mas beleza que eu gosto de curtir tudo! Uma observação, tocou aquele funk do Tropa de Elite, mas é aquele do morro do dendê Eu mereço... OK. No dia seguinte fui para Jordânia, mas esta próxima fase eu escrevo em breve. E da Jordânia volto para mais alguns dias em Israel. Citar
Colaboradores danielrmt Postado Julho 12, 2014 Colaboradores Postado Julho 12, 2014 Acompanhando! Que tenso esse "o senhor sabe que pode ter problema para sair" e as horas de espera... O Oriente Médio me encanta cara, ainda realizo esse sonho... Parabéns pela viagem! Citar
Colaboradores João Rosenthal Postado Julho 13, 2014 Colaboradores Postado Julho 13, 2014 Demais! Parabéns pelo relato, saiba que um do Irã é uma relíquia nesse site, são realmente poucos! No mais, bateu uma saudade da minha viagem a Israel e Jordânia, países sensacionais. Abraços! Citar
Colaboradores William Garcia Postado Julho 13, 2014 Autor Colaboradores Postado Julho 13, 2014 21 de maio - ISRAEL / JORDÂNIA Tanto para o traslado de Eilat para Petra, quanto para os passeios e a estadia, fechei com a "Desert Eco Tours", uma agencia israelense e recomendo! Acordei cedo e já estava aquele calor abafado na cidade. Uma van me pegou no hostel no horário combinado e pegou os demais passageiros, nos deixando na fronteira com a Jordânia. Ali tinha um pessoal das agências que organizavam os turistas e "despachavam" pro outro lado. É um pouco confuso para passar no controle de passaporte, mas foi bem tranquilo e em meia hora já nos juntamos com outro grupo do outro lado e seguimos até Petra. As estradas lá são bem boas, pelo menos nos trechos que percorremos, o que é uma boa pra quem pensa em se aventurar de carro. Eilat vista a partir de Aqqaba. Minha bota de todas as viagens já esta ficando cansada, e no dia anterior ela arrebentou a sola. Minha sorte é que no hostel eles me ajudaram Tinham uma cola para madeira, e fizeram esse reparo pra mim. A sorte é que naquele clima secou rápido. As paisagens na Jordânia são muito bonitas, principalmente porque se anda muito mais pelos montes do que em Israel, além de ser notavelmente menos desenvolvido. Passamos na agencia e depois seguimos até a entrada de Petra. Todo o site é muito legal, e muita pedra Muitos grupos vão só até a principal edificação, pela qual Petra é famosa. Mas eu recomendo fortemente visitar tudo, até o último ponto turístico, que foi uma espécie de local cerimonial. Pra quem não quer caminhar muito - em torno de 2h - pode-se alugar um burrinho, mas pelo que observei não parece ser muito confortável, nem barato. E pode ser alugados camelos também, mas eles não sobem os morros, portanto só vão até os restaurantes. E eis o último site. Ainda pode-se caminhar um pouco mais, e subir nos últimos trechos para apreciar a vista la de cima, e tomar um vento refrescante. De qualquer modo é um lugar magnifico e facilmente você faz centenas de fotos. Quando fui até o final, me juntei a um casal alemão que foram os únicos do nosso grupo a ir até lá, dispensamos um bom tempo observando a vista. Por conta disso, estávamos voltando já eram 18h e o sol estava baixando. A dica é: esse é o melhor momento para fotos. Tanto porque o sol não esta tão forte e evita as fotos superexpostas ou excesso do esbatimento de luz. Além de que os lugares já estão consideravelmente vazios. De lá tivemos que voltar caminhando até a agencia que ficava no centro da cidade, fora do sítio de Petra. O legal é que era primavera e já estava escurecendo mais tarde. Bom, após chegarmos na agencia, fomos nós três mais um motorista para o acampamento beduíno Confesso que era o que tava mais ansioso do que visitar Petra. O acampamento deve ficar em torno de 5KM afastado da cidade, e o bom é que os inúmeros acampamentos ficam relativamente distantes uns dos outros. Ficamos no "Ammarin Bedouin Camp" http://www.bedouincamp.net/gallery.html Podem ver algumas fotos do acampamento no site. Por sorte só tínhamos nós três nesse dia, o que tornou a experiência bem exclusiva e pudemos ficar conversando com os beduínos durante um bom tempo, sempre acompanhado de chá. O local é ao mesmo tempo típico e moderno, isso porque existe uma construção ao fundo com banheiros. Bons banheiros e bons chuveiros, melhores do que muitos hostels que já experimentei Após um banho renovador, tivemos um ótimo e farto jantar. Acredito que eles estavam esperando mais gente A noite é muito bonita, muito, muito estrelada. As 22h são desligados os geradores e o acampamento fica completamente sem luz, quem não gosta de usar a lanterna do celular, é bom lembrar de colocar uma na mochila. Tentei capturar fotos do céu, mas ficou muito dificil, até porque não levei meu tripé dessa vez. Mas tem uma foto de antes de eles desligarem os geradores, com as tendas ao fundo. Aqui vai a parte legal da experiência. Primeiro, a noite faz frio. Parece que ta tudo bem e que vai ser uma noite razoável, mas no meio da madruga fica bem fresco Enfim, nas tendas existem diversos "quartos" separados por cortinas (não sei se é o modo correto de descrever), e os colchões não são de todo ruim, as cobertas são perfeitas para o clima da madrugada, exceto que se você é alto pode não cobrir completamente Mas vamos ao ponto. Um dos beduínos decidiu dormir ao ar livre, e eu já tinha feito isso em outras ocasiões, por que não fazer ali? Puxei meu colchão pra fora e me instalei bem próximo do beduíno, por garantia. A noite estrelada, parecia um planetário. Foi uma das melhores experiências que já tive. Recomendadíssimo! E nem precisa lembrar de acordar cedo, o sol na manhã vai te lembrar disso 22 de maio - JORDÂNIA / ISRAEL Abaixo a foto da tenda onde tomamos nosso café da manhã (e o beduíno dormindo), também muito bem servido. E de lá peguei estrada de volta para Israel. Cheguei na fronteira para voltar para Eilat, e adivinhem, olharam meus carimbos no passaporte e lá estava o carimbo iraniano Lá de novo tive que explicar sobre minha vida, sobre o que fui fazer no Irã e se tinha parentes ou contatos lá Mas ainda bem que as duas meninas foram bem simpáticas, bem diferente se comparar com os agentes do aeroporto Ben Gurion. Mas passaram minha mochila umas 3 vezes no scanner, e tive que abrir pra eles verem meus souvenirs Tudo bem, dessa vez foi mais rápido e levei apenas uma hora e meia. O porém é que uma mocinha do controle de passaportes, que parecia bem religiosa, disse que ia carimbar meu passaporte. Tudo bem, mas agora vou ter que fazer um novo. Tinha um funcionário da agencia me esperando de carro do outro lado da fronteira, de lá eu pedi pra ele já me deixar na central de onibus. Comprei o bilhete para Jerusalém e segui viagem. Foram umas quatro ou cinco horas até Jerusalém, com umas duas paradas. A cidade de Jerusalém é cheia de turistas e o transito em alguns locais fica bem complicado. Da central de ônibus de Jerusalém eu peguei um ônibus até o portão de Jaffa, na verdade isso tava na recomendação do hostel, mas depois descobri que a melhor maneira mesmo é pegar o tram que para muito mais próximo e é muito mais rápido. Chegando no portão de Jaffa a noite, não foi difícil se locomover por lá, mesmo o hostel ficando um pouco escondido numa das vielas. Fiquei no Citadel Youth Hostel. A propósito sobre o hostel, é um bom hostel e bem localizado de verdade. Ótimo pra quem vai fazer roteiros pela cidade antiga e o preço é bem camarada. O ponto negativo é que por ser uma construção antiga adaptada, as paredes não deixavam passar o sinal de wi-fi e o hostel também não instalou outros pontos. Além disso os banheiros são bem ruins, não existe chuveiro, só uma mangueira (com boa pressão). Nessa noite eu decidi ficar no terraço. Sim, eles têm uma opção interessante, e é absurdamente cheio aquele terraço, o que me fez mudar no dia seguinte para um quarto regular. Passar a noite lá foi interessante, ao ar livre, mas nada de céu estrelado, já que tinha muita iluminação da cidade. E também fez frio 23 de maio - Jerusalém O visual da cidade antiga ao amanhecer é incrível, essa é a parte que vale a pena. Primeira coisa a fazer na cidade foi buscar o "Free Walk Tour", e por sorte fiz amizade com uma polonesa que também tava um pouco perdida e queria ir junto. Vale uma comparação com o tour de Tel Aviv, pois em Jerusalém foi bem mais explicativo, até porque história para aquela cidade é o que não falta. E vale a pena porque a cidade antiga é relativamente pequena e pode-se caminhar ela toda em um dia apenas, conhecer os diversos bairros, entre armênios e muçulmanos. Aqui é outro lugar que eu poderia postar uma infinidade de fotos, mas tirei algumas tradicionais de pontos diferentes. Acabando o tour nós voltamos a igreja do Santo Sepulcro para uma visita mais detalhada. Quando se olha de fora, parece um lugar pequeno, mas na verdade é bem grande e com vários salões. Infelizmente não tínhamos guia pra nos explicar algumas curiosidades lá de dentro, e normalmente eu leio os guidebooks antes, o que não ocorreu dessa vez. O jeito foi se enturmar em alguns grupos, e entre italiano e polonês, conseguimos captar alguma coisa. Não sei se foi por causa da época que fui - durante visita do papa - mas a cidade tinha muitos poloneses. Dali fomos visitar a Via Dolorosa, e fizemos o caminho partindo da igreja construida onde Jesus foi entregue após os anúncios de Pilatos. Mais uma vez me decepcionei um pouco, historicamente é muito interessante, mas existe um apelo comercial muito grande. São muitas lojas nas ruas e pessoas tentando vender coisas. Também não sei se isso foi motivado pela visita do pontífice católico. Já saindo da cidade antiga, passamos pelo cemitério, na parte baixa e continuamos subindo até o monte das oliveiras, que não tem oliveiras ãã2::'> Mas o visual lá de cima é muito legal, geralmente as pessoas sobem pelas ruas em direção ao mirante, mas nessa ocasião nós subimos o monte pela esquerda, onde tem uma trilha sinalizando. Depois disso fomos ao mirante e passamos pelo cemitério, que ao menos pra mim não vale a pena. Muitos guias turísticos colocam o cemitério como atração, mas na boa, não tem nada de interessante. O legal na cidade é observar os judeus ortodoxo, que ficam bem evidentes em Jerusalém. E as vezes você vê crianças de três ou quatro anos já nos moldes tradicionais. Depois de um dia caminhando muito, nada melhor que comer alguma coisa boa e beber uma cerveja é claro Na busca por restaurantes locais, menos badalados por turistas, encontramos umas meninas nas ruas que nos indicaram um restaurante chamado Barood. É bom estar com um mapa, porque fica numa das vielas fora da cidade antiga. Mas recomendo muito, boa comida, bom atendimento e bom preço para os níveis de Israel! O legal é que tem mesas ao ar livre e tem Guiness Andamos um pouco pela cidade, que é bem agradável a noite, e voltamos para o hostel. 24 de maio - Jerusalém No dia anterior tínhamos agendado um tour para Masada e mar morto, também usei a "Ben Harim Tour". Um ponto importante é que nenhuma agencia passa pela cidade antiga, portanto tem que acordar cedo e esperar em algum hotel fora da cidade. Foto curiosa, o muro dividindo Israel e Palestina, me lembrou o filme B13. Durante todo o trajeto com a agencia, passamos em duas grandes lojas que vendem produtos do mar morto, e tudo bem caro. É claro que não parei para analisar os produtos, mas mesmo assim vi que os valores eram bem altos para produtos de estética. Seguimos para Masada, e existem duas opções para subir o monte. A primeira, fácil e confortável é via teleférico. A segunda é a pé, mas pra quem quer arriscar fazer a pé, lembre que são em torno de duas horas e é sob um clima bem quente. Sobre as construções em Masada, são bem interessantes, e é bom dar uma lida antes, não se tem muito espaço para concentração de um grande grupo, então as vezes não fica muito fácil ouvir o guia. Ah, e leve filtro solar, alias, leve filtro solar para qualquer lugar no Oriente Médio De lá descemos para o mar morto. Outra dica importante, leve calçado para praia, como chinelos. Isso porque muita gente só foi com os sapatos para caminhada e chegando lá tinha que tirar. Até ai não parece nada de mais certo? Errado! O chão tava quente o suficiente pra descolar a pele embaixo do pé. Não vi ninguém com a pele descolada, mas eu senti o calor e já experimentei uma situação dessas. Coloquei a foto do pessoal se lambuzando para elucidar uma coisa. Existem aqueles baldes azuis, onde tem algum tipo de lama (que não é da melhor qualidade, afinal israelense que se preze não dá nada de graça), e toda aquela região onde tem lama pelo chão fica bem escorregadia. Muita gente compra a lama medicinal nas lojas que ficam na entrada para o mar morto. Depois de voltar para o hostel, saímos da cidade antiga e fomos para região do centro, afinal era sábado. Paramos em alguns bares, tomamos algumas cervejas e vimos muita gente animada assistindo Real Madrid x Atlético de Madrid. A vida noturna em Jerusalém é bem animada, nada comparado a Tel Aviv mas vale a pena. 25 de maio - Jerusalém Quando programei passar por Jerusalém, pensei em estar nas mesmas datas do papa, afinal mesmo não sendo religioso, seria interessante. Mas que bela idéia não? Imagine que o pessoal por lá é sempre preocupado com segurança, e o papa esta na cidade. O que isso quer dizer? Na cidade antiga - onde estava hospedado - tinham fechado a maioria das ruas, e todos os portões da cidade. Como turista, queria turistar, e saí para comer e continuar minha saga. Acontece que cada rua que eu passava dava impressão que eu não voltaria Sempre tinha alguns guardas fechando com as grades. Quando cheguei no portão da cidade, tinha uma concentração de forças armadas e tropas de elite. Pensei, acho que se eu sair, eu realmente não vou voltar. Minha sorte foi que um policial veio falar comigo, e me ajudou. Na verdade porque eu tava com a camiseta do Brasil, ele veio dizer que tinha um primo morando aqui e tal, e disse que quem saísse só voltaria a tarde ãã2::'> Bom, voltei pro hostel e comi alguma coisa ali por perto. Um pouco mais tarde me juntei a polonesa novamente e fomos ao bairro judeu, não me lembro o nome, sei que eles não curtem muito turistas, principalmente batendo fotos. Mas ela me convidou numa empolgação! Bom, já que eu to aqui, vamos! Esse bairro que não me recordo o nome, é o mais tradicional. Achei bem sujo e desorganizado. Depois disso voltamos ao hostel para organizar as coisas. Mudei de planos, vou voltar para Tel Aviv! 26 e 27 de maio - Tel Aviv No mesmo esquema, peguei o tram para a central de ônibus em Jerusalém e comprei o bilhete para Tel Aviv, acho que dá umas duas horas. Dias 26 e 27 eu tirei basicamente para socializar no hostel, comer falafels e sair pra beber Como já tinha feito amizade com um pessoal do hostel antes de deixar a cidade, quando voltei acabei encontrando com eles em outros hostels. No dia 26 fomos para uma festinha no terraço do hostel HaYarkon 48, que não me hospedei mas recomendo! Fiquei um dia no Beachfront hostel e de novo no Gordon Inn. Fica a última imagem de Tel Aviv antes de ir embora, foto tirada a partir do terraço do hostel. Se alguém tiver alguma dúvida ou sugestão para o tópico, fiquem a vontade. Vou postar a continuação na Turquia em outro tópico, mas coloco o link aqui para dar sequencia. Citar
Colaboradores William Garcia Postado Julho 25, 2014 Autor Colaboradores Postado Julho 25, 2014 Continuação em: [linkbox]http://www.mochileiros.com/3-dias-em-istanbul-t99549.html[/linkbox] Citar
Membros rlemes Postado Julho 29, 2014 Membros Postado Julho 29, 2014 Parabéns pela viagem ....Estou lendo sobre Israel precisamente Jerusalem ... Já estou com tudo pago para novembro, porém com a atual situação por lá não sei como irei fazer .. O meu racional diz para cancelar a viagem, porém o emocional fala mais alto, ainda mais lendo um relato destes !!! Parabéns mais um vez.... Citar
Colaboradores William Garcia Postado Julho 31, 2014 Autor Colaboradores Postado Julho 31, 2014 Parabéns pela viagem ....Estou lendo sobre Israel precisamente Jerusalem ... Já estou com tudo pago para novembro, porém com a atual situação por lá não sei como irei fazer .. O meu racional diz para cancelar a viagem, porém o emocional fala mais alto, ainda mais lendo um relato destes !!! Parabéns mais um vez.... O problema vai ser pra entrar e sair, e tem que checar se sua operadora de voo estará fazendo esse trecho. Mas mesmo assim acho que vale a pena, dificilmente acontece algo no lado Israelense. Boa sorte! Citar
Membros albertojponce Postado Agosto 13, 2014 Membros Postado Agosto 13, 2014 Putz, ótimo relato William! a parte do Irã é sensacional, esclareceu muita coisa!!! Só uma dúvida, os 700 euros tá incluso tudo neste tour de 10 dias? Valeu!! Citar
Colaboradores William Garcia Postado Agosto 14, 2014 Autor Colaboradores Postado Agosto 14, 2014 Putz, ótimo relato William!a parte do Irã é sensacional, esclareceu muita coisa!!! Só uma dúvida, os 700 euros tá incluso tudo neste tour de 10 dias? Valeu!! Sim, por esse preço voce tem um guia para todos os dias, transporte, hotel com café da manhã, almoço e janta. Achei muito barato. Citar
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