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Um destino europeu muito badalado atualmente é a Croácia. Isso se deve principalmente à sua bela costa do Mar Adriático, para onde afluem milhões de europeus no verão, especialmente pelos baixos preços, em relação aos países da Europa central, eis que não adotaram ainda o Euro.

Muitos brasileiros vão à Croácia, não tanto em busca das praias, mas de suas históricas cidades, e especialmente para conhecer um lugar excepcional: O Plitvice National Park. A maioria apenas passa por aquele belo país, a bordo dos navios de cruzeiros, que geralmente aportam apenas em Dubrovnic, pelo que deixam de conhecer suas principais atrações. Outros, vão em pacotes turísticos, que incluem suas principais cidades e o belo parque nacional, mas que custam muito caro. O restante vai por conta, e geralmente utiliza ônibus para os deslocamentos no país, eis que as linhas férreas são bastante restritas. Mas as distãncias são grandes, e perde-se muito tempo com os ônibus, exigindo mais dias para conhecer o país, e encarecendo a viagem. Outrossim, não tem oportunidade de conhecer verdadeiramente o deslumbrante litoral croata.

 

Meu relato trata de uma viagem independente, com minha esposa, de forma bastante econômica, conhecendo os mais atraentes lugares do país, com custos imensamente inferiores aos dos pacotes turísticos. Primeiramente, devo dizer que é fácil chegar à Croácia, até mesmo por terra, a partir da Itália ou da Áustria, atravessando a Eslovênia. Mas a forma mais econômica e comum é por via aérea, existem vôos baratos para lá de muitos lugares da Europa. No nosso caso, utilizamos a Easyjet, a partir de Genebra. E para conhecer o país, a melhor forma é alugar um carro, pois é muito barato e as estradas são boas e pouco movimentadas.

 

Saímos de Genebra no sábado, 17 de maio, num vôo da Easyjet para SPLIT, que custou Chf 172 (R$ 460,00) para os dois, chegamos às 15 horas, troquei 300 euros por Kunas croatas e retirei no aeroporto o carro que havia reservado da Enterprise, através da Autoeurope, pagando apenas 67,46 Euros por 05 dias. O carro fornecido, todavia, foi um Corsa de motor muito fraco, gastador e que andava pouco. A gasolina por lá é também muito cara, cerca de 11,00 Kunas, quase R$ 4,50 por litro. Utilizei meu próprio GPS, no qual havia incluído o mapa da Europa Oriental, e que nos serviu muito, especialmente nas cidades.

 

Conforme eu programara, saímos do aeroporto e passamos num supermercado próximo, no caminho, para nos abastecer (água, refri, croissans, bolos, frutas, componentes para sanduíches, etc) e seguimos direto na direção do meu principal objetivo naquele país, que era o Plitvice National Park. Chegamos a Korenica, que fica já próximo ao Park, às 19h., dirigindo com cuidado para não ser abordado pelos corruptos policiais, conforme relato de outros, e busquei uma pousada. Eu havia selecionado algumas pela Internet, mas são tantas por lá que acabamos ficando numa outra, muito boa, por 200 kunas, sem café (cerca de R$ 80,00), à beira da estrada. Jantamos num restaurante próximo à pousada ( lá denominam Rooms, Zimmer ou Apartmens), eu comi Goulach e minha esposa peixe, ambos estavam bons, mas foram servidos em quantidade muito pequena, por 80 kunas (cerca de R$ 38,00) para ambos. Como vão muitos italianos para lá, os principais pratos são pizza e massas, e também peixe.

 

Levantamos às 7 h., fizemos nosso desjejum com as coisas que havia comprado, preparamos os sanduíches para o meio-dia, e seguimos para o parque, sendo dos primeiros a chegar. Sem querer, parei na entrada 2, o que se mostrou muito favorável, pois pegamos o ônibus interno (incluído no ingresso de l10 Kr.), até o ST 3 (stop 3), ponto mais alto e mais distante das trilhas, pois minha companheira não estava em condições de fazer a pé todo o percurso de cerca de 8 km., que levaria o dia inteiro. De lá, fizemos uma trilha circular, para ver algumas cascatas, de onde se pode voltar por trilhas, mas retornamos até o ST 2 com o busão, onde pegamos um barco para a travessia de uma lagoa até o ST 1, e depois fizemos uma trilha até a maior atração, a BIG WALLS, que é um conjunto de cascatas magnífico. Por isso, foi melhor começar no ST 3, pelas atrações menores, e culminar com a maior atração. Dali, pode-se ir até a entrada 01, e voltar de ônibus para ST 02, junto à entrada 2, onde havia deixado o carro.

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O "Plitvicka National Park" correspondeu à minha expectativa, sendo verdadeiramente fantástico, seguramente uma das belezas naturais mais bonitas do mundo, com uma sucessão de cascatas, que formam lagos verde-esmeralda, caem em novas cascatas, formando outros lagos, e assim sucessivamente, em meio a uma densa vegetação muito preservada. Um paraíso para fazer trilhas, com deslumbrantes vistas. Apesar de conhecer mais de 50 países, só vi lugares mais bonitos no Canadá.

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Saímos do parque às 14 horas, e seguimos para ZADAR, uma antiga cidade costeira de porte médio, na costa do mar Adriático, que pertenceu ao império romano, e tem pequenas ruínas de um Fórum. Demos um giro pela cidade para algumas fotos, mas sua maior atração é estar à beira-mar, o que atrai centenas de milhares de turistas no verão àquela bela cidade.

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Como era ainda cedo da tarde, depois de conhecer a cidade decidi seguir adiante, para SIBENIK, também uma cidade magnífica e comum centro histórico muito conservado, por onde giramos para conhecer e tirar fotos. É uma cidade muito atraente e interesseante, mas como eu não havia selecionado previamente, e não encontrei nenhuma pousada, continuamos em direção a Trogir, seguindo uma estrada costeira e passando por muitos belos vilarejos à beira-mar, mas não encontramos nenhum lugar para dormir, pois havia apenas casas e apartamentos para temporada de verão. Chegamos então a TROGIR já ao anoitecer, e foi muito difícil encontrar a hospedagem. Eu havia selecionado muitas pousadas, mas ao chegar lá, vi que todas ficavam no centro histórico, onde não entram carros. Parei na única rua onde havia carros, mas era controlada, só para moradores, mesmo assim conseguir deixar por lá, para procurar uma pousada. Mas internamente, era um verdadeiro labirinto, com ruas de 2 metros de largura, sem nome. Só consegui achar com a ajuda de um rapaz que falava inglês, que falou com um idoso que passava por lá, não entendia uma palavra de inglês, mas que nos conduziu até uma das pousadas que eu havia selecionado, onde um velho que também não falava inglês nos cobrou Kr 260,00 (cerca de R$ 100,00) por um quarto bom, sem café da manhã.

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Na manhã seguinte, encontrei facilmente outras pousadas, na rua paralela à Old Town, deixando uma reservada para a última noite, uma vez que Trogir fica próxima ao aeroporto. Saímos para Dubrovnic, pegando rodovia principal, duplicada, onde paguei Kr 43,00 (R$ 18,00) pelo pedágio. Depois de uns 120 km. entra-se na rodovia simples, mas que vai costeando o litoral, permitindo apreciar os belos vilarejos à beira do azulado mar Adriático, como NEUM (que fica na área da Bósnia) e Babilon. A travessia do trecho que pertence à Bósnia, de cerca de 14 km., foi tranqüila, sequer nos pediram os documentos.

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Como fomos parando muito para apreciar a paisagem, chegamos só às 14 h. a DUBROVNIC e entrei direto para a Ulica Od Greba Zudioskih, até o número 02, que fica junto à Old Town, onde havia muitas pousadas, e ficamos no próprio nº 2, Villa Kosuta, muito boa e proprietária muito atenciosa, pagando Euros 40,00, quando pelo Booking custaria E 60,00. O carro ficou na rua, onde reservam uma vaga, largamos a bagagem e fomos para a cidade murada, a uns 200 metros, e que é mais interessante por fora, onde se tem vista das muralhas e do mar, que internamente, onde os prédios estão totalmente tomados por restaurantes e lojas. Da era romana e medieval pouco existe, não havendo muitos atrativos, apenas mantém-se preservadas as estreitas ruas, por onde não transitam carros. Em duas horas já havíamos visto tudo e cobravam Kr 100,00 por pessoa para subir na muralha, o que achei absurdo, pois só se vê os telhados das casas e partes da cidade, quando pode-se ir de carro, ou mesmo a pé, à parte alta da cidade, de onde se tem vista de toda a cidade murada, juntamente com o mar.

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Partimos pela manhã de volta a SPLIT, desta vez utilizando apenas a estrada costeira, sem entrar para a auto-estrada. Não se paga pedágio, é um pouco mais longe, demora-se muito mais, pois a velocidade geralmente é de 60 km/h, cheia de curvas, mas tem-se paisagens constantes. Passamos, entramos e fotografamos inúmeras cidades e vilas à beira-mar, como Babilon e Podgorny, que mostram toda a beleza do litoral croata, especialmente a Rivera de Makarska. Existem muitos vilarejos costeiros, todos bonitos, emoldurados pelo azul do Mar Adriático, o que tornou esse trecho da viagem mais interessante que a própria Dubrovnic, tanto que levamos 6 horas para os 230km., mesmo com pouco trânsito, numa viagem muito tranqüila.

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Chegamos a Split e fui direto procurar pousada, havia selecionado algumas no Booking, coloquei no GPS a Ulica Pojisanska, onde havia várias, e achei melhor a do nº 10, com quarto e banheiro novos, com cozinha ao lado, TV, ar condicionado, etc, mas tendo que deixar o carro na rua, parcialmente sobre o passeio, como todas as outras, e tive sorte de achar a última vaga. Acertei com a linda menina que nos atendeu por 35 Euros, tinha entrada independente e acesso à Internet.

 

Largamos a bagagem e fomos caminhando à Old Town, onde transformaram o antigo Palácio de Diocleciano, que estava em ruínas – e do qual só sobraram algumas paredes e colunas – em um lugar com construções de todas as épocas e estilos desde os tempos do império romano. Estranhamente, utilizaram as próprias paredes e estruturas do palácio, abrindo janelas e fazendo construções sobre as mesmas, sem qualquer controle, transformando o outrora majestoso palácio numa parafernália de construções desorganizadas, que encheram de lojas de souvenir no térreo e moram nos pisos superiores.

Em frente ao antigo “Palácio”, existe um bonito calçadão à beira-mar, com lojas e restaurantes de nível, e algumas bancas de lanches que vendem gostosos panquecas e bolinhos fritos com caldo de chocolate, a preço acessível.

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No dia seguinte, 21 de maio, voltamos à área do castelo para procurar souvenirs, pois no dia anterior muitas bancas do camelódromo existente próximo ao “Palácio”já haviam fechado, e seguimos depois novamente para Trogir, a 28 km. de distância, onde já havíamos dormido, parando no caminho junto a uma das praias de Kastela, onde ficamos apreciando o mar e almoçamos. Nos hospedamos em Trogir a uns 200 metros da Old Town, onde havia reservado um quarto, mas no deram um apartamento, com sala e cozinha, pelo qual paguei apenas 35,00 Euros, por ser baixa estação.

 

Somente então fomos verdadeiramente conhecer Trogir, que possui um conjunto medieval muito bem conservado, limpo e organizado, sem construções que descaracterizem a área. Possui até um pequeno castelo, e um calçadão à beira-mar com bons restaurantes. Passeamos pelo labirinto de vielas, recheadas de lojas e restaurantes, compramos alguns souvenirs e encerramos então nossa passagem pela Croácia.

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Na minha avaliação, considerando que as praias da Croácia, apesar do belo mar, não são melhores que as brasileiras, pois não tem areia - no máximo uns pedriscos, quando não pedras – e nem ondas, a principal atração é o Plitvice National Park, pois as cidades, mesmo sendo bonitas, limpas e organizadas, não possuem atrativos que não possam ser encontrados às centenas em outros países da Europa. Seu litoral, todavia, é muito bonito, sendo possível admirar do alto das estradas os belos vilarejos refletidos no azul do Adriático. Uma viagem independente é bastante, econômica, pois o aluguel do carro e as pousadas são baratas na baixa temporada. Não recomendo ir no verão europeu, pois os preços inflam muito devido à presença dos europeus em busca das praias croatas. E no inverno, faz muito frio. Então, a época melhor é de abril a junho, e de setembro a outubro.

 

Na quinta-feira, 22 de maio, saímos para o aeroporto de Split, que fica a uns 5 km. de Trogir, onde devolvi o carro, e partimos novamente com a Easyjet para London Gatwick e de lá para Edimburgo.

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